ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Documentos relacionados
41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

PERFIL CLÍNICO E BIOQUÍMICO DOS HIPERTENSOS DE MACEIÓ (AL) de Nutrição em Cardiologia (Ufal/Fanut/NUTRICARDIO )

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

ESTUDO DO PERFIL LIPÍDICO DE INDIVÍDUOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDOPOLIS/SP

PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA

FACULDADE ICESP INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

TÍTULO: CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL À POPULAÇÃO FREQUENTADORA DA ASSOCIAÇÃO DA TERCEIRA IDADE DE AVANHANDAVA

IV Mostra Interna de Trabalhos de Iniciação Científica do Cesumar 20 a 24 de outubro de 2008

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

PALAVRAS-CHAVE Escore Framingham. Hipertensão. Diabetes.

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS

III Jornadas do Potencial Técnico e Científico do IPCB

PREVALENCIA DO SEDENTARISMO COMO FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PROFESSORES DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UBERLANDIA/MG.

GRUPO COPPA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NO PATOLOGIAS ASSOCIADAS BRIGITTE OLICHON LUMENA MOTTA REGINA BOSIO

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE APUCARANA- PR

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

ISSN ÁREA TEMÁTICA: Introdução

CNC- CANINDÉ DIA MUNDIAL DO RIM Tema: Saúde da Mulher: Cuide de seus RINS.

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL EM POPULAÇÃO ATENDIDA DURANTE ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

Framingham score for cardiovascular diseases among civil servantes,sao Paulo, 1998.[Portuguese]

PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ESTUDANTES DE MEDICINA

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2006.

FATORES DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES HIPERTENSOS E DIABETICOS ATENDIDOS EM UM CENTRO DE TRATAMENTO EM RIO VERDE/GO.

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN

Beatriz de Oliveira Matos1 Lais Miranda de Melo2 Maria Grossi Machado3 Milene Peron Rodrigues Losilla4

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DIETÉTICO DE MILITARES DO DESTACAMENTO DE CALIFÓRNIA- PR

ASSOCIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL COM VALORES PRESSÓRICOS E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS 1

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

ABRANGÊNCIA METODOLOGIA

DIABETES: IMPORTANTE FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR

PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS AUTORREFERIDAS EM PARTICIPANTES DE UMA CAMPANHA EM PONTA GROSSA-PR

CNC-CENTRO DE NEFROLOGIA DE CANINDÉ

AÇÃO DE PREVENÇÃO DA DIABETES MELLITUS TIPO 2 COM TRABALHADORES: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Acácio Lustosa Dantas Graduanda em Educação Física pelo PARFOR da Universidade Federal do Piauí

ESTILO DE VIDA EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

Comparação entre os Inquéritos. Diferença estatisticamente significativa (com tendência de aumento) p<0,001

DOENÇAS CRÔNICAS: Câncer de Mama e Colo do Útero, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

RELATÓRIO 1: PATOLOGIAS

Hipertensão Arterial. Educação em saúde. Profa Telma L. Souza

A Doença Cardiovascular e a Evidência da Consulta de Enfermagem

PREVALÊNCIA DA HIPERTENÇÃO ARTERIAL SISTEMICA EM IDOSOS PERTENCENTES AO GRUPO DE CONVÍVIO DA UNIVERSIDADE ABERTA A MATURIDADE EM LAGOA SECA-PB.

CPL Tiago Joaquim Rodrigues Bernardes. Professora Doutora Patrícia Coelho. Mestre Alexandre Pereira

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO II

FEIRA DE SAÚDE TESTE DE ACUIDADE VISUAL ESCALA OPTOMÉTRICA DE SNELLEN LIONS CLUBE: LOCAL: DATA: HORÁRIO: Resultado. Nº Nome Legível Telefone

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

Cardiovascular 29% Infectious & Parasitic 19% Other 3% Injury 9% Digestive 4% Respiratory. Respiratory Infections. 7% Neuropsychiatric

RELATÓRIO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO SERVIDORES IFPR - REITORIA. Elaborado por: Cirlene de Oliveira Pombo Schultz Gerente Administrativa do SESAO

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

DATA HORÁRIO TITULO. A MAPA e seu valor de preditividade para doença hipertensiva gestacional em adolescentes primíparas.

PALAVRAS-CHAVE grau de dependência a nicotina, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica.

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

INDICADORES DE SAÚDE E GRAU DE DEPENDÊNCIA DE NICOTINA EM PACIENTES DO PROJETO EDUCANDO E TRATANDO O TABAGISMO NO PERÍODO DE 2017

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS E SUA RELAÇÃO COM O ESTILO DE VIDA DE PESSOAS DA CIDADE DE PELOTAS-RS

PRESSÃO ARTERIAL DE ADULTOS JOVENS ESCOLARES: implicações para a formação do enfermeiro

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

ANALÍSE DA QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DO IMC DOS SERVIDORES E ALUNOS DO IFMA/CENTRO HISTÓRICO

ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO NO PIQUE DA PUCC

PERFIL METABÓLICO, NUTRICIONAL

EPIDEMIOLOGIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESTUDO POPULACIONAL NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS - MS

ESTUDO ANTROPOMÉTRICO E NUTRICIONAL DE ACADÊMICOS RECÉM-INGRESSOS NO CURSO DE FARMÁCIA DA FAMETRO

XVIII Encontro de Iniciação à Pesquisa Universidade de Fortaleza 22 à 26 de Outubro de 2012

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DE GUARAPUAVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE IDOSO INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

Vigilância e Monitoramento de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis

Prevalência de Hipertensão Arterial em População Adulta de uma Região do Centro-Oeste Brasileiro

Obesidade. O que pesa na sua saúde.

A importância da Atenção Primária à Saúde na redução de riscos cardiovasculares

PUERICULTURA E PEDIATRIA. FAMED 2011 Dra. Denise Marques Mota

FATORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES NO BRASIL

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA EM POLICIAIS MILITARES DE CAMPINA GRANDE-PB

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

Acadêmico do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo.

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

ANÁLISE DO PERFIL DOS HIPERTENSOS DE JOÃO PESSOA/PB

PREVALÊNCIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL E PERFIL DE SAÚDE EM UMA AMOSTRA DA FEIRA DE SAÚDE DO CENTRO UNIVERSITÁRIO LUSÍADA RESUMO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL ALIMENTAR DE IDOSOS SUBMETIDOS A CIRURGIAS EM UM HOSPITAL PÚBLICO NA CIDADE DE JOAO PESSOA - PB

XIV Encontro Nacional de Rede de Alimentação e Nutrição do SUS. Janaína V. dos S. Motta

CUIDADOS COM A SAÚDE

Transcrição:

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Natália Ribeiro (PIBIC/CNPq/FA-UEM), Ana Paula Vilcinski Oliva (Orientador), e-mail: apvoliva@uem.br Universidade Estadual de Maringá/ Departamento de Enfermagem/Maringá, PR. Área: Ciências da Saúde. Subárea: Enfermagem. Palavras-chave: epidemiologia, risco cardiovascular, funcionários. Resumo Trata-se de um estudo descritivo exploratório no qual se buscou observar e descrever a distribuição de fatores de risco para doença coronariana entre os servidores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá. A pesquisa foi realizada no período entre 1de agosto de 2009 a 31 de julho de 2010, sendo colhidas neste período informações referentes a 83 docentes. As informações foram obtidas por meio de um formulário aplicado aos docentes, sendo investigados os seguintes fatores: IMC, circunferência abdominal, pressão arterial, rotina e resultados de exames laboratoriais, histórico familiar e pessoal de doenças crônicas e cardiovasculares, hábitos alimentares, tabagismo, alcoolismo, estresse e sedentarismo. A detecção de fatores de risco para doença coronariana foi bastante alarmante, visto que apenas 2,41% não apresentaram nenhum dos fatores estudados. Introdução A doença coronariana encontra-se entre as patologias que atingem o sistema cardiovascular. A observação de evidências acerca destas doenças aponta para a grande relevância deste tema e a importância de estudos que contemplem o mesmo. Para Alfenas e Carvalho (2008) trata-se de um problema complexo de saúde publica, devido não só ao alto índice de mortalidade, sendo apontadas como as principais causas de morte, em relação às demais, como também em decorrência dos encargos econômicos gerados ao setor saúde. Segundo Forti et al ( 2003) a doença coronariana secundária a aterosclerose é hoje a principal causa de morbidade e mortalidade nas sociedades industrializadas. Perozin et al (2004) afirmam ainda que trata-se de um problema de crescente prevalência e de etiologia multifatorial,ou seja, sua gênese se deve a diversos fatores, sendo assim, sua prevenção passa pelo reconhecimento de um conjunto destes. Segundo o Ministério da Saúde o termo risco diz respeito à chance de uma pessoa sadia vir a desenvolver uma doença em decorrência da

exposição a determinados fatores, consequentemente esses fatores que aumentam o risco de adoecimento são chamados fatores de risco. São conhecidos diversos fatores de risco para o desenvolvimento de doença coronáriana, Medina; Fishimann e Gus (2002) citam a hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemias, obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e antecedentes familiares. Sarno et al (2009) chamam atenção para a relevância da investigação de fatores de risco pois permite detectar tendências e assim planejar e implantar ações preventivas. Eyken e Moraes (2009) ressaltam ainda que 80% das mortes por doenças cardiovasculares estão associadas a fatores de risco já conhecidos. No presente estudo procurou-se detectar a ocorrência de fatores de risco para doença coronariana, para que assim fosse possível antever a possibilidade de desenvolvimento da mesma. Materiais e métodos Trata-se de um estudo descritivo exploratório no qual se buscou observar e descrever a distribuição de fatores de risco para doença coronariana entre os servidores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá. A pesquisa foi realizada no período entre 1de agosto de 2009 a 31 de julho de 2010, neste período foram colhidas informações referentes a 83 docentes dos departamentos de Enfermagem, Medicina, Odontologia, Educação Física, Analises Clínicas e Farmácia. As informações foram obtidas por meio de um formulário aplicado aos docentes que se encontravam em seus departamentos nos dias das entrevistas, sendo assim a amostra foi escolhida de forma aleatória. O questionário foi dividido em três partes: a primeira foi composta por questões referentes a dados pessoais, medidas antropométricas, pressão arterial, rotina e resultados de exames laboratoriais, histórico pessoal e familiar de doença crônica, histórico familiar de morte por doenças do aparelho cardiovascular, hábitos alimentares, tabagismo e alcoolismo. A segunda parte constituía-se na aplicação do Ipaq (International Physical Activity Questionaire), visando avaliar o nível de atividade física/ sedentarismo dos entrevistados. Finalmente a terceira parte consistia na aplicação da Escala de Estresse Percebido, sendo este também um dos fatores investigados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá e a pesquisa iniciada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados e Discussão A amostra foi constituída por 83 docentes de seis departamentos do Centro de Ciências da Saúde, destes 28 (33,73%) pertenciam ao sexo masculino, enquanto 55 (66,27%) pertenciam ao sexo feminino.

A faixa etária variou de 25 a 64 anos, sendo que a maioria- 54, 22%, situou-se entre 45 e 54 anos, em segundo lugar ficou a faixa entre 35 e 44 anos com 20,48% dos entrevistados e em terceiro e quarto lugares as idades entre 55 e 64 anos com 13,25% e 25 a 34 anos com 12,05%. Foram encontrados dez hipertensos ou 12,05%, que foram assim considerados por apresentarem pressão arterial 140x90 mmhg no momento da pesquisa ou que se declararam hipertensos em tratamento. O grau de estresse foi obtido através do escore alcançado por cada pesquisado na Escala de Estresse, foram considerados como fator de risco os graus moderado e alto. Os moderadamente estressados somaram 62,65% da amostra, enquanto os com alto nível de estresse apenas 1,2% A ocorrência de qualquer tipo de doença crônica foi considerada fator de risco, vinte e cinco ou 30,12% dos pesquisados declararam o acometimento por estas doenças. Quanto aos antecedentes familiares 61,44% declararam possuir parentes acometidos por doença cardiovascular ou óbito na família em decorrência destas. O tabagismo, fator amplamente associado à doença coronariana foi referido por sete dos pesquisados, já o consumo de bebidas alcoólicas foi declarado por 42,16%, porém apenas três destes afirmaram freqüência superior a três vezes por semana. Quanto à rotina de exames, apenas 3,61% afirmaram não se submeterem regularmente a exames laboratoriais. A análise dos resultados revelou que 32,72% dos pesquisados apresentavam colesterol total a cima do desejado, já os com triglicerídeos e glicemia acima do normal foram 25,45% e 9,09% respectivamente. O consumo de frutas, verduras e legumes referido foi igual ou superior a cinco vezes por semana por mais de 80% e somente oito referiram ingerir carnes ou alimentos gordurosos mais de quatro vezes por semana. Segundo avaliação do questionário de atividade física os indivíduos classificados como irregularmente ativos representaram 14,45% e os sedentários 13,25% da amostra. O calculo do Índice de Massa Corporal (IMC) apontou que 22,89% dos docentes estavam acima do peso e a obesidade foi apontada em 14,86%. Em relação à circunferência abdominal, encontrava-se aumentada em 18,07% e muito aumentada em 49,39% dos pesquisados. Apenas 2,41% não apresentaram nenhum fator de risco citado, 28,91% apresentaram de um a dois, 38,56% de três a quatro, 26,51% somaram cinco ou seis e os que apresentaram sete, oito ou nove fatores simultâneos foram 3,61%. Os fatores de maior ocorrência foram: circunferência abdominal aumentada ou muito aumentada, presente em 67,46% dos docentes, seguida pelo estresse moderado apresentado por 62,65% e por antecedentes familiares de doença cardíaca relatada por 61,44%, sendo que a simultaneidade destes três fatores se deu em 27,71% da amostra.

A já conhecida correlação entre o nível de atividade física e a massa corporal ficou clara à medida que 82,60% dos entrevistados considerados irregularmente ativos ou sedentários apresentaram também IMC e/ou circunferência abdominal acima dos valores normais, além disso, todos os pesquisados que apresentaram pelo menos um resultado alterado para os exames pesquisados também apresentaram IMC e/ou circunferência abdominal elevados. Outro ponto a ser considerado é que dos dez hipertensos encontrados, sete apresentavam mais de cinco fatores de risco simultâneos, sendo os de maior ocorrência a circunferência abdominal elevada, seguida pelos antecedentes familiares de doença cardiovascular. Cabe ainda ressaltar que dos três participantes que declararam não se submeterem regularmente a exames, dois foram considerados hipertensos. Conclusões A detecção de fatores de risco para doença coronariana foi bastante alarmante, visto que apenas 2,41% não apresentaram nenhum dos fatores estudados. O alto nível declarado de antecedentes familiares para doença cardíaca afirma a grande ocorrência destas doenças entre a população e chama atenção para o fator genético associado a elas. Já a alta freqüência de fatores modificáveis indica a necessidade de medidas de conscientização e prevenção da saúde. Referências Alfenas, R.C.G.; Carvalho, G.Q. Indice glicêmico: uma abordagem crítica acerca de sua utilização na prevenção e no tratamento de fatores de risco cardiovasculares. Ver. Nutrição. 2008, 21, 577-587. Forti et al. Fatores de risco para aterosclerose em crianças e adolescentes com historia familiar de doença arterial coronariana prematura. J. Pediatria.2003, 80, 135-140. Perozin et al. Prevalencia de fatores de risco de doença arterial coronária em funcionários de hospital universitário e sua correlação com estresse psicológico. J.Bras. Patol.Med.Lab. 2004,40, 240-247. Medina, C.; Fischmann, A.; Gus, Iseu. Prevalência dos fatores de risco da Doença Arterial Coronariana no estado do Rio Grande do Sul. Arq. Bras. Cardiol. 2002,78,478-483 Sarno et al. Freqüência de hipertensão arterial e fatores associados: Brasil, 2006. Rev. Saúde Publica. 2009, 43, 98-106. Eyken,E.B.B.D.; Moraes, C.L. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares entre homens de uma população urbana do Sudeste do Brasil. Cad. Saúde Pública. 2009, 25, 111-123.