UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS - CAV PROFESSOR ORIENTADOR: LEONARDO BIANCO DE CARVALHO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS - CAV PROFESSOR ORIENTADOR: LEONARDO BIANCO DE CARVALHO ESTAGIÁRIO: RICARDO CARNIEL O CULTIVO DE BATATA E COMERCIALIZAÇÃO DE DEFENSIVOS BAYER NA REGIÃO SERRANA DO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Lages - SC, 2013/2

RICARDO CARNIEL O CULTIVO DA BATATA E COMERCIALIZAÇÃO DE DEFENSIVOS BAYER NA REGIÃO SERRANA DO RIO GRANDE DO SUL Relatório de Estágio Curricular Supervisionado apresentado ao Centro de Ciências Agroveterinárias, da Universidade do Estado de Santa Catarina - CAV/UDESC, como requisito para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Leonardo B. de Carvalho Lages - SC, 2013/2

RICARDO CARNIEL O CULTIVO DA BATATA E COMERCIALIZAÇÃO DE DEFENSIVOS BAYER NA REGIÃO SERRANA DO RIO GRANDE DO SUL "Relatório aprovado como requisito de complementação curricular para graduação em Agronomia, da Universidade do Estado de Santa Catarina do Centro de Ciências Agroveterinárias." Banca Examinadora: Orientador: Dr. LEONARDO BIANCO DE CARVALHO Professor do Departamento de Agronomia do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias - CAV/UDESC Avaliador: Dr. CLOVIS ARRUDA DE SOUZA Professor do Departamento de Agronomia do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias - CAV/UDESC Avaliador: M.Sc. GERMANO GUTTLER Professor do Departamento de Agronomia do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias - CAV/UDESC Lages, SC, 18/06/2013

IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO Nome do estagiário: Ricardo Carniel Área de estágio: Acompanhamento de vendas de defensivos Bayer Empresa: Bayer S.A Endereço: Al. Dr. Carlos de Carvalho 555, Curitiba-Pr Supervisor do Estágio: Luiz Henrique Crude Gerente Reginal de Vendas Professor Orientador: Leonardo Bianco de Carvalho Carga horária: 30 horas semanais Período: 07/01/2013 a 31/07/2013 Principais Atividade: - Acompanhar um canal de vendas; - Descobrir pontos positivos e negativos nos canais de vendas; - Escoamento de produtos; - Assistência técnica a produtores; - Vendas de produtos; - Acompanhamento técnico em vendas; - Realizar dia de campo junto a cooperativa; - Implantação de áreas demonstrativas.

AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus queridos pais Luiz e Kailly por sempre me apoiarem em minhas tomadas de decisões e incentivarem para tudo acontecer da melhor forma. Aos meus avós Antônio e Celine que desde a infância estiveram presentes e auxiliando na minha formação. Aos meus avós já falecidos João e Assunta que não puderam estar juntos a mim por muito tempo mas, que com certeza estão olhando de algum lugar. Ao meu companheiro e irmão Luís Augusto, por tudo que vivemos e aprendemos um ao lado do outro. À Carol minha namorada, por juntos construirmos uma história bonita, e por toda a ajuda que me deu em dias difíceis. Meus amigos que conheci no período de graduação e não foram poucos, muito obrigado pela convivência e por me aturarem em diversas situações, pois meus amigos de Lages e toda a Amures foram realmente uma família nesta época e continuarão sempre sendo uma referência em minha caminhada. Meus amigos de infância que sempre estiveram esperando um feriado para a gente se reencontrar e contar as mesmas histórias e fazer as mesmas coisas e cada vez era diferente e melhor, nem todos poderão comemorar essa vitória comigo, mas tenho certeza que estão torcendo muito de onde estiverem. À todos os meus professores que realmente fizeram a diferença na minha formação, desde a pré escola até a conclusão do curso de Agronomia.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 7 2. BAYER... 8 2.1 PROJETO DE ESTÁGIO BAYER CROPSCIENCE... 9 2.2 ÁREA DE ATUAÇÃO... 9 2.3 COOPERATIVA PIÁ... 10 3. BATATA... 11 3.1 PRÁTICAS CULTURAIS... 12 3.1.1 Escolha da área... 12 3.1.2 Correção do solo... 13 3.1.3 Adubação... 14 3.4 PRINCIPAIS DOENÇAS... 16 3.4.1 Requeima (Phytophthora infestans)... 16 3.4.2 Pinta preta (Alternaria solani)... 16 3.4.2 Sarna (Spongospora subterrânea e Helminthosporium solani)... 17 3.4.3 Rizoctoniose (Rhizoctonia solani)... 17 4. COLHEITA... 18 5. PROJETO DESENVOLVIDO... 20 5.1 GERAÇÃO DE DEMANDA... 20 5.2 VER PARA CRER... 21 5.2.1 Descrição da área... 21 5.2.2 Tratamento de sulco... 21 5.2.3 Tratamento parte aérea... 24 5.2.4 Resultados... 24 6.CONCLUSÃO... 26 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 27

1. INTRODUÇÃO A cultura da batata é de grande destaque para o setor agrícola brasileiro, principalmente na safra 2012/2013, em que os preços superaram a média dos últimos anos. A importância econômica desta cultura está diretamente relacionada ao desenvolvimento social e tecnológico das regiões produtoras, por demandar tecnologias para a produção em grande escala quanto para a dependência direta da mão de obra em todo o ciclo do cultivo. O estado do Rio Grande do Sul tem uma grande participação na agricultura brasileira, tanto na produção de grãos como no setor hortícola e frutícola com a produção de soja, milho maçã, uva, pêssego e demais culturas. Atualmente é um estado com grande crescimento agrícola e tecnológico, onde a maior parte dos agricultores buscam alta produtividade, que é alcançada com batata semente melhorada, mecanização agrícola e bom uso das demais práticas agrícolas. Estas práticas agrícolas incluem o uso de defensivos químicos, para manejo identificação de pragas e doenças, por isso é de suma importância a atuação do Engenheiro Agrônomo, objetivando diminuir a dependência da mão de obra e garantir maior rentabilidade financeira dos cultivos. O objetivo do estágio foi acompanhar as vendas de defensivos Bayer na cultura da batata, junto a Cooperativa Agropecuária Petrópolis (Piá), a fim de aumentar as vendas dos produtos, dessa forma foram realizados treinamentos aos vendedores, dias de campo e áreas demonstrativas.

2. BAYER Empresa de produção de produtos químicos presente em todo o mundo, fundada há 150 anos tem uma historia de crescimento junto aos países em que se instalou. Veio ao Brasil em 1896 e até os dias atuais tem grande importância no mercado global, produzindo compostos químicos de ampla utilização é dividida em três setores, saúde (Bayer Healthcare), materiais inovadores (Bayer Material Science) e agronegócio (Bayer CropScience), segundo dados da empresa. A Bayer CropScience corresponde a 53% do faturamento da empresa no país, com mais de 900 colaboradores e um amplo portifólio para a proteção de cultivos atuando com inseticidas, acaricidas, fungicidas, herbicidas e tratamento de sementes, sendo o Brasil um país importante para esse segmento da empresa, representando 11% do faturamento mundial, conforme Tabela 1. Tabela 1 Comparativo entre Brasil e Mundo no segmento Cropscience. Bayer Cropscience Brasil Mundo Sede São Paulo Monheim, Alemanha Áreas de atuação Proteção de Cultivos Biotecnologia Saúde Ambiental Crop Protection BioScience Environmental Science Vendas 2 bilhões de reais 7,255 bilhões de euros Investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento de novos produtos Número não divulgado 722 milhões Colaboradores Mais de 900 21.000 Fonte: Bayer Cropscience, 2013. O programa de estágio Bayer Cropscience tem como objetivo encontrar jovens talentos que possam contribuir com a missão da empresa que tem foco na inovação e melhora na qualidade de vida de milhões de pessoas.

A empresa sempre tem sua atuação voltada para o seu cliente e dessa forma encurta a relação com eles através de profissionais ligados diretamente aos distribuidores e agricultores. A forma de atuação depende da área em que o estagiário atua, podendo ser em vendas diretas, a produtores ou distribuição no qual acompanha as vendas à distribuidores Bayer. As atividades realizadas no programa de estágio estão direcionadas a um projeto previamente definido de acordo com a necessidade da região ou do distribuidor Bayer. A decisão sobre o projeto é tomada junto aos Gerentes e Representante Técnicos de Vendas (RTV) da região. A execução do projeto é realizada pelo estagiário sempre sobre supervisão de um superior. 2.1 PROJETO DE ESTÁGIO BAYER CROPSCIENCE O projeto desenvolvido teve duração de cinco meses com o objetivo de identificar os pontos positivos e negativos do distribuidor, aumentar o escoamento de produtos e participação de mercado na região, além de atingir o volume de vendas definido para a safra dos anos 2012/2013, tais objetivos envolveram diversas ações diretas aos produtores, cooperativa e Bayer como a realização de capacitação das equipes de vendas, visitas técnicas a produtores, realização de dias de campo, áreas ver para crer. As áreas Ver para crer são comparativos entre o tratamento padrão do produtor e o tratamento recomendado pela empresa, cujo objetivo é rotacionar princípios ativos de acordo com a necessidade da cultura, ressaltando sempre a importância do manejo de resistência aos defensivos agrícolas para assim alcançar altos índices de produção. 2.2 ÁREA DE ATUAÇÃO A área de atuação foi a Serra Gaúcha, sendo os principais municípios de Caxias do Sul, São Francisco de Paula e Nova Petrópolis que são munícipios de importância agrícola na região, porém houve atuação em outros municípios como Feliz, Santa Maria do Herval, Taquara, Picada Café, Gramado e Canela, sempre prestando assistência técnica a produtores da Cooperativa Agropecuária Petrópolis PIÁ. Nova Petrópolis é um município que possui uma área de 294 km², com coordenadas geográficas 51 5 W e 29 22 S, as altitudes variam de 32 a 842 metros, a temperatura média anual é de 16,3 C e precipitação média anual de 1915 mm, o município ainda tem seus solos

classificados como: associação entre Neossolos Litóliscos Eutróficos e Chernossolos Argilúvicos férricos, nas encostas inferiores de relevo mais acentuado; Neossolos Litólicos Distróficos, que ocorrem nas encostas superiores, associados a Cambissolos Húmicos alumínicos e Alissolos Hipocrômicos órticos, além de Chernossolos Háplicos órticos nas várzeas (GRINGS et.al, 2008). Nova Petrópolis foi o munícipio de maior atuação por ser a sede da Cooperativa Piá, entretanto o projeto foi realizado em São Francisco de Paula, com o objetivo de melhorar a atuação da cooperativa na região. A Cooperativa não tinha participação nesse mercado pela ausência de um representante técnico da cooperativa para realizar trabalhos junto aos produtores de batata e, dessa forma, buscou-se aumentar a participação de vendas em São Francisco de Paula. A maior parte dos trabalhos foi realizado nesse município devido aos grandes volumes de produção e proporcionalmente grandes vendas de defensivos Bayer a essa cultura, além da necessidade de assistência técnica. Segundo dados do IBGE de 2011, o município tem produção estimada em 90.650 toneladas de batata inglesa. Todos os trabalhos realizados eram direcionados a cooperados da PIÁ por ser uma distribuidora Bayer e possuir um grande número de horticultores, fruticultores e produtores de grãos, conseguindo dessa forma comercializar todo portifólio Bayer destinado a proteção de cultivos. 2.3 COOPERATIVA PIÁ A Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda. foi fundada em 1967 no município de Nova Petrópolis, RS. A Piá atua no segmento de laticínios, destacando-se no mercado de doces, creme de leite, iogurtes e bebidas lácteas, produzindo tabém bebidas a base de soja e rações para suínos, bovinos, equinos e aves. A Cooperativa está segmentada em três unidades distintas, indústria de alimentos, supermercados e agronegócios, esses setores contam com mais de 15 mil associados e mil colaboradores. A distribuição dos produtos se concentra nos estados RS,SC PR e SP. A divisão de agronegócios conta com 11 unidades de agropecuárias que comercializam produtos para suprir a necessidade de seus cooperados em parcerias com empresas de grande credibilidade e qualidade, sendo Bayer a principal fornecedora de produtos para a proteção de cultivos direcionado a agricultura realizada pelos cooperados da Piá.

3. BATATA A batata é a quarta cultura na ordem de importância no mundo, depois do trigo, arroz e milho, um dos principais alimentos da humanidade, sendo cultivada em mais de 125 países e consumida por mais de um bilhão de pessoas (EMBRAPA, 2003). A espécie teve origem na cordilheira dos andes e foi introduzida na Europa por colonizadores europeus sendo responsável pela primeira revolução verde no continente. Após a I Guerra Mundial o Rio Grande do Sul deixa de ser o maior produtor de batata do país devido a dificuldade de transporte aos grandes centros consumidores, dessa forma São Paulo, Paraná e Minas Gerais aumentaram o interesse pela cultura. Atualmente, segundo levantamentos estatísticos do IBGE de 2012, o maior produtor de batata do país é o estado de Minas Gerais, que produz quase o total de toda a região sul. Dados de produção e produtividade do estado do Rio Grande do Sul nos anos de 2011 e 2012 podem ser vistos de acordo com a Tabela 2. Tabela 2 Produção de batata no Rio Grande do Sul em 2011 e 2012. Safra 2011 Safra 2012 Área (ha) 21895 20178 Produção (t) 388752 355318 Rendimento Médio 17781 17609 Fonte: IBGE, 2013 Segundo Embrapa (2003), o cultivo da batata no Rio Grande do Sul vem experimentando grandes transformações a partir de meados da década de 90 podem ser listadas algumas razões para o recrudescimento nos últimos anos, mas, sem dúvida, a principal razão apontada pela maioria dos produtores e técnicos está na comercialização e nos crescentes custos de produção da lavoura. Em decorrência disso é quase impossível a batata gaúcha competir em escala com a produção do centro-sul do país (SP, MG e PR) que impôs seu padrão de produto obtido mediante o uso de um pacote tecnológico, com a utilização intensiva dos meios de produção, o que não é sustentável para a produção familiar. Nesta safra 2012/2013 os produtores tiveram bons resultados, apesar do custo de produção ter aumentado, os ganhos por saca foram superiores aos anos anteriores, como pode

ser visto na tabela 3, resultados estes que melhoram a rentabilidade da cultura e garantem com que os produtores permaneçam na atividade. Tabela 3 - Preços médios nominais mensais recebidos por produtores do Paraná. Produto Unidade 2009 2010 2011 2012 2013 (janeiro a maio) Batata comum 50 Kg 37,05 29,21 14,44 14,65 - Batata Lisa 50 Kg 44,59 50,59 27,01 27,69 68,44 Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do SEAB/PR 3.1 PRÁTICAS CULTURAIS A batata, assim como qualquer outra cultura, exige que decisões para seus cultivos sejam tomadas, como análise do solo, preparo do terreno, seleção das cultivares, entre outros. As práticas de produção usadas devem ser avaliadas, para determinar o papel de cada uma delas nos objetivos gerais de melhoria da sanidade e produtividade da cultura, segurança dos retornos econômicos e de manutenção da qualidade ambiental (EMBRAPA, 2003). 3.1.1 Escolha da área A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina, EMPASC (1983) apresenta alguns fatores a serem considerados na escolha da área como não se deve utilizar áreas onde tenha ocorrência de doenças anteriormente, deve evitar áreas que tenham sido cultivadas com batata, tomate, pimentão e/ou outras solanáceas, dar preferência a solos com declividades inferiores a 33% para facilitar a mecanização e facilitar o acesso, recomenda-se utilizar solos areno-argilosos, com profundidade superior a 0,5 m e boa drenagem. Além das recomendações de plantio é necessário levar em consideração as exigências bioclimáticas da cultura, basicamente relacionadas às condições térmicas e de disponibilidade hídrica do solo, além da umidade do ar que influencia diretamente na condição fitossanitária da cultura. Bisognin (1996), diz que temperaturas ideais são 17ºC à noite e 23ºC durante o dia, uma vez que a fotossíntese tem seu ponto ótimo entre 18 e 25ºC, já a temperatura letal inicia à -1ºC. Para disponibilidade hídrica tem-se utilizado como limites preferenciais de tensão de

água no solo, os valores de 0,25 a 1,0 bar de tensão matricial. Ainda se faz necessário a preferência por áreas de menor ocorrência de geadas, uma vez que essas podem ser letais. 3.1.2 Correção do solo Para a correção do solo é necessário a coleta de solo para a análise do mesmo, essa amostragem deve seguir parâmetros de acordo com a época e profundidade de amostragem. A batata é uma planta não muito sensível a ph ácido, porém há estudos que mostram que ela reage muito bem ao uso de calcário. A correção da acidez do solo através da calagem é uma das práticas que proporcionam uma baixa relação custo/benefício, ou seja, mesmo que todo o custo da aplicação do calcário seja computador na produção de batata, esta operação é altamente compensatória (BISOGNIN, 1996). Segundo a Rede Oficial de Laboratório de Análise de Solo e Tecido do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (ROLAS RS/SC) da Comissão de Química e Fertilidade do Solo as recomendações de calagem são vistas conforme Tabela 4. Tabela 4 Quantidades de calcário necessárias para elevar o ph em água do solo a 5,5, 6,0 e 6,5, estimadas pelo índice SMP Fonte: ROLAS RS/SC, 2004

Para a cultura da batata cultivada na Região Sul do Brasil (RS, SC, PR), o corretivo da acidez do solo deve ser aplicado cerca de três meses antes do plantio de cada uma das duas safras, para que se obtenham resultados satisfatórios (EMBRAPA, 2003). 3.1.3 Adubação A adubação deve ser baseada em dados fornecidos pela análise do solo, para tanto deve-se retirar amostras com a devida antecedência (EMPASC, 1983). As doses recomendadas pela ROLAS RS/SC são satisfatórias quando o produtor usa o seu próprio tubérculo semente, entretanto, como a batata é uma cultura com alto potencial de rendimento, observa-se que, em muitas situações, podem ser aplicadas quantidades superiores às recomendadas (BISOGNIN, 1996). Essa prática de análise de solo nem sempre é realizada, então os bataticultores se baseiam em conhecimentos empíricos para a adubação, a formulação do adubo mais utilizado é 04-14-08, em doses de até 3,5 toneladas por ha, valores bem acima da recomendação como pode ser visto nas tabelas 5 e 6 de teores de Nitrogênio, P 2 O 5 e K 2 O. Tabela 5 Recomendação de adubação nitrogenada para a cultura de batata segundo a ROLAS RS/SC, baseada na análise de solo. Fonte: ROLAS RS/SC, 2004 Aplicar metade do N no plantio e o restante aproximadamente 30 dias após a emergência.

Tabela 6 - Recomendação de adubação fosfatada e potássica para a cultura da batata, segundo a ROLAS RS/SC, baseada na análise do solo Fonte: ROLAS RS/SC, 2004 Essas adubações elevadas implicam em altos custos de produção, e estes produtores teriam uma economia satisfatória com pouco investimento na realização de análise de solo e a utilização de outras formulações de adubos. A não realização de análise de solo é justificada pelos agricultores, devido ao curto espaço de tempo para o preparo de solo e plantio e a demora dos laudos de análise. Isto ocorre por serem áreas arrendadas e geralmente são definidas as áreas de plantio pouco tempo antes de se iniciar o preparo de solo. Apesar dessas dificuldades, essas práticas não são justificadas, devido ao baixo custo das análises e a facilidade de adquirir formulações de adubos na atualidade, essas podem promover melhorias de produtividade, logística e diminuição de custos. 3.1.4 Plantio O plantio deve ser realizado em linhas com espaçamento de 60 a 80 cm entre linhas de forma que permita o trafego de maquinas durante os tratos culturais. O espaçamento entre tubérculos varia de 30 a 40 cm para a produção de batata consumo e de 20 a 25 cm para batata semente. O plantio pode ser feito manualmente ou de forma mecanizada com o auxilio de uma adubadora e plantadora que faz a abertura do sulco de plantio, insere os tubérculos sementes no solo, adiciona o adubo e aplica os produtos para o tratamento de sementes visando o controle de doenças, e fecha o sulco de plantio.

3.2 PRINCIPAIS DOENÇAS A cultura da batata sofre intensamente com as doenças causadas por vírus, bactérias e fungos o que ocorre pela falta da rotação de cultura e o uso de sementes não certificadas, uma vez que a batata em geral é produzida por um sistema de monocultivo. Na região de São Francisco de Paula, as áreas são cultivadas por aproximadamente três anos, sendo que após o cultivo é realizado o cutivo de aveia, azevém e trevo (Avena sativa, Lolium multiflorum, Trifolium spp.), destinados a pastagens para bovinocultura. Apenas uma pequena parte dos bataticultores da região fazem a rotação de cultura com milho e soja, por não possuírem áreas suficientes para realizar essas práticas culturais ou pela falta de disponibilidade de maquinas para as operações como o plantio e colheita. 3.2.1 Requeima (Phytophthora infestans) A requeima é uma das principais doenças fúngicas da cultura da batata e responsável pelo grande uso de fungicidas na cultura. No Brasil, é conhecida por vários nomes comuns, como mela, crestamento tardio, crestamento de Phytophthora, míldio e mufa. O patógeno encontra-se disseminado em todas as regiões produtoras de batata e tomate. Os danos decorrentes desta doença estão relacionados com as condições de temperatura e umidade relativa favoráveis ao seu desenvolvimento (KIMATI et al, 2005). O grande impacto da requeima hoje na região produtora de São Francisco de Paula é o que implica em maiores custos de produção, devido a condições climáticas, como temperaturas abaixo de 20 C que contribuem para o desenvolvimento da doença. Para o controle da requeima há diversos produtos registrados, sendo os mais utilizados pelos agricultores da região o cloridrato de propanocarbe, flupicolide, fenamidona e mancozebe. 3.2.2 Pinta preta (Alternaria solani) Doença causada pelo fungo Alternaria solani que atinge praticamente todas as regiões produtoras de batata e assim como a requeima é uma das principais causadoras de prejuízos na produtividade das lavouras. Ataca a planta em todos os estádios vegetativos e toda a parte aérea, pecíolo, caule e tubérculo. Segundo Kimati et al. (2005), o aumento da intensidade da

doença no campo ocorre tanto pelo surgimento de lesões novas como pela expansão das mais velhas que podem coalescer, atingindo uma área considerável da folha, nos pecíolos e caules os sintomas são semelhantes. Com as aplicações visando o controle da requeima alguns produtos ainda poderão controlar a pinta preta, porém há necessidade de produtos específicos como pirimetanil, associado a fenamidona e propanocarbe. 3.2.3 Sarna (Spongospora subterrânea e Helminthosporium solani) Sarna pulverulenta é conhecida pelos produtores como sarna, causada pelo fungo Spongospora subterrânea, tem ocorrência em todos os locais produtores, depreciando os tubérculos destinados ao consumo. Por não apresentar sintomas nas folhas e muitos produtores não realizarem o arranque de algumas plantas a fim de verificar a presença do patógeno, a doença só é detectada quando a batata está no processo de lavagem. Os sintomas são apenas nos tubérculos que iniciam na formação dos mesmos. As lesões tem formato arredondado ou irregular, em forma de pústula ou verrugas, com intumescimento ou depressão no centro. O tecido lesionado apresenta-se com crescimento irregular e com aspecto poroso, notando se massas de esporos em formato de bolas no seu interior (EMBRAPA, 2003). Essas lesões podem causar maiores prejuízos por serem porta de entrada a outros patógenos causadores de doenças como as podridões secas ou podridões moles, que dependendo o grau de deterioração dos tubérculos causados por estas podridões, fica difícil a visualização dos sintomas da Sarna Pulverulenta. Já a Sarna prateada, causada pelo fungo Helminthosporium solani, afeta os tubérculos no campo ou no galpão, provocando manchas inicialmente claras, que adquirem um brilho prateado. A doença ocasiona a perda de peso dos tubérculos durante a estocagem porque acelera a perda de água pelas manchas (KIMATI et al.,2005). O controle está mais ligado ao manejo correto, como a colheita de tubérculos maduros, rotação de cultura e estocagem, que a controle químico. 3.2.4 Rizoctoniose (Rhizoctonia solani) Presente em outras culturas, a rizoctoniose causa muitos danos ao estande de plantas na cultura da batata. O fungo causador é Rhizoctonia solani que na maioria das vezes chega a

campo através de sementes produzidas pelos próprios produtores, ou seja, não certificadas. De fácil identificação, a rizoctoniose apresenta crostas pretas ou amarronzadas sob os tubérculos, e podem ser retirados com a unha ou auxilio de um canivete. Ataca as brotações e causa a morte destes brotos antes da emergência, especialmente em solos úmidos e frios. Os sintomas ocorrem em reboleiras nas lavouras quando o inóculo já está presente no solo. O patógeno sobrevive no solo ou em tubérculos que ficaram nas lavouras, aumentando a população onde não há rotação de cultura. A rotação de cultura é uma prática efetiva no controle de rizoctonioes, principalmente se realizada com gramíneas e associada ao tratamento de tubérculos-sementes no sulco de plantio com fungicidas protetores do grupo Feniluréias como o Pencicurom. 4. COLHEITA O ciclo da batata é completada em aproximadamente 100 dias, podendo variar por alguns dias de acordo com a cultivar e com condições ambientais ocorridas durante o desenvolvimento das plantas (BISOGNIN, 1996). O ponto de colheita se define quando os tubérculos estão com a casca firme o que dificultaria lesões durante a retirada do campo e processo de lavagem da batata. Um indicativo seria esperar as hastes das batatas ficarem totalmente secas. Atualmente essa prática não é muito utilizada, por manter as lavouras por mais tempo e aumentar a incidência de pragas e doenças, aumentando a fonte de inóculo para outras lavouras. Para minimizar esses problemas é feita a dessecação pré colheita com herbicidas de contato, como Finale (Glufosinato de amônio) e Gramoxone (Paraquat) para uniformizar a área de colheita, e eliminação de algumas plantas daninhas que facilita na catação dos tubérculos. A colheita pode ser realizada como auxilio de enxadas em pequenas áreas ou com uma arrancadora com esteira que pode ser visto na Figura 1 que facilita o trabalho, arrancando duas linhas de plantio por vez.

Figura 1 Colheita mecanizada de batata com Arrancadora de Esteira na primeira safra de 2013 em São Francisco de Paula/RS. Após arrancadas, deve ter um período de tempo de até 20 minutos entre a colheita e a catação em dias muito quentes, para que as batatas sejam recolhidas por catadores e ensacadas em Big Bags, que podem ser vistos na Figura 2. Figura 2 Coleta, acondicionamento e armazenamento em Big Bags de batatas para posterior transporte da primeira safra de 2013 em São Francisco de Paula/RS.

5. PROJETO DESENVOLVIDO O projeto proposto pelo RTV foi o de gerar demanda de produtos Bayer na Cooperativa Piá, através de assistência técnica a produtores, melhora no escoamento de produtos das filiais da cooperativa, capacitação dos técnicos que atuam dentro das lojas agropecuárias e técnicos de campo e ainda a realização de uma área ver para crer. 5.1 GERAÇÃO DE DEMANDA Como ferramenta para gerar demanda foram realizados treinamentos voltados aos técnicos para o conhecimento de todos os produtos Bayer, divididos pelo uso em cada cultura, doses recomendadas, épocas de aplicação e argumentário de vendas, sendo assim, com a equipe técnica bem treinada é possível alcançar os valores orçados para o ano. Também foram realizados dias de campo contando com a presença de produtores, que pode ser visto na Figura 3. Estes eventos se tornaram importantes para que fosse possível que os agricultores vissem o comportamento das culturas e a resposta pela utilização dos tratamentos Bayer além de conseguirem sanar eventuais dúvidas. Figura 3 Realização de dias de campo Nos dois anos anteriores a Piá não alcançou os valores orçados pela Bayer junto a cooperativa, então foram tomadas medidas a fim de alcançar o volume de produtos orçados pelas empresas.

5.2 VER PARA CRER Esse campo demonstrativo foi realizado com o intuito de verificação da qualidade dos tratamentos Bayer na cultura da batata pelos agricultores. Foram feitos tratamentos de sulco, realizados no plantio e também da parte aérea das plantas, todas as operações foram realizadas pelo próprio produtor que gentilmente cedeu a área. 5.2.1 Descrição da área Área total: 35 ha Área demonstrativa: 2 ha Município: São Francisco de Paula- RS Localidade: Potreiro Velho A área em que foi realizado o teste pode ser vista na Figura 4. Figura 4 Área da propriedade onde foi realizado o experimento 5.2.2 Tratamento de sulco O plantio realizado foi mecânico, com uma plantadora adubadora e com um tanque de 80 litros acoplado na parte frontal do trator, com acionamento elétrico para distribuir os defensivos no sulco de plantio, como pode ser observado na Figura 5.

Figura 5 Plantio mecanizado da batata da primeira safra de 2013 em São Francisco de Paula. Com o auxilio deste tanque frontal no trator, a aplicação dos produtos direto no sulco garantem uma uniformidade de aplicação e o molhamento de parte das sementes com o produto. Foram utilizadas sementes certificadas da cultivar Ágata, com diâmetro entre 30 mm e 40 mm como pode ser observado na Figura 6. Figura 6 - Etiqueta de identificação da batata semente da cultivar certificada Ágata. Foram realizados dois tratamentos Bayer (Tratamentos I e II) e um tratamento do produtor (Tratamento III), todos no sulco de plantio com o objetivo de avaliar os efeitos no

controle de rizoctoniose, sarna, tripes e pulgão. Alguns produtos ainda estão em fase de registro, portanto esta área não será destinada a consumo. Tratamento I Doses: Monceren SC (Pencicurom) 5 litros por ha Antracol (Propinebe) 3 kg por ha * Serenade (Bacillus subtilis linhagem QST 713) 4 litros por ha * Evidence 700 WG (Imidacloprido) 360 g por ha *Produtos que estão em fase de registro para o tratamento de sulco na cultura da batata As embalagens do Serenade, Monceren e Evidence podem ser vistas na figura 7 abaixo. Figura 7 - Embalagens de produtos usados no tratamento de sulco Tratamento II Dose: Monceren 250 SC 5 litros por ha Antracol 700 WP 3 kg por ha Evidence 700 WG 360 g por ha Tratamento III (Padrão do produtor) Produtos: Frowncide 500 SC (Fluazinam) 3 Litros por ha Pulsor 240 SC (Tifluzamida) 2 Litros por ha

Sabre (Clorpirifós) 3 Litros por ha 5.2.3 Tratamento da parte aérea O tratamento da parte aérea foi realizado de forma igual todas as áreas de tratamento independentemente ao tratamento de sulco. O tratamento Bayer para a cultura da batata consiste na aplicação de fungicidas, de acordo com a sua formulação e indicação das épocas de aplicação, rotacionando princípios ativos, para desta forma diminuir as possibilidades de resistência dos fungos aos produtos. Este tratamento consiste na utilização de Nativo (Trifloxistrobina + Tebuconazol), Mythos (Pirimetanil), Consento (Propanocarbe + Fenamidona), Infinito (Propanocarbe + Fluopicolide), Antracol 700 WP (Propinebe), sendo realizadas misturas ou aplicando somente um produto por vez. Para o controle de pragas a Bayer possui um amplo portifólio para controle das principais pragas, nestas áreas em questão foi utilizado Connect (Imidacloprido+Betaciflutrina), Decis 25 EC (Deltametrina), Certero (Triflumurom) e Provado 200 SC (Imidacloprido). Já o tratamento do produtor é realizado de acordo com a evolução da lavoura e o aparecimento de doenças, os principais produtos utilizados são Dithane NT (Mancozebe), Curathane (Mancozebe + Cimoxanil), Proplant (Propanocarbe), Cantus (Boscalid) e Forum (Dimetomorfe), todos esses o produtor escolheu sem o auxilio de assistência técnica. Os inseticidas aplicados na maioria das aplicações foram Karate Zeon 50 CS (Lambda-Cialotrina), Premio (Clorantraniliprole), Ampligo (Lambda-Cialotrina +Clorantraniliprole), Engeo Pleno (Tiametoxam+ Lambda-Cialotrina) e Decis 25 EC (Deltametrina). 5.2.4 Resultados Mediante todas as ações realizadas para melhora no escoamento dos produtos Bayer dentro da cooperativa PIÁ, o treinamento da equipe foi que se destacou, desta forma toda a equipe técnica conseguiu mostrar resultados e o incremento na vendas foi notório.

Os resultados foram positivos sendo assim esses treinamento e atualizações se tornaram de grande importância, esses serão realizados com maior frequência para auxiliar novos membros da equipe a se engajar e manter sempre a atenção voltada aos produtos Bayer e os benefícios que os mesmos promovem aos seus clientes. Com relação à área ver para crer não foram feitas análises da incidência de doenças durante o cultivo, apenas foi verificado sem demostrar estatisticamente que o controle da Pinta preta foi mais eficiente devido a associação de Mythos e Consento comparado ao tratamento do produtor. E a baixa incidência de Requeima pela utilização do Infinito, durante todo o ciclo da cultura. A avaliação demonstraria o incremento na produção e a redução de perdas causadas pela Requeima e Pinta preta, além da depreciação dos tubérculos causados por sarna, porém infelizmente estes dados não foram coletados devido a destruição parcial da lavoura antes do período de colheita, causado por geada. A lavoura estava com 70 dias quando ocorreu a geada, o produtor considerou o risco da ocorrência de geadas, mas devido ao preço elevado do tubérculo fez o plantio para correr o risco.

6.CONCLUSÃO A realização do estágio junto a uma empresa do porte da Bayer Cropscience faz com que se veja o agronegócio com uma visão ampla da área comercial e conhecer diversas possibilidades de atuação e desenvolvimento da profissão do agrônomo tendo como cliente o agricultor. Foi possível acompanhar toda a cadeia produtiva, desde o produtor ao distribuidor e compreender suas dificuldades, tendo assim a oportunidade de participar de algumas mudanças. Dessa forma, com o estágio se consegue colocar em prática parte dos conhecimentos teóricos adquiridos durante a graduação e assim trabalhar com a empresa e os produtores. Com o trabalho em conjunto das empresas Piá e Bayer os agricultores podem melhorar seus índices produtivos para obter maior renda de seus cultivos.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bayer Cropscience. Disponível em: http://www.bayer.com.br/scripts/pages/pt/produtos_negcios/divises/bayer_cropscience/index. php. Acesso: 14/03/2013 às 6:50 pm BISOGNIN, D.A.; Recomendações Técnicas para o Cultivo da Batata no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 1 ed. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 1996. 64 p. COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. v.10. Ed. Porto Alegre, 2004. 400p. EMBRAPA. O cultivo da Batata na Região Sul do Brasil. 1 ed. Embrapa Informações Tecnológicas. Brasília, 2003. 567p. EMPASC; EMATER. Sistema de Produção para Batata. 1ª ed. Florianópolis. 1983. 50 p. GRINGS, M.; BRACK, P. Árvores na vegetação nativa de Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul. Iheringa, v.64. Porto Alegre, 2008. p. 5 22. IBGE 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201304.pdf Acesso: 27/05/2013 às 09:45 am. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná - SEAB/PR. Disponível em: http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/file/deral/pss.xls. Acesso: 14/03/2013 às 5:30 pm. Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO. Disponível em: http://fao.org. Acesso: 20/02/2013 às 7:00 pm. KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de Fitopatologia. 4ª ed. Agronômica Ceres. São Paulo. 2005. 666p.