INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI /2006

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Transcrição:

INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11.350/2006 Autoria: Sidnei Di Bacco Advogado Dispõe a EC 51/2006: Art. 1º. O art. 198 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido dos seguintes 4º, 5º e 6º: Art. 198. (...) 4º. Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. 5º. Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias. 6º. Além das hipóteses previstas no 1º do art. 41 e no 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. Art. 2º. Após a promulgação da presente Emenda Constitucional, os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias somente poderão ser contratados diretamente pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios na forma do 4º do art. 198 da Constituição Federal, observado o limite de gasto estabelecido na Lei Complementar de que trata o art. 169 da Constituição Federal. único. Os profissionais que, na data de promulgação desta Emenda e a qualquer título, desempenharem as atividades de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias, na forma da lei, ficam dispensados de se submeter ao processo seletivo público a que se refere o 4º do art. 198 da Constituição Federal, desde que tenham sido contratados a partir de anterior processo de Seleção Pública efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de Estado, Distrito Federal ou Município ou por outras instituições com a efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da federação. Art. 3º. Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data da sua publicação.

A EC 51/2006 apresenta uma CONTRADIÇÃO. Diz o art. 1º: 4º. Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. Porém, em sentido contrário, afirma o art. 2º: Art. 2º. Após a promulgação da presente Emenda Constitucional, os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias somente poderão ser contratados diretamente pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios na forma do 4º do art. 198 da Constituição Federal, observado o limite de gasto estabelecido na Lei Complementar de que trata o art. 169 da Constituição Federal. Observa-se: a) ao usar o termo poderão, o art. 1º FACULTA a contratação direta de ACE e ACD, portanto, admite a terceirização; b) ao empregar a locução somente poderão, o art. 2º EXIGE a contratação direta de ACE e ACD, ou seja, proíbe a terceirização. A incoerência também pode ser descrita da seguinte forma: não é obrigatória a contratação direta de ACE e ACD (art. 1º) e é obrigatória a contratação direta de ACE e ACD (art. 2º). Todavia, esse conflito é apenas APARENTE. Ele ocorre apenas quando os dispositivos são lidos isoladamente, mas desaparece no momento em que as normas são correlacionadas e interpretadas sistematicamente, da seguinte forma: Art. 1º: A administração tem duas alternativas para a admissão de ACE e ACD (partícula poderão, que significa possibilidade ): Contratação direta, por meio de processo seletivo público; Contratação indireta, através de instituição privada que forneça esses profissionais (terceirização).

Art. 2º: Decidindo-se a administração pela contratação direta, somente poderá adotá-la se, concomitantemente, forem respeitados os seguintes dispositivos constitucionais (expressão somente poderão, que significa obrigatoriedade ): Art. 198, 4º, CF, ou seja, por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação; Art. 169, isto é, observado o limite de gastos estabelecido na LRF. Portanto, o art. 2º é simplesmente uma NORMA EXPLICATIVA, que se limita a dizer como deverão ser realizadas as contratações diretas de ACE e ACD, quando for essa a alternativa escolhida pela administração. O art. 2º não representa uma regra proibitiva, que pretensamente vedaria a utilização de ACE e ACD através de interposta pessoa. A toda evidência, a terceirização é permitida pelo art. 1º. Posteriormente, a Lei 11.350/2006 regulamentou o art. 2º da EC 51/2006, entretanto, ao fazê-lo, incidiu em INCONSTITUCIONALIDADE, pois ofendeu o art. 1º, já que estabeleceu a contratação direta de ACE e ACD como única opção à disposição do administrador, vedando a terceirização dessas atividades. Confira-se: Art. 2 o O exercício das atividades de Agente Comunitário de Saúde e de Agente de Combate às Endemias, nos termos desta Lei, dar-se-á exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, na execução das atividades de responsabilidade dos entes federados, mediante vínculo direto entre os referidos Agentes e órgão ou entidade da administração direta, autárquica ou fundacional. Art. 16. É vedada a contratação temporária ou terceirizada de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Endemias, salvo na hipótese de combate a surtos epidêmicos, na forma da lei aplicável. (grifou-se)

Por outro lado, a admissão de ACE e ACD na forma preconizada pela Lei 11.350/2006 ocasiona a instituição de DUPLO REGIME DE PESSOAL, estatutário e celetista, ofendendo decisão proferida pelo STF na ADIN 2.135-MC. [1] Veja-se: Art. 8 o Os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de Combate às Endemias admitidos pelos gestores locais do SUS e pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, na forma do disposto no 4 o do art. 198 da Constituição, submetem-se ao regime jurídico estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, salvo se, no caso dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, lei local dispuser de forma diversa. (grifou-se) Inconcebivelmente, a admissão celetista de ACE e ACD é por tempo indeterminado, sem nenhuma limitação temporal à vigência do contrato de trabalho: Art. 10. A administração pública somente poderá rescindir unilateralmente o contrato do Agente Comunitário de Saúde ou do Agente de Combate às Endemias, de acordo com o regime jurídico de trabalho adotado, na ocorrência de uma das seguintes hipóteses: I - prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT; II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso de despesa, nos termos da Lei n o 9.801, de 14 de junho de 1999; ou IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a continuidade da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das atividades exercidas. único. No caso do Agente Comunitário de Saúde, o contrato também poderá ser rescindido unilateralmente na hipótese de não-atendimento ao disposto no inciso I do art. 6 o, ou em função de apresentação de declaração falsa de residência. Art. 16. É vedada a contratação temporária ou terceirizada de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às

Endemias, salvo na hipótese de combate a surtos epidêmicos, na forma da lei aplicável. A conclusão é inafastável: a administração pode, sim, utilizar ACE e ACD fornecidos por empresas terceirizadas, nos exatos termos do 4º do art. 198 da Constituição Federal, com redação dada pela EC 51/2006. NOTA: [1] O Plenário do STF deferiu medida cautelar na ADI 2.135-MC para suspender a eficácia do caput do art. 39 da CF, na redação dada pela EC 19/1998: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. A proposta de alteração do caput do art. 39 não teria sido aprovada por maioria qualificada (3/5 dos parlamentares) da câmara dos deputados, em primeiro turno, conforme previsto no art. 60, 2º, CF. Ao elaborar o texto enviado para votação em segundo turno, a comissão especial de redação da câmara dos deputados teria deslocado o 2º do art. 39, que havia sido aprovado, para o lugar do caput do art. 39, cuja proposta de alteração havia sido rejeitada no primeiro turno. O regimento interno da câmara dos deputados, em seu art. 118, não permite essa transposição por simples emenda redacional. Redação original ressuscitada: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Observe-se a exigência de regime jurídico único de pessoal, isto é, vedação de coexistência ordinária dos regimes estatutário e celetista. A obrigatoriedade de regime de pessoal unitário havia sido afastada pela EC 19/1998. Em consequência, a admissão através de regime celetista é admitida unicamente na hipótese de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, inciso IX).