RELATÓRIO GLOBAL SOBRE HOMICÍDIOS

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Transcrição:

VI. BUSQUE A JUSTIÇA Êxodo 20.13 Não matarás. RELATÓRIO GLOBAL SOBRE HOMICÍDIOS Em abril deste ano, a ONU lançou um Relatório Global sobre Homicídios, preparado durante o ano de 2013, que revelou o seguinte: Somente em 2012, foram registrados 50.108 homicídios no Brasil, número equivalente a pouco mais dos 10% dos assassinatos cometidos em todo o mundo, que foram 437 mil. O nosso país integra o segundo grupo de países mais violentos do mundo, juntamente com o México, a Nigéria e o Congo. O nosso grupo é de 20 a 25 homicídios para cada 100 mil habitantes. Nós estamos atrás apenas da Colômbia, da Venezuela, da Guatemala e da África do Sul. No Brasil, apesar da grande maioria das vítimas de homicídios serem do sexo masculino (90%), destaca-se no relatório o número significativo de mulheres que são assassinadas pelos seus parceiros ou familiares. O abuso de álcool e de outras drogas, e a disponibilidade de armas de fogo, são apontados no estudo como determinantes nos padrões e prevalência da violência letal. Fonte: http://goo.gl/uvyc2k Diante de um quadro horrível como este, pelo menos dois fatores se destacam. Primeiro: a injustiça social (incluindo a impunidade, a falta de políticas públicas, etc.); Segundo: a crueldade do coração humano, que é capaz de atingir o mais alto grau de impiedade. Não há como negar, o Sexto Mandamento, que diz: Não matarás, é um dos mais violados. QUE CRUELDADE! Que crueldade é a quebra do Sexto Mandamento! Uma vez violado, é impossível de ser reparado, pois quando se tira a vida de alguém não há como qualquer ser humano trazê-la de volta. Mas infelizmente, quando lemos os dados, quando ouvimos o choro, por -! - 1

exemplo, de uma mãe ou de um pai que teve o filho cruelmente assassinado, descobrimos como a vida humana, desde a queda, no Éden, perdeu o seu valor. Muitos parecem pensar como Napoleão Bonaparte. Recordo-me de algo que li a respeito de sua crueldade, que ilustra muito bem o valor que o ser humano costuma dar à vida do seu semelhante. Certa vez, quando ele fazia planos para uma de suas grandes batalhas, um de seus generais compartilhou com ele o seguinte: - Essa batalha nos custará a vida de 100 mil dos nossos homens. Ele respondeu: - 100 mil homens! O que são 100 mil homens para mim? Que crueldade para com a vida humana! Ela perdeu o seu valor. LICITUDE OU ILICITUDE DO FATO O Sexto Mandamento é um dos mais curtos. São apenas duas palavras no original hebraico: lo ratzach - não mate. Mas, que ação de matar o Senhor tem em mente aqui no Sexto Mandamento? A língua hebraica tinha pelo menos oito diferentes palavras para matar, e a que aqui foi usada foi cuidadosamente selecionada. Ratzach (matar) nunca foi usado no sistema legal (aplicação da lei) ou militar (declaração de guerra), por exemplo. É importante saber que existem outras palavras hebraicas para a aplicação da pena de morte, a ação em legítima defesa, e a atitude de um policial ou de um soldado em combate. Ratzach (matar) também nunca foi usado para o ato de caçar ou de abater um animal (cf. Gn 9.3). O que ratzach (matar) parece indicar no Sexto Mandamento é o que o Código Penal Brasileiro (artigos 23 a 25) chama, por exemplo, de ilicitude do fato - ou seja: tirar ilicitamente a vida de um ser humano inocente (assassinato), de forma premeditada e deliberada. A lei brasileira diz assim: Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; -! - 2

II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Agora, para saber o que caracteriza cada uma dessas práticas, consulte o Código Penal Brasileiro (art. 23-25), com a ajuda de um advogado. Para uma discussão completa do que consiste em crime, leia os artigos 13 a 25 da lei. A verdade é que Deus sempre se preocupou com a licitude e a ilicitude do ato de matar. Deus é Deus de justiça. Nossas leis, por mais imperfeitas que sejam, de uma forma ou de outra, refletem verdades e valores de Deus implantados no ser humano criado à sua imagem e à sua semelhança. MATANDO SEM FAZER MAL (NEM BEM)! É importante destacar que o crime não é caracterizado apenas pela ação, mas também pela omissão. Isso é muito importante para o nosso estudo do Sexto Mandamento. O nosso Código Penal diz assim: Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Que bom saber que, ao menos neste ponto, consciente ou inconscientemente, a nossa lei faz eco com a interpretação correta da Lei de Deus. Escrevendo sobre o Sexto Mandamento, no seu Catecismo Maior, Martinho Lutero comentou: [O Sexto Mandamento] é violado não apenas quando uma pessoa realmente pratica o mal [matando], mas também quando deixa de fazer o bem a seu próximo, ou, embora tenha oportunidade, falha em prevenir, proteger e salvá-lo de sofrer dano corporal ou injúria. -! - 3

Não matarás significa muito mais do que a negativa, abster-nos da violência física. Também significa que devemos cuidar do bem-estar físico e espiritual de nosso próximo, incluindo aquelas pessoas que podem até mesmo ser nossas inimigas (cf. Lc 10.25-37). A ESPIRITUALIDADE CRISTÃ NO SEXTO MANDAMENTO Santidade, aos olhos de Deus e dos Reformadores, não consiste em somente não matar, mas também em não contribuir (omissão) para que outros morram (de injustiça, de fome, de frio, de sede, doentes, etc.). A espiritualidade bíblica requer que não pratiquemos o mal e, em seu lugar, pratiquemos atos de justiça; que nos esforcemos na santidade pessoal e também que nos engajemos na transformação social para a glória de Deus e o bem dos outros, sejam eles amigos ou inimigos, pois todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus. João Calvino disse assim: Diga que seu inimigo não merece nem o seu menor esforço por sua causa; mas a imagem de Deus, que o recomenda a você, é digna de que você se dê e dê todas as suas posses. Seguramente, há apenas um caminho no qual podemos alcançar não o que é meramente difícil, mas o que é totalmente contra a natureza humana: amar aqueles que nos odeiam, retribuir feitos maus com benefícios, retornar a acusação com bênçãos (Mt 5.44). Isso acontece quando nos lembramos de não considerar a intensão má dos homens, mas de olharmos para a imagem de Deus neles Depois de tudo, Calvino concluiu: Nosso próximo carrega a imagem de Deus: usá-lo, abusar dele, maltratá-lo, ou aproveitar-se dele é fazer violência à pessoa de Deus que se reflete em cada alma humana, apesar da Queda Não apenas desprezo a minha carne quando desprezo ou quando oprimo alguém, mas violo a imagem de Deus que está em nós. O Sexto Mandamento, portanto, requer do cristão não apenas que ele não pratique o mal, mas que ele também se esforce na prática do bem. Deus quer que busquemos a justiça. -! - 4

A EXTERIORIDADE DO ATO DE MATAR De forma mais prática, podemos dizer que, tradicional e biblicamente, existe a quebra do Sexto Mandamento quando se age matando. Por exemplo: Homicídio - homicídio vem do latim: hominis excidium (destruição do homem). Crime que consiste no ato de uma pessoa matar outra. É tido como um crime universal, sendo punido em praticamente todas as culturas. Genocídio - genocídio é o extermínio ou a desintegração de uma comunidade pelo emprego deliberado da força, por motivos raciais, religiosos ou políticos, entre outros. Para a ONU, esse tipo de agressão configura-se como delito contra a humanidade. Exemplo: Massacre da Noite de São Bartolomeu - em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris matança entre 5 mil a 30 mil integrantes do Partido Protestante (Huguenotes) por ordem do Carlos IX de França, com apoio dos membros da Casa Real francesa e dos nobre do Partido Católico, chefiados pelo Duque de Guise. Extermínio dos povos indígenas para a colonização europeia nas Américas do Norte e Latina. Holocausto (matança dos judeus) durante a Segunda Guerra Mundial. Genocídio Armênio no qual o Império Turco-Otomano matou mais de 1,5 milhões de armênios entre 1915 e 1923 (o crime continua sendo negado até hoje). Suicídio - suicídio é o ato intencional de matar a si mesmo. Eutanásia - A palavra eutanásia traz sua construção semântica dividida em Eu (boa) e thanatos (morte), de forma que a origem da palavra revelava o que se pensa ser boa morte, morte piedosa, morte altruísta, morte caridosa, etc. Hoje, no Brasil a eutanásia é crime, podendo caracterizar o ilícito penal de várias formas, vejamos uma delas; caso um terceiro, médico ou familiar do doente terminal lhe dê a morte, estaremos diante do homicídio, que, eventualmente teria tratamento penal privilegiado, atenuando-se a pena, pelo relevante valor moral que motivou o agente, assim o juiz poderia reduzir a pena de um sexto a um terço. Esse homicídio, mesmo privilegiado, não leva em conta, se houve ou não consentimento da vítima para descaracterizar o crime, aliás, mesmo em -! - 5

havendo tal consentimento, se haveria de desconfiar sobre sua lucidez e independência para decidir sobre a própria vida. Para mais informações, acesse: http://goo.gl/p7zgs8 Aborto induzido - aborto ou interrupção da gravidez é, de forma induzida, a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada. Porém, no Brasil, não é qualificado como crime quando praticado por médico capacitado em três situações: quando há risco de vida para a mulher causado pela gravidez, quando a gravidez é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico (desde decisão do STF pela ADPF 54, votada em 2012, que descreve a prática como parto antecipado" para fim terapêutico). Nesses casos, o governo Brasileiro fornece gratuitamente o aborto legal pelo Sistema Único de Saúde. Essa permissão para abortar não significa uma exceção ao ato criminoso, mas sim uma escusa absolutória - ou seja: o réu foi declarado culpado, mas, por razões de utilidade pública, ele não está sujeito à pena prevista para aquele crime. Note que o assunto é controverso. Portanto, tirar, diretamente (de forma dolosa), a vida através de homicídio, de genocídio, de suicídio, de eutanásia e de aborto induzido é violação do Sexto Mandamento. Também é violação do mesmo mandamento tirar indiretamente (de forma culposa) a vida do outro em decorrência do abuso de álcool e de drogas, e do desrespeito às leis. A INTERIORIDADE DO ATO DE MATAR Até aqui você pode ter dito: Ufa! Eu não sou assassino. Graças a Deus eu nunca matei ninguém! Será? Ouça o que disse Jesus e observe que ele deu um passo profundamente além, ao dizer que o pecado precede o ato, ele nasce do coração. Veja: (A Mensagem) Mc 7.20-23 [Jesus] continuou: O que contamina é o que sai da pessoa. É do coração que vomitamos maus pensamentos, obscenidade, imoralidade, roubo, assassinato, adultério, cobiça, depravação, engano, bebedice, olhar maldoso, calúnia, arrogância, insensatez. Essa é a verdadeira contaminação. Interpretando o Sexto Mandamento à luz das palavras de Jesus, os Reformadores (Catecismo de Heidelberg) disseram que -! - 6

Ao proibir o assassinato, Deus pretende nos ensinar que ele detesta a raiz do assassinato, que é a inveja, o ódio, a raiva e o desejo de vingança, e que ele considera tudo isso como um assassinato oculto. Nós abominamos, com razão, a exterioridade do ato de matar (homicídio, genocídio, suicídio, eutanásia e aborto), mas é triste constatar, pelas palavras e pelos procedimentos das pessoas, o quanto nós temos tolerado, e muitas vezes nutrido (em casa, na rua e até na igreja), a interioridade do ato de matar. Assassinato oculto é tão pecado quanto assassinato flagrante. Mt 5.21-22 21 Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: Não matarás, e quem matar estará sujeito a julgamento. 22 Mas eu lhes digo que qualquer que se irar [no coração] contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: Racá [burro, tolo], será levado ao tribunal. E qualquer que disser: Louco!, corre o risco de ir para o fogo do inferno [Lembre-se: a boca fala do que está cheio o coração]. Logo, desobedecemos ao Sexto Mandamento ao tolerar qualquer atitude que possa produzir dano ativo (em palavras ou posturas) ou apatia passiva (falta de amor) com respeito ao bem-estar de nosso próximo. O PERDÃO PARA O ATO DE MATAR Matar, exterior ou interiormente, o próximo é pecado digno do fogo do inferno (Mt 5.22). Deveríamos nos preocupar, pois, desse pecado, todos nós, de uma forma ou de outra, somos culpados. Não estamos sós! Na Bíblia, homens como Moisés, Davi e Paulo, por exemplo, foram acusados de matar. Moisés matou um egípcio. Davi matou Urias. Paulo matou e consentiu com a morte de cristãos. Todos, no entanto, receberam o perdão! Como? Através do arrependimento e da fé em Cristo Jesus. Ouça, por exemplo, o testemunho de Paulo: 1Tm 1.12-17 12 Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério, 13 a mim que anteriormente fui blasfemo, perseguidor e insolente; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e na minha incredulidade; 14 contudo, a graça de nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. 15 Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: -! - 7

Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior. 16 Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna. 17 Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém. Segundo o testemunho de Paulo, há três coisas que Deus pode fazer por cada um de nós, e em nós pecadores e assassinos: Perdoar - salvar-nos do pecado. Transformar - tornar-nos em vaso de testemunho e de bênção. Alegrar - fazer-nos cantar para a glória de Deus. * A você que já matou ou abortou, existe esperança. Há perdão. ** A você que vive matando, nutrindo ira e ódio no coração, espalhando maldades com seus lábios, armando ciladas para o outro, também existe esperança. Há perdão para você também. *** Arrependa-se e creia em Jesus. Deixe Deus te perdoar em Cristo. Deixe Deus te transformar pelo Espírito. Deixe Deus te entregar um novo coração e uma nova consciência. Agora, se você é daqueles que acha que não se enquadra em qualquer uma das categorias expostas até aqui, saiba que não há ser humano que não tenha participado do ato de matar o Filho de Deus, o autor da vida (At 3.14-15). Todos nós somos culpados de crucificá-lo. *** Arrependa-se e creia em Jesus. Deixe Deus te perdoar em Cristo. Deixe Deus te transformar pelo Espírito. Deixe Deus te entregar um novo coração e uma nova consciência. Que todos nós possamos sair daqui justificados e buscando a justiça, cantando a canção do perdão e da salvação: Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém. (1Tm 1.17) -! - 8