ANÁLISE DO VOLUME DE VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA - JULHO/2015 O COMÉRCIO VAREJISTA NO BRASIL CONTINUA EM QUEDA A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem como objetivo produzir indicadores que permitam acompanhar a evolução conjuntural do comércio varejista e de seus principais segmentos. De acordo com a PMC, em julho de 2015, o comércio varejista no Brasil registrou recuo de -1,0% no volume de vendas, mantendo praticamente estável o indicador da receita nominal 0,1%, ambas as comparações em relação ao mês imediatamente anterior, na série ajustada sazonalmente. Em termos de volume de vendas, essa é a sexta variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional apresentou, em termos de volume de vendas, decréscimo de -3,5 % sobre julho do ano anterior, acumulando variações de -2,4 % no ano e de -1,0 % nos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou variação de 4,2 %, 4,2 % e de 5,3 %, respectivamente. O Comércio Varejista Ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou crescimento sobre o mês imediatamente anterior, tanto para o volume de vendas (0,6%) quanto para a receita nominal 1,1%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, foram registradas variações de -6,8 % para o volume de vendas e de 0,2% na receita nominal de vendas. As taxas acumuladas foram de -6,5%, no ano, e de - 4,9%, nos últimos 12 meses, para o volume de vendas, e de -0,3 % e 0,9 % para a receita nominal, respectivamente. Ver tabela abaixo com o resumo do volume de vendas do comércio varejista no Brasil. Tab.1 Brasil: Volume de Vendas e Nominal do Comércio Varejista em (%) Período Varejo Varejo Ampliado Volume de vendas nominal Volume de vendas nominal Julho 2015/Junho 2015-1,0 0,1 0,6 1,1 Julho 2015/Julho 2014-3,5 4,2-6,8 0,2 Acumulado 2015-2,4 4,2-6,5-0,3 Acumulado em 12 meses -1,0 5,3-4,9 0,9 Fonte: IBGE-PMC/Julho, 2015 De acordo com o IBGE, a redução de 1,0% no volume de vendas, na passagem de junho para julho, na série com ajuste sazonal, alcançou sete dos oito segmentos observados no varejo. Em ordem de magnitude, os resultados abaixo da média nacional foram registrados em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,5%); Móveis e eletrodomésticos (-1,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,3%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%). Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,0%), setor de maior peso na estrutura do comercio varejista, e Tecidos, vestuário e calçados, também com variação de -1,0%, registraram taxa igual a média das vendas totais no varejo. O segmento de Combustíveis e lubrificantes (-0,4%) registrou variação negativa, enquanto a atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,0%) ficou estável. Considerando o comércio varejista ampliado, a variação foi positiva (0,6%), após sete taxas negativas consecutivas. Este resultado foi bastante influenciado pelo avanço de 5,1% na passagem de junho para julho de Veículos e motos, partes e peças, na medida que o grupamento de Material de construção voltou a apontar queda (-2,4%), após resultado positivo em junho último (5,3%). Ver a tabela abaixo com os resultados para todos os segmentos.
Tab.2 Brasil: Volume de Vendas do Comércio Varejista e Comércio Varejista Ampliado Segundo Grupos de Atividade - Julho de 2015 ATIVIDADES MÊS/MÊS MÊS/IGUAL MÊS DO ACUMULADO ANTERIOR (*) ANO ANTERIOR Taxa de Variação Taxa de Variação Taxa de Variação MAI JUN JUL MAI JUN JUL NO 12 ANO MESES COMÉRCIO VAREJISTA (**) -0,9-0,5-1,0-4,5-2,7-3,5-2,4-1,0 1 - Combustíveis e lubrificantes -0,3-0,7-0,4-4,4-0,7-3,6-3,3-1,2 2 - Hiper, supermercados, prods. alimentícios, bebidas e fumo -1,0-0,4-1,0-2,0-2,7-2,1-1,8-1,4 2.1 - Super e hipermercados -1,0-0,4-1,1-2,1-2,6-2,0-1,7-1,3 3 - Tecidos, vest. e calçados 1,9-1,1-1,0-7,8-4,6-8,1-5,5-3,3 4 - Móveis e eletrodomésticos -1,9-1,2-1,7-18,5-13,6-12,8-11,5-7,3 4.1 - Móveis - - - -20,1-10,2-14,5-13,2-9,3 4.2 - Eletrodomésticos - - - -17,8-15,1-11,9-10,7-6,4 5 - Artigos farmaceuticos, med., ortop. e de perfumaria -0,5-0,1-1,1 1,8 5,8 1,6 4,6 6,1 6 - Equip. e mat. para escritório informatica e comunicação -2,3-0,4-1,3-11,8-5,8-9,2-8,4-8,8 7 - Livros, jornais, rev. e papelaria 2,8-2,1-5,5-0,5 7,4-5,2 7,9 4,7 8 - Outros arts. de uso pessoal e doméstico 1,0-0,4 0,0 0,2 1,3 0,3 3,4 5,0 COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO (***) -1,8-0,7 0,6-10,4-3,6-6,8-6,5-4,9 9 - Veículos e motos, partes e peças -4,6-2,4 5,1-22,1-6,8-13,3-15,3-13,1 10- Material de Construção -5,8 5,3-2,4-11,3 1,4-7,1-5,0-3,5 Fonte: IBGE-PMC/Julho-2015. (*) Séries com ajuste sazonal. (**) O indicador do comércio varejista restrito é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 8. (***) O indicador do comércio varejista ampliado é composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10. Brasil: Comércio Varejista - Resultados Regionais Das 27 Unidades da Federação, vinte apresentaram variações negativas no volume de vendas quando comparado a junho de 2015, na série com ajuste sazonal, conforme gráfico 1. As taxas variaram de -4,9% no Amapá a -0,3% em Minas Gerais. Nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal o volume de vendas se manteve estável nessa comparação. Por outro lado, com aumento no varejo figuram: Roraima (2,7%), Pará (1,6%), Paraíba (1,3%) e Amazonas (0,3%).
Unidades da Federação Série Gráfico 1. Brasil: Variação do Volume de Vendas do Varejo por UF (Julho 2015) Brasil: Variação do Volume de Vendas do Varejo por UF (Mês/Mês anterior) RR 2,7 PA 1,6 PB 1,3 AM 0,3 DF 0,0 MT 0,0 MA 0,0-0,3 RO -0,3 MG -0,4 MS -0,4 SC -0,5 RJ -0,7 CE -0,7 PI -0,8 TO -0,9 BA -1,0 BRASIL -1,1 SE -1,3 RN -1,4 ES -1,6 SP -1,6 GO -1,7 AL -1,8 AC -1,8 PE -2,2 PR -2,6 RS -4,9 AP -6,0-5,0-4,0-3,0-2,0-1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 Variação (%) Fonte: IBGE-PMC/Julho, 2015
SERGIPE: COMÉRCIO VAREJISTA APRESENTA QUEDA EM JULHO O comércio varejista de Sergipe apresentou em julho uma retração no volume de vendas. Em julho, a variação do volume de vendas foi de -1,1%, em relação ao mês de junho deste ano. Comparando a evolução das vendas do comércio varejista de julho deste ano com o mesmo mês do ano anterior, o comércio apresentou uma variação positiva de 5,2%. No ano, o comércio varejista acumula um saldo positivo de 5,3%. Em doze meses o saldo do volume de vendas é de 3,7%. Para o comércio varejista ampliado, o volume de vendas no mês de julho foi negativo (-3,0). No ano, o comércio varejista ampliado acumula um saldo de (-0,9%). Em doze meses o volume de vendas do comércio varejista ampliado a variação foi nula (0,0%). Em se tratando da receita de vendas, o comércio varejista apresentou queda de (-0,4%) no mês de julho em relação ao mês anterior. No ano, a receita acumula um saldo positivo de 12,0%. A tabela abaixo mostra os resultados da PMC para Sergipe de forma resumida. Tab.3. Sergipe: Volume de Vendas e Nominal do Comércio Varejista em (%) Período Varejo Restrito Varejo Ampliado Volume de vendas nominal de Volume de vendas nominal Vendas Julho 2015/Junho 2015-1,1-0,4-3,0 5,0 Julho 2015/Julho 2014 5,2 14,6 - - Acumulado 2015 5,3 12,0-0,9 5,4 Acumulado em 12 meses 3,7 9,9 0,0 5,8 Fonte: IBGE-PMC/Julho, 2015. Obs.: O comércio varejista ampliado inclui as atividades de veículos e de material de construção, além daquelas que compõem o varejo restrito. Analisando o comportamento de vendas do comércio varejista no período de janeiro a julho, verificamos que em julho, tanto as vendas como a receita do comércio varejista apresentaram saldo negativos. Essa queda no volume de vendas do varejo não ocorreu somente em Sergipe, ela foi disseminada em quase todo o país, vinte e um estados tiveram resultados negativos, demonstrando que a crise econômica do Brasil continua provocando desaceleração no ritmo das vendas do varejo. O gráfico abaixo ilustra a evolução mensal da variação do volume de vendas e da receita nominal do comércio varejista de Sergipe.
Variação (%) Variação (%) Série Gráfico 2. Sergipe: Variação do Volume de Vendas e da do Comércio Varejista (Jan-Jul/2015) 6 4 2 0-2 -4-6 -8 Sergipe: Variação do Volume de Vendas e da do Comércio Varejista (Jan-Jul/2015) 4,6 5,1 4,2 3,1 0,3 0,1 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho -0,4Julho -1,4-2,3-4,4-6,4 3,6 1,8-1,1 Volume de Vendas Nominal de Vendas Fonte: IBGE-PMC/Julho, 2015 NORDESTE: COMÉRCIO VAREJISTA APRESENTA RETRAÇÃO NAS VENDAS O comportamento do comércio varejista no Nordeste, no mês de julho deste ano apresentou o pior resultado do ano, no âmbito geral. Somente o estado da Paraíba apresentou aumento no volume de vendas, 1,3%. Os outros estados do Nordeste tiveram um mês de julho muito ruim para as vendas do varejo. A maior queda foi em Pernambuco (-1,8%), seguido de Alagoas (-1,7%) e Rio Grande do Norte (-1,3%). No estado do Maranhão, as vendas estiveram-se estáveis (0,0%). Os segmentos que tiveram as maiores quedas nas vendas foram: móveis, eletrodomésticos, Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, Veículos, motocicletas, partes e peças, Tecidos, vestuário e calçados. Ver o gráfico abaixo. Gráfico 3. Nordeste: Variação do Volume de Vendas do Comércio Varejista - Julho/2015 1,5 Nordeste: Variação do Volume de Vendas do Comércio Varejista - Julho/2015 1,3 1 0,5 0 0-0,5-1 -1,5-0,7-0,7-1,3-1,1-0,9-2 -1,8-1,7 Fonte: IBGE-PMC/Julho 2015.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES O comércio varejista em Sergipe passa por momentos difíceis, apresentando desaceleração ao longo dos meses, recuperou-se em junho, e voltando a apresentar retração de -1,1% em julho. A receita nominal de vendas também apresenta a mesma trajetória, com recuo de -0,4% em julho. Esse é um resultado que reflete o comportamento geral do comércio no Brasil e no Nordeste, em especial. O comércio varejista de Sergipe apresentou a quarta maior queda no volume de vendas entre os estados do Nordeste, somente o estado da Paraíba apresentou um volume de vendas positivo. O cenário no curto e médio prazo não são animadores. As medidas anunciadas pelo governo federal para enfrentar a crise que se instalou no país não deixam dúvidas que enfrentaremos dias difíceis pela frente. O comércio vem enfrentando dificuldades consecutivas, será necessário rever estratégias para continuar os negócios: adequar custos, margens e estoques à realidade, e, nesse sentido, as liquidações podem ser uma das alternativas. No âmbito geral, poucos segmentos resistiram às quedas, a exemplo dos artigos farmacêuticos, em que a alta dos preços sustenta a receita de vendas. Os segmentos que mais sofreram com a retração nas vendas foram vestuários, calçados, tecidos, móveis, eletrodomésticos, e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Se o desemprego continuar aumentando, assim como a inflação, que contribui com a queda do poder de compra das pessoas, a tendência é que as vendas no comércio continuem a desacelerar ou, no máximo, se manterem estáveis.