Termos para indexação: Passiflora spp., propagação, produção de mudas, estaquia, hormônio.

Documentos relacionados
PRODUTIVIDADE DE DEZ ACESSOS DE

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMI-LENHOSAS DE CEREJEIRA-DO-RIO- GRANDE (EUGENIA INVOLUCRATA DC.) TRATADAS COM ANTIOXIDANTE, FLOROGLUCINOL E AIB

Termos para indexação: maracujá-suspiro, Passiflora nitida, casca, propriedades funcionais

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE DEZ ACESSOS DE

Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 8

Passiflora. As espécies com maior número de representantes foram a P. nitida (18. acessos) e P. alata (18 acessos). Acessos originados do programa de

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 294

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE SEIS GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO- AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL

INCIDÊNCIA E SEVERIDADE DA VIROSE DO ENDURECIMENTO EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO-AZEDO CULTIVADOS NO DISTRITO FEDERAL

TIPOS DE ENXERTIA EM DIFERENTES IDADES DE PLANTAS DE MARACUJAZEIRO 1

SUBSTRATOS E AIB NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE AMOREIRA-PRETA XAVANTE

CARACTERIZAÇÃO DE MACRO E MICRO NUTRIENTES EM CASCAS DE PASSIFLORA

Tecnologias para produção de mudas de pequenas frutas e frutas nativas. Márcia Wulff Schuch Prof Titular Fruticultura FAEM/UFPel P PP

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS HERBÁCEAS DE DIFERENTES ESPÉCIES DE MARACUJAZEIRO 1

PROPAGAÇÃO DE AMOREIRA-PRETA UTILIZANDO ESTACAS LENHOSAS E TRÊS TIPOS DE SUBSTRATOS

MACROPROPAGAÇÃO DO MIRTILO SOB EFEITO DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES E TEMPOS DE IMERSÃO

CARACTERIZAÇÃO DE GERMOPLASMA E MELHORAMENTO GENÉTICO DO MARACUJAZEIRO ASSISTIDOS POR MARCADORES MOLECULARES

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

RENDIMENTO DE SUCO E TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS EM GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIRO AMARELO

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DO ANO NO SUCESSO DA ENXERTIA NAS VARIEDADES DE ABACATEIRO: HASS E FORTUNA

ENXERTIA HERBÁCEA EM MYRTACEAE NATIVAS DO RIO GRANDE DO SUL

PRODUÇÃO DE MUDAS DE RESEDÁ POR ESTAQUIA COM DIFERENTES RECIPIENTES E HORMÔNIO AIB

AVALIAÇÃO DE PLANTAS MATRIZES DE UMBUZEIRO EM CONDIÇÕES IRRIGADAS PARA FORNECIMENTO DE PROPÁGULOS VEGETATIVOS

OTIMIZAÇÃO DE MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO VIA ESTAQUIA E ENXERTIA

Indução de enraizamento adventício de Hibiscus sabdariffa L. sob diferentes concentrações de Ácido Indol-Butírico (AIB). (1)

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CAMU-CAMU (Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh) POR MEIO DE ESTAQUIA: EFEITO DA CONSISTÊNCIA, TAMANHO E FITORREGULADOR

TAMANHO DE CLADÓDIOS NO ENRAIZAMENTO DE PITAIA

Termos para indexação: IVG, Vigor de sementes, Leguminosa tropical

PROJETO DE PESQUISA. 1. Título

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista (as): Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

6º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica - CIIC a 15 de agosto de 2012 Jaguariúna, SP

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Uso de Ácido Indol Butírico na Miniestaquia de Pinhão-manso (Jatropha curcas L.) *

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Agronomia

Biofertilizante de origem Suína na formação inicial de Mudas de Graviola (annomamuricata l.) e matéria seca da raiz.

MODALIDADES DE ENXERTIA PARA MARACUJAZEIRO: AVALIAÇÃO PRELIMINAR NAS CONDIÇÕES DA DEPRESSÃO CUIABANA 1

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Passiflora foetida SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB)

SOBREVIVÊNCIA DE ESTACAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES DOSES DE AIB PLANTADAS EM TUBETE

Enraizamento de estacas de mini-ixora (Ixora coccinea Compacta) sob diferentes substratos e reguladores de enraizamento

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de Novembro de 2012

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

PROPAGAÇÃO DE ESTACAS DE AMOREIRA UTILIZANDO DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB)

Biotecnologia Melhoramento Genético

DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DE MARACUJAZEIRO AMARELO ENXERTADO NA REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE, SP

Termo para indexação: Passiflora nítida, antioxidantes, vitamina C

ENXERTIA DE PLANTAS FRUTÍFERAS

IV REUNIÃO TÉCNICA DE PESQUISAS EM MARACUJAZEIRO. Trabalhos apresentados

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE ESPÉCIES SILVESTRES DE MARACUJAZEIRO EM DIFERENTES RECIPIENTES

PROGRAMA ANALÍTICO DE DISCIPLINA IDENTIFICAÇÃO

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE ABACATEIRO (Persea sp.), POR ESTAQUIA(1)

Produção de mudas de hortelã (Mentha arvensis L.) em função de tipos e idade de estacas

EFEITO DO USO DE EXTRATO AQUOSO DE TIRIRICA (Cyperus rotundus) NA FISIOLOGIA DE PLANTAS

Documentos. Funcionais, Plantas Ornamentais e Medicinais resultados de pesquisa. ISSN ISSN online Outubro, 2012 CGPE: 10419

ENXERTIA DE PROGÊNIES DE MARACUJAZEIRO-ROXO AUSTRALIANO EM ESPÉCIES NATIVAS 1

Capítulo 1 IV Reunião Técnica de Pesquisas em Maracujazeiro...35

Franca, Mariana Almeida Micropropagação de cana-de-açúcar cultivar RB Mariana Almeida Franca. Curitiba: f. il.

USO DE AIB EM ESTACAS DE HIBISCO (Hibiscus rosa-sinensis L.) UTILIZANDO DIFERENTES RECIPIENTES

Produção de mudas de cultivares de maracujazeiro ornamental via enraizamento de estacas

ANATOMIA QUANTITATIVA EM REGIÕES DO HIPOCÓTILO EM TRÊS PASSIFLORÁCEAS UTILIZADAS NA MICROENXERTIA INTERESPECÍFICA

PRODUÇÃO DE MINIESTACAS E MICROESTACAS EM JARDIM CLONAL E VIGOR E SOBREVIVÊNCIA DAS MINICEPAS E MICROCEPAS DE ERVA-MATE 1

ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO DE PROPAGAÇÃO RÁPIDA PARA CULTIVARES TRADICIONAIS DE MANDIOCA DO ALTO JACUÍ: DADOS PRELIMINARES

Enraizamento de estacas semilenhosas de mirtilo com diferentes tipos de lesões

Universidade de Brasília,

AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE MANDIOCA DE INDÚSTRIA NA EMBRAPA CERRADOS

EFEITO DO SUBSTRATO E DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO NO ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS DE Cabralea canjerana (VELL.) MARTIUS¹

Efeito de Métodos de Propagação no Desenvolvimento de Doenças e na Produtividade de um Clone de Maracujazeiroazedo

CIRCULAR TÉCNICA N o 18 ISSN Abril, 1988 ESTAQUIA DE ERVA-MATE

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

DIFERENTES SUBSTRATOS, AMBIENTE E PRESENÇA DA GEMA APICAL NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FIGUEIRA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE CINCO CULTIVARES DE MARACUJÁ AMARELO NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

MULTIPLICAÇÃO RÁPIDA DE PORTA-ENXERTOS DE VIDEIRA MEDIANTE ESTAQUIA SEMILENHOSA EM URUGUAIANA-RS

VARIAÇÃO DE CONCENTRAÇÕES DE AUXINA NA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE PITANGUEIRA EM MINIESTUFAS DE GARRAFA PET

Variabilidade genética de acessos de maracujá-suspiro (Passiflora nitida Kunth.) com base em marcadores moleculares

CEP: Acadêmico do Curso de Agronomia, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141,

AVALIAÇÃO DAS ESTACAS DE C. urucurana E M. tinctoria EM TUBETE E EM SACOLA PLÁSTICA

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE CULTURA NA TAXA DE MULTIPLICAÇÃO DE EXPLANTES DE Gypsophila cv. Golan

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

ESTUDOS DE CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO EM CASA DE VEGETAÇÃO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE BRÓCOLIS EM SUBSTRATOS A BASE DE FIBRA DE COCO VERDE EM SISTEMA ORGÂNICO 1 INTRODUÇÃO

PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA SOB INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E DOSES DE MATERIAL HÚMICO

Diversidade genética de variedades comerciais de maracujazeiro-azedo com base em marcadores moleculares

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MAMONEIRA

CIRCULAR TÉCNICA N o 12 ISSN Julho, PERSPECTIVAS PARA A MAXIMIZAÇÃO DE ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE Eucalyptus dunnii MAID.

PROJETO DE EXTENSÃO. 1. Título

VISITA TÉCNIA A PRODUTORES DA REGIÃO

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS PARA REMOÇÃO DA MUCILAGEM DE SEMENTES DE TOMATE (Lycopersicon esculentum, MILL.)

INFLUÊNCIA DA ESTAÇÃO DA PRIMAVERA E DO EXTRATO DE TIRIRICA NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE AZALÉIA

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE TOMATE EM SUBSTRATO CONTENDO TORTA DE MAMONA

Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

Descritores. morfoagronômicos ilustrados para Passiflora spp.

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE ERVA-MATE COLETADAS EM DIFERENTES POSIÇÕES DE RAMOS EPICÓRMICOS DE ERVA-MATE 1

Utilização de 6-benzilaminopurina na indução de brotações laterais de caules de abacaxizeiro cultivados em viveiros

Termos para indexação: maracujazeiro, polpa, minerais, físico-química

Proponente: Fábio Gelape Faleiro. Instituição Executora: Embrapa Cerrados. Edital: MCT/CNPq 02/2006 Universal

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS LENHOSAS DE PESSEGUEIRO CV. MARFIM EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO

Transcrição:

ENRAIZAMENTO DE ESPÉCIES SILVESTRES DE MARACUJÁ UTILIZANDO CINCO DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO AIB (ácido indolbutírico). Carolina de Faria Vaz 1 ; Marcelo Fideles Braga 1 ; Nilton Tadeu Vilela Junqueira 1 ; José Ricardo Peixoto 2 ; Fábio Gelape Faleiro 1 ; Erivanda Carvalho dos Santos 1 ; Kenia Graciele da Fonseca; Keize Pereira Junqueira 2 ; Luciana Sobral de Souza 1 ( 1 Embrapa Cerrados, BR 020, Km 18, Caixa Postal 08223, 73010-970 Planaltina DF. e-mail: carolfariav@yahoo.com.br; 2 Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro 70910-900 Brasília DF). Termos para indexação: Passiflora spp., propagação, produção de mudas, estaquia, hormônio. INTRODUÇÃO A estaquia é uma das técnicas de propagação vegetativa do maracujazeiro que permite a obtenção de pomares uniformes, sendo um dos principais métodos utilizados na multiplicação de plantas frutíferas (Fachinello et al., 2005). Em trabalho realizado por Junqueira et al., (2006) no qual avaliou-se a reação a doenças e a produtividade de maracujazeiro-azedo propagado por estaquia e enxertia, os autores concluíram que plantas propagadas por estaquia produzem frutos com maior massa fresca e em maior número, quando comparadas às plantas propagadas por sementes e enxertia, ou seja, em termos de produtividade as plantas propagadas por estaquia produziram o dobro das demais. A maior produtividade dessas plantas propagadas por estaquia pode ser explicada pelo efeito da seleção clonal ou pela maior resistência às doenças. No Brasil, algumas regiões de cultivo comercial de maracujá-amarelo enfrentam problemas com patógenos de solo, que têm causado sérios prejuízos e até mesmo inviabilizando a cultura em determinadas áreas. Uma solução a curto prazo seria o uso de mudas enxertadas através de estacas enraizadas de passifloras nativas. Em algumas espécies silvestres de maracujá, existe alta variabilidade em relação à resistência, suscetibilidade e tolerância a doenças (Hartmann et al., 1997). Conforme relatado por Menezes et al. (1994) várias espécies de passiflora possuem resistência aos principais patógenos do solo, como: Passiflora alata, Passiflora caerulea L., Passiflora gibertii N. E, Br., Passiflora macrocarpa Linden, Passiflora nitida Kunth, Passiflora quadragulares e Passiflora setacea, e estas devem ser utilizadas no de enraizamento das estacas para o processo de enxertia. O objetivo deste trabalho foi avaliar o enraizamento de estacas de espécies silvestres e híbridos interespecíficos de maracujá utilizando diferentes doses de AIB (ácido indolbutírico).

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido na Embrapa Cerrados, em Planaltina-DF, em casa de vegetação, equipada com sistema de nebulização intermitente acionada por umidostato. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com 5 blocos, 30 tratamentos em arranjo fatorial 6 x 5 (seis espécies e cinco níveis do hormônio) e 6 estacas úteis por unidade experimental. Estacas herbáceas de Passiflora edulis (CPGA), Passiflora setacea (CPAC MJ 12-01), Passiflora coccínea (CPAC MJ 08-02), Passiflora amethystina (CPAC MJ 13-01), um híbrido F1 proveniente do cruzamento de P. coccinea x P. setacea e outro híbrido proveniente do cruzamento de P. edulis x P. setaceaforam coletadas junto à coleção de passifloras da Embrapa Cerrados. Realizou-se um corte na base das estacas e estas foram imersas 10 cm aproximadamente durante um minuto em uma solução com regulador de crescimento AIB (ácido indolbutírico) nas concentrações de 0, 250, 500, 750 e 1000 ppm e plantadas em bandejas contendo substrato organomineral à base de vermiculita (Plantimax Hortaliças). Ao final dos 90 dias, avaliou-se o número de estacas vivas com raiz, número de estacas vivas com calo, número de estacas vivas sem calo, estacas mortas com raiz, estacas mortas com calo, mortas sem calo, número de estacas com brotação e número de brotos. As raízes foram retiradas das estacas e acondicionadas em sacos de papel, um saco para cada estaca, sendo identificados conforme a parcela e o tratamento e colocados em estufa de bancada para secar a 75 C, permanecendo por 72 horas (Braga et al., 2006). Após os três dias as raízes e os brotos foram pesados e então descartados. As análise estatísticas foram feitas utilizando o software SANEST (Zonta & Machado, 1995), procedendo-se a comparação das médias pelo Teste de Tukey para as variáveis qualitativas, análise de Regressão polinomial, análise de variância a 5% de probabilidade e transformação dos dados para x + 1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Verifica-se que a espécie P. amethystina se destaca entre as demais, apresentando maior índice de estacas enraizadas e brotadas (88,7%), bem como para a variável total de estacas enraizadas (90,7%), evidenciando que esta espécie apresenta potencial para enraizamento (Tabela 1).

Tabela 1 - Resultados obtidos no enraizamento de quatro espécies e dois híbridos de maracujá em relação às variáveis analisadas: Estaca viva com raiz e com broto (EVCRCB), Estaca viva com raiz e sem broto (EVCRSB), Total de estacas enraizadas (TER), Estacas vivas com calo (EVCC) e Estacas vivas sem calo (EVSC). Brasília DF, Embrapa Cerrados, (2008). Espécies P.setacea P.coccinea P.amethystina P.edulis Híbrido I Híbrido II Variáveis Média * Média * Média * Média * Média * Média * EVCRCB (%) 60,67 b 68,67 ab 88,67 a 81,33 ab 66,00 b 70,00 ab EVCRSB (%) 12,67 a 6,67 ab 2,00 b 6,67 ab 0,67 b 6,00 ab TER(%) 73,34 ab 75,34 ab 90,67 a 88,00 a 66,67 b 76,00 ab EVCC (%) 9,33 a 0,00 b 0,67 b 0,00 b 0,67 b 1,33 b EVSC (%) 4,00 a 0,00 b 0,00 b 0,00 b 0,67 b 0,67 b Médias com mesma letra, na mesma linha, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Híbrido I- P.edulis x P.setacea Híbrido II- P.cocinea x P.setacea Paula (2006) trabalhando com espécies silvestres de Passiflora relata que, quando tratadas com AIB a 2000 mg L -1 P.amethystina apresenta 93% de enraizamento, P. coccínea (47,13%), P. setacea (46,7%) e o Híbrido P.coccinea x P.setacea (42,21%). Pode-se dizer que, os resultados encontrados pela autora acima foram inferiores aos resultados deste experimento, onde a espécie P. coccinea apresentou 75,34%, P. setacea 73,34% e o híbrido de P. coccinea x P. setacea 76% de enraizamento. A espécie P. setacea apresentou bom desenvolvimento, apresentando baixos índices de mortalidade. Apesar do significativo índice de enraizamento, esta espécie diferenciou-se das demais em relação às variáveis Estaca viva com calo (EVCC) e Estaca viva sem calo (EVSC) (9,3% e 4% respectivamente), necessitando e um período maior para fechar o ciclo de formação da muda (Tabela 1). Apesar de ter havido efeito significativo em relação às duas variáveis citadas acima, estes valores são irrelevante perante o total de estacas enraizadas (73,34%). Além da presença de raízes, o volume formado é um fator importante na avaliação da qualidade do enraizamento. P. amethystina obteve o maior valor para massa seca de raiz (6,62 g) em comparação com as outras espécies, porém, em relação à massa seca de broto (MSBRO) esta espécie obteve um baixo valor (8,61g), não diferindo significativamente de P. setacea que apresentou o menor valor para esta variável (7,81 g) (Tabela 2).

Tabela 2 - Resultados obtidos no enraizamento de quatro espécies e dois híbridos de maracujá em relação às variáveis analisadas: Massa seca de raiz (MSRA), Massa seca do broto (MSBRO) e Massa seca total (MSTOTAL). Espécies P.setacea P.coccinea P.amethystina P.edulis Híbrido I Híbrido II Variáveis Média * Média * Média * Média * Média * Média * MSRA (g) 2,8 c 5,64 ab 6,62 a 6,23 a 4,36 bc 5,04 ab MSBRO (g) 7,81 c 13,60 bc 8,61 c 26,59 a 21,21 ab 20,87 ab MSTOTAL (g) 10,61 d 19,24 bc 15,23 cd 32,82 a 25,57 ab 25,91 a Médias com mesma letra, na mesma linha, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Híbrido I- P.edulis x P.setacea Híbrido II- P.cocinea x P.setacea Em relação ao total de estacas mortas (TEM), P. setacea apresentou um baixo valor (13%) aproximando-se de P. amethystina (8,7%) e P. edulis (12%) que obtiveram os menores valores (Tabela 3). O Híbrido I (P. edulis x P. setacea) se destacou entre as espécies avaliadas, com valor de 32%. Junqueira et al. (2001) relatam que o ataque do díptero Bradysia sp. causa perdas expressivas em plantios de estacas, pois, a praga deposita os ovos poucos dias após o plantio das estacas, ou seja, momento bem anterior ao tratamento químico. Tabela 3 - Resultados médios obtidos do enraizamento de quatro espécies e dois híbridos de maracujá em relação a diferentes variáveis analisadas: Estaca morta com raiz (EMCR), Estaca morta com calo (EMCC), Estaca morta sem calo (EMSC) e Total de estacas mortas (TEM). Brasília DF, Embrapa Cerrados, (2008). Espécies P.setacea P.coccinea P.amethystina P.edulis Híbrido I Híbrido II Variáveis Média * Média * Média * Média * Média * Média * EMCR (%) 1,33 a 4,67 a 0,0 a 0,67 a 2,00 a 0,67 a EMCC (%) 2,67 a 0,67 a 0,0 a 0,00 a 2,00 a 0,67 a EMSC (%) 9,33 b 19,33 ab 8,7 b 11,33 b 28,00 a 20,67 ab TEM (%) 13,33 b 24,67 ab 8,7 b 12,00 b 32,00 a 22,01 ab Medias com mesma letra, na mesma linha, não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Híbrido I- P.edulis x P.setacea Híbrido II- P.cocinea x P.setacea Não foi observado efeito significativo na interação Espécie x AIB em nenhum dos parâmetros avaliados. Através da Regressão polinominal verificou-se que, o uso do regulador de crescimento favoreceu o enraizamento e emissão de brotos das estacas (Figura 1).

Figura 1 Média geral da percentagem de Estacas com Raiz e com Broto em relação ao uso do ácido indolbutírico (AIB), no enraizamento de estacas de Passiflora spp. Brasília DF, Embrapa Cerrados, (2008). CONCLUSÕES A espécie P. amethystina apresentou o maior potencial no enraizamento e na formação de mudas. A alta taxa de mortalidade das estacas foi o principal fator limitante ao enraizamento do híbrido de P. edulis x P. setacea. À medida que se aumenta a dose de AIB, dentro das concentrações estudadas, aumenta-se também o número de estacas enraizadas e brotadas (EVCRCB), o número de estacas com broto (ECB), o número de brotos por parcela (NBPAR) e a massa seca de raiz (MSRA). BIBLIOGRAFIA BRAGA, M. F.; SANTOS, E. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; SAUSA, A. A. T. C.; FALEIRO, F. G.; REZENDE, L. N.; JUNQUEIRA, K. P. Enraizamento de três espécies silvestres de Passiflora. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 28, n. 2, p. 284 288, 2006.

FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E. Propagação vegetativa por estaquia. In: Propagação de plantas frutíferas. Editores-técnicos, José Fachinello, Alexandre Hoffmann, Jair Costa Nachtiga, Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 221p.; il. HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E.; DAVIES JR, F. T.; GENEVE, R. L. Plant propagation: principles and practices. 6 th ed. New Jersey: Prentice Hall, 1997. p. 276-316. JUNQUEIRA, N. T. V.; LAGE, D. A.; BRAGA, M. F.; PEIXOTO, J. R.; BORGES, T. A.; ANDRADE, S. R. M. de.; Reação a doenças e produtividade de um clone de maracujazeiro-azedo propagado por estaquia e enxertia em estacas herbáceas de Passiflora silvestre. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal SP, v.28, n. 1, p. 97 100, Abril, 2006. JUNQUEIRA, N.T.V.; MANICA, I.; CHAVES, R. C.; LACERDA, C.S.; OLIVEIRA, J. A.; FIALHO, J. F. Produção de Mudas de Maracujazeiro-Azedo por Estaquia em Bandejas. Planaltina - DF: Embrapa Cerrados, 2001. (Recomendações Técnicas, 42). MENEZES, J. M. T.; OLIVEIRA, J. C. de; RUGGIERO, C.; BANZATTO, D. A. Avaliação da taxa de pegamento sobre espécies tolerantes à morte prematura de plantas. Científica, v. 22, n. 1, p. 95-104, 1994. PAULA, M. S.; PEIXOTO, J. R.; FALEIRO, F. G.; BELLON, G.; JUNQUEIRA, K. P.; BRAGA, M. F.; JUNQUEIRA, N. T. V. Informações preliminares sobre enraizamento de estacas de espécies silvestres e comerciais de Passiflora. In: Reunião Técnica de Pesquisas em Maracujazeiro, IV, 2005, Planaltina, DF. Anais... Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2006. p. 96-99. ZONTA, E. e MACHADO, A. A. SANEST Sistema de Análise Estatística para Microcomputadores. SEI Número 066060, categoria A. 48 p. 1995.