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Transcrição:

Registro: 2016.0000419288 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000, da Comarca de São José do Rio Preto, em que é agravante CONSTRUÇÕES METÁLICAS ICEC LTDA., são agravados MMR REPRESENTAÇÕES LTDA. e MARCIO OLIVEIRA DA SILVA. ACORDAM, em 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANA CATARINA STRAUCH (Presidente), DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT E MOURÃO NETO., 7 de junho de 2016. ANA CATARINA STRAUCH RELATOR Assinatura Eletrônica

Recurso interposto sob a égide da Lei 5.869/73 Agravo de Instrumento nº: 2041140-24.2016.8.26.0000 Agravante: Construções Metálicas ICEC Ltda. Agravada: MMR Representações Ltda. e Outro Juízo de 1º Inst.: 5º Vara Cível de São José do Rio Preto Magistrado de 1º Inst.: Lincoln Augusto Casconi VOTO Nº 5036 AGRAVO DE INSTRUMENTO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Expedição de ofícios à SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e à CNSEG (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização), com vistas a localizar, bloquear e transferir para conta judicial valores correspondentes ao débito exequendo, porventura constantes de programa de previdência complementar constituído pelo executado Possibilidade Previdência privada complementar que não se reveste de impenhorabilidade, eis que não se confunde com as figuras do artigo 649, inciso IV, do CPC/73 Natureza de aplicação financeira que não se coaduna com o caráter alimentar da poupança e da aposentadoria do INSS Decisão reformada RECURSO PROVIDO Vistos. Trata-se de agravo de instrumento interposto por Construções Metálicas ICEC Ltda., nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO EM FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA que move em face de MMR Representações Ltda. e de Márcio Oliveira da Silva, contra a r. decisão de fl. 25, que indeferiu o pedido da exequente para que se expedisse ofício à CNSEG (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização) e à SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) com fins de localização, bloqueio e transferência de ativos Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000 -Voto nº 5036 2

financeiros pertencentes ao executado/agravado Márcio, para adimplemento do débito exequendo. Fundamentou o d. magistrado a quo sua decisão na assertiva de que por se tratar de complemento de aposentadoria, trata-se de verba impenhorável. Inconformada, a exequente agrava, aduzindo que viu frustradas todas as tentativas diligenciadas na busca de ativos financeiros da pessoa jurídica executada, tanto que se viu obrigada a requerer a inclusão do Sr. Márcio, representante legal da primeira, no polo passivo da lide. Portanto, requerida e negada a expedição de ofício aos referidos órgãos disciplinadores da previdência complementar, não haveria que se confundir valores depositados em conta relativa a previdência privada com proventos de aposentadoria, estes legalmente impenhoráveis, segundo o artigo 649, IV, do CPC/73. Com tal fundamento, sobreveio o presente agravo, que não foi devidamente respondido pelas partes agravadas (fl. 81). Vieram os autos conclusos. É o relatório. Deve-se esclarecer, de início, que r. decisão agravada foi publicada no Diário Oficial ainda no dia 17/02/2016 (fl. 27), anteriormente à vigência do novo Código de Processo Civil, portanto (Lei 13.105/13). Desta forma, segundo entendimento adotado por esta C. Câmara para casos deste jaez, o julgamento do presente recurso seguirá o comando do ordenamento anterior, ou seja, da Lei nº 5.869/73 (Código de Processo Civil revogado). Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000 -Voto nº 5036 3

O agravo comporta provimento. À luz do Código de Processo Civil de 1973, e com espeque na redação trazida pela Lei 11.382/2006 ao artigo 649, IV, deste diploma adjetivo, passou a ser considerado impenhorável o seguinte rol de bens (entre outros): os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiros e destinadas ao sustento do devedor e de sua família; os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no 3º deste artigo. Neste aspecto, contrariamente ao que fora decidido pelo d. magistrado de 1º grau, não há que se atribuir aos ativos aplicados em programa de previdência privada complementar a mesma natureza jurídica alimentar dos elementos descritos no dispositivo legal transcrito, característica esta que lhes reputa a pecha da impenhorabilidade. Ora, a previdência complementar se caracteriza pela constituição de capital com vistas a recebimento futuro. Reveste-se de verdadeira natureza de aplicação financeira, investimento monetário, que embora se assemelhe, não se confunde objetivamente com as figuras descritas no art. 649, IV, do CPC/73. Não obstante, deve-se frisar que espírito da lei regente da matéria, seja no anterior, seja no novo Código de Processo Civil, é de conciliar o princípio da menor onerosidade do devedor com o postulado da máxima efetividade do processo, consubstanciada, in casu, na devida satisfação do credor. Calcados nesta premissa, tem-se que, primeiramente, a desequiparação dos valores (aposentadoria e previdência complementar) é medida de rigor, o que acaba por desaguar na conclusão de que, se uma tem natureza Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000 -Voto nº 5036 4

alimentar, a outra não a terá. Logo, é de se concluir que os valores depositados junto a programas de previdência privada complementar não estão sob o manto da impenhorabilidade, daí que se considera correta a insurgência da ora agravante. Ademais, vale mencionar a Resolução 139/2005, da lavra do Conselho Nacional de Seguros Privados, em cuja rubrica se observa que este ato normativo Altera e consolida as regras de funcionamento e os critérios para operação da cobertura por sobrevivência oferecida em plano de previdência complementar aberta e dá outras providências. Seu artigo 2º dispõe que a cobertura por sobrevivência de que trata esta Resolução é estruturada sob o regime financeiro de capitalização e tem por finalidade a concessão de benefício, pagável de uma única vez ou sob forma de renda, a pessoas físicas vinculadas ou não a uma pessoa jurídica. Parágrafo único. Ressalvado o caso de concessão de renda imediata, adquirida mediante pagamento único, o evento gerador do pagamento do benefício de que trata o caput será sempre a sobrevivência do participante ao período de diferimento contratualmente previsto. É clara, pois a incompatibilidade da previdência complementar com a aposentadoria concedida pelo INSS. Assim sendo, entendo que a expedição dos ofícios à SUSEP e à CNSEG não encontra óbice no ordenamento jurídico para se concretizar, até porque a exequente/agravante viu restarem infrutíferas diversas diligências na tentativa de perquirição de seu crédito (fls. 42/51 e 58/59). Sobre o tema, vale mencionar o julgado proferido por esta C. Câmara, nos autos do Agravo de Instrumento nº 0087094-69.2012.8.26.0000, Rel. Des. Gilberto Leme, julgado em 26/06/2012, assim ementado: Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000 -Voto nº 5036 5

PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À SUSEP PARA LOCALIZAÇÃO E CONSTRIÇÃO JUDICIAL DE VALORES RELATIVOS À PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. INFORMAÇÃO PROTEGIDA POR SIGILO (LC N.º 105/2001). EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À SUSEP. CABIMENTO. É cabível a expedição de ofício à Susep para obter informações relativas à existência de previdência complementar ante a impossibilidade material de a exequente obtê-las per si porque elas estão protegidas por sigilo estabelecido pela Lei Complementar n.º 105/2001, ainda mais porque infrutíferas as inúmeras diligências realizadas para localização de bens dos executados. Recurso provido. Deste modo, em atendimento à preferência legal para excussão de valores pecuniários (art. 655, I, do CPC/73), o provimento do presente agravo se faz necessário. Por esses fundamentos, pelo meu voto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO, a fim de que se expeçam os ofícios requeridos pela exequente/agravante, com vistas a localizar, bloquear e transferir para conta judicial valores correspondentes ao débito exequendo, porventura constantes de programa de previdência complementar constituído pelo executado/agravado Márcio Oliveira da Silva. WH ANA CATARINA STRAUCH Relatora (assinatura eletrônica) Agravo de Instrumento nº 2041140-24.2016.8.26.0000 -Voto nº 5036 6