TRANSPORTE NÃO MOTORIZADO: USO E POTENCIALIDADE DA BICICLETA NO ENTORNO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS- UFAM

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Transcrição:

TRANSPORTE NÃO MOTORIZADO: USO E POTENCIALIDADE DA BICICLETA NO ENTORNO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS- UFAM Helen Carmem Ferreira Reboucas Neri Angelina Dias Leão Costa

TRANSPORTE NÃO MOTORIZADO: O USO E POTENCIALIDADE DA BICICLETA NO ENTORNO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM Helen Carmem Ferreira Rebouças Neri Angelina Dias Leão Costa Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo RESUMO Por atrair uma grande demanda de pessoas, o campus universitário tem-se tornado um foco importante dentro de uma região ao conduzir inúmeros deslocamentos no seu interior que, consequentemente atrai impactos negativos na malha viária. A partir daí surgiu à necessidade de pensar soluções e criar estratégias que sejam capazes de articular a circulação de pessoas, bens e meios de transporte que priorize os modos não motorizados. A bicicleta tem sido apontada como uma das alternativas mais viáveis para o reordenamento e a reconfiguração do espaço urbano. A proposta desta pesquisa de mestrado é contribuir para a redução do número de automóveis que circulam na principal via de acesso ao campus da UFAM e, após a análise dos resultados percebeu-se que, boa parte da comunidade acadêmica que reside nos bairros circunvizinhos adotaria a bicicleta como um meio de transporte no deslocamento casa-universidade, caso houvesse uma infraestrutura cicloviária adequada e segura. 1. PROPOSTA DA PESQUISA A presente dissertação tem como objetivo analisar a via de acesso ao campus da UFAM com o propósito de investigar a inclusão da bicicleta como uma alternativa de transporte viável de forma a contribuir com a melhoria do acesso ao campus. Por estar inserido na malha urbana da cidade, o campus da Universidade Federal do Amazonas exerce forte influência sobre o trânsito de Manaus e o seu acesso dá-se exclusivamente por uma das grandes vias da cidade, a Av. Rodrigo Otávio que é o objeto de estudo desta pesquisa, e possui uma extensão de 6 km que é demarcada pelo Complexo Viário Senador Gilberto Mestrinho e pela rotatória da Suframa. E, ao longo dela encontram-se alguns outros polos geradores de viagens como o Centro Universitário Luterano de Manaus; a Faculdades Boas Novas; o Auditório Canaã; o Centro de compras Studio 5 Mall e o Polo Industrial que, por estarem relativamente próximos, numa determinada zona da malha urbana da cidade, atraem viagens com intensidade e, em consequência disso, provocam os congestionamentos diário no tráfego e consequentemente, provocam impactos ambientais e impactos na qualidade de vida da população. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Campus Universitário em uma cidade é convertido em um polo gerador de viagens que, ao atrair uma grande demanda de pessoas (docentes, discentes, técnicos administrativos, prestadores de serviços e visitantes), causam impactos significativos em seu entorno devido aos diferentes meios de transporte utilizado (CAIPA, 2006; SILVA, 2009; GOLDNER, BEPPLER, PRIM, 2012). Tem-se observado, na última década, uma crescente preocupação em assegurar eficientemente a mobilidade a determinados espaços, em especial as Universidades. Devido às más condições de mobilidade no trânsito brasileiro, a utilização da bicicleta como meio de transporte vem sendo estimulada a cada dia e a sua inclusão nos deslocamento 1

urbanos, segundo o Plano de Mobilidade (PlaMob) deve ser considerada um elemento fundamental para a implantação do conceito de mobilidade urbana (BRASIL, 2007). De acordo com Xavier (2007), o uso da bicicleta começa a ser percebido com uma alternativa ao transporte urbano de veículos automotores nos grandes centros urbanos mesmo não existindo infraestrutura urbana para seu uso e da resistência ao abandono do automóvel. Aliado a isso, Aquino (2007) e Zunino (2007), argumentam que a utilização da bicicleta pode ser uma alternativa interessante, pois além de ser um transporte econômico, ágil, eficiente e acessível a todos os membros da família, o uso desta pode trazer benefícios para a saúde e para o meio ambiente que possibilita uma melhor acessibilidade em trajetos urbanos curtos. Frente a esse panorama, o transporte por bicicleta parece ser uma alternativa para os problemas de mobilidade uma vez que, o uso deste meio de transporte pode configurar em uma alternativa atraente dentro de uma política urbana e de transporte sustentável. 3. METODOLOGIA Em busca de atingir os objetivos propostos, esta pesquisa foi desenvolvida sob forma de um estudo de caso realizado a partir de pesquisa documental, pesquisa bibliográfica, apoiada em visita de campo considerando os seguintes métodos: 3.1. Observações Sistemáticas Para a realização das observações sistemáticas foram aplicadas as técnicas de registro fotográfico, filmagens, levantamento arquitetônico, caracterização do espaço físico e aplicação de mapas comportamentais centrado no lugar e a contagem de ciclistas. O objetivo da utilização deste método é verificar preliminarmente o comportamento dos ciclistas e verificar de que forma eles circulam pela área além de observar se há problemas ou dificuldades enfrentados no uso do espaço urbano. 3.1.1. Caracterização da via e estudo do solo (Planilha de observação) Para a realização desta técnica, foi formulada uma planilha de observação, contendo as características mais relevantes da pesquisa. A planilha orientou as visitas realizadas e abrangeu oito critérios de análise: a) localização, b) Croqui ilustrativo, c) Presença de ciclistas, d) Presença de ciclovia ou ciclofaixa, e) Entorno, f) Acesso e Circulação, g) Características físicas da via, h) Elementos (mobiliário urbano, iluminação, vegetação, sinalização indicando o seu estado de conservação, estacionamentos e paradas) que ajudaram a chegar a um diagnóstico do espaço estudado. Esta planilha foi estruturada seguindo o método utilizado em Bogotá pelo Plan Maestro de Cicloruta PMC (1998 apud CHAPADEIRO) onde estabeleceu algumas funções que devem ser levadas em consideração ao se construir ou ampliar uma ciclovia. 3.1.2. Mapa Comportamental centrado no lugar Segundo Romero e Ornstein (2003), o mapa comportamental é um instrumento utilizado para entender as diversas atividades de caráter social e de lazer desenvolvidas em áreas coletivas ou em espaços que atraem ou inibem determinados usos e podem estar acompanhados de registros de trilhas e fluxo de pessoas e veículos com o intuito de tentar minimizar possíveis conflitos e/ou sobreposições, bem como ser acompanhados de observações qualitativas de atividades in loco, com um caráter mais antropológico. 2

A aplicação desta metodologia permitiu que a pesquisadora conhecesse profundamente o local de pesquisa e perceber como os ciclistas circulam pela área. Logo, para a realização desta etapa de pesquisa foram impressos os arquivos digitais do segmento que compreende o acesso ao campus universitário e, posteriormente, foram feitas as visitas para a confecção dos mapas comportamentais. As visitas foram realizadas no período da manhã entre as 06h e 09h onde foram registrados os comportamentos dos ciclistas através de números de fluxos e percursos realizados. 3.1.3. Contagem de Ciclistas A utilização desta técnica está relacionada ao tráfego de ciclistas que circulam pela principal via de acesso ao campus da UFAM. Para a realização desta etapa foi formulada uma planilha de observação/contagem baseada em estudos de contagem manual de bicicletas apresentado pela Associação Transporte Ativo (2011) tendo como suporte os registros fotográficos e as filmagens. A contagem foi do tipo presencial com um ponto fixo na entrada do campus da UFAM e realizado por 15 dias, no período de 21 de maio a 10 de junho de 2014, de segunda a sexta, entre os horários de 6h e 9h da manhã. 3.2. Questionário- amostra piloto O desenvolvimento desta etapa foi baseado em estudos desenvolvido pelo Manual de Planejamento Cicloviário (2001), Silva (2009) e Ferreira e Sanches (2013), porém adaptado para a realidade dos usuários que trafegam no entorno do campus da UFAM em Manaus, onde foi aplicado para fins deste estudo. Foi desenvolvido um questionário (amostra piloto) que foi aplicado aos usuários do campus (docentes, discentes, técnicos administrativos e visitantes) com o objetivo de investigar a opinião dos mesmos a respeito dos aspectos restritivos à mobilidade cicloviária, o nível de satisfação quanto a esses aspectos e suas necessidades em relação ao uso da bicicleta como meio de transporte para acessar o Campus. A ferramenta utilizada para a coleta de dados foi o aplicativo Google Docs que permitiu elaborar uma forma rápida os questionários e as respostas são automaticamente armazenadas em uma página de resultados. 4. RESULTADOS PARCIAIS Um acompanhamento mais próximo da realidade, mesmo que seja de uma pequena parcela da cidade, em um breve intervalo de tempo, revelou uma dinâmica social por vezes invisível, especialmente quando observada da perspectiva do interior de automóveis ou coletivos. Para identificar o público e avaliar o potencial da bicicleta nos deslocamentos diários na principal via de acesso ao campus da UFAM foi aplicada a técnica de contagem dos ciclistas e, após 45 horas de contagem, contabilizou um total de 306 ciclistas dos quais, 23,53% tiveram com destino a Universidade Federal do Amazonas; quanto ao gênero, 98% são do sexo masculino. Este resultado converge para os estudos de Providelo & Sanches (2010) ao afirmarem que os homens são mais favoráveis ao uso da bicicleta e quanto a idades, os mais velhos são mais favorável ao uso deste equipamento. Percebeu-se que o horário entre 06h e 08h da manhã ocorre o maior número de fluxo de ciclistas, logo, justifica-se o uso da bicicleta nos deslocamentos casa-trabalho ou casauniversidade. 3

Durante a aplicação dos mapas comportamentais percebeu-se que 188 dos ciclistas, (61,44%), circulam pela contramão da via e 59,47% dos ciclistas (182 usuários) preferem utilizar o passeio dos pedestres, a calçada. Ao questionar os usuários em relação à mudança de meio de transporte pela bicicleta caso houvesse uma infraestrutura cicloviária, verificou-se que não há rejeição ao ciclismo, pois 33% dos usuários do automóvel estariam dispostos a essa mudança enquanto, apenas 25% dos usuários do transporte coletivo aceitariam a troca desse modal. Este dado foi surpreendente, pois esperava-se que, com uma infraestrutura adequada para a circulação de bicicletas, os usuários do transporte coletivo fossem mais acessíveis a essa mudança de modal. Logo, a pesquisa revelou que os usuários do automóvel estão mais adeptos a essa mudança. Diante o exposto, confirmaram-se as hipóteses testadas, ou seja, de que em Manaus já existe uma demanda para utilizar a bicicleta como modo principal modo de transporte e que o incremento deste como uma alternativa de transporte no entorno do campus da UFAM só será possível se for implantado uma infraestrutura adequada que comporte este modo de transporte oferecendo segurança aos usuários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aquino, A. P. P., Andrade, N. P. (2007) A Integração entre trem e bicicleta como elemento de desenvolvimento urbano sustentável. In. 3º Concurso de monografia CBTU A cidade nos trilhos. Associação Transporte Ativo (2010). Manual de Contagem Fotográfica de Ciclistas. Belo horizonte: ITDP e Ed. Transporte Ativo, 2011. 2ª Ed. 14p. BRASIL (2007) Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta Bicicleta Brasil. Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana. Caipa, Marsela Parra. (2006) Gerenciamento da Mobilidade em Campi Universitários: problemas, dificuldades e possíveis soluções no caso Ilha do Fundão- UFRJ. 109 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Trans portes) Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro. Chapadeiro, F. C. (2011) Limites e potencialidades do planejamento cicloviário: um estudo sobre a participação cidadã. Dissertação de Mestrado em Transportes. Brasília; UnB. GEIPOT (2001). Manual de planejamento Cicloviário- 2001. Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, Ministério dos Transportes. 3ª Ed., ver. e amp. Brasília. Ferreira, M. A. G.; Sanches, S. da P. (2013) Mobilidade cicloviária em campus universitário. In: 19º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, ANTP. Brasília. Goldner L.G.; Beppler. F.; Prim, J. (2012) Análise da Mobilidade em um Campus Universitário. In: PLURIS. Disponível em:<http://redpgv.coppe.ufrj.br/index.php/es/produccion/articuloscientificos/2012-1/712- analise-da-mobilidade-campus-universitario-pluris-2012/file. Acesso em: fevereiro de 2014. Providelo, Janice Kirner; Sanches, Suely da Penha. (2010) Percepções de indivíduos acerca do uso da bicicleta como modo de transporte. Transportes, Rio de janeiro, RJ, v. 18, n. 2. Abr. 2011. ISSN 2237-1346. Romero, M. de A.; Ornstein, S. W (editores coordenadores) Avaliação Pós-Ocupação. Métodos e técnicas aplicadas à habitação social. Coleção HABITARE/ FINEP. Porto Alegre: ANTAC, 2003, 249p. Silva, Silvia Carina da. Mobilidade Urbana Sustentável O campus da UTAD. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2009. Xavier, G. N. A. O cicloativismo no Brasil e a produção da lei de política nacional de mobilidade urbana. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em sociologia Política da UFSC, 2 (2). 16-21, 2007. Zunino, L. R. (2007) Parque vivencial como ferramenta educacional de incentivo à mobilidade sustentável. 202f. Tese (Doutorado em Engenharia de Transporte). Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ/COPPE, Rio de Janeiro. Helen Carmem Ferreira Rebouças Neri (helen.reboucas@gmail.com) Angelina Dias Leão Costa (angelinadlcosta@yahoo.com.br) Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário S/N, Cidade Universitária, Castelo branco João Pessoa, PB, Brasil. 4