ADIs dos Precatórios 4357/4425 Capítulo de Hoje: Correção Monetária dos Precatórios Data Máxima Venia.

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Transcrição:

ADIs dos Precatórios 4357/4425 Capítulo de Hoje: Correção Monetária dos Precatórios Data Máxima Venia. 27/03/2015 Por Favor! Trata-se de uma QUESTÃO DE ORDEM. Vou abordar este tema que tanto me assombra, mas antes quero fazer duas colocações filosóficas. A primeira, trata-se da conhecida Cultura de Massa e/ou Indústria da Cultura. Esta ideia nos remete a uma forma de pensar em série, como se quase todos tivéssemos a mesma opinião, tal afirmação tem se tornado uma realidade perene nos dias atuais. O segundo ponto que chamo atenção é sobre a sociedade superficial, onde estamos sempre em busca de um resultado individual de prazer, e para isso buscamos quase sempre o caminho mais fácil. Hoje vivemos uma Era de pensamentos em massa e ideias reproduzidas, e para piorar, em muitos casos temos a reprodução do que já foi reproduzido, em outras palavras, seria a cópia da cópia, como se fosse uma reprografia de um documento, em que cada vez que reproduzimos, a imagem vai se distorcendo ainda mais, a ponto de perdemos todas as características do original. De posse desta reflexão, passemos à problemática. A polêmica decisão dos precatórios finalizada nesta quarta-feira, dia 25/03/2015, foi capa dos maiorias jornais de grande circulação neste País, ganhou um espaço enorme em quase todos os meios de comunicações. Ao lermos, ouvirmos ou assistirmos a tais informações, muitos de nós as reproduzimos em nossas redes sociais, ora com o objetivo de criticar a decisão do STF, ora com a intenção de tentar explicá-la. No meu caso em questão, estou partindo para uma terceira via, que pode ser iniciada com uma espécie de citação que tenho dito aqui nos corredores da Previcalc, quando repito diariamente a mesma frase dizendo, Gente, ainda bem que o STF não entende patavina de cálculo e muito menos de processo, pois eles poderiam ter 'ferrado' e muito a sociedade, acho que só não fizeram por desconhecimento. Para tentar esclarecer a problemática, mesmo sem a publicação da referida decisão, irei me pautar em documento recente publicado ontem no site do STF, onde diz:[1] PRECATÓRIOS - QUESTÃO DE ORDEM NAS ADIs 4.357E 4.425 1. Modulação de efeitos que dê sobrevida ao regime especial de pagamento de precatórios, instituído pela Emenda Constitucional nº 62/2009, por 5 (cinco) exercícios financeiros a contar de primeiro de janeiro de 2016. 2. Conferir eficácia prospectiva à declaração de inconstitucionalidade dos seguintes aspectos da ADI, fixando como marco inicial a data de conclusão do julgamento da presente questão de ordem (25.03.2015) e mantendo-se válidos os precatórios expedidos ou pagos até esta data, a saber: (grifei)

2.1. Fica mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da Emenda Constitucional nº 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (i) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) e (ii) os precatórios tributários deverão observar os mesmos critérios pelos quais a Fazenda Pública corrige seus créditos tributários; e (Grifei) 2.2. Ficam resguardados os precatórios expedidos, no âmbito da administração pública federal, com base nos arts. 27 das Leis nº 12.919/13 e nº 13.080/15, que fixam o IPCA-E como índice de correção monetária. Veja que o ponto (1), trata do alerta que eu fiz ontem na minha página do Facebook, sobre a bomba relógio, (caso tenham curiosidade, o texto se encontra em minha linha do tempo), hoje vou tentar explicar sobre o ponto (2 e 2.1). Pois bem, convido ao leitor a ler atentamente comigo a parte grifada do ponto (2) que diz: e mantendo-se válidos os precatórios expedidos ou pagos até esta data, a saber, agora por oportuno, trago à baila trecho do referido artigo da EC 62/09, que ensejou toda a discussão desta questão, que diz: (...) 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, [Está aqui o momento do início da aplicação da TR] independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, [Está aqui a TR] e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, [Juros de Mora 0,5% ao mês] ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Anotações Nossa) Precisamos fazer uma abordagem sistemática, tanto nos texto da EC 62/09, quanto no resumo da modulação, afinal o STF é claro ao dizer que repisa-se, Fica mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR), nos termos da Emenda Constitucional nº 62/2009, até 25.03.2015, data após a qual (i) os créditos em precatórios deverão ser corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), vejamos que o STF está a dizer que os precatórios deverão ser corrigido pela TR até esta data, e não as ações! Isso mesmo! Existe uma diferença enorme entre a palavra Precatórios em Curso e Ações em Curso, isso porque os precatórios mesmo depois de expedidos, demoram meses e muitas vezes anos para serem pagos; já as ações, se perpetuam por anos e talvez décadas, essas sempre buscam uma discussão de mérito contra os Estados/União/Munícipios, pode ser desde uma questão tributária, de natureza alimentar, trabalhista, material ou até mesmo moral, e para cada uma destas situações existem normas cogentes. Logo, os critérios de atualizações das ações, não podem ser os mesmos dos da atualização dos precatórios, por uma razão óbvia, A natureza do pedido, imagine que uma pessoa fique anos sem receber os seus salários de professor do município? E que precise entrar com ação contra este,para receber de forma judicial, pergunto: Qual será o índice de correção desta ação? Respondo: O mesmo índice de correção definido pelo sindicato da categoria em convenção, ou o índice definido da Lei Orgânica do Município.

Com relação à atualização monetária e juros moratórios, é oportuno ressaltar que a Lei nº 11.960/2009, em vigor desde 30/06/2009 (data da publicação), trouxe a seguinte redação ao art. 1º- F da Lei nº 9.494/97: Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Em se tratando de matéria previdenciária, no entanto, há regramento específico, conforme, ou seja, para fins de correção do salário-de-contribuição e dos benefícios em manutenção, a Lei de Benefícios da Previdência Social determina a utilização de índice diverso: Lei de Benefícios da Previdência Social Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC, calculado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004) (grifo nosso). Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006) (grifo nosso). O art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97 é, portanto, norma geral relativamente às condenações impostas à Fazenda Pública. A lei geral vale para os débitos da Fazenda, não abrangendo os casos residuais, e pior ainda, o artigo 5º da Lei 11.960, considerado inconstitucional por arrastamento, tem um vício em sua formação, pois se percebe claramente que o legislador impõem a palavra condenação, quando sua origem constitucional era requisição e expedição. As disposições da Lei nº 8.213/91 são específicas para os benefícios previdenciários e devem ser assim consideradas para as condenações impostas ao INSS, uma vez que a lei geral nova não revoga, nem modifica, lei especial anterior e em vigor LICC, art. 2o, 2º. O surgimento de norma ampla, não tira a autoridade de norma especial vigente, pois não se presume a revogação da lei especial pela geral; para tanto, a norma geral deve ser expressa nesse sentido, ainda mais quando a lei geral 'cai por terra', devido a sua natureza viciada. No mesmo sentido ainda a Lei nº 10.741/2003 do Estatuto do Idoso dispõe: Lei nº 10.741/2003 Estatuto do Idoso Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social,será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. (grifo nosso)

Mas continuando este post, que já ficou demasiadamente grande, passo aos exemplos, para tentar matar de vez, as últimas dúvida que ainda podem pairar sobre o dito, pior cego é aquele que não quer ver. Exemplo: Lúcia era casada com João, este com 68 anos de Idade, segurado da Previdência Social, que recebia um benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, no valor de R$ 2.500,00. Em 2002 João faleceu e Lúcia foi ao INSS para dar entrada no benefício de pensão por morte. Por razões interplanetárias e cabalísticas, Lúcia tem seu pedido negado pela autarquia, - assim como mais de 3,5 milhões de pessoas todos os anos, em 15/01/2002. Inconformada, Lúcia busca seu direito através de uma ação judicial, devidamente representada por advogado, que entrou com ação em 15/05/2002 e depois de 3 anos de batalhas judiciais, Lúcia é vencedora, e poderá receber todos estes valores da pensão por morte com juros e correção monetária, afinal precisou travar uma luta contra o Estado/União para ver garantido um direito fundamental. Ocorre que mesmo com a sentença transitada em julgado, que possui força de título executivo, o Advogado de Lúcia precisa dar início ao árduo processo de execução, que ainda pode ser impugnado pelo Réu, e se Lúcia tiver sorte, mesmo depois de seu processo estar em fase de execução, ele será transformado em um precatório. Perfazendo um período, mais ou menos de 18 meses para que Lúcia venha a receber. Lembrando que se for contra o Estado e Município as regras de prazo serão outras. As perguntas que eu faço agora são as seguintes: 1) João era segurado da Previdência social? 2) Lúcia é pensionista da Previdência Social? 3) A Previdência Social é um órgão do Governo? 4) Como ela é um órgão do governo ela está adstrita ao princípio da Legalidade? 5) O benefício de pensão por morte possui regras específicas para sua concessão e às devidas correção de manutenção do valor do benefício? 6) Se Lúcia precisou buscar a via judicial, ela recebe apenas o valor corrigido, ou existe alguma penalidade contra a autarquia, do tipo dano moral ou um juros e multa?

Resposta: O dano moral é um direito subjetivo, já o juros de mora é um direito objetivo, previsto no Código Civil, ou seja, se eu precisei buscar as vias judiciais, quem sucumbe deve pagar correção mais juros de mora, sobre este título executivo. 7) Qual o índice de correção dos valores pagos em atraso? Lei nº 10.741 de 01 de Outubro de 2003 Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. 8) O que a decisão do STF afeta no caso de Lúcia? Resposta: Se a sentença transitou em julgado em 2010, por exemplo, e foi expedido o precatório apenas em 2013 e Lúcia recebeu este valor em 2014. Logo, no período de 2013 até 2014 o índice de correção do seu crédito seria a TR, mas caso ela fosse receber em 2016, a partir de 25/03/2015 o índice seria o IPC-Ae. [1] http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticianoticiastf/anexo/adi4357qo.pdf