BENS NÃO SUJEITOS À EXECUÇÃO Hipóteses: art. 649, CPC. Lei 8.009/90 Lei do Bem de Família Bem de família legal Bem de família convencional art. 1.711, CC Residência em vários imóveis Bem de família = menor valor Exceções ao bem de família art. 3ª da Lei 8.009/90 Perde a característica de impenhorabilidade o bem oferecido como garantia pelo devedor. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Linha do tempo Cognição Liquidação Execução O título necessita ser líquido. ou indica o valor ou os bens; ou permite que se apure o valor por simples cálculo. Não existe liquidação de título extrajudicial. Sentença: em regra, é líquida. Exceções exemplos: Sentença penal É líquida a sentença que condena a pagar 10% do faturamento da empresa. Existem diversas espécies de liquidação: por arbitramento por artigos por simples cálculos (ou por cálculo do contador) 1
Observação: Fase de liquidação: processo sincrético. Natureza da liquidação: Cognitiva. Natureza da decisão da liquidação: Duas correntes Constitutiva: visa completar o título executivo. Declaratória: apenas declara o quantum debeatur (majoritária). O título executivo já existe, apenas resta ao juiz declarar o montante para dar início à execução. A liquidação não constitui o débito, apenas declara o valor. O débito é constituído pela sentença condenatória. Liquidação provisória Art. 475-A, 2º, CPC Recurso Efeito Devolutivo: pode liquidar. Pode até executar provisoriamente. Efeito Suspensivo: pode liquidar. Riscos: perder todo o trabalho e investimento se a sentença for reformada. Se mantida, ganha-se tempo. Vedação de sentença ilíquida Art. 475-A, 3º, CPC Rito sumário: Tudo deve constar da sentença condenatória Processos em que se postule a reparação de danos por acidente de trânsito e cobrança de seguro relativamente a esses danos. Eventual diligência de liquidação deve ser determinada na fase de conhecimento. Finalidade: Agilizar a execução. Contudo, na prática, pouco se ganha, já que o processo de conhecimento leva mais tempo. O artigo 475-A, 3º do CPC autoriza o juiz a decidir por equidade. Trata-se de caso de difícil aplicação prática, pois será preciso que o juiz fundamente com extremos detalhes o raciocínio que o levou à conclusão sobre o valor. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO 1) SIMPLES CÁLCULOS (OU CÁLCULOS DO CONTADOR) Na redação original do código, tratava-se de liquidação por cálculos do contador. Os autos eram remetidos ao contador, que apurava o quantum debeatur. A Lei 8.894/94 extinguiu a modalidade de cálculo do contador. Atualmente, quem disciplina a questão é o artigo 475-B do CPC. 2
Quando for necessário simples cálculo aritmético, faremos a execução fundada no artigo 475-J do CPC Planilha de Cálculo (Art. 614, II, CPC) Indicação minuciosa do montante do débito; Índices de correção; Juros; Demais acréscimos. Art. 475-B, 3º Contador do juízo. Art. 475-B, 4º Penhora apenas do valor do cálculo do contador. O contador apenas atuará se o juiz desconfiar seriamente dos cálculos apresentados pelo exeqüente. O juiz não homologa mais os cálculos, apenas determina o prosseguimento da execução de acordo com cada caso. CREDOR CONCORDA COM O CONTADOR Prevalece o cálculo apresentado pelo contador. DISCORDA DO CONTADOR A execução prossegue de acordo com os cálculos do exeqüente. Art. 475-B, 1º e 2º do CPC 2) LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO É a que se faz para apurar o valor de bem ou serviço. Nenhum fato novo precisa ser verificado ou provado. EX: Condenação a pagar aluguel pelo tempo de ocupação indevida de imóvel. nomeia-se perito para avaliar o aluguel, tornando possível a fixação do valor. Art. 475-C do CPC I) Mesmo determinado na sentença, se precisar provas fato novo, a liquidação será feita por artigos. II) O objeto da execução assim o exigir A forma de liquidação deve ser condizente com o que precisa ser apurado. Perito: Nomeia-se e intima a parte contrária para acompanhar a perícia. ** A prova pericial é inadmissível na liquidação por arbitramento não há fato novo a ser provado. Art. 475-D, parágrafo único, CPC permite ao juiz designar audiência de instrução e julgamento NELA, APENAS O PERITO PODERÁ SER OUVIDO. 3
3) LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS É aquela em que há necessidade de alegação e comprovação de um fato novo, ligado ao quantum. Art. 475 E O que é fato novo? Não necessariamente ocorre após a sentença É aquele que não foi objeto da sentença e está relacionado ao quantum debeatur EX: Condenação ao pagamento das despesas e danos oriundos de erro médico - Há apenas pedido genérico EX: Sentença penal condenatória Procedimento: Ordinário ou Sumário Conhecimento Ordinário Especial Liquidação Sumário Ordinário ou Especial Art. 275, CPC DECISÃO FINAL DA LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS Decisão interlocutória Recurso: Agravo Agravamento dos danos após a sentença de liquidação É possível promover nova liquidação por artigos sobre o fato EX: Agravamento dos danos oriundos de um acidente DECISÃO FINAL LIQUIDAÇÃO Encerra-se por decisão interlocutória, sujeita a preclusão Se o Juiz extinguir a liquidação antes da decisão definidora do valor, é possível novas liquidações Só há preclusão da decisão interlocutória 4
LIQUIDAÇÃO EXTINTA =/= LIQUIDAÇÃO COM RESULTADO ZERO EX: Liquidação de sentença penal pode ser ZERO, porque no processo penal não discute o dano da vítima. ex: Tentativa de furto. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II EXECUÇÃO CIVIL PROCEDIMENTO DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO EXECUÇÃO TRADICIONAL Implica em processo autônomo; Inicia-se com uma petição inicial (282 e ss. Do CPC) ORGANOGRAMA Fase 1: Com a inicial em termos (correta) o juiz determina a citação do executado; Fase 2: Haverá alguma constrição de patrimônio; Fase 3: Abrir-se-á oportunidade para o executado se defender; Fase 4: Haverá pagamento ou entrega dos bens ao credor; Fase 5: Extinção por sentença. PROCESSO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA: Artigo 621 e seguintes do CPC A coisa é individualizada. Conhece-se o objeto da obrigação, não se confundindo com nenhum outro. O procedimento do 621 é destinado a execução fundadas em título extrajudicial. Quando for execução de título extrajudicial, haverá prosseguimento do mesmo processo, intimando-se o devedor para entregar o bem. Procedimento Inicial em termos, determina a citação; Começam a correr dois prazos distintos; 1 15 dias para embargos. 2 10 dias para entregar o bem. Passados os 10 dias, sem depósito ou entrega da coisa, o juiz expede o mandado de emissão de posse (imóveis) ou busca e apreensão (móveis), sem prejuízo dos demais meios de coerção. 5
O prazo para embargar correrá independentemente de depósito da coisa (art. 736, CPC) ASTREINTES: podem ser fixadas nas obrigações de entrega da coisa (art. 621, CPC). Caso não haja embargos ou estes forem julgados improcedentes, a busca e apreensão ou imissão se tornarão definitivas, proferindo o juiz a sentença de extinção. PROCESSO DE EXECUÇÃO DE ENTREGA DE COISA INCERTA Coisas incertas são aquelas determinadas pelo gênero e pela qualidade Viajaremos então ao CC. Art. 244 do CC Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá das a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. O art. 629 do CPC estabelece de maneira diversa: Art. 629. Quando a execução recair sobre as coisas determinadas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se lhe couber a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial. Seja a escolha do credor ou do devedor, é lícito á outra parte impugnar a escolha em 48 horas. Em seguida, o juiz decidirá. (art. 630, CPC) PROCESSO DE EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER Ressaltar a distinção entre a execução imediata e específica Art. 632 e seguintes do CPC. O que são obrigações de fazer? Aquelas em que o devedor se compromete a uma prestação, consistente em atos ou serviços. DAR O devedor deve entregar uma coisa, seja serviço ela certa ou incerta. Interesse do credor está na coisa Qualidade da coisa FAZER Deve realizar um ato ou serviço Interesse do credor está no facere Qualidades do devedor 6
Obrigações de fazer: 1 Fungíveis: Podem ser cumpridas por qualquer pessoa; Não dependem de qualidades especiais do devedor; Sub-rogação e coerção; Conversão em perdas e danos; 2 Infungíveis (ou personalíssimas): Não podem ser cumpridas por qualquer pessoa Dependem de qualidade especial do devedor; Coerção Conversão em perdas e danos EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER FUNGÍVEIS: Fungibilidade: possibilidade de substituição por outro(a). Substituição do devedor para o cumprimento da obrigação. Em sendo por título extrajudicial, processa-se pelo 632 do CPC. O devedor será citado para cumprir a obrigação no prazo previsto no título ou no assinalado pelo juiz. Contagem do prazo: Revisar a lição de que os prazos se contam a partir da juntada do mandado dos autos. Nova contagem do prazo: DJ - Eletrônico. Considera-se como data da publicação o 1 dia útil seguinte ao da publicação no DJE. Lei 11.419/2006 Lei do Processo Eletrônico (Informatização do Processo Judicial) CAPÍTULO II DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 4 - Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral. 3 - Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da justiça eletrônico. 4 - Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação. Com a citação, correrão independentes os prazos de 15 dias para embargar e para cumprimento da obrigação. 7
Astreintes. É possível a aplicação nesses casos. Mesmo sem requerimento, o juiz pode fixar de ofício. Métodos de Sanção ao devedor: Coerção: astreintes (originalmente concebida para as obrigações infungíveis). Sub-rogação: Substituição do devedor. Conversão em perdas e danos: em último caso, converte-se e passamos á execução por quantia certa. Será necessário o processo de liquidação incidente, para apurar o quantum debeatur. Cumprimento da obrigação por terceiro: O juiz nomeará terceiro idôneo, que prestará o fato á custa do devedor. O exeqüente deverá antecipar as despesas com serviço do terceiro recebendo mais tarde do devedor. Prestando o serviço: O juiz ouvirá as partes em 10 dias e caso não haja impugnação ou sejam as mesmas improcedentes, dará por extinta a obrigação. EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER INFUGÍVEIS: Infungibilidade: Impossibilidade de substituição do devedor por outro (terceiro) juiz, O devedor é citado para cumprir a obrigação no prazo do título ou no fixado pelo Correm os prazos: 15 dias para embargar; Prazo para cumprir a obrigação. Só há possibilidade de uso da coerção. Astreintes são possíveis. Não há como o juiz valer-se da sub-rogação. Se não cumprir a obrigação, haverá conversão em perdas e danos prosseguindo-se a execução por quantia certa. EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER: Cabimento: Cabe quando o devedor faz aquilo que devia abster-se. Praticado o ato, surge para o devedor uma obrigação positiva. 8
É a obrigação de desfazer o que foi feito indevidamente. Por isso o 642 e 643 tratam do desfazimento do que foi feito indevidamente. A obrigação de desfazer, nada mais é do que uma obrigação de fazer, seguindo-se o processo pela execução de obrigação de fazer, caso seja possível o desfazimento. Objeto: é o desfazimento do que fora indevidamente feito. Se for impossível desfazer: só restará a conversão em perdas e danos. Haverá processo de liquidação 9