TURISMO E INTERFERÊNCIAS FÍSICO-AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS - RJ

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Transcrição:

TURISMO E INTERFERÊNCIAS FÍSICO-AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS - RJ Eluan Alan Lemos Pocidonio (Graduação/UFRJ; eluanlemos@yahoo.com.br) Telma Mendes da Silva (Deptº de Geografia UFRJ; telmendes@globo.com) Introdução O turismo é uma atividade complexa que se baseia no consumo do espaço geográfico e possuí múltiplas relações econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais que vem se difundindo de forma acelerada, movimentando capitais de enormes proporções. E, por possuir essas características, é uma temática que vêm despertando o interesse de vários segmentos da ciência, onde o aumento de número de trabalhos científicos produzidos na última década tem chamado atenção. No entanto, há uma necessidade de formular propostas que visem subsidiar a implementação e a gestão de forma racional da atividade turística. Algumas proposições elaboradas por algumas instituições não tem destacado a diversidade do relevo como fator relevante na caracterização de áreas turísticas, bem como a necessidade de práticas de manejo e conservação. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo norteador discutir a inserção dos aspectos extraídos o relevo como elemento que deve ser considerado em propostas de zoneamento dos potenciais turísticos, avaliando através do viés geomorfológico esta atividade econômica no município turístico de Angra dos Reis, buscando ressaltar seus impactos, que podem ser tanto positivos, pela grande movimentação financeira e auxílio na preservação de áreas naturalmente instáveis, quanto negativos, como à sobrecarga dos serviços públicos básicos (água, esgoto, coleta de lixo, etc.). Ressalta-se, ainda, que por ser uma área em que é crescente a implementação da atividade turística como geração de renda e de divisas para a Prefeitura Municipal é de fundamental importância uma avaliação as questões ambientais já existentes, bem como questões possíveis que poderão ser gerados a partir da implementação desta atividade. Materiais e Métodos As análises aqui realizadas partiram da avaliação do mapa geomorfológico de detalhe realizado por Silva (2002), em que são destacadas as unidades morfológicas de planícies fluviais e flúvio-marinhas, colinas, morros, serras locais e/ou de transição entre morfologias distintas e serras escarpadas, que permitiram evidenciar um primeiro indicativo de áreas de maior instabilidade ambiental para este trecho do Rio de Janeiro, e que através de levantamento de dados secundários em órgãos competentes local, e a realização de etapas de campo para coleta de dados primários e verificação do mapeamento geomorfológico realizado, permitiram traçar uma primeira aproximação das intervenções positivas e/ou negativas no município.

Foi também dado enfoque neste trabalho a realização de um levantamento em sites de internet destinados a propostas de zoneamentos turísticos do estado do Rio de Janeiro, visando diagnosticar como vem sendo classificado e divulgado o turismo para a área em estudo. O Município de Angra dos Reis O município de Angra dos Reis, localizado entre as coordenadas geográfica 23 00 24 S e 44 19 05 W, tem aproximadamente 819 km 2 de extensão, seis metros de altitude do nível do mar e aproximadamente 160 mil habitantes, possui no turismo importante vocação econômica e é conhecido por suas belezas naturais, que se compõe do misto de ilhas (totalizando 365), praias (aproximadamente 2000) que contrastam com a morfologia da serra da Bocaina, onde há preservação da Mata Atlântica. Pela característica da preservação da Mata Atlântica e possuir em suas águas várias tonalidades de verde, este município insere a região denominada de Costa Verde, situada no sul do estado do Rio de Janeiro e que inclui ainda os municípios de Mangaratiba e Paraty. Está denominação é bastante conhecida e utilizada por diversos órgãos de turismo do estado do Rio de Janeiro, tais como a proposta da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, a TURISRIO (www.turisrio.rj.gov.br), a Companhia de Turismo RJ (www.turismo-rj.com.br) - que é um órgão privado e tem como objetivo a divulgação de áreas com potencial turístico para o estado, o zoneamento feito pelo Instituo Virtual de Turismo (IVT), organizado pela COPPE-UFRJ (www.ivt-rj.net) que objetiva promover o desenvolvimento da interdisciplinaridade e do estudo do Turismo; a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis ABIH (www.abih.com.br), que é uma entidade que congrega as empresas de hospedagem com sede e estabelecimentos no estado e o zoneamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (www.ibge.gov.br). Todas estas propostas ressaltam as características do ambiente Serra e Mar como de destaque para atrativo dos turistas. A proposta recentemente apresentada por Soares (2008), classifica a região denominada de Costa Verde como unidade turística de Praia e Escarpas Serranas. Tal proposta teve como base fundamental a valorização das características geomorfológicas do Estado do Rio de Janeiro, sendo utilizados os mapas geomorfológicos de detalhe elaborados por Silva (2002). Esta unidade turística foi morfologicamente caracterizada por possuir praias e planícies constituídas de sedimentos quaternários estreitas, espremidas entre a escarpa da serra da Bocaina e o oceano e, em muitos pontos com a presença de manguezais ao longo dos canais fluviais que desembocam na Baía de Angra dos Reis. Resultados Alcançados Os dados até o presente reunidos permitem destacar a ocorrência de um crescimento demográfico desordenado, caracterizando uma acelerada taxa deste, que se encontra acima dos 3% anual, que é resultante e impulsionada não só pela atividade turística, mas por outros fatores que a décadas vem causando este crescimento como à implantação do estaleiro Verolme na década de 1950, a construção

do Terminal da Petrobrás e da Rodovia Rio-Santos na década de 1970 e o início da construção da Usina Nuclear Angra I, que entrou em funcionamento em 1985, Usina Nuclear Angra II, que teve suas obras retomadas em 1991, porém só entrou em operação em 2000 e hoje com a construção da Usina Nuclear Angra III. Estes fatos fizeram com que a população local ocupasse cada vez mais áreas naturalmente instáveis das encostas íngremes serranas que ocupam 84,2% do município, e ultrapassam a altitude de 60m estabelecidas pelo Plano Diretor Municipal (Lei n 162/91), como altura limite para edificações (Francisco e Carvalho, 2004), frente a 7,5% da área de planícies. As áreas de planícies por serem as mais visadas pela atividade turística na região acabam sendo utilizadas pelo turismo de alto luxo, onde se dá a construção de resorts, hotéis de luxo ou mesmo belas pousadas, enquanto nas encostas há a consequente ocupação desordenada com aspectos de desestabilização, onde podem ser observados diversos processos erosivos, como voçorocas, ravinamentos, deslizamentos, entre outros, levando a uma fragilização do bioma Mata Atlântica. Em relação especificamente a atividade do turismo, a Prefeitura Municipal de Angra dos Reis elaborou uma proposta de zoneamento turístico denominada de Corredores Turísticos (www.angra.rj.gov.br), onde o critério básico para a subdivisão refere-se à posição geográfica que ocupa: Corredor Turístico do Centro, Corredor Turístico da Estrada do Contorno, Corredor Turístico da Ponta Leste, Corredor Turístico Ponta Sul e Corredor da Ilha Grande. Como características complementares para a realização desta setorização estão os principais atrativos turísticos existentes e que podem ser observados de forma bastante sintetizada pela Figura 1, onde fica evidente a associação como os atrativos Histórico/Culturais e Naturais para cada setor turístico discriminado. Observamos, no entanto, que para cada Corredor Turístico foram elencados atrativos já bem conhecidos e explorados pela atividade turística municipal, e que neste trabalho estão sendo analisados através do viés tanto geográfico como geomorfológico, procurando argumentos que venham aferir as reais potencialidades locais, bem como os prováveis impactos sociais e/ou ambientais decorrentes da implementação, sem controle, desta atividade econômica nas diferentes áreas definidas. Ressalta-se ainda que neste primeiro momento da pesquisa foram concentrados esforços na análise dos corredores turísticos situados na área continental, ficando o Corredor turístico da Ilha Grande para uma segunda etapa da pesquisa.

Figura 1: Corredores Turísticos de Angra dos Reis. Fonte: www.angra.rj.gov.br. Considerações Finais O presente estudo se encontra em andamento, porém, como resultado parcial se verificou em primeira instância a importância que o turismo possui para o município pesquisado, principalmente como gerador de divisas, assim como sua morfologia direta ou indiretamente se configura em um importante atrativo turístico, sendo por esse motivo, relevante aferir e propor medidas que visem nortear essa atividade no município, assim como propostas que torne essa atividade econômica algo efetivamente positivo, sem grandes efeitos ao Bioma Mata Atlântica e aos domínios morfológicos encontrados nessa região. Referências Bibliográficas Associação Brasileira da Indústria de Hotéis ABIH. www.abih.com.br (Acesso realizado em 29/02/2008).

Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro TURISRIO. www.turisrio.rj.gov.br (Acesso realizado em 18/02/2008). FRANCISCO, C. N. & CARVALHO, C. N. 2004 Disponibilidade hídrica da visão global às pequenas bacias hidrográficas: o caso de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Revista Geociências. Ano 3, n 3. Niterói. Instituto de Geociências. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. www.ibge.gov.br (Acesso realizado em 20/08/2008). Instituto Virtual de Turismo da COPPE/UFRJ - IVT. www.ivt-rj.net (Acesso realizado em 27/02/2008). Prefeitura Municipal de Angra dos Reis. www.angra.rj.gov.br (Acesso realizado em 07/04/2009). SILVA,T.M. 2002. A Estruturação Geomorfológica do Planalto Atlântico na Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 265p. (Tese de Doutorado, Depto. Geografia/IGEO-UFRJ). SOARES, E. L. S. F. 2008 Avaliação das potencialidades turísticas no Estado do Rio de Janeiro: base para uma proposta de zoneamento. Rio de Janeiro. 58 p. (Monografia de Graduação, Depto. Geografia / IGEO UFRJ). Turismo RJ. www.turismo-rj.com.br (Acesso realizado em 20/02/2008).