Deficiência de ferro e anemia em escolares da área rural de Novo Cruzeiro (Minas Gerais) Brasil

Documentos relacionados
Deficiência de ferro e anemia em escolares da área rural de Novo Cruzeiro, Minas Gerais

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

ANEMIA FERROPRIVA NO LACTENTE EM RELAÇÃO O AO ALEITAMENTO MATERNO E SUPLEMENTAÇÃO O DE FERRO

3. Material e Métodos

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

Professora adjunta da Faculdade de Nutrição/UFPEL Campus Universitário - UFPEL - Caixa Postal CEP

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

DIAGNÓSTICO DE DEFICIÊNCIA DE FERRO NA INFÂNCIA*

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM GESTANTES ATENDIDAS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

Campus Universitário Caixa Postal 354 CEP INTRODUÇÃO

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

Os escolares das Escolas Municipais de Ensino Fundamental

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

Anemia e marcadores séricos da deficiência de ferro em grávidas atendidas na rede pública municipal de Manaus, Amazonas, Brasil

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

Avaliação Nutricional

Apresentação Resultados

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Repercussões da anemia sobre o desenvolvimento de linguagem em crianças: estudo longitudinal prospectivo

ESTUDO COMPARATIVO DE INDICADORES BIOQUÍMICOS DE CONCENTRAÇÃO DE FERRO, EM DUAS POPULAÇÕES DE GESTANTES, COM E SEM ATENDIMENTO PRÉ-NATAL

COMPARAÇÃO ENTRE VALORES HEMATOLÓGICOS (HEMOGLOBINA, HEMATÓCRITO E FERRO SÉRICO) DA PARTURIENTE E DO RECÉM-NASCIDO

AVALIAÇÃO IMC E DE CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE PROTEÍNA, VITAMINA C E MAGNÉSIO POR ESCOLARES

INDICADORES BIOQUÍMICOS DA FUNÇÃO RENAL EM IDOSOS

UTILIZAÇÃO DOS ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ANEMIAS MICROCÍTICAS

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

IDENTIFICATION OF IRON DEFICIENCY ANEMIA IN ELDERLY RESIDENTS OF NURSING HOMES OF CURITIBA AND METROPOLITAN REGION

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

Prevalência de anemia em escolares de uma comunidade rural do Distrito Federal. Artigo original

MICRONUTRIENTES. Bases epidemiológicas. PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS ATENDIDAS NA USF VIVER BEM DO MUNICIPIO DE JOÃO PESSOA-PB

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

IDADE GESTACIONAL, ESTADO NUTRICIONAL E GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO DE PARTURIENTES DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PELOTAS RS

Ana Paula Aires², Ariane de Oliveira Botega², Flaviana Pedron², Gabriela Pinto², Naiani Ramos², Priscila Pereira² e Ana Lúcia de Freitas Saccol³

Estudo Multicêntrico do Consumo Alimentar de Pré-escolares

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES DE ESCOLAS MUNICIPAIS DA ZONA SUL DE SÃO PAULO

1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE SÃO JOAQUIM, SC *

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

ANEMIA FERROPRIVA EM POPULAÇÕES DA REGIÃO SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO*

A AVALIAÇÃO DO PERFIL FÉRRICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO CENTRO HEMATOLÓGICO E LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS (HEMOCLIN)

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

ANEMIA, UM PROBLEMA MUNDIAL. Palavras-chave: Anemia. Hemograma. Deficiências Nutricionais.

Quais os indicadores para diagnóstico nutricional?

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM GESTANTES DO MUNICÍPIO DE LAJEDO-PE

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NUTRITIONAL PROFILE OF PUBLIC SCHOOL CHILDREN IN THE TOWN OF PIRAQUARA

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DAS ESCOLAS DE CANÁPOLIS/MG E CAMPO ALEGRE DE GOIÁS/GO

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

Período de Realização. De 3 de julho à 15 de setembro de População em geral. Sujeitos da Ação

PERFIL NUTRICIONAL DO PACIENTE GERIÁTRICO EM AMBIENTE HOSPITALAR

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição.

Palavras-Chave: Obesidade; Educação Nutricional; Avaliação Nutricional

Avaliação da anemia em crianças da cidade de Campina Grande, Paraíba, Brasil

Manual Básico. Antho WHO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DE ADOLESCENTES

PARASITOSES INTESTINAIS INFANTIS E SUA ASSOCIAÇÃO COM ESTADO ANÊMICO- REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

5º Simposio de Ensino de Graduação INVESTIGAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM ESCOLARES DE LINS - SP.

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 2006

5º Simposio de Ensino de Graduação INVESTIGAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM ESCOLARES DE LINS - SP.

PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM IDOSOS RESIDENTES EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

Deficiência de Ferro e Anemia na Criança. Profa Dra Josefina Aparecida Pellegrini Braga Hematologia Pediátrica- EPM/Unifesp

Perfil socioeconômico e nutricional das crianças inscritas no programa de suplementação alimentar do Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira

Exemplos de Programas de Fortificação e Suplementação de Sucesso na América Latina. 02/08/2016 Centro de Convenções Brasil 21 Brasília-DF

ANÁLISE DO CRESCIMENTO CORPORAL DE CRIANÇAS DE 0 À 2 ANOS EM CRECHES MUNICIPAIS DE GOIÂNIA

Assunto : Desnutrição Professora : Enf.: Darlene Carvalho

Vegetarianismo na Infância e Adolescência. Ana Paula Pacífico Homem

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a anemia é definida

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO MILENA CAROLINA SILVA CASTRO OLIVEIRA

Prevalência de Anemia em Crianças e Adolescentes Portadores de Enteroparasitoses

Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 3, p , 2013

Risco de anemia ferropriva em crianças com baixos níveis de ferritina

Caracterização do Perfil Nutricional, Associados com Dislipidemias em Adolescentes Atendidos no Programa de Atenção à Saúde do Adolescente (PROASA)

LEVANTAMENTO DOS FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ENTRE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO-CE

ANEMIA FERROPRIVA E SUA PREVENÇÃO NO PERÍODO GESTACIONAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Marasmo (emagrecimento grave) Kwashiorkor (edema bilateral) Kwashiorkor-marasmático, ou emagrecimento grave com edema bilateral

Joel A. Lamounier Medicina UFSJ

Fome Oculta. Helio Vannucchi Divisão de Nutrologia 2017

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE TABELAS ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS RESUMO ABSTRACT VII IX X XI XII

Avaliação antropométrica de crianças

KARLA DE TOLEDO CANDIDO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ- ESCOLARES DE CEINFS MUNICIPAIS DE CAMPO GRANDE - MS

CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E PRESENÇA DE ANEMIA EM PRÉ-ESCOLARES DE MATÃO - S.P.

RELAÇÃO ENTRE A FAIXA ETÁRIA DE TUTORES DE CÃES E GATOS E A PERCEPÇÃO DE ZOONOSES, EM BELÉM, PARÁ

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

Anemia em crianças menores de dois anos atendidas nas unidades básicas de saúde no Estado de São Paulo, Brasil

Transcrição:

Artigo original Deficiência de ferro e anemia em escolares da área rural de Novo Cruzeiro (Minas Gerais) Brasil Iron deficiency and anemia in students from the rural area in Novo Cruzeiro (Minas Gerais) Brazil Eliane Garcia Rezende 1, Margarete Aparecida Santos 2, Joel Alves Lamounier 3, Márcio Antônio Moreira Galvão 2, Romário Cerqueira Leite 4 RESUMO O reconhecimento da relação existente entre a deficiência de ferro e a presença ou ausência de anemia, comprometendo diversas funções do organismo humano, tem sido tema de debates na área de nutrição em âmbito internacional, especialmente por ser uma das deficiências mais prevalentes no mundo. Objetivo: este estudo descreve a ocorrência de deficiência de ferro e busca elucidar a frequência de anemia ferropriva em escolares de área rural. Casuística e Métodos: foram avaliados níveis de hemoglobina, ferro sérico (Fe), capacidade total de ligação de ferro (CTLF) e saturação de transferrina (IST) de 439 escolares da zona rural de Novo Cruzeiro (Minas Gerais) município situado no Vale do Jequitinhonha. A população estudada foi de escolares na faixa etária de sete a 15 anos, sendo 50,1% do gênero masculino. Resultados: a frequência de anemia nos escolares foi de 12,1% e os parâmetros indicativos de deficiência em ferro mostraram ferro sérico em 17,1%, CTLF em 31,7% e diminuição do IST em 36,2% dos indivíduos. Relacionando as dosagens de ferro sérico, IST, CTLF elevada, indicativos de deficiência e hemoglobina baixa, verificou-se que 41,5% dos escolares anêmicos apresentavam anemia ferropriva. Os demais casos de anemia (58,5%) podem ser explicados por outras causas, como hemoglobinopatias e outras deficiências nutricionais. Dos indivíduos com deficiência de ferro pela CTLF, 26,7% não apresentaram anemia. Conclusão: existe significativa frequência de anemia ferropriva e de deficiência de ferro nessa população rural. Palavras-chave: Anemia; Anemia Ferropriva; Ferro/deficiência; Criança; Zonas Rurais. 1 Universidade Federal de Alfenas 2 Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) 3 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 4 Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ABSTRACT The recognition of the existing relationship between iron deficiency and the presence or not of anemia has been subject of debate worldwide in the area of nutrition, especially because this deficiency is one of the most prevalent in the world. Objective: The present study aims at describing the occurrence of iron deficiency among students in a rural area and the frequency of anemia due to this deficiency. Methods and Casuistry: Hemoglobin, serum iron (Fe), transferring saturation (TS)and total iron binding capacity (TIBC) were evaluated in 479 school children from the rural area of Novo Cruzeiro (Minas Gerais), in the valley of the Jequitinhonha river. The population under study comprised 7 to 15 year-old students, 50,1% being males. Results: The frequency of anemia was 12.1%, and the indicative parameters of iron deficiency showed Fe deficiency in 17.1%, TIBC in 31.7% and decreased TS in 36.2% of them. When relating serum iron and TS with increased TIBC (indicative of deficiency) and low hemoglobin level it was verified that 41.5% of the anemic students had anemia due to iron deficiency. The other cases of anemia (58,5%) can be explained by other causes such as nutritional deficiencies and hemoglobinopatias. Anemia hasn t occurred among the subjects with increased TIBC 26.7%. Conclusion: There is a significant frequency of iron deficiency and anemia due to iron deficiency among this population. Recebido em: 30/05/2008 Aprovado em: 20/01/2009 Trabalho realizado pelo Departamento de Nutrição Clínica e Social da UFOP em parceria com a UFMG, com recursos das instituições: UFOP e UFMG. Baseado em dissertação: Anemia ferropriva e seus fatores predisponentes, em escolares da área rural de Novo Cruzeiro, Minas Gerais, Brasil, na Escola de Veterinária da UFMG (Defendido em 2002) Endereço para correspondência: Eliane Garcia Rezende. Rua Gabriel Monteiro da Silva, nº 714, Centro, Alfenas. Cep.: 37130-000 E-mail: elianeg@uai.com.br Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108 103

Key words: Anemia; Anemia, Iron-Deficiency; Iron/deficiency; Child; Rural Zones. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 30 a 48% da população nos países em desenvolvimento estejam com anemia. 1 Para as crianças de cinco a 14 anos, calcula-se que aproximadamente 46% sejam anêmicas no mundo, sendo a maioria dos casos por deficiência de ferro. 2 A OMS define anemia nutricional como o estado em que a hemoglobina está anormalmente baixa, refletindo a carência de um ou mais nutrientes necessários à sua elaboração ou maturação. A anemia ferropriva é resultado da queda nos níveis normais de hemoglobina devido à deficiência grave do ferro. 3 Segundo Melo et al. 4, a anemia ferropriva apresenta dificuldades em seu diagnóstico presuntivo pelos índices hematimétricos, por apresentar semelhanças com a beta-talassemia, devendo ser observadas provas laboratoriais complementares, tais como os parâmetros de estoques de ferro. A depleção do ferro ocorre, mais comumente, no organismo humano de forma gradual e progressiva, atingindo compartimentos diferentes com seu agravamento. Acomete inicialmente a sua forma de armazenamento, a ferritina, depois atinge a saturação de transferrina e a concentração de ferro sérico, sendo o nível de hemoglobina o último parâmetro a ser afetado. 5 Como a carência de ferro ocorre gradativamente, pode-se detectar indivíduos com deficiência de ferro sem apresentar anemia. Ela acontece quando os estoques do mineral estão afetados e os níveis de hemoglobina permanecem dentro da faixa de referência. A deficiência de ferro é muito prevalente no mundo, atingindo principalmente crianças e mulheres, e o reconhecimento da relação entre sua deficiência, mesmo sem anemia, e diversas funções orgânicas é motivo de estudo. 3 A carência de ferro constitui-se em enfermidade sistêmica com múltiplos sintomas, atingindo todas as células do organismo, devido à sua participação em numerosas reações de óxido-redução, incluindo o sistema imunológico. Diversos trabalhos elucidam as consequências da deficiência de ferro em crianças, tais como redução do desenvolvimento mental e motor e menor resposta imunológica, entre outras. 6 Muitas são as situações que levam à carência de ferro, podendose citar as perdas sanguíneas crônicas e ingestão e/ou absorção deficientes desse mineral, entre outros. 7 Segundo Tsuyuoka et al. 8, estima-se que a anemia ocorra em metade dos escolares e adolescentes nos países em desenvolvimento. No Brasil existe significativa variação de resultados, mostrando diferentes prevalências de anemia por regiões. 5,9 Szarfarc et al. 5, compilando prevalências de anemia por regiões brasileiras, identificaram que os grupos populacionais mais estudados são crianças menores de seis anos de idade e gestantes, sendo poucos os trabalhos com escolares. As taxas mais altas de prevalência de anemia chegam a 77% para crianças menores de 24 meses e regridem com o aumento da idade, variando de 7 a 54% em escolares. 5 Fujimori et al. 9 encontraram 17,6% de anemia em mulheres adolescentes de Taboão da Serra (SP), apresentando mais frequência na pré-menarca. Em estudo realizado nos municípios de Turmalina, Minas Novas e Capelinha, situados no Vale do Jequitinhonha (MG), Araújo et al. 10 verificaram a prevalência de anemia em 34,6% para crianças na faixa etária pré-escolar e 18,2% para os escolares da zona rural; e 23,9% nos pré-escolares e 17,5% nos escolares da região urbana. 10 Este estudo descreve a ocorrência de deficiência de ferro e anemia em escolares do município de Novo Cruzeiro, situado no Vale do Jequitinhonha, com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-2000) de 0,629 (IPEA), ocupando o 791 lugar entre os 853 municípios mineiros. 11 MATERIAL E MÉTODOS Este estudo, de natureza transversal, foi realizado em 2000, com análise de parâmetros hematológicos e bioquímicos, cotejados entre si, de 439 alunos de quatro escolas da área rural de Novo Cruzeiro, Minas Gerais, Brasil. Novo Cruzeiro (MG) localiza-se na macrorregião de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao ano 2000, mostra densidade demográfica de 17,9 hab/km 2. A maior parte da população aproximadamente 22.075 habitantes reside na região rural. 12 O município, em 1991, apresentava 7.177 crianças na faixa de sete a 14 anos de idade. Verificou-se em 1997 a existência de 36 instituições escolares, das quais três localizam-se em seu perímetro urbano. 13 Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da UFOP, atendendo à Resolução n o.196/1996 do Ministério da Saúde. 104 Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Parâmetros de avaliação do ferro e anemia Os parâmetros utilizados para avaliação do estado nutricional de ferro foram a concentração de hemoglobina, os níveis de ferro sérico, determinação da capacidade total de ligação de ferro e cálculo do índice de saturação da transferrina. 14 Dosagem de hemoglobina A hemoglobina foi medida no campo pelo sistema HemoCue Blood Hemoglobin, tendo como amostra o sangue de punção venosa. 15 O aparelho fornece leitura fotométrica dos níveis de hemoglobina na forma azidometahemoglobina. Os valores de referência para avaliar a hemoglobinemia, indicativos de anemia, foram os preconizados por Dallman e Siimes 16. Nessa classificação, crianças com até nove anos de idade devem apresentar hemoglobina acima de 11,5 g/dl; para crianças de nove a 12 anos e também meninas de 12 a 18 anos, a hemoglobina deve ser superior a 12,0 g/dl; já para os meninos de 12 a 14 anos são adotadas concentrações de 12,5 g/dl e para meninos de 14 a 18 anos, superiores a 13,0 g/dl. Os valores abaixo desses parâmetros são classificados como característicos de anemia. Dosagem de ferro sérico O ferro sérico (Fe) foi dosado pelo método colorimétrico sem desproteinização, baseado na liberação do ferro sérico da união com a transferrina. Os valores acima de 50 µg/dl foram considerados níveis normais para ferro sérico; e valores inferiores ou iguais a 50 µg/dl considerados como sua deficiência. 14 Capacidade total de ligação de ferro A capacidade total de fixação ou de ligação de ferro no soro (CTLF) foi determinada por método colorimétrico, fundamentado na atividade da transferrina em captar Fe (III). A quantidade da transferrina saturada se expressa como os microgramas de Fe (III). Como ponto de corte foram adotados valores superiores ou iguais a 450 µg/dl para considerar-se a deficiência de ferro. 14 Índice de saturação de transferrina O índice de saturação da transferrina (IST) foi calculado a partir do ferro sérico e CTLF e os valores acima de 20% foram considerados adequados quanto aos conteúdos de níveis de ferro no organismo. ANTROPOMETRIA As tomadas de medidas antropométricas de altura e peso dos escolares seguiram as recomendações técnicas pertinentes. 17 As idades foram calculadas subtraindo-se a data da coleta das medidas antropométricas da data de nascimento da criança. O peso foi obtido em balança portátil com capacidade para 150 Kg. Para a altura, foram utilizadas fitas métricas devidamente afixadas à parede. O índice de massa corporal (IMC), obtido pela relação peso/altura 2, foi utilizado para avaliação do estado nutricional. Os valores de IMC abaixo do percentil 5 foram considerados subnutridos; valores iguais ou superiores ao percentil 85 foram adotados como sobrepeso; e entre os percentis 5 e 85 classificados como eutróficos. 18 Os dados antropométricos foram analisados usando-se o programa Epi-Info versão 6.04d. 19 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram organizados e os cálculos processados em software Excel. As análises foram realizadas pelo software Epi-Info, versão 6.04d. 19 Para análise estatística utilizou-se o teste do qui-quadrado, com nível de significância de 95% e correção de Yates, quando necessário. RESULTADOS A distribuição dos escolares segundo o gênero mostra-se equilibrada, sendo 50,1% masculinos e 49,9% femininos (Tabela 1). A distribuição entre os gêneros em relação às faixas de idade apresentou proporções bem próximas. Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108 105

Nessa população de escolares da zona rural, 9,1% das crianças apresentaram subnutrição proteica calórica compilada pelo indicador IMC, sendo a maior frequência (3,9%) na faixa de idade de 12 a 13,9 anos (p=0,01) e a menor (0,9%) para as crianças menores de nove anos (Tabela 1). Deficiência de ferro Número de Estudantes 400 350 300 250 200 150 100 50 n=75 17,1% n=364 82,9% n=139 31,7% n=300 68,3% n=159 36,2% Deficiente Não deficiente n=280 63,8% A frequência de estudantes deficientes em ferro, segundo diferentes indicadores, pode ser vista na Figura 1, que mostrou deficiência de ferro sérico, CTLF e IST, respectivamente, em 17,1, 31,7 e 36,2% das pessoas. O indicador CTLF é considerado parâmetro mais estável que o ferro sérico 20, pois apresenta menos variação fisiológica durante o dia. Portanto, pode mostrar mais fidelidade à situação de reservas de ferro no organismo do que a dosagem do ferro sérico. Relacionando o parâmetro CTLF com hemoglobina (Tabela 2), buscou-se determinar os escolares com deficiência de ferro, mesmo não apresentando anemia. Desta forma, realizando a correlação entre a frequência de CTLF elevada com níveis de hemoglobina, observaram-se 26,7% de escolares com deficiência de ferro sem apresentar anemia, ou seja, ainda sem alteração nos níveis de hemoglobina. Anemia A frequência de anemia encontrada foi de 12,1%. Entre os anêmicos, a hemoglobina teve média e desvio-padrão de 11,71 + 0,65 g/dl. O grupo classificado como não-anêmico apresentou 13,51 + 0,86 g/dl de hemoglobina. 0 Fe CTLF IST Figura 1 - Frequência de deficiência de ferro, segundo os indicadores ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro e índice de saturação de transferrina, em 439 escolares da área rural de Novo Cruzeiro MG Tabela 2 - Frequência e médias de CTLF elevadas, correlacionadas com a hemoglobina (Hb), avaliadas em escolares da área rural, Novo Cruzeiro (MG) CTLF elevada Nível de hemoglobina Frequência n % Hb Baixa 22 5,0 Adequada 117 26,7 Total 139 31,7 Discriminação de anemia por deficiência de ferro Na avaliação da anemia nos escolares, buscou-se relacionar todos os parâmetros analisados na tentativa de discriminar a anemia por deficiência de ferro. Partiu-se do princípio de que na condição de deficiência de ferro encontra-se valor baixo ou normal para ferro sérico e IST no soro, mas com CTLF aumentada. 14 Tabela 1 - Distribuição de escolares de área rural, segundo o gênero, agrupados por idade e estado nutricional antropométrico, Novo Cruzeiro (MG). Faixa de Idade Subnutrição Gênero Déficit ponderal pelo IMC Masculino Feminino Ausente Presente n % n % n % n % < 9 48 10,9 49 11,2 92 a 21,0 4 a 0,9 9 12 86 19,6 86 19,6 162 a,b 36,9 8 a,b 1,8 12 13 67 15,3 63 14,3 111 b, c 25,3 17 b,c 3,9 > 14 19 4,3 21 4,8 29 c 6,6 11 c 2,5 Total 220 50,1 219 49,9 394 89,8 40 9,1 a = Qui-quadrado Yates corrected p=0,83, b = Qui-quadrado Yates corrected p=0,015, c = Qui-quadrado Yates corrected p=0,06 106 Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108

Relacionando os resultados de hemoglobina com o parâmetro de deficiência de ferro nesses escolares, pôde-se constatar que 41,5% dos indivíduos com hemoglobina baixa também apresentaram CTLF aumentada (Tabela 3). A associação desses parâmetros permitiu visualizar que da população na qual foi detectada anemia, pelo menos 41,5% poderiam ser por deficiência de ferro; e os outros 58,5% casos de anemia por outras causas. Tabela 3 - Frequência e médias de redução de hemoglobina correlacionadas com o parâmetro CTLF, avaliados em escolares da área rural, Novo Cruzeiro (MG) Parâmetro de deficiência de ferro DISCUSSÃO Nível de hemoglobina baixa Frequência n % CTLF Elevada 22 41,5 Adequada 31 58,5 Total 53 12,1 A desnutrição, ainda com prevalência significativa no Brasil, atinge as crianças, como pode ser observado em diferentes pesquisas. 21,22 Estudo realizado por Castro 21 encontrou anemia em 30,6% das crianças, sendo 20,9% diagnosticadas como anemia ferropriva, utilizando-se como parâmetros a concentração de hemoglobina combinada com ferritina e receptor solúvel de transferrina. Fujimori et al. 23, avaliando adolescentes gestantes em São Paulo, relataram 73,5% com deficiência de ferro pela CTLF, 31,0% com ferro sérico baixo e 45,8% com deficiência pelo IST. Os resultados do presente trabalho em escolares mostraram 31,7% com CTLF elevada, 17,1% com ferro sérico baixo e 36,2% com IST baixo. Esses percentuais são mais baixos que os descritos por Fujimori et al. 23, o que pode ser explicado pelos múltiplos fatores relacionados à carência de ferro em adolescentes em gestação. À semelhança dos resultados encontrados por Fujimori et al. 23, também neste estudo encontraramse percentuais muito diferentes entre os parâmetros ferro sérico e CTLF. É importante destacar que a variável ferro sérico mostra-se muito instável, comparada aos outros parâmetros estudados, por sofrer várias interferências fisiológicas durante seu metabolismo diário. 14 Como descrevem Fairbanks e Klee 14, valores aumentados de CTLF são indicativos da deficiência de ferro, mesmo quando relacionados com resultados de hemoglobina normais. A literatura mostra que os percentuais de CTLF podem estar subestimados pela presença de subnutrição, acarretando valores falso-negativos. Os resultados deste trabalho em relação à CTLF podem mostrar falso-negativos, uma vez que 9,1% dos escolares apresentam subnutrição avaliada pelo IMC. Este fato pode explicar, em parte, a diferença nos percentuais encontrados entre CTLF (31,7%) e IST (36,2%). O percentual de anemia (12,1%) encontrado nesses escolares da zona rural é inferior aos 18,2% encontrados anteriormente por Araújo et al. 10, também em escolares da zona rural de três cidades do Vale do Jequitinhonha. No Brasil, poucos são os trabalhos realizados com escolares. Em pesquisa realizada com crianças de sete a 14 anos em Londrina (PR), verificaram-se 26% de anemia, um percentual bem elevado quando comparado ao da presente investigação. 24 Em estudo com escolares no Zanzibar, África, Stoltzfus et al. 25 referiram 65,5% de anemia entre os meninos, sendo a anemia ferropriva classificada pela dosagem de ferritina e protoporfirina, responsável por 55,7% dos casos. Neste estudo em Novo Cruzeiro entre os escolares anêmicos, 41,5% puderam ser considerados com anemia ferropriva. A diferença na discriminação da anemia ferropriva encontrada por Stoltzfus et al. 25 em relação à verificada nesta avaliação pode ser explicada pela fidelidade dos parâmetros utilizados em cada estudo. A ferritina e a protoporfirina são parâmetros afetados na primeira etapa da deficiência de ferro, já a saturação da transferrina é a segunda fase do processo de carência, assim os parâmetros adotados por Stoltzfus et al. 25 são mais sensíveis dos que os adotados neste trabalho. Norton 26, avaliando crianças entre sete e 15 anos no município de Rio Acima (MG), informou 36,2% de anêmicos, avaliando o nível de hemoglobina pelo método da prevalência estandardizada, em que 20% das crianças manifestavam ferritina baixa. Na presente pesquisa, foram registrados 41,5% dos casos podendo ser diagnosticados como anemia ferropriva. O restante dos casos de anemia pode ser devido a outras causas, tais como: subnutrição proteica, deficiência de cobre, deficiência vitamínica, hemoglobinopatias, entre outras. Vale ressaltar que o diagnóstico diferencial das anemias é complexo e, de acordo com Melo et al. 4, para se detectar a anemia ferropriva é importante realizar investigações laboratoriais complementares aos índices hematimétricos. Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108 107

CONCLUSÕES Os dados deste estudo mostram que, dos escolares com anemia, 41,5% são devidos à carência de ferro. Além disto, essa população da área rural de Novo Cruzeiro apresenta frequência significativa de deficiência de ferro, mesmo na ausência de anemia, já que 26,7% ainda não exibiam redução de hemoglobina. Muitos podem ser os fatores predisponentes da anemia ferropriva e da deficiência de ferro apresentada, requerendo que outros estudos sejam realizados de forma que outros parâmetros relacionados à saúde desses escolares sejam avaliados. AGRADECIMENTOS A UFOP, UFMG, Fundação Ezequiel Dias, D.R.S. de Teófilo Otoni, Secretaria Municipal de Saúde de Novo Cruzeiro, Fundação Nacional de Saúde, aos escolares de Novo Cruzeiro, ao Prof. Marcelo E. da Silva e a todos os participantes da coleta de dados. REFERÊNCIAS 1. World Health Organization. Iron deficiency anaemia: assessment prevention and control. A guide for programme managers. Geneva: WHO; 2001. [Cited 2008 mar. 20]. Available from: http://www. who.int/nut/publications.htm 2. Tapiero H, Gaté L, Tew K D. Iron: deficiency and requirements. Biomed Pharmacother. 2001; 55(6):324-32. 3. Administrative Committee on Coordination. Subcommittee on Nutrition (ACC/SCN). Controlling iron deficiency. Geneva: ACC/ SCN; 1991. Nutrition policy discussion paper n.9. 93. 4. Melo MR, Purini MC, Cançado RD, Kooro F, Chiattone CS. Uso de indices hematimétricos no diagóstico diferencial de anemias microcíticas: uma abordagem a ser adotada? Rev Assoc Méd Bras. 2002; 48 (3):222-4. 5. Szarfarc SC, Lerner BR, Stefanini MLR. Anemia nutricional no Brasil. Cad. Nutr SBAN. 1995; 9:5-24. 6. Brunken GS, Szarfarc SC. Anemia ferropriva em pré-escolares: conseqüências, formas de controle e histórico das políticas nacionais de redução da deficiência. Cad Nutr SBAN. 1999; 17:1-19. 7. Szarfarc SC, Souza SB. Prevalence and risck factors in iron deficiency and anemia. Arch Latinoam Nutr. 1997; 47(2):S35-8. 8. Tsuyuoka R, Bailey JW, Guimarães AMN, Gurgel RQ, Cuevas LE. Anemia and intestinal parasitic infections in primary school students in Aracaju - Sergipe, Brazil. Cad Saúde Pública. 1999; 15(2):413-21. 9. Fujimori E, Szarfarc SC, Oliveira IMV. Prevalência de anemia e deficiência de ferro em adolescentes do sexo feminino, Taboão da Serra, São Paulo - Brasil. Rev. Latino-am. Enferm. 1996; 4:49-63. 10. Araújo RL, Araújo MB, Sieiro RO, Machado RDP, Leite BV. Diagnóstico de hipovitaminose e anemia nutricional: estudo realizado na população do Vale do Jequitinhonha- Minas Gerais. Rev Bras Med. 1986; 43:225-8. 11. Instituto Pesquisa Econômica Aplica (IPEA). Ipeadata. [Cited 2008 mar. 20]. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br. 12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Minas Gerais: Novo Cruzeiro MG. [Cited 2008 mar. 20]. Disponível em: http:// www.ibge.net/cidadesat/default.php. 13. Fundação João Pinheiro (FJP), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA/RJ). Condições de vida dos municípios de Minas Gerais 1970 1980 1991. Belo Horizonte, Minas Gerais; Software ESM Consultoria; 1997. 14. Fairbanks VF, Klee GG. Aspectos bioquímicos da hematologia. In: Tietz: Fundamentos de química clínica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. p.681-706. 15. Johns WL, Lewis SM. Primary health screening by haemoglobinometry in a tropical community. Bull WHO.1989; 67(6):627-33. 16. Dallman PR, Siimes MA. Percentile curves for hemoglobin and red cell volume in infancy and chilhood. J Pediatr. 1979; 94:26-31. 17. WHO Working Group. An evaluation of infant growth: the use and interpretation of antropometry in infants. Bull WHO. 1995; 2(7):165-74. 18. Rosner B, Prineas R, Loggie J, Daniels SR. Percentiles for body mass index in U.S. children 5 to 17 years of age. J Pediatr. 1998; 132:211-22. 19. Dean AD. Epi Info [coputer program]. Verson 6.04: a word processing database and statistic program for public hearth on microcompputers. Atlanta, Georgia: Centers of Disease Control and Prevention; 1996. 20. Dallman PR. Diagnosis of anemia and iron deficiency: analytic and biological variations of laboratory tests. Am J Clin Nutr. 1984; 39:937-41. 21. Castro TG. Anemia ferropriva na infância: prevalência e fatores associados na Amazônia ocidental brasileira. [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2007. 22. Baptista BM, Marchioni DML, Fisberg RM. Evolução nutricional de crianças atendidas em creches públicas no Município de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2003; 14(3) 30. 23. Fujimori E, Oliveira IMV, Núñez de Cassana L, Szarfarc SC. Estado nutricional del hierro de gestantes adolescentes, São Paulo, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 1999; 49(1):8-12. 24. Miglioranza LHS. Anemia prevalence in children and adolescents from education centers in the outskirts of Londrina, PR, Brazil. Campinas Rev Nutr. 2002; 15(2):149-53. 25. Stoltzfus RJ, Chwaya HM, Tielsch JM, Schulze KJ, Albonico M, Savioli L. Epidemiology of iron deficiency anemia in Zanzibari schoolchildren: the importance of hookworms. Am J Clin Nutr. 1997; 65:153-9. 26. Norton RC. Estudo da prevalência de anemia na população escolar do município de Rio Acima: Avaliação da etiologia ferropriva. [dissertação]. Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG; 1993. 108 Rev Med Minas Gerais 2009; 19(2): 103-108