ÁREAS Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014

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Transcrição:

ÁREAS Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Elis Araújo Paulo Barreto Heron Martins

ÁREAS Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Elis Araújo Paulo Barreto Heron Martins Belém, junho de 2015

Copyright 2015 by Imazon Autores Elis Araújo Paulo Barreto Heron Martins Fotos Paulo Barreto Design Editorial e Capa Luciano Silva www.rl2design.com.br Revisão de Texto Glaucia Barreto DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO A663a Araújo, Elis Áreas protegidas críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 / Elis Araújo; Paulo Barreto; Heron Martins. Belém, PA: Imazon, 2015. 20 p.: il. color.; 21,5 x 28 cm ISBN 978-85-86212-77-2 1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CRÍTICAS. 2. DESMATA- MENTO. 3. POLÍTICAS PÚBLICAS. 4. REGULARIZAÇÃO FUNDI- ÁRIA. 5. PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. 6. BRASIL. 7. AMAZÔNIA. I. Barreto, Paulo. II. Martins, Heron. III. Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). IV. Título. CDD: 333.7509811 Os dados e opiniões expressas neste trabalho são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião dos financiadores deste estudo. Trav. Dom Romualdo de Seixas nº 1698, Edifício Zion Business, 11º andar Bairro Umarizal - CEP: 66.055-200 Belém - Pará - Brasil www.imazon.org.br

Sobre o Imazon O Imazon é um instituto de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla de informações e formação profissional. Em 25 anos de existência, o Imazon publicou mais de 600 trabalhos técnicos, dos quais 225 foram veiculados como artigos em revistas científicas internacionais ou como capítulos de livros. Além disso, o Instituto publicou mais 66 livros e 23 livretos, entre outras categorias de publicações. Fundado em 1990, o Instituto é uma associação sem fins lucrativos e qualificada pelo Ministério da Justiça do Brasil como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Sua sede fica em Belém, Pará. Sobre os autores Elis Araújo é pesquisadora assistente do Imazon, advogada, bacharel em direito e especialista em Bioestatística pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém PA. Paulo Barreto é pesquisador sênior do Imazon, engenheiro florestal pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (atual UFRA), em Belém PA, e mestre em Ciências Florestais pela Universidade Yale, em New Haven (EUA). Heron Martins é pesquisador assistente do Imazon e engenheiro ambiental pela Universidade Estadual do Pará, em Belém PA. Agradecimentos Os autores agradecem a Carlos Souza Jr. e Adalberto Veríssimo por seus comentários durante a revisão do estudo; e a Glaucia Barreto pela revisão editorial. Também agradecem a Gordon e Betty Moore Foundation, que financiou o estudo.

RESUMO Em geral, as Unidades de Conservação (UCs) têm sido uma das medidas mais eficazes contra o desmatamento na Amazônia e, consequentemente, para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Mas, algumas delas se encontram em situação crítica de desmatamento. Geralmente, essas áreas apresentam ocupações irregulares e estão em regiões de influência de grandes obras de infraestrutura, como rodovias e hidrelétricas, e estão vulneráveis por causa da fiscalização ineficiente. Cientes destes problemas, recentemente órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) demandaram a implementação das UCs no país e, especialmente, na Amazônia. Para contribuir com essas iniciativas, apresentamos as 50 UCs críticas em desmatamento que deveriam ser prioritárias para as ações de implementação, sobretudo de regularização fundiária ou seja, a retirada de ocupantes irregulares e a indenização e reassentamento daqueles que tiverem esse direito. Essas áreas críticas concentraram 96% do desmatamento ocorrido em UCs da Amazônia no período de agosto de 2012 a julho

de 2014. Sete das dez áreas mais desmatadas e que respondem por 81% do desmatamento nas áreas críticas sofrem com o baixo grau de implementação de acordo com dados do TCU (ou seja, faltam planos de manejo, conselho gestor, recursos humanos e financeiros suficientes). O sucesso das UCs contra o desmatamento e como base para o desenvolvimento local (turismo, extração de madeira sustentável) depende de investimentos. O governo deve fazer um plano de longo prazo que considere os recursos necessários e as ações prioritárias. O foco inicial dessas ações deve ser as áreas críticas de desmatamento, mais pressionadas (em torno de projetos que atraem imigrantes como hidrelétricas e o asfaltamento de estradas) e vulneráveis por causa de ocupações irregulares. Para garantir a integridade dessas áreas, recomendamos: punir todos os crimes associados ao desmatamento ilegal, que resultam em confisco de bens e penas maiores; retirar ocupantes não tradicionais das UCs em que sua permanência não é permitida; e retomar terras públicas fora das UCs para os reassentamentos necessários.

Sumário Introdução 8 As áreas críticas 10 Recomendações 16 Referências 18 Anexo 19

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Introdução As Unidades de Conservação (UCs) têm sido uma das medidas mais eficazes contra o desmatamento na Amazônia e, consequentemente, para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A criação de 485 mil quilômetros quadrados de Áreas Protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) na região entre 2003 e 2006 ajudou a reduzir em 37% a taxa de desmatamento nesse período (Soares-Filho et al, 2010); e o Brasil reduziu em 38% as emissões de GEE entre 2005 e 2012 (SEEG/OC, 2014). Apesar dos benefícios dessas áreas, algumas se encontram em situação crítica de desmatamento (Martins et al, 2012). Em geral, as UCs críticas estão na área de influência de grandes obras de infraestrutura, como rodovias e hidrelétricas (Araújo et al, 2013). Tanto as obras em curso como as planejadas implicam em grande fluxo migratório para a região, melhoria ou expectativa de melhoria no escoamento da produção local e valorização das terras em seu entorno. Nesse contexto, o acesso facilitado às UCs e uma fiscalização ineficiente permitem a exploração ilegal de seus recursos e até mesmo a apropriação de suas terras. A existência de ocupantes com ou sem título dentro de UCs que não permitem imóveis privados em seu interior causa conflitos quanto ao uso de recursos, o que pode levar à degradação ambiental e à perda de sua finalidade. E a demora na retirada desses ocupantes gera a expectativa de que o governo revogue ou reduza UCs para permitir sua permanência ou que, no mínimo, pague indenização ou os inclua em assentamentos da reforma agrária (Araújo & Barreto, 2015). Essa situação estimula novas ocupações. Pesquisas indicam que as UCs com conflitos fundiários são menos eficazes no combate ao desmatamento (Nolte et al, 2013). Cientes destes problemas, recentemente órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) demandaram a implementação das UCs no país e, especialmente, na Amazônia. No final de 2013, o TCU realizou um diagnóstico da gestão e da governança de UCs no bioma Amazônia e constatou que apenas 4% das UCs apresentavam alto grau de implementação (TCU, 2013). Isso porque poucas apresentavam plano de manejo, conselho gestor, recursos humanos e financeiros suficientes; e poucas tinham os usos definidos pela legislação implementados, como concessão florestal e turismo. Entre os fatores que impedem que as UCs atinjam seus objetivos está a falta de regularização fundiária. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou ao TCU que existiriam 5,4 milhões de hectares de terras privadas dentro de UCs federais no Brasil para desapropriar a um custo 8

de R$7,1 bilhões (TCU, 2013). Na Amazônia, seriam 3 milhões de hectares a um custo de desapropriação de R$2,3 bilhões. Com base nesses números, o TCU estimou que o governo federal demoraria 102 anos para concluir a regularização fundiária das UCs federais se mantivesse o ritmo insuficiente de investimento apresentado entre 2009 e 2012. Para garantir a conservação das UCs no bioma Amazônia, o TCU e os Tribunais de Conta dos Estados (TCEs) demandaram que os governos apresentassem planos de ação para sua implementação. Esses órgãos devem acompanhar a implementação das UCs a partir de 14 indicadores (Anexo). Em 2014, o MPF lançou uma campanha nacional em prol da regularização fundiária das UCs e um manual de atuação para orientar os procuradores da República a acompanhar a implementação das UCs e a impulsionar seu processo de regularização fundiária (PGR, 2014). Para contribuir com essas iniciativas, apresentamos as UCs críticas em desmatamento que deveriam ser prioritárias para as ações de implementação, sobretudo de regularização fundiária. 9

As áreas críticas Entre agosto de 2012 e julho de 2014, 1.531.000 hectares foram desmatados na Amazônia, sendo que 158.400 hectares ou 10% ocorreram em 160 UCs [1]. Destas, 50 UCs em oito estados concentraram 96% do desmatamento (Figuras 1 e 2), dos quais 87% ocorreram em apenas dois estados: Pará (48%) e Rondônia (39%). Segundo o TCU, a implementação foi baixa (46%) ou média (46%) na maioria das UCs críticas. O baixo grau de implementação predomina entre as dez UCs mais desmatadas (7/10), que respondem por 81% do desmatamento nas áreas críticas (Figura 2). Apenas 8% das 50 UCs críticas apresentaram um alto grau de implementação. Dentre as 50 UCs críticas, aquelas sob gestão estadual foram as mais desmatadas, com 101.611 hectares ou 67%. Contudo, no Pará, as UCs federais foram mais desmatadas que as estaduais, enquanto que em Rondônia observamos o contrário (Figura 3). O Estado de Rondônia destaca-se por reduzir e revogar UCs para legalizar e promover ocupações e permitir a construção de hidrelétricas (Araújo & Barreto, 2010). Estes dados indicam que tanto os órgãos estaduais quanto os federais devem melhorar a gestão das UCs, priorizando as mais desmatadas. [1] Projeto Prodes - Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesuc.php>. 10

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Figura 1. As 50 Unidades de Conservação com maior desmatamento na Amazônia entre 2012 e 2014 11

Figura 2. Distribuição do desmatamento entre 2012 e 2014 nas 50 Unidades de Conservação críticas da Amazônia Desmatamento 2012/2014 (ha) Categoria de UC Nome da UC Estado Grupo de proteção Ano de criação Área da UC (ha) Percentual da UC desmatado 2012/2014 Grau de implementação APA Triunfo do Xingu PA US 2006 1.679.281 1,65% Baixo 27.700 Florex Rio Preto-Jacundá RO US 1989 1.055.000 1,92% Baixo 20.233 APA Rio Pardo RO US 2010 144.417 12,24% Baixo 17.683 Flona Jamanxim PA US 2006 1.301.120 1,12% Baixo 14.511 Resex Jaci Paraná RO US 1996 197.364 7,13% Baixo 14.063 Flona Altamira PA US 1998 689.012 1,47% Médio 10.146 APA Tapajós PA US 2006 2.039.580 0,40% Baixo 8.244 APA Leandro (Ilha do Bananal/Cantão) TO US 1997 1.678.000 0,24% Baixo 4.018 Resex Chico Mendes AC US 1990 970.570 0,34% Médio 3.289 APA Lago de Tucuruí PA US 2002 568.667 0,48% Médio 2.731 PES Guajará-Mirim RO PI 1990 216.568 1,23% Médio 2.655 Flota Antimary AC US 1997 65.965 3,15% Alto 2.079 Flota Mutum RO US 1996 11.471 15,46% Baixo 1.774 APA Upaon-Açu/Miritiba/Alto Preguiças MA US 1992 1.535.310 0,11% Baixo 1.745 APA Baixada Maranhense MA US 1991 1.775.040 0,09% Baixo 1.599 Parna Mapinguari AM PI 2008 1.744.852 0,09% Médio 1.555 Flona Itaituba II PA US 1998 405.701 0,37% Baixo 1.505 Resex Verde para Sempre PA US 2004 1.288.720 0,10% Médio 1.338 Flota Paru PA US 2006 3.612.914 0,02% Médio 902 Parna Jamanxim PA PI 2006 859.722 0,10% Baixo 898 Flota Rio Madeira (B) RO US 1996 51.856 1,69% Baixo 876 Resex Rio Ouro Preto RO US 1990 204.583 0,39% Baixo 802 Rebio Gurupi MA PI 1988 341.650 0,21% Médio 720 Flona Bom Futuro RO US 1988 97.357 0,72% Médio 697 Flota Amapá AP US 2006 2.369.400 0,03% Baixo 606 Sigla dos grupos e categorias de UCs: Grupos: US Uso Sustentável/ PI Proteção Integral Categorias: APA Área de Proteção Ambiental/ Arie Área de Relevante Interesse Ecológico/ Esec Estação Ecológica / Flota Floresta Estadual/ Flona Floresta Nacional/ Florex Floresta Extrativista/ Resex Reserva Extrativista/ Rebio Reserva Biológica/ Parna Parque Nacional/ PES Parque Estadual

Desmatamento 2012/2014 (ha) Categoria de UC Nome da UC Estado Grupo de proteção Ano de criação Área da UC (ha) Percentual da UC desmatado 2012/2014 Grau de implementação Flona Saracá-Taquera PA US 1989 429.600 0,14% Médio 592 Esec Terra do Meio PA PI 2005 3.373.110 0,02% Baixo 590 APA Arquipélago do Marajó PA US 1989 5.998.570 0,01% Baixo 508 Flota Mogno AC US 2004 143.897 0,35% Médio 503 Rebio Nascentes da Serra do Cachimbo PA PI 2005 342.478 0,15% Médio 499 Resex Cazumbá-Iracema AC US 2002 750.795 0,06% Alto 486 Resex Alto Juruá AC US 1990 506.186 0,10% Médio 486 APA Caverna do Maroaga (Presidente Figueiredo) AM US 1990 374.700 0,12% Médio 468 Resex Ituxi AM US 2008 776.940 0,06% Médio 448 Resex Rio Cautário RO US 2001 73.818 0,60% Médio 443 Resex Renascer PA US 2009 211.741 0,21% Médio 441 APA Margem Direita do Rio Negro AM US 1995 461.741 0,08% Médio 383 Resex Riozinho do Anfrísio PA US 2004 736.340 0,05% Médio 379 Flota Iriri PA US 2006 440.493 0,08% Baixo 357 Flona Amana PA US 2006 540.417 0,06% Médio 350 Parna Amazônia PA/AM PI 1974 1.070.737 0,03% Médio 324 Resex Rio Cajari AP US 1990 501.771 0,06% Médio 282 Resex Alto Tarauacá AC US 2000 151.200 0,18% Médio 275 Arie Seringal Nova Esperança AC US 1999 2.576 10,33% Baixo 266 Flona Carajás PA US 1998 411.949 0,06% Alto 266 APA Igarapé São Francisco AC US 2005 30.000 0,84% Baixo 251 Flona Roraima RR US 1989 167.268 0,15% Baixo 244 Flota Araras RO US 1996 965 25,12% Baixo 242 Resex Rio Preto-Jacundá RO US 1996 95.300 0,25% Baixo 236 Flona Tapirapé-Aquiri PA US 1989 190.000 0,12% Alto 233 UCs Estaduais UCs Federais

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Figura 3. Área desmatada entre 2012 e 2014 nas 50 Unidades de Conservação críticas da Amazônia, por estado e esfera de gestão Pará 32.198 40.316 Rondônia 57.761 1.942 Acre Maranhão 2.833 3.344 720 4.802 Tocantins Amazonas 4.018 850 2.003 Amapá Roraima 606 282 244 Estadual Federal Hectares As UCs do grupo de uso sustentável apresentaram 95% do total desmatado entre as UCs críticas. A Área de Proteção Ambiental (APA) foi a categoria mais desmatada, com 43% do total (Figura 4). Essa categoria de UC permite a presença de imóveis privados, mas isso não significa que o desmatamento ocorrido nessas áreas tenha sido autorizado. Depois das APAs, as Florestas Nacionais (Flonas) e as Reservas Extrativistas (Resex) foram as mais desmatadas, com 19% e 15%, respectivamente. As Flonas e as Florestas Estaduais (Flota) permitem a exploração sustentável de florestas nativas. Contudo, segundo o TCU, a maioria das Flonas e Flotas da Amazônia ainda não está sendo usada para tais fins por meio de concessões. As Resexs, por sua vez, têm como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura de populações extrativistas tradicionais e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. Entretanto, o TCU constatou que as Resex da Amazônia apresentam baixa implementação dos Acordos de Gestão, instrumento estabelecido para possibilitar à população residente nas UCs o acesso e uso dos recursos naturais extrativistas. Apesar de essas categorias de UC permitirem apenas a ocupa- 14

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 ção por populações tradicionais [2], como ribeirinhos e caiçaras, elas sofrem com exploração madeireira e ocupações ilegais. A área desmatada de algumas UCs pode parecer pequena à primeira vista, com valores menores que 300 hectares. Porém, quando con- sideramos o percentual desmatado em relação ao tamanho da UC, a perda pode ser bem significativa, como ocorreu na Flota Araras, que teve 25% de seu território desmatado no período analisado (Ver Figura 2). Nesses casos, o combate ao desmatamento é ainda mais urgente. Figura 4. Área desmatada nas 50 Unidades de Conservação críticas, por categoria de proteção e por estado 80.000 70.000 60.000 Hectares 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Pará Rondônia Acre Maranhão Tocantins Amazonas Amapá Roraima Arie 266 Esec 590 Rebio 499 720 Pes 2.655 Parna 1.222 1.555 Flota 1.259 2.892 2.583 606 Florex 20.233 Resex 2.158 15.544 4.536 448 282 Flona 27.603 697 244 APA 39.183 17.683 251 3.344 4.018 850 [2] Povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Definição do art. 3º do Decreto nº. 6.040/2007, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. 15

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Recomendações O sucesso das UCs contra o desmatamento e como base para o desenvolvimento local (turismo, extração de madeira sustentável) depende de investimentos. O governo deve fazer um plano de longo prazo que considere os recursos necessários e as ações prioritárias. Embora o governo federal tenha reduzido em 72% os gastos do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) (Infoamazonia, 2015), existem várias fontes de recursos para investir nas UCs, como compensação ambiental, cobrança eficaz de multas e do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e venda de terras públicas, conforme destacam Araújo e Barreto (2015). O governo deve focar as ações nas áreas críticas de desmatamento, que são as mais mais pressionadas (em torno de projetos que atraem imigrantes como hidrelétricas e o asfaltamento de estradas) e vulneráveis por causa de ocupações irregulares. Para garantir a integridade dessas áreas, recomendamos: Punir todos os crimes associados ao desmatamento ilegal. Além de melhorar a fiscalização ambiental (multas, embargos, confisco de bens), é necessário processar os desmatadores ilegais por outros crimes associados como ocupação de terras públicas, formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, como foi feito recentemente no oeste do Pará, na Operação Castanheira (MPF, 2014). As penas cumulativas destes crimes resultam em perdas financeiras significativas e em prisões por vários anos com maior potencial de dissuasão do que as penas por crimes ambientais, que são mais brandas. Mas, a investigação de crimes associados ao desmatamento requer que o Ibama, Polícia Federal, Receita Federal e MPF trabalhem em cooperação. Retirar ocupantes não tradicionais das UCs em que sua permanência não é permitida, como Flona, Resex e Rebio. Segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ) [3], quem ocupa terra pública, ainda que de boa fé, não tem direito à indenização pelos investimentos que realizou nas áreas. A adoção desta interpretação pelos gestores das UCs pouparia recursos de indenizações indevidas. No caso de ocupantes que têm direito legítimo à indenização por benfeitorias, é preciso descontar desta as multas ambientais aplicadas por desmatamento e exploração de madeira ilegal, bem como os custos de recuperação de áreas degradadas. Retomar terras públicas fora das Unidades de Conservação. A retomada de terras griladas (com títulos falsos) fora das UCs, especialmente daquelas já desmatadas, aumentaria a disponibilidade de terras para o reassentamento de ocupantes não tradicionais das UCs com perfil de cliente da reforma agrária. Para agilizar, os órgãos fundiários devem cancelar os títulos falsos pela via administrativa, mais célere que a judicial (Araújo & Barreto, 2015). [3] Ver decisões de 2008 e 2009 em recurso especial (Resp): REsp 863.939 - RJ (DJe 24.11.2008) e REsp 945.055 - DF (DJe 20.08.2009). 16

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Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Referências Araújo, E. & Barreto, P. 2010. Anexo OEA 16 Ameaças formais contra as Áreas Protegidas na Amazônia. O Estado da Amazônia nº 16. p. 4. Belém-PA: Imazon. Araújo, E. & Barreto, P. 2015. Estratégias e fontes de recursos para proteger as Unidades de Conservação da Amazônia (p. 40). Belém: Imazon. Disponível em: <http://imazon.org. br/publicacoes/estrategias-e-fontes-de-recursos-para-proteger-as-unidades-de-conservacao-da-amazonia/>. Acesso em: 6 mar. 2015. Araújo, E.; Martins, H.; Barreto, P. & Lima, A. C. 2013. Áreas Protegidas da Amazônia Legal com mais Alertas de Desmatamento em 2012-2013. p. 32. Belém-PA: Imazon. Infoamazonia. 2015. A política do desmatamento. Disponível em: <http://desmatamento.infoamazonia.org/analise/>. Acesso em: 6 mar. 2015. Martins, H.; Vedoveto, M.; Araújo, E.; Barreto, P.; Baima, S.; Souza Jr., C. & Veríssimo, A. 2012. Áreas Protegidas Críticas na Amazônia Legal (p. 94). Belém-PA: Imazon. Disponível em: <http://imazon.org.br/publicacoes/areas-protegidas-criticas-na-amazonia-legal/>. Acesso em: 6 mar. 2015. MPF. Ministério Público Federal no Pará. 2014. Operação desmonta maior quadrilha de desmatadores da região amazônica. Assessoria de Comunicação. Notícia de 28 de agosto de 2014. Disponível em: <http://www.prpa.mpf. mp.br/news/2014/operacao-desmonta-maior- -quadrilha-de-desmatadores-da-regiao-amazonica>. Acesso em: 1º set. 2014. Nolte et al. 2013. Setting priorities to avoid deforestation in Amazon protected areas: are we choosing the right indicators? Environmental Research Letters. PGR. Procuradoria Geral da República. 2014. Lançada estratégia nacional do MPF para defesa das unidades de conservação. Secretaria de Comunicação. Notícia de 5 de junho de 2014. Disponível em: <http://noticias.pgr.mpf.mp.br/ noticias/noticias-do-site/copy_of_meio-ambiente-e-patrimonio-cultural/lancada-estrategia-nacional-do-mpf-para-defesa-das-unidades-de- -conservacao >. Acesso em: 6 jun. 2014. SEEG/OC. Sistema de Estimativa de Emissões de Gases do Efeito Estufa Observatório do Clima. 2014. Tabela Geral de Emissões. Disponível em: <http://seeg.herokuapp.com/ tabela-geral-de-emissoes/>. Acesso em: 28 jan. 2015. Soares-Filho, B. et al. 2010. Role of Brazilian Amazon protected areas in climate change mitigation. PNAS 2010. Publicado antes da impressão, 26 de maio. TCU. Tribunal de Contas da União. 2013. Processo nº TC 034.496/2012-2. Acórdão nº 3101/2013. Ata nº. 46/2013. Plenário. Auditoria Operacional. Governança das Unidades de Conservação do Bioma Amazônia. 18

Áreas Protegidas Críticas na Amazônia no período de 2012 a 2014 Anexo Indicadores de implementação e gestão de Unidades de Conservação Quadro 1. Indicadores de implementação e gestão criados pelo Tribunal de Contas da União - TCU Indicador Tema G Plano de manejo H Recursos humanos $ Recursos financeiros E Estrutura física, mobiliário e serviços T Consolidação territorial F Fiscalização e combate a emergências ambientais P Pesquisa B Monitoramento da biodiversidade C Conselho consultivo ou deliberativo M Manejo comunitário A Acesso das populações residentes às políticas públicas U Uso público N Concessões florestais onerosas L Articulação local Fonte: TCU, 2013. 19

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