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Trata -se de agravo de instrumento interposto em face do despacho mediante o qual foi denegado seguimento ao recurso de revista.

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O TRT, às fls. 202/215, negou provimento ao recurso ordinário interposto pela reclamada.

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O Ministério Público do Trabalho opinou pelo não conhecimento do recurso de revista (seq. 6). É o relatório. I CONHECIMENTO

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1 - CONHECIMENTO Conheço do agravo de instrumento, porquanto presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade.

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ACÓRDÃO 7ª TURMA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Acolhidos, para corrigir os vícios verificados.

Inconformado com o r. despacho de fl.2265, que denegou seguimento ao recurso de revista interposto, agrava de instrumento o reclamante.

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O autor interpõe recurso de revista (fls ), com fundamento nas alíneas "a" e "c" do art. 896 da CLT.

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Transcrição:

A C Ó R D Ã O 7ª Turma PPM/mda RECURSO DE REVISTA. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. DEPOIMENTO PESSOAL. PROCURADOR. POSSIBILIDADE. A Corte de origem acolheu a tese do reclamado, no sentido da impossibilidade de se aplicar a revelia e a consequente confissão ficta a ente de direito público, quando representado na audiência, em que deveria depor, por procurador legalmente habilitado, com base nos artigos 132 da Constituição da República e 12, I, do Código de Processo Civil, que dispõem sobre a representação dos Estados e do Distrito Federal. Nesse contexto, não se verifica violação direta e literal dos artigos 5º, LV, da Constituição da República e 844 da Consolidação das Leis do Trabalho, tampouco contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 152 da SBDI-1 deste Tribunal Superior. Recurso de revista de que não se conhece. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR-8600-36.2006.5.10.0021, em que é Recorrente ANTÔNIA MAÍSA DE ARAÚJO LUZ e Recorrido DISTRITO FEDERAL. A reclamante, não se conformando com o acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (fls. 156/164), que deu provimento ao recurso ordinário interposto pelo reclamado, para afastar a confissão ficta a ele aplicada, interpõe o presente recurso de revista (fls. 167/177). Alega violação dos artigos 5º, LV, da Constituição da República e 844 da Consolidação das Leis do Trabalho. Aponta contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 152 da SBDI-1 e à Súmula nº 363, ambas deste Tribunal. Transcreve ainda arestos para o confronto de teses.

fls.2 O recurso de revista foi admitido, por meio do despacho exarado às fls. 180/181. Contrarrazões apresentadas às fls. 183/188. O Ministério Público do Trabalho, mediante parecer da lavra do ilustre Procurador Regional do Trabalho Gustavo Ernani Cavalcanti Dantas, opina pelo não conhecimento do recurso de revista (fls. 192/194). É o relatório. V O T O Presentes os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passo à análise dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista. REVELIA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO DEPOIMENTO PESSOAL PROCURADOR POSSIBILIDADE CONHECIMENTO O Tribunal Regional deu provimento ao recurso ordinário interposto pelo reclamado, para afastar a confissão ficta e julgar improcedentes os pedidos contidos na petição inicial. Eis os fundamentos adotados, às fls. 158/162: Com a devida vênia, o entendimento adotado pelo MM. Juízo de origem está equivocado. De início, noto que no caso não cabe aplicação do entendimento sedimentado na Orientação Jurisprudencial nº 152- SDI1/TST, posto que, como salientou a r. sentença recorrida ao afastar a aplicação da Súmula 122/TST... o Procurador do Distrito Federal, por força de dispositivo constitucional, é o representante judicial do ente federado, considera-se válida e pertinente a apresentação da defesa, pelo que não há se falar em revelia (fl. 84). Percebo que no primeiro momento o MM. Juízo de origem admite que o Procurador represente o Distrito Federal na audiência inaugural, tanto que não lhe aplicou os efeitos da revelia mas, posteriormente, assevera que para prestar depoimento pessoal imprescindível a figura do preposto.

fls.3 A representação dos entes de direito público por seus respectivos procuradores decorre de dispositivo constitucional (CF art. 132), igualmente consignado na legislação processual civil (CPC art. 12, I). No presente caso, não se questiona que o procurador signatário da defesa e presente às audiências estivesse legalmente habilitado, de forma que não havia nenhum impedimento legal para que o mesmo prestasse depoimento em nome do Ente Público que naquele momento ele presentava. É como se a própria pessoa jurídica de direito público ali estivesse. A designação de preposto é mera faculdade e não uma imposição legal. Se assim não fosse, não poderia o empresário depor em juízo, sendo obrigado a designar preposto mesmo que quisesse comparecer pessoalmente para prestar depoimento. Extrai-se do acórdão da lavra do Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, ao relatar o Recurso de Revista TST-RR N 493230/1998.3, publicado no DJU-27.04.2001, o seguinte teor: (...).... A tal modo, não havia impedimento legal no sentido de que o Procurador prestasse depoimento pessoal pelo Reclamado e não havendo norma expressa a exigir a obrigatoriedade de designação de preposto pelos Entes de Direito Público, dou provimento ao recurso no particular para reformar a r. sentença e afastar a pena de confissão imposta ao Reclamado. DA PROVA DA EXISTÊNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS... Afastada a pena de confissão ficta, outros são os contornos do deslinde da questão. O Reclamado, na defesa, negou a prestação de serviços. Na assentada da audiência de instrução o Procurador do Reclamado reafirmou a inexistência de prestação de serviços (fl. 79). Nesse contexto, o ônus da prova da existência da relação de trabalho objeto da inicial competia à parte Reclamante, por se tratar de fato constitutivo do direito às verbas pleiteadas. Nesse diapasão, verifico que a testemunha trazida pela Reclamante depôs apenas na condição de informante, por declarar que teria vontade de prejudicar o Distrito Federal. A própria sentença somente valorou as informações prestadas por encontrar respaldo na confissão ficta. Afastada a confissão ficta aplicada, não há como atribuir valor ao conjunto das informações prestadas pela Sra. Hilva Silva Dourado. Portanto, o seu depoimento não serve como elemento de prova da existência de prestação de serviços pela Reclamante ao Reclamado. Resta, pois, a análise da prova documental carreada aos autos. O Atestado de Saúde Ocupacional (fl. 11) indica que se pretendia formalizar contrato de prestação de serviços entre a Reclamante e o Instituto Candango de Solidariedade, este na condição de órgão intermediador de mão-de-obra. Contudo, a conclusão de que houve dispêndio laborativo e que o mesmo permaneceu na seara informal trata-se de mera presunção deduzida em decorrência da confissão ficta antes

fls.4 operada, corroborada com as informações da testemunha, situações essas que restaram afastadas linhas atrás, de sorte que aquela prova documental isolada no contexto é incapaz de firmar convicção inequívoca da existência de prestação serviço, mesmo porque informa a exordial que o exame médico admissional somente ocorreu meses depois de ter iniciado a prestação de serviços (01/2005), o que corrobora o argumento de que o mencionado documento, repita-se, apenas indica que havia intenção de se firmar um contrato, hipótese que não se concretizou. Ressalto que no presente caso, era relevante comprovar que houve prestação de serviço, pois a própria exordial admite que a contratação não se efetivou. Destarte, irrelevante o fato de ser pública e notória a intermediação de mão-de-obra pelo ICS junto à Administração Pública local, assim como é irrelevante a publicação na imprensa oficial do Extrato do Contrato de Gestão que seria firmado pelo referido órgão intermediador de mão-de-obra com o Reclamado, pois nada prova em relação à pretensão da Reclamante. A igual modo, os documentos de fls. 21/35, mesmo que se pretenda fazer vista grossa quanto à irregularidade de preenchimento, em nenhum momento menciona ou admite a prestação de serviços pela Autora. As irregularidades praticadas pelo Governo do Distrito Federal no que pertine à contratação de mão-de-obra são conhecidas do jurisdicionado, mesmo porque deram origem a várias matérias publicadas na imprensa escrita e televisiva, inclusive exigindo pronta atuação do Ministério Público para rechaçar a contratação de mão-de-obra sem concurso público e não raras vezes na informalidade. Todavia, não há elementos nos autos capaz de formar a convicção de que a Reclamante tenha prestado serviços ao Reclamado, ou seja, que ela tenha sido mais uma vítima entre aqueles trabalhadores contratados de forma irregular. As listagens trazidas aos autos com vários nomes de pessoas que supostamente prestavam serviços ao COMPARQUES na informalidade não são elementos de prova, já que são cópias inautênticas e não há nenhuma assinatura, timbre ou qualquer outro sinal gráfico que possa emprestar-lhe veracidade. Nesse desiderato, verifico que a Reclamante não se desincumbiu do ônus da prova que lhe competia, pois não há nos autos nenhum elemento de prova capaz de evidenciar a prestação de serviços alegada na exordial. A reclamante pugna pela reforma do acórdão prolatado pelo Tribunal Regional, sob o argumento de que não há distinção, no caso, entre pessoas jurídicas, uma vez que os privilégios dos entes públicos são aqueles prescritos nas normas legais. Sustenta, ainda, não restar dúvidas de que comprovou de forma mais do que satisfatória a prestação de serviços ao Distrito Federal. Alega violação dos artigos 5º, LV, da Constituição da

fls.5 República e 844 da CLT. Aponta contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 152 da SBDI-1 e à Súmula nº 363, ambas deste Tribunal, e transcreve, ainda, arestos para o confronto de teses (fls. 169/177). À análise. O artigo 5º, LV, da Constituição da República não pode ser entendido como violado, em sua literalidade, nos termos do artigo 896, alínea c, da CLT, uma vez que a Corte Regional decidiu com base na interpretação dos artigos 132 da Constituição da República e 12, I, do Código de Processo Civil, que dispõem sobre a representação dos Estados e do Distrito Federal. Diante da decisão do Tribunal Regional, no sentido de que o procurador do Distrito Federal, servidor legalmente habilitado, presente na audiência, pode prestar depoimento em nome do ente público, nos termos dos artigos anteriormente mencionados, não há como entender literalmente violado o artigo 844 da CLT ou contrariada a Orientação Jurisprudencial nº 152 da SBDI-1, consoante se pode verificar do seguinte precedente da SBDI-1 desta Corte Superior: RECURSO DE EMBARGOS. AUSÊNCIA DO PREPOSTO NA AUDIÊNCIA. ENTE PÚBLICO REPRESENTADO PELO PROCURADOR DO ESTADO. MATÉRIA RELACIONADA A DESVIO DE FUNÇÃO DE EMPREGADO PÚBLICO. INEXISTÊNCIA DE PROVA. INAPLICABILIDADE DA CONFISSÃO FICTA. VIOLAÇÃO AO ART. 896 DA CLT NÃO RECONHECIDA. A v. decisão não entendeu pela aplicação de confissão ficta ao Estado, em face da ausência de preposto na audiência, por entender que a presença do Procurador do Estado elide a revelia. Tal decisão não viola a literalidade do art. 844 da CLT. Estando o procurador presente em juízo, está o Estado regularmente representado, não havendo se falar na exigência de preposto, na medida em que o próprio procurador poderá sêlo, obrigando o Estado por suas declarações, em face do que dispõe o art. 12, I do CPC. Embargos não conhecidos. (RR-493230-88.1998.5.04.5555, Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DJ de 11/5/2007)

fls.6 Os arestos transcritos às fls. 170/173 não se prestam ao confronto pretendido, porque oriundos de Turmas deste Tribunal. O primeiro modelo trazido à fl. 172, único formalmente servível ao confronto pretendido, trata da aplicabilidade da confissão aos entes públicos que não comparecem à audiência, mas não se refere à possibilidade, ou não, de o procurador do ente público também poder representá-lo, na qualidade de preposto, como entendeu o Tribunal Regional. Incide na espécie o óbice da Súmula nº 296, I, desta Corte. Quanto à questão da contratação sem concurso público, o recurso esbarra no óbice da Súmula nº 126 desta Corte Superior, tendo em vista que a reclamante afirma que comprovou satisfatoriamente a prestação de serviços ao Distrito Federal, ao contrário do que assevera o Tribunal Regional, o qual concluiu que não há nos autos nenhum elemento de prova capaz de evidenciar a prestação de serviços alegada na petição inicial. Nesse contexto, para se chegar à conclusão a que pretende a reclamante, será necessário o revolvimento de fatos e provas, procedimento inviável nesta instância extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 deste Tribunal Superior. Assim, não há como se aferir a alegada contrariedade à Súmula nº 363 do TST, nem a divergência com os arestos transcritos às fls. 175/176. Ante o exposto, não conheço do recurso de revista. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do recurso de revista. Brasília, 10 de novembro de 2010. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) PEDRO PAULO MANUS

fls.7 Ministro Relator