PROCESSO Nº TST-AgR-E-AIRR A C Ó R D Ã O (SDI-1) GMHCS/gam

Transcrição

1 A C Ó R D Ã O (SDI-1) GMHCS/gam AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO DE EMBARGOS EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DECISÃO DENEGATÓRIA DO PRESIDENTE DE TURMA POR ÓBICE DA SÚMULA 353 DO TST. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO AOS SEUS FUNDAMENTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 422, I, DESTA CORTE. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos da Súmula 422, I, do TST, "Não se conhece de recurso para o TST se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta." No caso dos autos, as razões do agravo regimental da reclamada não rebatem o fundamento do despacho que denegou seguimento a seus embargos à C. SBDI-1, qual seja, a aplicação da regra geral da SJ 353/TST, limitando-se a invocar o art. 235 do RITST e a impugnar o mérito das matérias trazidas no recurso de revista, cujo agravo de instrumento não foi provido ante a aplicação do art. 896, 1º-A da CLT à revista, tornando inviável conhecer do agravo regimental, por desfundamentado. Agravo regimental que não se conhece. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo Regimental em Embargos em Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n TST-AgR-E-AIRR , em que é Agravante FM LOGISTIC DO BRASIL OPERAÇÕES DE LOGÍSTICA LTDA. e Agravado ROBSON DEIVER DA SILVA. Em face da decisão monocrática do eminente Ministro Presidente da Eg. 4ª Turma do TST que, autorizado nos termos do art. 2º, caput, da Instrução Normativa nº 35/2012, denegou seguimento ao seu recurso de embargos, por incabíveis, com fulcro na diretriz perfilhada na Súmula nº 353 desta Corte, a reclamada interpõe agravo regimental.

2 fls.2 Ausente impugnação, desnecessária remessa do feito ao Ministério Público do Trabalho (art. 83, 2º, do RITST), vem a julgamento na forma regimental. É o relatório. V O T O Não obstante tempestiva a interposição e regular a representação processual, não conheço do agravo regimental, por desfundamentado. Eis os termos da decisão ora agravada: Trata-se de recurso de embargos interposto sob a égide da Lei nº /2014 em face de acórdão proferido pela Eg. Quarta Turma desta Corte que negou provimento a agravo de instrumento. Os presentes embargos, todavia, revelam-se inadmissíveis. Firmou-se na jurisprudência do diretriz no sentido de que são irrecorríveis as decisões prolatadas pelas Turmas do TST em que se nega provimento a agravo de instrumento, ante a ausência dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista. Referido entendimento encontra-se consagrado na Súmula nº 353 desta Corte, de seguinte teor: Não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em agravo, salvo: a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela ausência de pressupostos extrínsecos; b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de agravo de instrumento; c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do agravo; d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento;

3 fls.3 e) para impugnar a imposição de multas previstas nos arts , 4º, do CPC de 2015 ou 1.026, 2º, do CPC de 2015 (art. 538, parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. 557, 2º, do CPC de 1973). f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de revista, nos termos do art. 894, II, da CLT. (grifo nosso) Na espécie, o acórdão embargado examinou os pressupostos intrínsecos de admissibilidade do recurso de revista, confirmando a decisão denegatória. No presente caso, portanto, os embargos são manifestamente incabíveis, uma vez que não estão presentes as exceções contempladas na Súmula nº 353 desta Corte. Ante o exposto, autorizado nos termos do art. 2º, caput, da Instrução Normativa nº 35/2012, denego seguimento aos embargos da Reclamada, por incabíveis, com fulcro na diretriz perfilhada na Súmula nº 353 desta Corte. No agravo regimental, a reclamada invoca o art. 235 do RITST e registra a necessidade de revisão do julgado pela Turma quanto ao mérito das seguintes matérias: adicional de insalubridade, participação nos lucros e resultados no ano da extinção do contrato de trabalho, adicional de periculosidade, impossibilidade de cumulação dos pedidos de insalubridade e periculosidade e honorários advocatícios. Do quanto exposto, verifica-se que a agravante não impugna o fundamento do despacho denegatório - o qual não adentrou no exame dos embargos, erigindo óbice de natureza processual, qual seja, o entendimento sedimentado na parte geral da Súmula 353 do TST. Na verdade, a agravante limita-se a combater o mérito do acórdão turmário recorrido via embargos, renovando as matérias alusivas ao recurso de revista, cujo seguimento foi denegado pelo Tribunal Regional de origem e mantido pela Eg. 4ª Turma em sede de agravo de instrumento pois, a despeito das razões expostas pela parte agravante, não foram observados os requisitos elencados no artigo 896, 1º-A, da CLT no recurso de revista. Dessa forma, o agravo de instrumento foi conhecido, mas não foi provido.

4 fls.4 Cumpria à parte combater expressamente os fundamentos norteadores da decisão atacada, apontando as razões de sua inconformidade com a decisão, no intuito de obter sua reforma. Não atendida essa exigência, tem-se como incidente à hipótese a diretriz da Súmula nº 422 desta Corte, de seguinte teor: RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e Com errata publicado no DEJT divulgado em I Não se conhece de recurso para o se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. II O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. III Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença. Por fim, considerando que a decisão turmária está pautada no art. 896, 1º-A, I, da CLT e que a questão relativa à natureza do pressuposto consubstanciado no referido dispositivo foi pacificada no âmbito desta Subseção em momento posterior à interposição do presente agravo regimental, deixo de aplicar a multa prevista no artigo 81 do CPC. Não conheço do agravo regimental da reclamada. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais do, por unanimidade, não conhecer do agravo regimental. Brasília, 22 de junho de 2017.

5 fls.5 Firmado por assinatura digital (MP /2001) HUGO CARLOS SCHEUERMANN Ministro Relator