TÍTULO: Estudo de reúso para Efluente de ETE s da SANASA/Campinas Nome dos Autores: Renato Rossetto Cargo atual: Coordenador de Operação e Tratamento de Esgoto. Luiz Carlos Lima Cargo atual: Consultor Técnico Sênior. Oséias Felippe Nery Cargo atual: Engenheiro Renata de Lima Pereira de Gasperi Cargo atual: Engenheira Sinézio Aparecido de Toledo Cargo atual: Coordenador de ETA Endereço para Correspondência: Av. da Saudade, 500 Bairro: Ponte Preta Campinas São Paulo CEP: 13041-670 Fone: 0XX19 3251.3355-3225.5252 / FAX: 0XX19 3735.5080 E-mail: tratar.esgoto@itelefonica.com.br / sanasacapivari@ig.com.br Material de apoio para a apresentação: Projetor multimídia com computador; Programa Power Point; Quadro Branco. 1
l) Objetivo: Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A Pesquisa de processo simples e de baixo custo para tratar efluente de ETE para reúso na SANASA/Campinas. 2) Metodologia e/ou Desenvolvimento: No ano de 2002, a Sanasa iniciou experimentos com a finalidade de aproveitar efluentes das ETE s para determinados reúsos, devido à diminuição da oferta de água e também ao alto custo de potabilização da mesma, visto que os corpos d água da região apresentam altos índices de degradação. O interesse inicial era substituir a utilização de água potável pela água de reúso em atividades menos nobres tais como lavagem de pátio e em caminhões de hidrojateamento para desobstrução de redes coletoras de esgoto. - Tomada de Decisões: Para podermos estabelecer procedimentos para a implantação do reúso foi decidido realizar testes em bancada para obtenção de dados para projeto e montagem de ETA piloto e posteriormente instalação de um tratamento em pequena escala. A escolha da ETE a ser implantado o sistema foi definida em função do tipo de tratamento empregado e da sua localização para viabilizar a distribuição da água de reúso. - Implantação de Ações: Para atender os objetivos dos estudos, primeiramente foram levantados dados físico-químicos dos efluentes das ETE s, disponibilizado equipamento de jar-test e materiais para construção da unidade piloto e sistema de tratamento em pequena escala. Os estudos foram divididos nas seguintes etapas: I. Ensaios em bancada II. Teste em ETA ( Estação de Tratamento de Água) piloto Nos testes de bancada foram analisados os parâmetros de ph, cor e turbidez, com objetivo de definir dosagens e produtos à serem utilizados na coagulação. Obtivemos excelentes resultados técnicos e econômicos com a aplicação de sulfato férrico. De posse dos resultados de bancada foi montada a ETA piloto que consiste em: a) 1 motobomba b) 2 medidores de vazão (Hidrômetro) c) 1 floculador, decantador com 2,5 m de altura e 200mm de diâmetro 2
d) 1 filtro de dupla camada com 2,5 m de altura e 200mm de diâmetro e) 1 reservatório de 250 litros f) Vazão = 2L/min g) Taxa de filtração = 127 m 3 /m 2 *dia Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A Filtro dupla camada Água tratada para reúso Dosagem de desinfetante Floculador, decantador de pedra Dosagem de coagulante Hidrômetro BOMBA Efluente final da ETE SAMAMBAIA Reservatório Poço de sucção Produtos químicos utilizados - Sulfato Férrico -Hipoclorito de Sódio (desinfetante) 3
ETA Piloto 4
ph cor ph 8 6 4 2 0 02/05/02 02/06/02 02/07/02 data 02/08/02 ph Bruta ph Dec. ph Filtrada cor 150 100 50 0 02/05/02 02/06/02 02/07/02 data 02/08/02 Cor Bruta Cor Dec. Cor Filtrada Alcalinidade Nitrogênio Amoniacal alcalinidade 100 80 60 40 20 0 02/05/02 02/06/02 02/07/02 data 02/08/02 Alcalinidade Bruta Alcalinidade Filtrada Nitrogênio Amoniacal 4 3 2 1 0 02/05/02 16/05/02 30/05/02 13/06/02 27/06/02 11/07/02 25/07/02 08/08/02 22/08/02 Nitrogênio Amoniacal Bruta Nitrogênio Amoniacal Filtrada data Turbidez Turbidez 8 6 4 2 0 Turbidez Bruta Turbidez Dec. Turbidez Filtrada 02/05/02 02/06/02 02/07/02 02/08/02 data 5
Resumo das análises ( ETA Piloto) Qualidade da Água Padrões Propostos Referência de Reúso da ETA Piloto Geral ph 6,7 6,5 a 8,0 SABESP NSW Cor (UC/L) 24 <60 UC SABESP <75 UC CONAMA Turbidez (UT/L) 1,29 <2 UT NSW <5 UT em 95% das amostras SABESP Nitrogênio Amoniacal (mg/l) 0,72 1,0 CONAMA MICROBIOLÓGICOS Coliformes fecais (N.M.P < 2.x 10-1 <= 200 EPA EPA /100mL) Tabela1 Após avaliar os resultados obtidos na ETA piloto construímos um sistema de tratamento de água de reúso de pequena escala na ETE Jd. Santa Rosa. O efluente tratado da ETE é encaminhado ao sistema de tratamento, constituído de filtração e reservação, com desinfecção por hipoclorito de sódio. Foi instalado um sistema alternativo para adição de coagulante, caso necessário, para clarificação do efluente, antes do sistema de filtração. Foi adotado apenas sistema de filtração devido a boa qualidade do efluente das ETE s, com baixos índices de cor, turbidez e redução de carga orgânica na faixa de 95%. Nesta fase realizamos análises mais detalhadas, principalmente nos parâmetros de coliformes totais/fecais, série de nitrogênio, DBO, DQO, cloro residual, ph, cor e turbidez. # Dados operacionais da ETE Jd. Santa Rosa: Vazão média diária atual: 8 l/s Vazão média para fim de plano: 12,5 l/s atendendo 6450 habitantes 01 Peneira estática seguida de caixa de areia 02 Tanques de aeração 01 Tanque de contato 02 Adensadores por gravidade 01 centrífuga para desidratação do lodo 6
# Qualidade do efluente ETE: Parâmetros Unidade Esgoto Bruto Efluente Tratado PH - 6,8 7,30 Cor UC - 40,00 Turbidez UT - 3,80 DBO 5 mg/l-o 2 250 3,00 DQO mg/l-o 2 550 25,00 Nitrogênio Total mg/l-n 55 3,84 Nitrogênio amoniacal mg/l-n 18 2,88 Sólidos Suspensos Total mg/l 470 9,00 Sólidos Suspensos Fixos mg/l 60 3,00 Sólidos Suspensos Voláteis mg/l 410 6,00 Tabela2 SISTEMA DE REUSO ETE JARDIM SANTA ROSA 1. Dados operacionais: Capacidade média diária: Máx: 80m 3 /dia - Min: 40 m 3 /dia 01 Reservatório de acumulação (10.000 litros). 01 filtro de dupla camada (antracito x areia), taxa de filtração de 260 m 3 /m 2 xdia. Produtos químicos utilizados no processo: Sulfato férrico / Hipoclorito de Sódio (concentração 10% de cloro ativo). Dosagem média de hipoclorito de sódio 25 mg/l. Dosagem média de sulfato férrico: 90 mg/l 2. Qualidade do efluente do reuso: Parâmetros Unidade Efluente Tratado Àgua de REUSO PH - 7,3 7,3 Cor UC 40,00 8,00 a 20,00 Turbidez UT 3,80 1,00 a 3,00 DBO 5 mg/l-o 2 3,00 1,00 DQO mg/l-o 2 25,00 12,00 Nitrogênio Total mg/l-n 3,84 3,74 Nitrogênio amoniacal mg/l-n 2,88 3,48 Sólidos Suspensos Total mg/l 9,00 3,00 Sólidos Suspensos Fixos mg/l 3,00 2,00 Sólidos Suspensos Voláteis mg/l 6,00 1,00 Coliformes totais N.M.P./100ml - Ausente Coliformes fecais N.M.P./100ml - Ausente Residual de cloro mg/l - Depende do uso Dados de janeiro e fevereiro de 2004 Tabela3 7
3. Valores obtidos nos parâmetros utilizados no reúso da ETE Santa Rosa em relação à portaria nº 518 de março de 2.004 que estabelece padrões de potabilidade. PARÂMETRO Unidade ÁGUA DE REÚSO ETE SANTA ROSA ÁGUA POTÁVEL (Valores máximo permitido) Alumínio mg/l 0,009 0,20 Boro mg/l 0,001 - Cloro total mg/l 4,00 - Condutividade µmho 729 - Dureza Cálcio Mg/L Ca 72 - Dureza Magnésio Mg/L Mg 11 - Dureza Total mgcaco 3 /L 83 500 Ferro mg/l 0,276 0,30 Manganês mg/l 0,131 0,10 Sulfatos mg/l 49,05 250 Sulfetos mg/l N.D. N.D. Cor UC 14 15 ph - 7,3 6 a 9 Turbidez UT 2,0 1,0 Fosfato Total mg/l 0,28 - DQO mg/l 12 - Nitrogênio Amoniacal mg/l 3,48 1,5 NTK mg/l 3,74 - Nitrogênio Nitrato mg/l 1,63 10 Nitrogênio Nitrito mg/l 0,39 1 Sólidos Totais mg/l 493 - Sólidos Totais Fixos mg/l 488 - Sólidos Totais Voláteis mg/l 58 - Sólidos Dissolvidos mg/l 490 1000 Sólidos Suspensos Totais mg/l 3 - Sólidos Suspensos Fixos mg/l 2 - Sólidos Suspensos mg/l 1 - Voláteis Sólidos Sedimentáveis mg/l 0 - Nota: N.D.- não disponível. Tabela4 8
Sistema de Tratamento de Água de Reúso da ETE Jd. Santa Rosa 9
3) Resultados e/ ou Conclusões: O efluente que sai da ETA de Reúso, após todos os testes e análises, tem atingido qualidade excelente conforme tabela abaixo. Assim, o próximo passo será um trabalho, junto aos funcionários da empresa, baseado em palestras para conscientização e orientação sobre o manuseio da água. A água será inicialmente utilizada para desobstrução de rede coletora de esgoto, através de caminhões de hidrojateamento, tendo numa segunda etapa a lavagem de pátios, ruas de feira, jardinagem e descarga de sanitários, e num futuro após análise de custos e viabilidade técnica financeira, a comercialização da água de reuso para clientes industriais. Para as etapas futuras está prevista a implantação de um filtro de cartucho, com malha de uma micra. - Bibliografia: Reuso de Águas - Pedro Caetano Sanches Mancuso / Hilton Felício dos Santos Métodos e Técnicas de tratamento de Água - Luiz Di Bernardo Volume I e II. Tratamento de Água Carlos A. Richter / José M. Azevedo Netto. Tratamento de Água- Carlos A. Richter e José M. de Azevedo Neto - Editora Edgard Blucher Ltda. Branco, S.M. Poluição: a morte de nossos rios. ASCETESB. 2 a edição. São Paulo. 1983. Branco, S.M. e Rocha A.A. Poluição: proteção e usos múltiplos d proteção. Ed. Edgard Blucher Ltda. São Paulo. 1997 Branco S.M. Hidrobiologia aplicação a engenharia sanitária. 2 a edição CETESB. São Paulo. 1978. Técnica de abastecimento e tratamento de água, volume 1 e 2 CETESB S.P. Teoria e técnica de tratamento de água CETESB S.P. Manual de hidráulica - Editora Edgard Blucher Ltda. Microbiologia Prática - Mariangela C. Ribeiro - Editora Atheneu. Efluentes de estações de tratamento de esgotos Experiência Sabesp São Paulo 2001 Hélio Rubens Imbimbo Iara Regina Soares Chao 10