História. Congresso de Viena. Independência da América Espanhola



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História Congresso de Viena 1. C A propostas liberais da Revolução Francesa, que tanto prejudicaram o absolutismo e a sociedade estamental do Antigo Regime, tinham sido expandidas pelas invasões napoleônicas por praticamente toda a Europa. Como consequência, os arcaicos monarcas absolutistas estavam em frangalhos vendo seus antigos impérios em franca decadência e seus privilégios sendo destruídos devido à ascensão dos ideais iluministas burgueses. Entretanto, as tropas napoleônicas foram destruídas, simbolicamente na Batalha de Waterloo, e as forças reacionárias do Antigo Regime, realimentadas pelo Congresso de Viena, buscaram ressuscitar o absolutismo e o parasitismo nobilárquico com a restauração e a legitimidade. Dentro dessa conjuntura, países como Áustria, Rússia, França e Prússia, com o apoio da Inglaterra e da França de Luís XVIII, criaram a Santa Aliança para, militarmente, aniquilar os focos liberais, exceto no Reino Unido. Vale salientar que o conservadorismo do Congresso de Viena em relação a Portugal e Espanha foi a tentativa, felizmente frustrada para os latinos americanos, de recolonização. 2. B A primeira gravura intitulada La Liberté guidant le peuple foi criada por Eugène Delacroix no intuito de divulgar os ideais radicais da Revolução Francesa numa clara ligação com os anseios populares na busca da destruição do parasitismo e autoritarismo dos reis absolutistas, destruindo os privilégios nobiliárquicos como a servidão numa forte ligação com as propostas revolucionárias do terceiro estado, seja o popular jacobino ou o burguês girondino. É importante ressaltar que Eugène Delacroix pintou A liberdade guiando o povo no século XIX para confirmar os ideais revolucionários liberais na década de 30, pois, nesse momento, já se sentia a contrarrevolução do Congresso de Viena sendo tratada na segunda gravura que foi pintada por Jean-Baptiste Isabey, nesse quadro se percebe a reunião elitista da antiga nobreza e suas dinastias absolutistas no intuito de resgatar o antigo regime por intermédio da legitimidade, restauração e equilíbrio do poder na Europa conservadora. Com a derrota das forças revolucionárias bonapartinas, oriundas da liberal Revolução Francesa, as antigas casas absolutistas da Europa se mobilizaram no Congresso de Viena para resgatar seus arcaicos privilégios e poderes estatais. Dentro dessa realidade, os monarcas absolutistas decidiriam algumas divergências numa espécie de votação, onde cada voto representaria um reino, por isso, Dom João VI, orientado pela sua aliada Inglaterra, criou o Reino Unido Brasil, Portugal e Algarves, tendo então D. João maior poder de negociação política. Outro aspecto relevante da criação do Reino Unido é que Portugal estava arruinado, pois tinha sido invadido por Napoleão no processo inicial que criou o Bloqueio Continental e D. João não desejava retornar a Lisboa, sendo assim, poderia continuar no Rio de Janeiro desde que o Brasil deixasse de ser legalmente colônia para ser um reino, ou seja, um espaço geográfico que possuísse um status superior e não uma simples colônia subalterna à metrópole. A Inglaterra continuou sua ascensão econômica manufatureira, levando-a a aumentar sua supremacia comercial marítima; a França dos Bourbons não ficou incólume, apesar do Congresso não querer prejudicá-lo, pois Luís XVIII pertence à ideologia do Antigo Regime. 4. D O objetivo do Congresso de Viena era destruir os anseios liberais iluministas do terceiro estado, principalmente da burguesia e do nascente radicalismo trabalhista do socialismo utópico no século XIX, dentro dessa realidade, buscou anular o poder bonapartino e resgatar as antigas coroas absolutistas por intermédio dos princípios da legitimidade e da restauração. Outro aspecto interessante é o de que deveria haver uma busca em igualar os poderes dos principais Estados europeus como Áustria, Prússia, Rússia, França (bourbons) e Inglaterra, para não mais haver supremacia de um sobre os outros, promovendo outra leva de guerras. Independência da América Espanhola 1. D O Paraguai é um país que no Período Colonial ficou isolado e distante da influência colonial mercantilista de Madri, tendo, na prática, maior ligação e vassalagem com as missões jesuíticas. Consequentemente, a Espanha não buscou interferir, explorar ou controlar o território paraguaio, então foi, no século XIX, natural o processo de emancipação ocorrer sem conflitos militares, mantendo o isolacionismo internacional com o governo de Francia que se tornou um ditador. É importante ressaltar que esse isolacionismo também, foi um instrumento para evitar ataques argentinos que queriam incorporar o Paraguai a Buenos Aires. 2. E A independência do México foi marcante porque, sob a orientação do padre Hidalgo e de Morelos, a proposta revolucionária não defendia os privilégios da aristocracia criolla, por isso as classes mais empobrecidas se aproximaram dessas lideranças, contudo esse programa radical foi marginalizado politicamente e o México ficou sob o domínio da oligarquia criolla, que pode ser simbolizada pelo conservador rei Itúrbide. A ideologia da independência mexicana dirigida pelos criollos uniu o liberalismo iluminista europeu com a defesa da mercantilista e atrasada plantation, por isso a necessidade da aristocracia latifundiária em isolar e enfraquecer os ideais de Hidalgo e Morelos, o que realmente ocorreu com o passar dos anos. 3. C O processo de independência do México teve seu início marcado por forte apelo popular, propondo reforma agrária e igualdade entre a população mexicana, seja a da elite ou a dos pobres pueblos, mas a aristocracia latifundiária tomou para si as rédeas do poder e manteve a perniciosa plantation que tanto explorava os camponeses e os índios. Contudo, em 1910, irrompeu uma revolução liderada por Zapata e Pancho Villa que, com o acordo de Ayalla, voltou a resgatar os interesses radicais do pueblo como a reforma agrária. O mural mostra os mártires, como Zapata, mortos com o fim da revolução e a manutenção das oligarquias no poder, contudo, a própria obra demonstra que os ideais populares e radicais um dia voltaram ao seio do povo numa nova revolução como a agricultura que em toda colheita ressurge. 1

4. C A independência norte-americana foi a pioneira e se ligou ao iluminismo liberal implantando uma república liberal, mas mantendo a escravidão negra para que o sul não se distanciasse do manufatureiro norte. A independência haitiana foi a segunda a ocorrer nas américas, sendo radical ao incentivar a abolição e levando esse país a inúmeros confrontos com a França napoleônica. Cuba teve a ajuda militar norte-americana no processo emancipatório contra a Espanha, contudo, ficou dominada pelos Estados Unidos com o Big Stick e a emenda Platt. As lideranças da independência argentina influíram na emancipação do Chile e não participaram das guerras do norte da América do Sul, nem tampouco da mexicana. A independência brasileira foi aceita por Portugal, após inúmeras batalhas, como na Bahia, como também depois da negociação organizada pela Inglaterra, onde Portugal reconhecia D. Pedro I como monarca do Brasil, acabando com o Reino Unido. Introdução à História Africana 1. C O texto mostra que a África negra não aceitou o imperialismo europeu, nesse caso específico o da Inglaterra vitoriana neocolonialista, que já tinha dominado o subcontinente indiano. O imperialismo europeu conseguiu dominar os povos africanos após inúmeras vitórias em campanhas militares com armamento moderno devido à tecnologia da Segunda Revolução Industrial, bem como das divisões tribais existentes entre as etnias negras. 2. B Quando o poder imperialista europeu penetrou em solo africano em busca de mercado consumidor para suas indústrias, usou vários artifícios para conseguir explorar as etnias negras e não somente as forças militares. Uma das ferramentas ideológicas mais utilizadas foi a do darwinismo social, que divulgava o falso discurso de que a raça superior era a branca europeia, por ter tido a inteligência em criar novas tecnologias industriais, consequentemente, os outros povos estavam fadados à extinção natural. O discurso europeu continuava a afirmar que, por questões de caridade, a Europa criaria o fardo do homem branco, onde os europeus se deslocariam para a África para ensiná-la a ser civilizada e não sucumbir a seu suposto atraso cultural. Quando os africanos percebiam que esse discurso era nocivo e não aceitavam o domínio imperialista branco, a Europa passava a manusear sua formidável máquina de guerra e invadia os territórios africanos. O continente africano foi palco do processo de exploração imperialista e a sua delimitação geográfica sofreu a imposição do domínio dos países europeus, conforme a Conferência de Berlim, em 1884-5. Tal divisão expressou-se nos mais diversos níveis, conforme a classificação étnica dos povos de cada região e também de acordo com os interesses de absorção da matéria-prima a ser extraída. Nesse sentido, as áreas de maior concentração de pobreza acham-se circunscritas ao ambiente do extrativismo vegetal, ou seja, a agricultura relativa à África Subsaariana. 4. C A questão se refere a uma forte característica de vastas áreas da África que não foi bem estudada e manuseada pelos africanos e contribuiu para que seus territórios fossem invadidos e explorados pela Europa imperialista do século XIX, bem como, atualmente, prejudica o crescimento econômico e político. A característica tratada é a existência de inúmeras tribos, essa realidade não é bem tratada pelos próprios africanos, levando a uma divisão interna nos países, provocando guerras civis pelo controle do Estado não por propostas ou programas partidários que poderiam solucionar os problemas próprios de regiões do terceiro mundo, mas pela simples posse de líderes tribais patriarcais que colocam seus valores étnicos acima do bem comum. Esses atritos enfraquecem as forças africanas favorecendo os grupos de exploração internos e internacionais, contribuindo, inclusive, para a propagação do racismo e da segregação da África do contexto internacional. O Liberalismo e os Socialismos 1. D O positivismo foi a filosofia da burguesia que amadureceu o capitalismo no século XIX, adaptando-o às grandes instituições monopolistas industriais-financeiras próprias da Segunda Revolução industrial. A burguesia tinha criado inúmeros avanços tecnológicos e acredita que o homem intelectual e elitista possuía a verdade por intermédio de seus conhecimentos baseados no método científico. Por isso, os grupos ligados ao misticismo, ao antigo regime e à esquerda socialista ou anarquista deveriam ser perseguidos em nome do progresso humano. Essa filosofia deu suporte à expansão da Europa durante o imperialismo. O liberalismo seria mais utilizado no século XVIII, onde ainda não existiam as grandes empresas monopolistas, ou seja, o positivismo é uma espécie de amadurecimento do liberalismo. 2. B A exploração capitalista que penalizava o nascente proletariado no início do século XIX passou a ser veementemente criticado pelos próprios operários, contudo, a classe trabalhadora não tinha meios de conhecer o funcionamento do capitalismo e iniciou suas revoltas quebrando as máquinas acreditando que os burgueses voltariam a implantar o trabalho artesão, gerando novos empregos. O luddismo gerou enorme impacto na sociedade inglesa, contudo, a industrialização se manteve inexorável. Já o cartismo foi o movimento operário mais amadurecido em relação ao luddismo, onde os sindicatos operários forçariam o parlamento a conceder voto universal, o objetivo do proletariado britânico foi o de criar o partido trabalhista, acreditando que a participação operária no Congresso acabaria com as mazelas do capitalismo. Com o aumento da exploração proletária promovida pela burguesia através de longas jornadas de trabalho, salários pequenos e aviltantes, inexistência de aposentadoria ou férias remuneradas, inúmeros intelectuais se agruparam no espectro da esquerda e passaram a criar teorias que destruíssem o capitalismo idealizando uma nova sociedade baseada na igualdade e no respeito humano chamada de socialismo. Os primeiros grupos foram chamados de socialistas utópicos, porque defendiam ideias distantes da realidade humana, ou seja, que eram inviáveis de serem 2

concretizadas e nesse universo temos Owen e Fourier. Já Proudhon estruturou suas concepções anarquistas num cuidadoso estudo científico sobre a sociedade, mas não se tornou socialista por não aceitar a existência de propriedades e nem de Estado, mesmo sendo proletário como o defendido por Karl Marx e Engels. Esses dois últimos são os principais representantes do socialismo ao utilizar o materialismo histórico e dialético num processo científico estruturado nos estudos econômico, histórico e sociológico, dentre outros da sociedade e da ciência humana. Vale salientar que o socialismo seria um período de transição entre o capitalismo e o comunismo, segundo a teoria marxista. 4. C A Segunda Revolução Industrial iniciou-se na segunda metade do século XIX e caracterizou-se pelo aumento da exploração proletária com a introdução do monopólio industrial-financeiro. A foto mostra uma linha de montagem que se caracteriza pelo crescimento da produção, já que o trabalhador vai se adequar a apenar um tipo de trabalho que, somado ao dos outros operários, compõe todo o processo industrial. Consequentemente, o proletariado fica alienado do entendimento do modelo produtivo, favorecendo a ideologia e exploração capitalista. A Europa no Século XIX e o Imperialismo no Século XIX 1. B O imperialismo europeu do século XIX penetrou na economia africana e asiática, se apropriando de suas riquezas, contudo, a burguesia positivista buscou camuflar essa exploração por intermédio de ideologias como o darwinismo social e o fardo do homem branco onde se criam supostas verdades biológicas, obviamente equivocadas, de que a raça branca europeia era superior à negra e à africana e a bondade do homem branco o levaria a penetrar nesses primitivos continentes para levá-los ao estágio da civilização. Como essas ideologias são falácias e deturpações da realidade, o que se viu foram as invasões neocoloniais que destruíram inúmeras sociedades, promovendo, inclusive, genocídios. 2. E O imperialismo europeu aniquilou a economia africana ao utilizar esse continente como mercado consumidor de sua superprodução industrial, que tinha que ser escoada para gerar lucro ao capitalismo monopolista industrialfinanceiro, próprio da Segunda revolução fabril. A entrada neocolonialista exploratória dos europeus era, inicialmente, baseada num discurso de que sua chegada seria positiva para as comunidades nativas, já que os brancos iriam repassar seus avanços tecnológicos para aprimorar a população africana num gesto de bondade. Esses discursos ideológicos que mascaravam a exploração eram chamados de darwinismo social e de missão do homem branco, que davam a entender que os negros eram inferiores aos positivistas europeus. O cristianismo foi outra ferramenta de exploração, já que os missionários brancos tentavam, também, aculturar os povos nativos ligando a imagem de Cristo ao estereótipo branco e à passividade, levando a África a aceitar o imperialismo. Conforme algumas comunidades não concordassem com essas ideologias, a Europa implantava invasões militares massacrantes, que levavam ao extermínio imenso contingente populacional de negros. A questão trata dos avanços de países imperialistas e de atritos entre eles mesmos pelo domínio de mercados consumidores e de fontes de matéria-prima. Na guerra russo-japonesa, o Japão nascido da revolução meiji venceu as tropas russas penetrando no nordeste do continente asiático, principalmente na Manchúria, região rica em minérios, já a derrota russa levou ao enfraquecimento do czar criando condições para que a população pobre criasse os soviets, elaborando uma revolução que antecedeu, em 1905, a socialista. Os Estados Unidos se aliaram a grupos latino-americanos, com a doutrina Monroe, para expulsar o Pacto Colonial espanhol da América Central e das Antilhas, no intuito de implantar seu próprio imperialismo, como pode ser observado por intermédio do big stick e da emenda Platt, dentro desse processo de expansão após a vitória sobre a Espanha, os USA navegaram no pacífico e passaram a interferir nas Filipinas, já que estas também tinham sido colônia da Espanha. Em relação à crise marroquina, França e Alemanha se tornaram adversárias pelo controle dessa parte do norte da África destruindo uma efêmera aliança anterior, inclusive com a Inglaterra. A revolta dos Boxers foi uma revolta nacionalista chinesa, logo após a revolta do ópio, no intuito de expulsar o imperialismo britânico, para tanto, os chineses buscaram destruir qualquer instrumento de articulação imperialista inglês. 4. A A Revolução Meiji foi essencial para o avanço da industrialização do Japão ao destruir a base feudal da sua sociedade com a aniquilação da aristocracia própria do shogunato e de seus colaboradores, como os samurais. O shogunato foi um sistema ruralizante onde a economia baseava-se na agricultura de subsistência, no extremo apego às tradições numa espécie de xenofobia e com fortalecimento das oligarquias regionais. Essa estrutura não permitia que o Japão penetrasse no mundo da industrialização, como consequência, grupos que buscavam a modernização ligaram-se ao imperador (meiji) e, através do uso de armamentos e táticas ocidentais, destruíram os shoguns e samurais centralizando o poder político e incentivando a industrialização com o óbvio crescimento educacional destruindo os resquícios do feudalismo. Os Estados Unidos no Século XIX 1. D A Guerra da Secessão foi um processo militar ímpar para a história norte-americana porque as forças ianques, que representavam a efervescente burguesia liberal e industrial do norte, derrotaram o poder dos confederados, que desejavam a expansão da mercantilista e obsoleta plantation para os territórios do oeste. Com a vitória do norte, a escravidão negra foi extinta e a conquista do oeste foi, posteriormente, efetivada, massacrando as tribos indígenas em gigantescos genocídios. O assassinato do presidente Abraham Lincoln ocorreu após a sua vitória na guerra civil. 2. C Na Guerra da Secessão, no século XIX, duas estruturas se confrontaram no intuito do vitorioso impor seu caráter ao país, é importante salientar que a independência norteamericana levou o país, no século XVIII, a se separar da Inglaterra, mas manteve as gritantes diferenças entre o norte 3

e o sul. O norte era capitalista, fabril e liberal, mas incentivador do protecionismo econômico; Já o sul era mercantilista, aristocrata e defensor da plantation que dificultava o avanço social e econômico, mantendo a escravidão negra, além de propagar o livre cambismo. Enquanto o sul propunha uma forte descentralização política, por isso eram chamados de confederados, entre os estados para que pudesse manter sua arcaica estrutura, o norte defendia uma maior centralização na busca por maior mercado consumidor. 3. B Ainda no século XIX, os Estados Unidos possuíam dois sistemas de funcionamento, o norte era dinâmico incentivador do liberalismo burguês e da industrialização fundamentada no trabalho livre e assalariado, enquanto que o sul tinha sua estrutura enraizada no plantation com a escravidão negra. Esse trabalho compulsório prejudicava o avanço do capitalismo industrial, pois os escravos, por não receberem salário, não pertenciam ao quadro de mercado consumidor, limitando o lucro do norte. A Guerra da Secessão acabou com a escravidão e impulsionou a economia. Contudo, o racismo se manteve vivo e muitos sulistas criaram a Ku Klux Klã (KKK) onde as pessoas que não estavam inseridas no considerado homem ideal deveriam ser perseguidos ou mortos, sendo o homem ideal o descendente da etnia anglo-saxônica branca e de fé cristã protestante, por isso muitos fundamentalistas religiosos defenderam a segregação de negros, judeus e católicos. 4. A No século XIX, os Estados Unidos já estavam amadurecidos economicamente e militarmente para buscar mercado consumidor para suas indústrias, consequentemente passaram a apoiar a independência das colônias espanholas na América Central e Antilhas com a doutrina Monroe ( A América para os americanos ), para que com o vácuo do poder espanhol com a independência, os Estados penetrariam em suas terras utilizando a força militar com o big stick e a jurídica com a emenda Platt, no caso específico de Cuba. Em relação ao Iraque, a invasão norte-americana no governo de George W. Bush foi uma afronta militar à soberania de Bagdá, por isso não pode ser ligada à doutrina Monroe, mas sim ao big stick. As Crises Imperialistas e a Primeira Guerra Mundial 1. A Com o término da Primeira Guerra Mundial, constatouse que a Alemanha (II Reich) e o império Àustro-Húngaro tinham sido derrotados e a Rússia bolchevique tinha deixado de ser capitalista para, pioneiramente, se tornar socialista. Diante dessa constatação, as nações poderosas como França e Inglaterra, sob certa discordância norteamericana do presidente Wilson defensor de uma paz sem vencido e nem vencedores, criaram o Tratado de Versalhes desestruturando a Alemanha que ficou desarmada, cedeu o território de Alsácia-Lorena, pagou gigantescas indenizações, desmembrou seu território através do corredor polonês etc. Em relação à Rússia leninista, os países capitalistas se uniram em busca de isolar e aniquilar o socialismo soviético, para tanto, incentivaram independências de regiões como os países bálticos, Lituânia, Estônia e Letônia, que outrora pertenciam à Rússia czarista. O império turco, por ter se aliado à Alemanha, passou a ser sumariamente perseguido e, paulatinamente, perdeu territórios no Oriente Médio, fragmentando-se. 2. E O Tratado de Versalhes foi uma obra das forças vencedoras (Entente) da Primeira Guerra Mundial, notadamente Paris, devido ao revanchismo francês. Esse tratado tinha o objetivo de destruir o império alemão do II Reich, que foi extinto, por isso se caracterizou em anular propostas de se conciliar com Berlim, que deixou de ser capital ao perder esse posto, por exigência da França para a incipiente e republicana Weimar, dentro desse contexto, as altas indenizações paga pelos alemães arruinaram sua economia, disseminando a hiperinflação e a recessão, já o desarmamento quebrou qualquer política de reerguimento de resgate moral dos junkers e a Alemanha além de devolver o território de Alsácia-Lorena para a França, viu o seu próprio dividido pelo corredor polonês simbolizado pela cidade de Dantzig. A divisão que cedia a administração para ingleses, franceses, americanos e soviéticos ocorreu na Segunda Guerra Mundial e não na primeira. Já a Liga das Nações foi criada após a I grande guerra, com o objetivo de evitar a segunda, mostrando fracasso no seu intento. 3. D O mapa e o enunciado deixam claro que o momento estudado é o posterior à Primeira Guerra Mundial, onde inúmeras etnias se tornaram soberanas, porque os países da entente, vencedores do conflito, buscaram enfraquecer os perdedores como a Alemanha e o império Áustro-Húngaro diminuindo seus territórios, por isso os povos húngaro, tcheco unido ao eslovaco e o polonês, tiveram apoio na sua luta pela independência. Em relação à Rússia, conforme o grupo marxista-leninista implantou o socialismo na revolução bolchevique em 1917, os países capitalistas para isolarem o governo marxista financiaram a guerra civil entre brancos e vermelhos e, também, apoiaram a independência dos países bálticos como a Estônia, Letônia e Lituânia. 4. D A causa econômica principal da Primeira Guerra Mundial foi a concorrência imperialistas entre os grandes países capitalistas por mercado consumidor e de fontes de matéria-prima na África e na Ásia. Dois grupos militares imperialistas nasceram: A Entente formada pela Inglaterra, França e sua aliada Rússia czarista e a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Itália e Império Áustro- Húngaro, é importante ressaltar que a Itália, durante a guerra, abandonou a Alemanha e se aproximou da Inglaterra. Com a derrota da Tríplice Aliança, os países vencedores passaram a perseguir a Alemanha e o Império Áustro-Húngaro com o Tratado de Versalhes, como consequência, a Alemanha perdeu o status de II Reich, tornando-se uma República com a capital sendo a pequena Weimar. Os Estados Unidos entraram no conflito em 1917, quando a Rússia criou a revolução marxistaleninista e se tornou socialista, saindo dessa guerra capitalista imperialista com o tratado de brest-litovsky, enfraquecendo a Entente. Para fortalecer sua aliada econômica Inglaterra, os Estados Unidos entraram na guerra tendo papel destacado na derrota alemã no final da guerra de trincheiras. A Liga das Nações foi criada para evitar a Segunda Guerra Mundial buscando resolver as pendengas internacionais por intermédio de ações diplomáticas, o que se mostrou infrutífero. 4

República Velha I (1889-1930) A Crise da República (1889-1894); República Velha (1889-1930) O Sistema Econômico 1. B Para sanar a questão do reduzido meio circulante, o governo de Deodoro da Fonseca desenvolveu uma política emissionista que autorizava a produção de papel moeda por parte de alguns bancos. Esse fato nos remete a tentativa do ministro Rui Barbosa de estimular a atividade industrial a partir da facilitação do crédito, mas que acabou resultando em uma grave crise, na qual, a especulação no mercado de ações gerou um grande número de falências e um quadro agudo de desemprego. Historicamente esse momento é conhecido como a crise do Encilhamento. 2. C Uma das grandes frustrações referentes ao novo regime republicano iniciado em 1889 e institucionalizado em 1891 com a Nova Constituição, se refere ao voto. Embora as eleições ocorressem de forma direta, a expressão universal presente no texto da Constituição é incoerente, podendo causar até dúvida aos candidatos, já que a grande maioria da população estava excluída, como era o caso das mulheres, padres, soldados e mendigos, além dos analfabetos. Na prática, apenas os homens maiores de 21 anos e alfabetizados podiam votar. Outro detalhe é o voto aberto ou descoberto, que facilitava sobremaneira a manipulação dos grupos oligárquicos mediante a concessão de favores ou pela coação física e moral. 3. A Logo no início da República, por iniciativa do ministro Rui Barbosa, foi autorizado uma emissão monetária a fim de se estimular a atividade industrial no Brasil. Porém, tal iniciativa foi seguida de uma forte onda especulativa que provocou falências e desemprego. Esse processo é historicamente conhecido como a crise do Encilhamento. Mais adiante, na gestão Campos Sales, foi feita uma reforma financeira a partir da renegociação da dívida externa (Funding Loan), através de medidas de controle e redução da oferta de crédito, que embora tenha gerado deflação, foi responsável também pela recessão econômica. Nesse contexto, também ocorreu uma elevação dos impostos (selos) para financiar a realidade econômica do país. Outro fato que merece destaque nas questões econômicas da República Velha foi a constante política de defesa do café, que, pelo aumento da produção sem correspondência de mercado consumidor, provocou acentuada queda nos preços do produto. Os estados de SP, RJ e MG então firmaram um pacto conhecido como Convênio de Taubaté, que tinha por finalidade valorizar artificialmente o preço do produto mediante intervenção do Estado na economia. Para tanto, realizou-se um novo empréstimo destinado, em grande parte, a compra e estocagem do excedente cafeeiro. 4. A No governo de Campo Sales foi realizado um acordo conhecido como Funding Loan. Na prática era um conjunto de medidas que envolviam a renegociação da dívida externa brasileira junto aos banqueiros ingleses. Foi feito um novo empréstimo, seguido de uma moratória negociada. Para cumprir os termos do acordo, o governo teve de tomar medidas como a retirada de moeda de circulação e aumento dos impostos (selos), que provocou um quadro de recessão e desemprego. República Velha II: Estrutura Social e Política; Análise Geral dos Governos 1. A Entre os movimentos sociais da Primeira República, sobressaiu-se no espaço urbano a Revolta da Vacina em 1904, contextualizada a partir do projeto urbanístico conduzido pelo prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos e que seguia a prioridade estabelecida pelo presidente Rodrigues Alves que instituía como meta prioritária sanear e urbanizar o Rio de Janeiro. A decisão de retirar a população do centro para a periferia, somado à obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, pelos pelotões sanitários, gerou forte reação popular em que logo o governo procurou indicar tais reações como um empecilho ao desenvolvimento do país, classificando seus integrantes de ignorantes. Vale lembrar que a reação popular não se tratava da ignorância do povo, mas principalmente pelo uso de métodos violentos e arbitrários, que discriminava especialmente a população mais pobre do Rio de Janeiro. 2. A A questão aborda alguns dos principais conflitos ocorridos na República Velha. Ainda que se manifestem de formas diferentes, em maior ou menor escala, são resultados do quadro de concentração fundiária, exclusão social e opressão política. No campo, podemos destacar a ação de movimentos conhecidos historicamente como messiânicos, que buscavam na religiosidade e na formação de comunidades autogestoras a solução para a situação de miséria a que eram submetidos. Neste movimento destacamos a atuação de lideranças carismáticas, como é o caso de Antônio Conselheiro em Canudos. Essas comunidades representavam uma ameaça constante ao poder do Estado pelas críticas que faziam ao modelo republicano e a questão dos impostos, aos coronéis que perdiam mão de obra barata e temiam pela perda de suas terras ante ao crescimento dessas comunidades e até da Igreja, que via nessas lideranças uma espécie de poder paralelo ao seu. A repressão sobre esses movimentos, a despeito do equívoco inicial de as terem subestimado, foi violenta e, para tanto, as autoridades procuravam classificá-los como sendo um antro de fanáticos e monarquistas, a fim de legitimar a repressão. Vale lembrar que a população pobre não foi beneficiada no contexto do saneamento e urbanização do Rio de Janeiro, nem tampouco houve clamor popular pela vacinação obrigatória contra a varíola, sendo justamente o contrário. Nisso, não podemos atribuir culpa ao povo alegando ignorância, já que, não houve campanha de esclarecimento sobre a importância do projeto de vacinação, além da mesma ter sido realizado de forma violenta. Por fim, embora tenham obtido o fim dos castigos corporais na Revolta da Chibata, a anistia prometida pelo presidente aos revoltosos não foi concedida. Os cangaceiros, pela sua ação, despertavam tanto o temor quanto admiração por, de alguma forma, representar uma reação ao modelo oligárquico e poder dos coronéis. 5

3. C A vitória de Hermes da Fonseca na eleição em 1910, ao derrotar seu oponente Rui Barbosa, representou a primeira eleição verdadeiramente competitiva da República Velha. De fato, a política dos governadores não produziu naquele momento para o vitorioso o mesmo resultado que beneficiou seus antecessores. Na prática, Hermes percebeu que não podia contar com o apoio deliberado e inquestionável dos estados e, por essa razão, ao assumir, promoveu uma política de intervenção nas regiões que lhe negaram apoio, ou que seus interesses foram contrariados. Essa política ficou conhecida como a Política das Salvações. 4. C Os textos se referem à Política do Café com Leite, expressão comumente utilizada para designar o domínio político nacional das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais durante a Primeira República (1889-1930). Este domínio era favorecido pela riqueza gerada nos dois estados em virtude da exportação de café que dominava a pauta brasileira. Vale salientar que São Paulo e Minas Gerais eram também os maiores produtores de leite, possuindo ainda o maior número de eleitores do Brasil. A leitura atenta dos textos nos permite concluir que houve momentos de crise nesta aliança, que não esteve marcada somente por harmonia e estabilidade. Um exemplo de dissidência ocorreu no processo eleitoral de 1930, quando o presidente paulista Washington Luís indicou outro político do PRP Júlio Prestes à sua sucessão, ao invés de um filiado ao PRM. 6