CLIMA URBANO E DENGUE: UMA INTRODUÇÃO A PARTIR DA ANÁLISE DO CAMPO TÉRMICO DE MARINGÁ/PR E CAMPO GRANDE/MS



Documentos relacionados
DIFERENÇAS TÉRMICAS OCASIONADAS PELA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL EM UMA CIDADE DE PORTE MÉDIO - JUIZ DE FORA, MG.

O COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E UMIDADE DO AR NA ÁREA URBANA DE IPORÁ-GO. Valdir Specian¹, Elis Dener Lima Alves²

Figura 18. Distâncias das estações em relação ao Inmet e Mapa hipsmétrico

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL (Setembro Outubro e Novembro de- 2003).

PROGNÓSTICO DE ESTAÇÃO PARA A PRIMAVERA DE TRIMESTRE Outubro-Novembro-Dezembro.

4. ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

CLIMATOLOGIA. Profª Margarida Barros. Geografia

OS CLIMAS DO BRASIL Clima é o conjunto de variações do tempo de um determinado local da superfície terrestre.

VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil.

CLIMAS DO BRASIL MASSAS DE AR

CAPÍTULO 8 O FENÔMENO EL NIÑO -LA NIÑA E SUA INFLUENCIA NA COSTA BRASILEIRA

História da Habitação em Florianópolis

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL Agosto-Setembro-Outubro de Prognóstico Trimestral (Agosto-Setembro-Outubro de 2003).

Climas do Brasil GEOGRAFIA DAVI PAULINO

2.1 DINÂMICA POPULACIONAL

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

GERÊNCIA EDUCACIONAL DE FORMAÇÃO GERAL E SERVIÇOS CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA ESTUDO ESTATISTICO DA BRISA ILHA DE SANTA CATARINA

Climatologia. humanos, visto que diversas de suas atividades

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA Instituto Nacional de Meteorologia INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia

COLÉGIO SÃO JOSÉ PROF. JOÃO PAULO PACHECO GEOGRAFIA 1 EM 2011

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO, UM EXEMPLO DE INTERAÇÃO ENTRE A EACH-USP E O BAIRRO JARDIM KERALUX

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE TAMBOARA - PR, PERÍODO DE 2012 A 2014

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

O Clima do Brasil. É a sucessão habitual de estados do tempo

Climatologia GEOGRAFIA DAVI PAULINO

GEOGRAFIA - RECUPERAÇÃO

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO PADRÃO DE CHUVAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DOS ESTUDOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

VARIAÇÃO TÉRMICA NA ÁREA INTRA- URBANA DA CIDADE DE CURITIBA, PARANÁ, BRASIL NO VERÃO

Massas de ar do Brasil Centros de ação Sistemas meteorológicos atuantes na América do Sul Breve explicação

Características Climáticas da Primavera

Exercícios Tipos de Chuvas e Circulação Atmosférica

BLOQUEIOS OCORRIDOS PRÓXIMOS À AMÉRICA DO SUL E SEUS EFEITOS NO LITORAL DE SANTA CATARINA

Os diferentes climas do mundo

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO. (Fevereiro, Março e Abril de 2002).

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL NOS MUNICÍPIOS DO CENTRO- SUL PARANAENSE NO PERÍODO DE 2000 A 2010

COMPARAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA DA ÁREA URBANA E DA ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE VIGIA

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CONCEITOS INICIAIS. Professor: Emerson Galvani

DIAGNÓSTICO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO TERCEIRO SETOR EM BELO HORIZONTE 2006

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015

Estudo da ilha de calor urbana em cidade de porte médio na Região Equatorial

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

Colégio Santa Dorotéia

ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS EXTREMOS DE CHEIAS NO RIO ACRE RESUMO

Projeto Facilita. Queiroz foi levado para o Pinel porque estaria muito exaltado

RESUMO. Vinicius Carmello. Miriam Rodrigues Silvestre. João Lima Sant Anna Neto

Fenômeno El Niño influenciará clima nos próximos meses

DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

UMA ANÁLISE DO ESTADO DA ARTE RESULTANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

7ºano 2º período vespertino 25 de abril de 2014

Elementos Climáticos CLIMA

Criminalidade. Luciano Nakabashi Juliano Condi

A importância do continente europeu reside no fato de este ter

A REINSERÇÃO DE NOVA ESPERANÇA NA REDE URBANA DE MARINGÁ: UMA PROPOSTA DE ESTUDO

2 Caracterização climática da região Amazônica 2.1. Caracterização da chuva em climas tropicais e equatoriais

Os principais tipos climáticos mundiais

GEOGRAFIA Questões de 35 a 42

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

Nota Técnica 01/2015: Estado atual do El Niño e perspectiva para os próximos meses

SISTEMA DE CONTENÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Análise sinótica associada a ocorrência de chuvas anômalas no Estado de SC durante o inverno de 2011

Atividade de Aprendizagem 1 Aquífero Guarani Eixo(s) temático(s) Tema Conteúdos Usos / objetivos Voltadas para procedimentos e atitudes Competências

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

Índices Teleconectivos

URBANIZAÇÃO LUGAR É A BASE

GERAÇÃO DE VIAGENS. 1.Introdução

EQUILÍBRIOS E ASSIMETRIAS NA. distribuição da população e do pib. entre núcleo e periferia. nas 15 principais regiões. metropolitanas brasileiras

PERFIL DO SETOR DA ARQUITETURA E ENGENHARIA CONSULTIVA

Análise da rede de monitoramento hidrometeorológico do estado de Sergipe

Clima e Formação Vegetal. O clima e seus fatores interferentes

PROVA DE GEOGRAFIA 3 o TRIMESTRE DE 2012

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO DA ESTAÇÃO DA EMBRAPA SEMIARIDO, PROJETO BEBEDOURO PRETOLINA/PE, ATRAVÉS DA TÉCNICA DE QUANTIS

SOLUÇÕES FINANCEIRAS FRENTE AO ESTADO DE EMERGÊNCIA CLIMA 2013/2014

3º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves RS, Brasil, 25 a 27 de Abril de 2012

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO NA CIDADE DE SALVADOR (BA): CORRELAÇÃO ESTATÍSTICA DE SETE ESTAÇÕES PARA MODELAGEM DE PREVISÃO

PREVISÃO DO TEMPO PARA O MUNICÍPIO DE RIO DO SUL-SC

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

SEQUÊNCIA DIDÁTICA PODCAST CIÊNCIAS HUMANAS

Estudo comparativo do comportamento térmico de quatro sistemas de cobertura. Um estudo experimental para a reação frente ao calor.

MAPEAMENTO DE FRAGILIDADE DE DIFERENTES CLASSES DE SOLOS DA BACIA DO RIBEIRÃO DA PICADA EM JATAÍ, GO

Boletim Climatológico Mensal Fevereiro de 2010

Atmosfera e o Clima. Clique Professor. Ensino Médio

INMET/CPTEC-INPE INFOCLIMA, Ano 13, Número 07 INFOCLIMA. BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS Ano de julho de 2006 Número 07

Ano: 7º Turma: 7.1 e 7.2

Boletim Climatológico Mensal Maio de 2014

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE PARA O ENFRENTAMENTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM ÁREAS URBANAS: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE BELÉM, PARÁ, BRASIL

DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES GEOGRAFIA DESAFIO DO DIA. Aula 21.1 Conteúdo. Região Sudeste

Relatório Metodológico da Tipologia dos Colegiados de Gestão Regional CGR. O presente relatório tem por objetivo apresentar uma tipologia dos CGR

Número 24. Carga horária de trabalho: evolução e principais mudanças no Brasil

DANOS OCASIONADOS POR DESASTRES NATURAIS NO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA/PR ENTRE 1991 E 2014

01 Introdução 02 O que é um tornado? 03 Quanto custa um tornado? Tipo de destruição 04 Tornado é coisa de norte americano? 05 O que é um downburst?

ASPECTOS CONSTRUTIVOS E AMBIENTAIS DE TELHADOS VERDES EXTENSIVOS

O CLIMA PORTUGUÊS: Noções básicas e fatores geográficos Regiões climáticas portuguesas

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

Transcrição:

CLIMA URBANO E DENGUE: UMA INTRODUÇÃO A PARTIR DA ANÁLISE DO CAMPO TÉRMICO DE MARINGÁ/PR E Francisco Jablinski Castelhano Laboclima/UFPR francisco_castelhano@hotmail.com Wilson Flavio Feltrim Roseghini Laboclima/UFPR feltrim@outlook.com Francisco Mendonça Laboclima/UFPR chico@ufpr.br CLIMA E SAÚDE RESUMO: A urbanização brasileira, fortemente destituída de políticas de planejamento e gestão urbana, tem gerado cidades com ambientes cada vez mais complexos e problemáticos. A expansão de doenças como a dengue, bem como a ocorrência de surtos epidêmicos, constitui-se num dos reflexos destes ambientes. Neste trabalho foi realizado um estudo sobre as condições ambientais das cidades de Maringá/PR e Campo Grande/MS, a fim de destacar suas dinâmicas climáticas e analisar a relação deste componente ambiental com a proliferação da dengue nestas áreas urbanas. Maringá, localizada na mesorregião norte central paranaense possui uma população de 357.077 habitantes e Campo Grande de 786.797 habitantes (IBGE, 10). Para a elaboração do trabalho foram realizadas coletas de dados climáticos relacionadas às duas cidades com o intuito de melhor compreender suas dinâmicas climáticas, assim como a influencia dos processos de urbanização sobre o clima urbano e, por conseguinte, à proliferação da dengue. Os dados, representados em isotermas, evidenciaram condições propiciais ao vetor da dengue (Aedes aegypti) nas duas áreas urbanas. ABSTRACT: The Brazilian urbanization was devoid of policy urban management, generating towns increasingly complex and problematic. The spread of diseases like dengue, as well as the occurrence of epidemics, is the reflection of these environments. In this paper we present a study on the environmental conditions (urban climate) of cities of Maringá / PR and Campo Grande / MS in order to highlight their climate dynamics and analyze the environmental component of this relationship with the proliferation of dengue in these urban areas. Maringá, located in north central Paraná, has a population of 357,077 inhabitants and Campo Grande has 786,797 inhabitants, according the last census of IBGE in 10. For the construction of the work were collected climate data of the two cities to understanding their dynamics, as well as the influence of the processes of urbanization on the urban climate and therefore the proliferation of dengue. The data represented in isotherms, showed good conditions to the vector of dengue (Aedes aegypti) in the two urban areas. OBJETIVOS Tendo em vista trabalhos realizados por Mendonça (03) e por Barreto e Teixeira (08) que evidenciam a ligação entre urbanização, clima e a disseminação da dengue, este estudo tem como principal objetivo analisar a interferência que o processo de urbanização pode vir a ter no clima em escala local. As cidades escolhidas para estudo (Maringá/PR e Campo Grande/MS) registraram importantes epidemias de dengue na ultima década, e por este motivo, através da análise do clima urbano, objetiva-se em caráter introdutório conhecer a dinâmica térmica das áreas em estudo para identificar quais destas apresentam condições mais propícias para a reprodução do mosquito, auxiliando assim nas políticas públicas de controle do vetor e, por correlação, para o controle da dengue nas referidas cidades. 735

REFERENCIAL TEÓRICO E CONCEITUAL A urbanização do país se deu de maneira exageradamente acelerada e destituída de planos orientadores para o crescimento ordenado das cidades. De acordo com Ojima e Hogan (03), centros urbanos monocêntricos densos apresentam aspectos ambientalmente desfavoráveis em escala local, como, por exemplo, a concentração da poluição atmosférica devido à alta concentração de veículos automotores, a formação de ilhas de calor, ou poucas áreas verdes (OJIMA e HOGAN, 03). Dentre as inúmeras situações relacionadas à qualidade de vida que tais processos de urbanização podem vir a acarretar, Barreto e Teixeira (08) evidenciam a expansão de arboviroses como a dengue. Segundo os autores, ambientes urbanos se encaixam como habitats ideais para os vetores desta doença. Para melhor compreender a relação entre a dinâmica climática, a urbanização e a dengue nas cidades escolhidas para este estudo faz-se necessário, primeiramente, levantar as condições climáticas predominantes na área, pois somente haverá a transmissão do vírus se o vetor (Aedes aegypti) encontrar as condições ambientais favoráveis à sua atuação. Maringá (figura 1) teve sua fundação em 1947, oriunda do desenvolvimento da cultura do café na região, um dos principais fatores de ordem econômica a impulsionar a ocupação do Norte/Noroeste do Paraná, tendo seu planejamento sob responsabilidade da Companhia de Melhoramentos Norte do Paraná. Na atualidade a zona central e seus arredores apresentam o maior adensamento populacional da cidade, assim como o maior processo de verticalização. A cidade conta ainda com grandes áreas verdes tanto no centro como nas zonas periféricas, pois que seu planejamento foi embasado no modelo cidade-jardim; destacando-se o parque do Ingá e dos Pioneiros. Já a cidade Morena, como é conhecida Campo Grande (figura 1), é um pouco mais velha que Maringá, tendo sido fundada em 1872. Sua zona central tem características semelhantes às de Maringá e de muitas cidades do país, apresentando alto índice de densidade populacional e verticalização. Por possuir uma área extensa (superior a 8.000 km²), na periferia do município ainda é possível se encontrar grandes áreas destinadas à agricultura e demograficamente vazias. Esta situação urbana (zona central com maior densidade populacional e de construções, com diminuição gradativa conforme se afasta do centro), presente nas duas cidades, são as ideais para a formação de ilhas de calor / ilhas de frescor no contexto da área urbanizada. Estas são definidas por Mendonça (1995) e Amorim (05) como sendo as áreas urbanas que apresentam temperatura do ar mais elevadas ou inferiores que 3 C em relação a áreas rurais; todavia, consideram também que há uma manifestação interescalar do fenômeno ou seja, da formação simultânea de uma grande IC sobre toda a cidade e, ao mesmo tempo, 736

inúmeras ICs ou IFs ao longo do tecido urbano. Esta perspectiva evidencia a proposta de Oke (1972) a partir do urban boundary layer e do urban canopy layer. Tal dinâmica térmica, aliada a intermitência das chuvas é considerada por Mendonça (03) como fator climático chave para proliferação do vetor da dengue nos centros urbanos, e pode ser considerado como um dos principais condicionantes para a formação das epidemias que ocorreram nestas cidades. A cidade de Maringá localiza-se numa zona de transição climática, entre os climas tropicais propriamente ditos e os climas subtropicas; segundo Mendonça e Danni-Oliveira (07), o clima da cidade pode ser classificado entre tropical-úmido-seco (1 a 3 meses secos) e sub-tropical-úmido com inverno fresco a frio. Tal tipo climático é caracterizado por chuvas ao longo do ano todo, no entanto com um curto período de no máximo três meses (coincide com o inverno) de pouca precipitação em relação aos demais meses. Já a temperatura se mantém na média sempre acima dos 15 C, sendo os meses de junho e julho os mais frios. Em seus estudos, Baldo (06) indica que os sistemas frontais polares são sempre os mais atuantes em anos habituais na cidade, sendo estes os responsáveis por mais da metade do percentual de precipitação anual em Maringá. Danni-Oliveira e Mendonça (07) caracterizam estes sistemas frontais polares como sistemas dinâmicos, sendo eles os principais controladores das precipitações da região com frentes geralmente muito ativas. 737

Figura 1 Campo Grande e Maringá Localização geográfica. Já a cidade de Campo Grande, segundo Danni-Oliveira e Mendonça (07) tem seu clima caracterizado como Tropical do Brasil Central (com um a três meses secos), tendo suas temperaturas mais baixas nos meses de junho e julho, e as mais elevadas em dezembro e janeiro. A amplitude térmica da capital se assemelha à de Maringá, com as temperaturas médias mais baixas - em torno de 19 C, e as mais altas chegando próximo dos 25 C. No entanto a sua precipitação é inconstante ao longo do ano. Anunciação (09) destaca que os totais mensais de precipitação apresentam uma variabilidade delineando um comportamento sazonal com duas estações bem definidas. A primeira estação vai de outubro a março (primavera-verão) com os maiores totais mensais, atingindo cerca de 70% do total mensal e, a segunda, de abril a setembro (outono-inverno) com os menores totais mensais, sendo os meses de julho e agosto responsáveis por cerca de 6% do total anual. Alves (09) explana esta diferença pluviométrica na cidade pela atuação de Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM), provenientes da região do Chaco no norte da Argentina e no Paraguai. 738

Tais complexos são originários nas altas temperaturas da região nos meses de verão e inverno, aliados a alta umidade do local (BEREZUK 07, p.63). As condições climáticas predominantes em ambas as cidades evidenciam condições ideais optimum climático para a proliferação e atuação do vetor da dengue. Segundo Beserra (06), temperaturas no intervalo de 22ºC a 30ºC são ideais para o desenvolvimento do mosquito, já valores entorno dos 18ºC e 34ºC não se mostram como positivos para o pleno desenvolvimento do inseto. A relação entre a pluviosidade e a incidência da dengue é evidenciada em estudos feitos por Souza e Silva (10) no estado de Goiás. Em seu trabalho os autores apontam que em estações chuvosas, a incidência de casos por cem mil habitantes, assim como os dados absolutos de casos da doença registrada são maiores em relação às estações secas. Mendonça et al (11) evidenciou que, para o Centro-sul do Brasil, as condições favoráveis à repercussão da doença são: temperaturas entre 19ºC e 30ºC e pluviosidade intermitente. Tais estudos evidenciam a estreita relação existente entre as condições climáticas e a dengue, principalmente no que diz respeito às temperaturas e a precipitação, e ressaltam a importância de se aprofundar cada vez mais nestes estudos, tendo em vista que tal doença não apresenta sinais de enfraquecimento no país e não possuem controle clínico. METODOLOGIA Monteiro (1976) em sua teoria sobre o Sistema Clima Urbano concebe o clima de uma cidade como um sistema aberto, segundo o qual vários são os aspectos que interferem na estrutura destes sistemas. Em sua teoria, o autor cita como fundamental a compreensão dos três canais da percepção de um sistema clima urbano. São eles, o termodinâmico, que diz respeito ao conforto térmico, o físico-químico, referentes à qualidade do ar, e por fim o hidrodinâmico, no que diz respeito a precipitações. Dentre estes, para este trabalho utilizaremos principalmente as concepções relacionadas ao campo termodinâmico que, segundo o próprio Monteiro (1976, p.126), é a constituição fundamental de resolução climática para onde convergem e se associam todas as outras componentes. Utilizando-se de tal teoria, em sua pesquisa sobre o clima urbano da cidade de Londrina/PR, Mendonça (1995) propôz um método de estudo para o clima de cidades de médio e pequeno porte, através do qual se baseou esta pesquisa. Este método apresenta cinco passos distintos, que são: definir a área de estudo e o subsistema a ser estudado, elaborar o embasamento cartográfico, levantar as características climáticas da região, coletar os dados de campo e formular sugestões e hipóteses de intervenção urbana. Para a realização do estudo do campo térmico das cidades, cinco pontos de coleta de dados primários foram definidos para cada uma, além de um ponto referente à estação oficial localizado nos aeroportos das respectivas as cidades; seguindo os objetivos da pesquisa estes localizam-se dentro dos limites dos municípios e evidenciam padrões distintos de urbanização. No município de Maringá, foi possível a utilização de outras duas fontes de dados oficiais diferentes do aeroporto, referentes à estação oficial do INMET e do SIMEPAR. 739

As coletas de dados de temperatura do ar nas cidades de Maringá e Campo Grande foram realizadas através de medições realizadas por estações meteorológicas Lacrosse WS-2812. Tais estações foram instaladas em abrigos meteorológicos experimentais de PVC conforme Castelhano e Roseghini (12). Os termômetros foram pré-programados para coletarem informações em intervalos de hora em hora. Os pontos de coleta em Campo Grande são respectivamente: SESAU, localizado no centro da malha urbana da cidade, local de grande concentração de edificações, carros e pessoas, e poucas áreas verdes; um posto da Enersul (ponto Energia), localizado no limiar entre a mancha urbana da cidade e sua zona rural na zona leste; UCDB, (Universidade Católica Dom Bosco) (figura 2), localizada na zona norte da cidade, com índice de verticalização e adensamento populacional menor em relação ao ponto SESAU no centro.; ponto Escola, localizado na zona sul, com características semelhantes ao ponto da UCDB, e por fim o ponto da Embrapa, localizada já na zona rural da cidade na zona oeste. Figura 2 Exemplo de mini-abrigo instalado na Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande/MS. Já os pontos de levantamentos em Maringá são: o Colégio Marista, localizado bem no centro da cidade, com alto índice de urbanização, no entanto, próximo a uma grande área verde referente ao Parque dos Pioneiros; o ponto denominado creche, localizado já em outro município, em Sarandi, na zona leste, no entanto ainda como pertencente à mancha urbana de Maringá devido a conurbação ali presente; o ponto das faculdades norte, referente à PUC e sul referente a INSEP, que possuem níveis de urbanização semelhantes entre si, e mais baixos em relação ao ponto central, com um menor adensamento de construções e verticalização de construções. Após tal coleta, os dados foram analisados e mapeados através do software Surfer versão 8.9, e resultou na criação de mapas de isotérmicas sobre as malhas urbanas das cidades, baseada nas informações previamente adquiridas. Tais cartas foram confeccionadas baseadas em dados de um dia típico padrão, em que não houveram registros de chuva ou tempo nublado. Para a cidade de Maringá, a coleta se deu entre os dias 16 e 22 de março de 12, já em Campo Grande a coleta foi realizada entre os dias 13 e 17 de abril do mesmo ano. 740

RESULTADOS Os dados coletados em campo permitiram identificar a amplitude térmica presente nas cidades, quando se comparam os pontos urbanos em relação aos rurais. 7745000 N UCDB 36 7740000 7735000 EMBRAPA CGR SESAU ENERGIA 34.4 32.8 31.2 29.6 28 26.4 7730000 ESCOLA 24.8 23.2 7725000 21.6 735000 740000 745000 750000 755000 760000 Org.: Castelhano e Roseghini (12) Sistema de Projeção UTM 0 5000 10000 15000 000 Figura 3 Campo Grande/SP - Isotermas 13/04/12-09h00min Em Campo Grande, no inicio do dia, embora as temperaturas ainda não tivessem atingindo seu ápice podemos observar uma clara diferença de temperaturas entre o centro e os seus arredores, com o primeiro com um valor que chega a ser 2 C mais baixa que em alguns pontos no seu entorno (Figura 3). Apesar do alto índice de urbanização nesta localidade, podemos explicar tal fato justamente pela ausência de áreas verdes na região central, uma vez que apesar destas serem os grandes responsáveis por amenizar temperaturas nos grandes centros urbanos, também são grandes estabilizadores de temperatura, evitando que esta tanto aumente quanto desça com grande intensidade. Tal dinâmica, semelhante a que ocorre em ambientes áridos e desérticos, se comprova pela figura 4, onde observamos o aumento da temperatura no centro em relação à periferia rural. 741

7745000 N UCDB 36 7740000 7735000 EMBRAPA CGR SESAU ENERGIA 34.4 32.8 31.2 29.6 28 26.4 7730000 ESCOLA 24.8 23.2 7725000 21.6 735000 740000 745000 750000 755000 760000 Org.: Castelhano e Feltrim (12) Sistema de Projeção UTM 0 5000 10000 15000 000 Figura 4 Campo Grande/MS Isotermas 13/04/12-15h00min. Conforme o dia avança observa-se que a diferença térmica entre os pontos da cidade aumenta, chegando a mais de 3 C de diferença entre o centro, representado pelo ponto SESAU e a periferia rural, representado pelos pontos Embrapa e Energia. No horário das 15 horas, a cidade chegou a registrar picos próximos de 36 C em suas regiões mais quentes, localizadas na porção centro/norte, ao mesmo tempo em que se registravam 32 C a 33 C nas áreas de menor temperatura do mesmo horário. Já a partir das 21h observa-se uma continuidade desta dinâmica (figura 5); as regiões centro-norte se mantém como as mais aquecidas, enquanto que a região leste, em função de sua proximidade com uma grande área verde referente ao Parque dos Poderes, apresentou uma temperatura menor. A amplitude térmica também se manteve alta, com uma diferença de mais de 3 C entre o ponto central (SESAU) e o rural leste (Energia). Durante o período de coleta de dados em Campo Grande, o ponto central do SESAU foi o que apresentou o maior pico de temperatura, logo no primeiro dia de coleta; no entanto nos dias que se seguiram deu lugar ao ponto Escola, em contrapartida o ponto rural da Embrapa sempre se manteve com temperaturas abaixo dos demais nos horários de pico (figura 6). 742

13/abr/12 04:00 08:00 16:00 :00 14/abr/12 04:00 08:00 16:00 :00 15/abr/12 04:00 08:00 16:00 :00 16/abr/12 04:00 08:00 16:00 :00 17/abr/12 04:00 CLIMA URBANO E DENGUE: UMA INTRODUÇÃO A PARTIR DA ANÁLISE DO CAMPO TÉRMICO DE MARINGÁ/PR E 7745000 N UCDB 36 7740000 34.4 EMBRAPA 32.8 7735000 CGR SESAU ENERGIA 31.2 29.6 28 26.4 7730000 ESCOLA 24.8 23.2 7725000 21.6 735000 740000 745000 750000 755000 760000 Org.: Castelhano e Roseghini (12) Sistema de Projeção UTM 0 5000 10000 15000 000 Figura 5 Campo Grande/SP - Isotermas 13/04/12-21h00min 38 36 34 32 30 28 26 24 22 18 16 Dom Bosco Embrapa SESAU ESCOLA Energia Figura 6 Campo Grande/MS - Temperatura nos pontos de coleta 13 a 17/04/12 Em Maringá, a dinâmica térmica da cidade foi semelhante a encontrada em Campo Grande. Embora os grandes parques localizados no centro da malha urbana, (parque dos Pioneiros e do Ingá) tenham influenciado no campo térmico, a área central ainda se manteve entre as mais quentes. No horário das 9h (figura 7), o ponto central representado pelo colégio apresentou os mais altos valores, chegando próximo de 27 C, enquanto que no ponto mais rural, representada pela estação do SIMEPAR, a temperatura aproximou-se dos 22 C. Conforme os dados pode-se notar já a existência de um padrão que se seguira pelos outros horários, com as zonas leste e norte com valores mais altos em relação às zonas sul e oeste. 743

É a partir das 15h (figura 8) que a influencia dos grandes parques do centro fica mais evidentente na determinação do campo térmico da mesma. Apesar de ainda permanecer quente em relação aos pontos das zonas sul e oeste, o ponto central já não apresenta mais as temperaturas mais elevadas. 7416000 7414000 N 74100 7410000 7408000 7406000 7404000 74000 395000 397000 399000 401000 403000 405000 407000 409000 411000 35.3 34.4 33.5 32.6 31.7 30.8 29.9 29 28.1 27.2 26.3 25.4 24.5 23.6 22.7 21.8.9 0 00 4000 6000 8000 Org.: Feltrim e Castelhano (12) Sistema de Projeção UTM Figura 7 Maringá/PR - Isotermas 19/03/12-09h00min. Durante os dias de levantamentos de dados (figura 15) o ponto localizado na INSEP apresentou as temperaturas mais baixas, registrando sua mínima no dia 19/03, com 17,5ºC, enquanto que os pontos da PUC e da creche (Herbert) apresentaram as mais altas, 35,5ºC e 35,4ºC respectivamente. Outro aspecto bem representado pelo gráfico é a amplitude térmica observada na cidade; na alternância entre dia e noite é possível observar a variação da temperatura de até 15ºC nos pontos de coleta. A exceção deste valor é o ponto do SIMEPAR, quando a amplitude térmica firou em torno de 11 ºC. 744

7416000 N 7414000 35.6 74100 7410000 34.4 33.2 32 30.8 29.6 7408000 7406000 28.4 27.2 26 24.8 23.6 7404000 74000 395000 397000 399000 401000 403000 405000 407000 409000 411000 22.4 21.2 0 00 4000 6000 8000 Org.: Feltrim e Castelhano (12) Sistema de Projeção UTM Figura 8 Maringá/PR - Isotermas 19/03/12-15h00min. O ponto do colégio, bem ao centro, apresenta valores em torno de 32 C, enquanto que o mais quente, na zona norte, representado pelo ponto da PUC, apresentou valores que chegaram a 35,5 C no mesmo horário. Já a partir das 21h (figura 9), observa-se que o ponto central volta a ter a temperatura mais elevada, com pouquíssima diferença em relação ao ponto da PUC. Tal dinâmica é semelhante à encontrada em Campo Grande, pois se observa uma menor amplitude térmica nos locais próximos às áreas verdes urbanas formando espaços menos quentes que o entorno. As zonas sul e oeste se mantiveram como as mais frias, com valores entorno dos 23 C, enquanto que no centro tal valor chegou a 26,2 C. 7416000 N 7414000 74100 7410000 7408000 7406000 7404000 74000 395000 397000 399000 401000 403000 405000 407000 409000 411000 0 00 4000 6000 8000 Org.: Feltrim e Castelhano (12) Sistema de Projeção UTM 35.3 34.4 33.5 32.6 31.7 30.8 29.9 29 28.1 27.2 26.3 25.4 24.5 23.6 22.7 21.8.9 745

17/mar/12 06:00 18:00 18/mar/12 06:00 18:00 19/mar/12 06:00 18:00 /mar/12 06:00 18:00 21/mar/12 06:00 18:00 22/mar/12 06:00 CLIMA URBANO E DENGUE: UMA INTRODUÇÃO A PARTIR DA ANÁLISE DO CAMPO TÉRMICO DE MARINGÁ/PR E Figura 9 Maringá/PR - Isotermas 19/03/12-21h00min 38 36 34 32 30 28 26 24 22 18 16 Marista PUC Herbert INSEP SIMEPAR Figura 10 Campo Grande/MS Temperatura nos pontos de coleta - 17 a 22/03/12 CONCLUSÕES A análise elaborada no âmbito deste trabalho evidenciou que o campo térmico de Maringá e de Campo Grande é fortemente influenciado pelo processo de urbanização. Esta constatação ficou bastante evidente ao se comparar os valores de temperatura coletados nos pontos urbanos em relação aos pontos rurais. As isotermas construídas a partir dos dados levantados em campo evidenciam que os valores mais altos coincidem com os locais de maior densidade urbana, enquanto que em locais de menor densidade e mais arborizados a temperatura era mais amena. A arborização se mostrou como um grande influente nas temperaturas da cidade, tendo em vista que os pontos de coleta próximos a grandes áreas verdes se menores amplitudes térmicas ao longo dos dias observados. A diferença térmica entre os pontos da cidade aqui analisados foi mais evidente com a elaboração de um gráfico com a temperatura. Esta representação possibilitou a comparação da temperatura do ar nos pontos, mostrando a diferença térmica entre o ponto mais quente e o mais frio em um mesmo período, formando uma ilha de calor de media a baixa magnitude. Todavia trata-se de uma IC intra-urbana, uma vez que não foram utilizados pontos com características eminentemente rurais localizados fora da área urbana para se fazer uma comparação mais fidedigna. Este estudo, de caráter introdutório, permitiu uma primeira aproximação à formação do campo térmico de IC s nas cidades de Maringá e Campo Grande, e sua relação com a proliferação da dengue. Tal relação se dá a partir do momento em que tais IC s permitem que a temperatura de determinados pontos da cidade se mantenha a níveis considerados ideais para o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti.os dados nos permitiram observar que as temperaturas das cidades se mantiveram na maioria do tempo entre a faixa considerada de maior risco (entre 19ºC e 30ºC), mesmo nos períodos noturnos. Ao mesmo tempo em que se constitui em passos iniciais de uma pesquisa, o estudo ressalta a necessária analise da umidade relativa do ar e da velocidade/direção dos ventos na formação do campo 746

térmico de ambas as cidade, além de analises referentes a precipitação e uma pormenorizada avaliação da dinâmica urbana. Em se tratando de uma arbovirose como a dengue, é fato que se deve levar em conta inúmeros outros fatores ao se estudar a sua proliferação. Aspectos como as políticas publicas, comportamento e padrão de vida da população, ou mesmo fatores biológicos como a circulação de novos sorotipos da doença são tão fundamentais quanto o próprio clima ao se estudar a expansão da doença. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANUNCIAÇÃO, V. S. Homens fecham janelas, mulheres cobrem espelhos : chuva e imprensa na cidade de Campo Grande/MS (1961-07). Presidente Prudente: FCT/Unesp, 09 (Tese de doutorado). ALVES, L.M. Clima da Região Centro-Oeste do Brasil. in. Tempo e Clima no Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 09, Cap. 15, p. 235 a 241. AMORIM, M. C. C. T. Ilhas de calor em Birigui/SP. Revista Brasileira de Climatologia, Vol. 1, N. 1,, Presidente Prudente/SP, Dezembro/05, p. 121 a 130. BARRETO. M.L; TEIXEIRA, M.G. Dengue no Brasil: Situação epidemiológica e contribuições para uma agenda de pesquisa. Revista Estudos Avançados, vol. 22, n.64, 08, p. 53 a 72. BALDO, M.C. Variabilidade pluviométrica e a dinâmica atmosférica na bacia hidrográfica do Rio Ivaí PR. Presidente Prudente: UNESP, 06 (Tese de doutorado). BEREZUK, A.G. Analise das adversidades climáticas no Oeste paulista e Norte do Paraná. UNESP: Presidente Prudente, 07 (Tese de doutorado). BESERRA, E. B; CASTRO JR., F. P; SANTOS, J. W; SANTOS, T. S; FERNANDES, C. R. M. Biologia e exigências térmicas de Aedes aegypti (L.) (Diptera: Culicidae) provenientes de quatro regiões bioclimáticas da Paraíba. Neotrop. Entomol 35(6):853-860, 06. CASTELHANO, F.J.; ROSEGHINI,W.F.F. A Utilização do Policloreto de Vinila (PVC) na construção de Mini abrigos meteorológicos para aplicação em campo. Revista Brasileira de Climatologia, vol. 9, Jul./Dez 11, p.48 a 55. MENDONÇA, F. A.; DANNI-OLIVEIRA, I.M. Climatologia - Noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 07. MENDONÇA, F. O clima e o planejamento urbano de cidades de porte médio e pequeno: Proposição metodológica para estudo e sua aplicação à cidade de Londrina/PR. São Paulo: USP, 1995 (tese de doutorado). 747

MENDONÇA, F. A. Aquecimento global e saúde: Uma perspectiva geográfica Notas introdutórias. Revista Terra Livre, vol. I n., AGB-DN, 03, p.5 a 221. MENDONÇA, F. A. ; ROSEGHINI, W. F. F. ; AQUINO JR, J. ; CASTELHANO, F. J. ; HOFFMAN, T.. Systema d'alerte Climato-Meteorologique de Prevention de l'epidemie de Dengue (Bresil). In: XXIV Colloque de l'association Internationale de Climatologie, 11, Rovereto. Actes du XXIV Colloque de l'association Internationale de Climatologie. Rovereto: AICLIM, 11. v. 1. p. 411-416. MONTEIRO, C. A. F., Teoria e clima urbano. São Paulo: USP, 1976. MONTEIRO, C. A. F.; MENDONÇA, F.A. Clima urbano. São Paulo: Contexto, 03. OJIMA, R; HOGAN, D. J. População, urbanização e ambiente no cenário das mudanças ambientais globais: debates e desafios para a demografia brasileira. Anais do XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu/MG, 08, pg. 70 a 78. OKE, T. Boundary layer climates. London: Methuen and sons, 1972. SOUZA, S.S.; SILVA, I.G.; SILVA, H. H. G. Associação entre Incidência de dengue, pluviosidade e densidade larval de Aedes aegypti, no estado de Goiás. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, vol. 43, n. 2, Uberaba, 10, p. 151 a 155. 748