Aleijadinho Alunos: Carina Giacomini Júlio César Antunes Nogueira Leonardo Miyahira Thaysa Taíra Silva
Vida e obra de Aleijadinho Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto-MG. Filho de um mestre-de-obras português, Manuel Francisco Lisboa, um dos primeiros a atuar como arquiteto em MG, e de uma escrava que se chamava Isabel(Antonia Maria de São Pedro). 1730- A formação profissional e artística de Aleijadinho é atribuída ao contato com a atividade do pai e a oficina do tio, Antônio Francisco Pombal, famoso entalhador de Vila Rica. Além do apoio do abridor de cunhos João Gomes Batista e o escultor e entalhador José Coelho de Noronha.
Vida e obra de Aleijadinho Até seus 47 anos, passou a vida no exercício de sua arte, cuidando sempre em ter boa mesa, e no gozo de perfeita saúde; de 1.777 em diante, as moléstias, provindas talvez em grande parte de excessos venéreos, começaram a atacá-lo fortemente. O apelido que o celebrizou veio de enfermidade que o foi aos poucos deformando e cuja natureza é objeto de controvérsias. Uns a apontam como sífilis, outros como lepra, outros ainda como tromboangeíte obliterante ou ulceração gangrenosa das mãos e dos pés. Aleijadinho perdeu todos os dedos dos pés, do que resultou não poder andar senão de joelhos; os das mãos atrofiaram-se e curvaram, e mesmo chegaram a cair, restando-lhe somente, e ainda assim quase sem movimento, os polegares e os indicadores. De concreto se sabe que ao perder os dedos dos pés ele passou a andar de joelhos, protegendo-os com dispositivos de couro, ou a se fazer carregar. Ao perder os dedos das mãos, passou a esculpir com o cinzel e o martelo amarrados aos punhos pelos ajudantes.
Vida e obra de Aleijadinho A consciência que tinha Antônio Francisco da desagradável impressão que causava sua fisionomia dera-lhe o hábito de ir de madrugada para o lugar em que tinha de trabalhar. Possuía um escravo africano de nome Maurício, que trabalhava como entalhador, e o acompanhava por toda a parte; era este quem adaptava os ferros e o macete às mãos imperfeitas do grande escultor. Era Maurício quem o ajudava a amarrar-se a um aparelho de couro, com o qual, fixado aos joelhos, movimentava-se agilmente. Tinha mais de sessenta anos e já comprometido por sua doença quando, em Congonhas do Campo, realizou suas obras-primas: as estátuas em pedrasabão dos 12 profetas (1800-1805), no adro da igreja, e as 66 figuras em cedro que compõem os passos da Via Cruz (1796), no espaço do santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
Congonhas do Campo Setenta e oito esculturas que compõem um dos mais esplêndidos conjuntos de arte barroca do mundo: são as 66 imagens no cedro dos Passos da Paixão e os 12 Profetas na pedra-sabão. Entre elas contam-se, no mínimo, 40 peças consideradas obras-primas. Esse conjunto, executado no espaço de apenas dez anos, de 1796 a 1805, por um só escultor, o Aleijadinho, e alguns oficiais de seu atelier, faz parte de um conjunto barroco mais amplo, que abrange algumas cidades da mesma região, tendo-se desenvolvido e florescido durante o curto período do século 18, e envolvendo alguns poucos arquitetos e escultores. Este é um fato único na História moderna da arte, tendo como precedente nas culturas ocidentais somente na arte da Grécia Antiga.
Congonhas do Campo Aleijadinho deixou em Congonhas, nas imagens dos Profetas, a marca do seu gênio. Esta marca se percebe antes mesmo de uma análise mais detalhada dos 12 profetas. Ela é visível na magnífica integração das estátuas ao suporte arquitetônico constituído pelo adro, com suas escadarias em terraços e imponentes muros de arrimo. Os blocos verticais de pedra parecem brotar espontaneamente dos parapeitos que arrematam a parte superior dos muros, contrapondo a linha horizontal dominante, modulações rítmicas de poderosa força expressiva. As atitudes e os gestos individuais de cada uma das estátuas são simetricamente ordenados com relação ao eixo da composição. As correspondências não se fazem de forma geométrica, mas por oposições e compensações de acordo com a lei rítmica do barroco. Um gesto de aparência aleatória, quando visto isoladamente como ampla flexão do braço direito do profeta Ezequiel, adquire extraordinária força expressiva quando relacionado com seu prolongamento natural, constituído pelo braço esquerdo de Habacuc.
Profeta Isaías Profeta Jeremias Profeta Baruc
Profeta Ezequiel Profeta Daniel Profeta Oséias
Profeta Joel Profeta Abdias Profeta Amós
Profeta Jonas Profeta Habacuc Profeta Naum
Na ladeira que dá de frente para a igreja, compondo o conjunto arquitetônico do Santurário, foram construídas 6 capelas - 3 de cada lado - chamadas de Os Passos da Paixão de Cristo. Em cada uma delas um conjunto de esculturas - estátuas em tamanho natural - narram o momento da paixão de Cristo.
O Passo da Ceia O Passo do Horto
O Passo da Prisão O Passo da Flagelação
O Passo da Coroação de Espinhos O Passo da Subida do Calvário
O Passo da Crucificação
Igreja Nossa Senhora da Conceição A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição possui várias fases do barroco. Tem o frontispício de Aleijadinho e pintura dos melhores artistas mineiros da época. Foi elevada à categoria de Igreja em 06 de novembro de 1749. A fachada da Igreja Matriz foi construída em estilo jesuítico do século XVIII, com duas torres, frontais com voluta e sineira, ligadas ao corpo da igreja. No Portado, decoração representando a Arca de Noé e a Pomba Imaculada, figuras bíblicas de Maria Imaculada, pairando sobre o dilúvio do pecado.
A nave da Matriz de Nossa Senhora da Conceição é uma das maiores de Minas, e forma um só corpo, sem corredor, balaustrada em jacarandá. No altar lateral da Igreja Matriz, à esquerda, está a imagem de Nossa Senhora do Carmo, talhada em madeira, e no altar à direita uma imagem de Santana. Nos altares ao lado do arco se encontram a imagem de Nossa Senhora das Dores e a do Senhor dos Passos. Em outros altares, erguem-se belíssimas talhas, querubins assexuados, colunas salomônicas, folhas de parreiras. Ao fundo da Igreja estão as imagens de Cristo Flagelado "Ecce Homo" e da Nossa Senhora da Pedra Fria. No arco central, a coroa real e o escudo, sustentados por dois anjos, a indicar que a vigaria foi criada por decreto real, em 12 de fevereiro de 1734. No altar-mor se encontra a Imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição. Dos dois lados, as imagens de São Gerônimo e Santa Bárbara. E em cima do altar a imagem de São José e ao lado de todo o retábulo a representação da Santíssima Trindade. Santos e imagens, incrustados nos altares em meio às colunas decorativas, atlantis, rocalha e anjos em fino labor de talha, fazem da Matriz de Nossa Senhora da Conceição uma das mais belas igrejas de Minas.
Igreja de São Francisco de Assis Exemplo da riqueza econômica e cultural vivenciada por Ouro Preto no século XVIII, a Igreja de São Francisco de Assis começou a ser construída em 1766, quando a vila vivia o ápice da exploração do ouro. Financiada pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, organização que reunia parte da população branca da vila, a igreja pertence à freguesia de Antônio Dias, uma das duas 'áreas religiosas' que dividem a cidade (a outra é a do Pilar). Aleijadinho, foi contratado para desenhar o risco (planta) geral da construção e de sua portada, tribuna do altar-mor e altares laterais. Além disso, são dele as esculturas da portada, dos púlpitos, do retábulo e da capelamor.
O forro da igreja, uma impressionante pintura de Manuel da Costa Ataíde, cria um jogo com as colunas e parapeitos que o cercam, criando uma ilusão de ótica no espectador. Ele utilizou uma técnica chamada de 'trompe l'oeil', criada pelo padre italiano Andre Pozzo. A igreja é um marco da terceira fase do Barroco Mineiro, caracterizado pela aproximação com o rococó, estilo então em voga na Europa. Ainda assim, sua arquitetura não se limita à cópia de estilos europeus, mas se destaca pela singularidade artística. Capela-mor e altares laterais, projetos de Aleijadinho Altar lateral
O painel do teto é uma das obras-primas de mestre Ataíde
Restauração da Igreja de São Francisco de Assis Foi concluída no fim de setembro uma restauração de diversos setores da construção. O altar-mor, ameaçado por infiltrações, teve suas pinturas e ornamentos refixados. "As peças estavam se desprendendo", explica Silvio Luiz Rocha Vianna de Oliveira, coordenador do projeto. A outra etapa da restauração concentrou-se nos seis altares laterais da igreja, que tiveram a sujeira retirada da madeira por solventes especiais e recuperaram suas cores originais. Parte do assoalho apodrecido foi trocado por peças feitas a partir das técnicas originais, enquanto o restante do piso continua aguardando uma reforma. Além disso, foram colocadas novas fechaduras, trincos, filtros solares nas janelas, alarme contra incêndio e sistema de som. Os trabalhos, organizados pela Faop (Fundação de Arte de Ouro Preto), demoraram um ano e meio e custaram R$ 50 mil, verba cedida pela Alcan. As atenções agora devem se voltar para a parte externa da igreja, já que há um desgaste das pedras que compõem o pátio e a fachada merece uma nova pintura.
Referências: http://www.starnews2001.com.br/aleijadinho/saofrancisco.htm http://cienciahoje.uol.com.br/51503 http://www.degeo.ufop.br/portugues/ouropreto/congonha/co ngonha.htm#fotos_passos http://www.starnews2001.com.br/aleijadinho.html