CONSTRUINDO A TABELA PERIÓDICA DE FORMA LÚDICA Diana Maria da Silva 1 (IC); Franciele da Silva 1 (IC); Gilvanice Maria da Silva 1 (IC); Maria Rúbia Viana de Freitas 1 (IC); José Ayron Lira dos Anjos 1 (PQ) Email: dianacdd@hotmail.com, rubiafreitas_8@hotmail.com, francielecaixinha@bol.com.br, gilvanicejcc@hotmail.com, jose.ayron@ufpe.br 1 Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Centro Acadêmico do Agreste- CAA. Licenciatura Química, Caruaru, PE/Brasil. RESUMO O ensino da química vem preterindo o caráter investigativo em favor do caráter transmissivo o que não desperta a motivação na aprendizagem pelos conteúdos curriculares. Esse entendimento contrasta com o posicionamento de estudiosos que apontam que educar com qualidade implica em organizar e gerenciar atividades didáticas. Dessa forma cabe ao docente envolver os alunos em uma aprendizagem significativa. Essa ação relatada neste trabalho foi realizado com esse intuito na Escola Estadual Professor Mario Sette no Município de Caruaru com o objetivo de envolver os alunos de Ensino Médio na compreensão da organização dos elementos químicos na tabela periódica, a partir de seus respectivos números atômicos, utilizando-se de uma atividade lúdica para tal fim. A mobilização e entusiasmo observados nos discentes bem como a socialização do conhecimento resultante do trabalho em grupo comprovam que a atividade conseguiu gerar interesse pela disciplina. Palavras chaves: PIBID, Ludicidade, Ensino de Química INTRODUÇÃO Diariamente observa-se a Química ligada à realidade, seja na composição da nossa alimentação (rótulos), nas páginas de jornais noticiando o uso de pesticidas ou agrotóxicos, nos medicamentos utilizados para o combate de dores, etc. A Química esta completamente envolvida a existência e bem estar da humanidade e apesar de fazer 1
parte da nossa rotina, é pouco compreendida, e por vezes até massacrada pela sociedade, afinal, quantas vezes escuta-se a tão famosa e clichê frases esse produto possui muita Química é melhor não usá-lo. Essa possível rotulação de tal ciência pode estar associada a descontextualização da disciplina à vida. No Ensino Secundário brasileiro, a Química começou a ser ministrada como disciplina regular somente a partir de 1931, com a reforma educacional Francisco Campos. Segundo documentos da época, o ensino de Química tinha por objetivos dotar o aluno de conhecimentos específico, lhe desperta o interesse pela ciência e mostrar-lhe a relação desses conhecimentos com o cotidiano (MACEDO; LOPES,2002), porém, para grande parte dos alunos esta disciplina tornou-se assustadora. O ensino dessa ciência vem sofrendo com vários aspectos no decorrer dos tempos, fazendo com que o caráter transmissivo asfixie o investigativo, onde, não desperta a motivação na aprendizagem pelos conteúdos curriculares. O processo de ensino-aprendizagem supõe a necessidade de se aplicar várias técnicas de ensino que facilitem o fazer pedagógico no ambiente de sala de aula. Soares et al., (2003) afirma que o desenvolvimento de estratégias modernas e simples, utilizando jogos e outros recursos didáticos, é recomendado para dinamizar o processo de aprendizagem em Química. Dessa forma cabe ao docente envolver os alunos em uma aprendizagem significativa, desenvolvendo as competências e habilidades críticas que este ensino possibilita. Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem na escola promovendo o diálogo destes conteúdos com pensamentos, ideias e certezas construído em situações vivenciadas fora do ambiente escolar a aprendizagem será mais significativa, viva, enriquecedora (MORAN, 2003). Ainda neste contexto Moran et al. (2009) declara que, educar com qualidade implica em organizar e gerenciar atividades didáticas. Sendo assim, em uma formação docente é essencial e propício uma reflexão teórica das práticas vivenciadas no contexto escolar. O relato da experiência apresentado neste trabalho foi realizado na Escola Estadual Professor Mario Sette no Município de Caruaru agreste Pernambucano tem como objetivo propiciar os alunos de Ensino Médio a compreensão da organização dos 2
elementos químicos na tabela periódica, a partir de seus respectivos números atômicos, utilizando-se de uma atividade lúdica para tal fim. METODOLOGIA Inicialmente aplicou-se um questionário (pré-teste) para investigar as concepções prévias dos alunos sobre o conteúdo e propriedades (número atômico, grupo e período) da tabela periódica, seguindo-se, de uma aula expositiva dialogada, com a finalidade de remeter os alunos à reflexão de tais assuntos. Foi questionado aos alunos as suas principais dúvidas decorrentes da construção e da organização da Tabela Periódica para promover uma ação que permitisse aos alunos mobilizarem seus entendimentos e explicitarem suas dúvidas para que desse modo potencializar o diálogo entre o conhecimento escolar e o senso comum que o aluno já traz no que concerne o entendimento da composição da matéria, classes de elementos químicos, suas propriedades e aplicações. Após a aula os alunos formaram grupos de cinco componentes e foi entregue a cada grupo os seguintes materiais para a construção/organização das tabelas cola, um molde em branco com sete linhas e dezoito colunas (mais duas linhas abaixo para Lantanídeos e Actinídeos), e cento e dezoito elementos cortados em quadros com símbolo e número atômico, onde cada classe de elementos era diferenciada por uma cor especifica. Coube aos alunos realizar a montagem da tabela periódica, utilizando-se dos elementos dispostos a cada grupo, analisando-se o número atômico presente em cada quadro. Ao término da atividade foi aplicado um questionário (pós-teste) para avaliar as suas potencialidades da atividade desenvolvida. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3
Antes de ser realizada a atividade lúdica na turma de 1º ano, foi aplicado um pré-questionário em grupo com o intuito de verificar o conhecimento dos alunos sobre o tema tabela periódica. Na análise dos pré-questionários pôde-se constatar que havia uma grande dificuldade dos alunos no referente assunto. Os alunos foram divididos em grupos A e B. Nos grupos A foram aplicados 5 pré-questionários contendo 5 perguntas e os alunos conseguiram responder apenas 15% das questões. Já nos grupos B foram aplicados 4 pré-questionários contendo 5 perguntas e os alunos conseguiram responder apenas 10% das questões. Após o pré-questionário houve um seminário de revisão sobre o tema Tabela Periódica apresentado pelas monitoras. Na problematização inicial, na qual foram lançadas algumas questões, houve envolvimento e questionamento dos alunos. Em seguida realizou-se a construção da tabela periódica. Os estudantes demonstraram interesse na proposta que foi desenvolvida. A utilização da ferramenta Construindo uma Tabela Periódica de forma Lúdica foi considerada uma boa estratégia, uma vez que os estudantes se motivaram durante a construção. Neste momento houve uma notável interação entre os alunos, com uma significativa cooperação e troca de saberes. Posteriormente, foi aplicado mesmo questionário a fim de verificar se houve uma evolução dos alunos sobre o tema abordado. Nos grupos A os alunos conseguiram responder 75% das questões, já nos grupos B foram respondidas 50% das questões. Percebeu-se que os grupos A tiveram um aumento de acerto maior que o grupo B, embora em ambos tenha sido notado um avanço significativo. Este trabalho nos permite fazer uma reflexão a respeito da utilização de diferentes estratégias didáticas para auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem de conceitos químicos. Essa discussão corrobora com a ideia de Zanon et al. (2008) onde estes afirmam que quando se busca uma atividade lúdica como ferramenta didática, espera-se oferecer aos estudantes uma forma divertida e prazerosa de estudar, bem como oferecer ao professor a possibilidade de avaliar a assimilação dos conceitos, permitindo a identificação e correção dos erros durante a aprendizagem. 4
CONCLUSÃO Com efeito, a atividade realizada para a construção e organização da Tabela Periódica pode mostrar uma grande interação entre os alunos, verificada pela maneira que uns explicavam aos outros como essa organização ocorria, facilitando a aprendizagem e as estratégias de assimilação do procedimento de distribuição dos elementos na tabela bem como sua consequente classificação nas classes de elementos. Essa mobilização e entusiasmo observados nos discentes bem como a socialização do conhecimento resultante do trabalho em grupo comprovam que a atividade conseguiu gerar interesse pela disciplina e quebrar paradigmas a respeito do conteúdo, desenvolvendo, nos estudantes a aprendizagem de maneira lúdica. Todos os grupos envolvidos nesta prática conseguiram organizar a Tabela Periódica a partir do número atômico explícito acima de cada elemento Químico. REFERÊNCIA SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003. MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7 a ed. São Paulo: Papirus, 2003.Textos sobre Tecnologias e Comunicação in www.eca.usp.br/prof/moran. MORAN, José Manuel. Formação para educadores. In: Tecnologias digitais na educação. Salto para o futuro, Ano XIX. Boletim 19. Novembro-Dezembro/2009. MACEDO, E.; LOPES, A. R. C. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências. In: LOPES, A. C.; MACEDO, E. Disciplinas e integração curricular: história e políticas. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 73-94. 5
ANEXOS ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR MARIO SETTE PIBID QUÍMICA CARUARU/2014 QUESTIONÁRIO 1. Qual a importância de Organizarmos os elementos químicos em uma tabela periódica? 2. A tabela periódica é organizada em grupos e períodos, existe alguma relação lógica para essa organização? G P E R Í O D O U P O 3. Existe alguma relação ou semelhança entre os elementos situados no mesmo grupo? 4. Existe cerca de 110 elementos químicos caracterizados como: Metais, Não- Metais e Semimetais, você consegue descrever características de cada um desses compostos? 5. Você teve alguma dificuldade de responder esse questionário? Por quê? 6