FAUNA FLEBOTOMÍNICA DO DISTRITO FEDERAL, REGIÃO CENTRO-OESTE

Documentos relacionados
Revista Eletrônica de Biologia

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP. [Autor] [Título]

Heloísa Aparecida Machado Naves* Maria Elisa Santos Dourado Carvalho" RESUMO

Almério de Castro Gomes** Eunice Aparecida Bianchi Galati**

Flebotomíneos em área de transmissão de leishmaniose tegumentar na região norte do Estado do Paraná - Brasil: Variação Sazonal e Atividade Noturna*

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) de área endêmica de leishmaniose na região dos cerrados, Estado do Maranhão, Brasil

IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE FLEBOTOMÍNEOS CAPTURADOS EM ÁREA URBANA MORPHOLOGIC IDENTIFICATION OF PHLEBOTOMINE SANDFLIES CAPTURED IN URBAN AREA

SITUAÇÃO ATUAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ

Marlisson Augusto Costa FEITOSA ¹, Eloy Guillermo CASTELLÓN ²

Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) coletados em um assentamento rural no Estado do Amapá, Brasil

FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA, PSYCHODIDAE) DE ÁREA DE CERRADO NO MUNICÍPIO DE CORUMBATAÍ, CENTRO-LESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

José Manuel Macário REBÊLO 2, Yrla Nívea OLIVEIRA-PEREIRA 3

FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) EM CUITÉ-PB

Diversidade e Abundância de Flebotomíneos do Gênero Lutzomyia (Diptera: Psychodidae) em Áreas de Mata do Nordeste de Manacapuru, AM

Helena H. TANIGUCHI 1* José Eduardo TOLEZANO 1 Rui LAROSA 1 Carlos R. ELIAS 1 Eunice A. B. GALATI 2

Flebotomíneos do Estado de Tocantins, Brasil (Diptera: Psychodidae)

SHORT COMMUNICATION: CONTROLE AMBIENTAL DE FLEBOTOMÍNEOS COM CARRAPATICIDAS E INSETICIDAS

Levantamento de dípteros vetores de leishmaniose no Instituto Federal de Minas Gerais Campus Bambuí

Study of the sand flies in American cutaneous leishmaniasis area, in the municipality of Alto Caparaó and Caparaó, Minas Gerais State ARTIGO/ARTICLE

Relações Parasitas e Hospedeiros. Aula 06 Profº Ricardo Dalla Zanna

Fauna de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em área endêmica de leishmaniose visceral canina na região metropolitana de São Luís MA, Brasil

Descritores: Psychodidae. Leishmaniose mucocutânea, epidemiologia. Ecologia de vetores.

ARTIGO ARTICLE. Gustavo Marins de Aguiar 2 Wagner Muniz de Medeiros 2 Tania Santos De Marco 2 Simone Corrêa dos Santos 2 Simone Gambardella 2

LEVANTAMENTO DE DÍPTEROS VETORES DE LEISHMANIOSE NO INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS CAMPUS BAMBUÍ

Leishmanioses. Zoonoses e Administração em Saúde Pública Universidade Federal de Pelotas. Prof. Fábio Raphael Pascoti Bruhn

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

Rev. Colombiana cienc. Anim. 1(2).2009

Descritores: Psychodidae. Ecologia de vetores. Leishmaniose mucocutânea, transmissão. Introdução

The Sand Fly Fauna (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) of a Focus of Cutaneous Leishmaniasis in Ilhéus, State of Bahia, Brazil

Anexo Parecer IEC

Estudo de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) na zona urbana da Cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil,

FAUNA FLEBOTOMINEA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NA REGIÃO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA - SP

Flebotomíneos de localidades rurais no noroeste do Estado do Paraná, Brasil. Sandflies in rural localities in northwest Paraná State, Brazil.

Avaliação de medidas de controle de flebotomíneos no Município de Lobato, Estado do Paraná, Sul do Brasil

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública

Complexo Leishmania donovani Forte tendência a visceralização (baço, fígado, medula óssea e órgãos linfóides).

Uso do SIG para o estudo da leishmaniose em Santarém, Pará, Brasil

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NOS MUNICÍPIOS DE CAMPINÁPOLIS, GENERAL CARNEIRO, NOVA XAVANTINA E NOVO SÃO JOAQUIM EM MATO GROSSO

Epidemiologia da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no Estado de São Paulo. III. Influência da ação antrópica na sucessão vetorial da LTA

Flebótomos de áreas com ocorrências de casos humanos de leishmaniose tegumentar americana no Município de Seropédica, Estado do Rio de Janeiro

Magnitude e tendência da Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de São Paulo, Brasil, 1975 a 2008

Samuel do Carmo Lima Prof. Dr. do Instituto de Geografia - UFU

ARTIGO. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 31(4): , jul-ago, 1998.

Francimeire Gomes PINHEIRO 1, Sérgio Luís Bessa LUZ 2, Antonia Maria Ramos FRANCO 1,3

ARTIGO. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 33(1):11-19, jan-fev, 2000.

ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE. Palavras-Chave: Phlebotominae. Ocorrência. Registro.

do Vale do Araguaia UNIVAR - LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA HUMANA NO MUNICÍPIO DE GENERAL CARNEIRO MATO GROSSO

Flebótomos (Diptera, Phlebotominae) da Ilha de São Luis, zona do Golfão Maranhense, Brasil

Fauna flebotomínica (Diptera: Psychodidae) da Serra do Tepequém, Município de Amajarí, Estado de Roraima, Brasil

Ceclie M.B. BIANCARDI*, Eloy Guillermo CASTELLÓN*

FLEBOTOMÍNEOS DE MUNICÍPIOS DO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, SUL DO BRASIL. Abstract

EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA E SUAS RELAÇÕES COM A LAVOURA E O GARIMPO, EM LOCALIDADE DO ESTADO DA BAHIA (BRASIL)

Palavras-chaves: Doença cutânea, mosquito-palha, doenças tropicais, Leishmania.

Luz e galinhas como fatores de atração de Nyssomyia whitmani em ambiente rural, Paraná, Brasil

The Phlebotominae Sand Fly (Diptera: Psychodidae) Fauna of Two Atlantic Rain Forest Reserves in the State of Rio de Janeiro, Brazil

Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de São Paulo: Situação Epidemiológica

INTRODUÇÃO ARTIGO / ARTICLE. Paulo Augusto Sessa 2 Aloísio Falqueto 3 José Benedito M. Varejão 2

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO -BRASIL

artigo original Francinaldo Soares Silva, Luis Paulo Costa de Carvalho e Janderson Mesquita Souza 1 RESUMO ABSTRACT

Phlebotomine sandfly species from an American visceral leishmaniasis area in the Northern Rainforest region of Pernambuco State, Brazil

FOCO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NOS MUNICÍPIOS DE VIANA E CARIACICA, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL*

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Leishmaniose visceral canina no município de São Vicente Férrer, Estado de Pernambuco, Brasil

Jaime de Liege Gama Neto 1 ; Toby Vincent Barrett 2 ; Rui Alves de Freitas 3

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) em uma vila de exploração de minérios - Pitinga, município de Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasil

Two year study of reservoir animals in an old urban area with cutaneous Leishmaniasis occurrence in the city of Manaus-AM, Brazil

Marlisson Augusto Costa FEITOSA 1, Eloy Guillermo CASTELLÓN 1

DISTRIBUIÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE, ESTADO DE SÃO PAULO.

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) na área de influência da Usina Hidrelétrica (UHE) Serra do Facão, Goiás, Brasil

SAZONALIDADE DE FLEBOTOMÍNEOS EM ÁREA ENDÊMICA DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ, BRASIL

HYGEIA, ISSN: Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde -

PALAVRAS-CHAVE Flebotomíneo, Lutzomyia, armadilha de emergência, criadouros naturais, Amazônia Central.

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

AMERICAN CUTANEOUS LEISHMANIASIS IN THE PONTAL OF PARANAPANEMA - SP, BRAZIL: ECOLOGICAL AND ENTOMOLOGICAL ASPECTS

was positive in 37 (55.2%) of 67 dogs. The results showed that human and canine ACL occur simultaneously

Manual de Vigilância e Controle das Leishmanioses

Geografia. Os Biomas Brasileiros. Professor Thomás Teixeira.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

Leishmaniose, controle e educação em saúde

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) em reservas florestais da área metropolitana de São Luís, Maranhão, Brasil

Ocorrência de Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) em Matas de Galeria no Distrito Federal, Brasil

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

RESUMO. Palavras-chave: cão, flebotomíneo, enfermidade emergente, zoonose, Leishmania.

Leishmaniose tegumentar americana: flebotomíneos de área de transmissão, no município de Pedro de Toledo, região sul do Estado de São Paulo, Brasil

Leishmanioses. Silvia Reni B. Uliana ICB - USP

ECTOPARASITOS. Prof. Dra. ISABELLA MARTINS Disciplina: Parasitologia Veterinária

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM CÃES VADIOS DA CIDADE DE FORTALEZA,CEARÁ

CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DA FAUNA FLEBOTOMÍNICA DO ESTADO DE GOIÁS E DISTRITO FEDERAL. II *.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Incidência de Leishmaniose Tegumentar Americana no Município de Timon/MA

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical

Adelson Luiz Ferreira +, Paulo Augusto Sessa, José Benedito Malta Varejão, Aloísio Falqueto

Estudo da ocorrência de leishmaniose visceral no município de Crateús CE

Universidade de São Paulo -USP. Leishmanioses. Luciana Benevides. Ribeirão Preto- 2013

LEISHMANIOSE VISCERAL EM ANIMAIS E HUMANOS

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA: ASPECTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS DE TRANSMISSÃO NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS, BRASIL

ASSOCIAÇÃO DA CARGA PARASITÁRIA NO EXAME CITOLÓGICO DE PUNÇÃO BIÓPSIA ASPIRATIVA DE LINFONODO COM O PERFIL CLÍNICO DE CÃES COM LEISHMANIOSE VISCERAL.

Epidemiologia da Leishmaniose Tegumentar e descrição das populações de flebotomíneos no município de Acrelândia, Acre, Brasil

DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DE ESPÉCIES DE SIPHONAPTERA EM CÃES DAS CIDADES DE BAGÉ E PELOTAS NO RS

Lista preliminar das espécies do gênero Lutzomyia, França, 1924 (Psychodidae, Phlebotominae) do Estado do Maranhão, Brasil

AVALIAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA CIDADE DE IMPERATRIZ, MARANHÃO. Natã Silva dos Santos 1 Graduando em Enfermagem

Transcrição:

57 FAUNA FLEBOTOMÍNICA DO DISTRITO FEDERAL, REGIÃO CENTRO-OESTE JULIO ALEJANDRO VEXENAT * ANTONIO CARLOS MIRANDA ** REJANE SANTOS UNRUH *** CRISTINA TORRES TAVARES *** RESUMO Os flebotomíneos são dípteros hematófagos da família Psychodidade responsáveis pela transmissão da leishmaniose. Em Brasília, somente uma espécie (Lutzomyia whitmani) já foi registrada. Com o intuito de realizar um levantamento das outras possíveis espécies destes insetos existentes, foi realizado um estudo mediante coletas de amostras de insetos, em diferentes locais do Distrito Federal, principalmente nas áreas de Mata ciliar. Os resultados confirmaram a presença desta espécie antes registrada, como também foram coletados pela primeira vez para esta região: Lu.fl aviscutellatta, Lu.shannoni, Lu.fi scheri, Lu.intermedia, Lu. pinotti, Lu. lenti e duas espécies ainda não identificadas, possivelmente novas. Outro fato de importância foi que Lu.whitmani encontra-se amplamente distribuída no DF. * Professor de Biologia da Universidade Católica de Brasília. ** Professor de Ecologia da Universidade de Brasília. *** Assistentes de Pesquisa da Universidade Católica de Brasília.

58 INTRODUÇÃO A Leishmaniose tegumentar, conhecida no Brasil como úlcera de Bauru ou Ferida Brava, e Leishmaniose visceral ou Calazar, também conhecida como barriga d água (Ministério da Saúde/SUCAM, 1985), são um grande problema de saúde pública, ocupando o quarto lugar nas doenças selecionadas pela Organização Mundial da Saúde no programa especial sobre Pesquisas e Treinamento em Doenças Tropicais. Além da sua importância médica, as leishmanioses podem criar um problema econômico bastante sério, especialmente em países em desenvolvimento (Lainson, 1981). Anon (1981) calculou que a incidência mundial de Leishmaniose, em suas diversas formas, ultrapassa 400.000 casos novos por ano. Possivelmente, esse número está ainda abaixo da realidade (Ministério da Saúde/Fund. Serviço de Saúde Pública/Inst. Evandro Chagas, 1986). No Brasil, somente no ano de 1993, foram registrados mais de 20.000 casos novos, e nas estatísticas não foram computados os dados de todos os Estados onde esta moléstia é endêmica. A epidemiologia desta doença está relacionada com características climáticas e topográficas de cada País e também com o agente etiológico causador desta moléstia. No Brasil, são quatro os agentes etiológicos de importância médica e são vários os vetores já conhecidos (Ministério da Saúde/SUCAM/DECAN, 1986; Laison & Shaw, 1978; Lainson & Shaw, 1983). a) L. chagasi, agente etiológico da Leishmaniose visceral americana ou Calazar, que tem como único vetor, Lu.longipalpis, espécie esta bem adaptada ao domicílio nas regiões conhecidas como endêmicas (Estados do Pará, Bahia, Ceará, Piauí, Sergipe, Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro e Espírito Santo). Canídeos (Lycalopex vetulus, Cedocyon thous e Canis familiaris) e marsupiais (Didelphis albiventris) são conhecidos reservatórios desta doença que atinge principalmente crianças menores de 10 anos, portadoras de certo grau de desnutrição.

b) L. (V.) guyanensis, que tem como vetor a Lu. umbratilis, restrita ao norte do rio Amazonas, sendo seu reservatório principal a Preguiça Real (Choloepus didactylus) (Lainson, 1982). As fêmeas desta espécie de flebotomíneo picam o homem ao meio-dia, horário em que este descansa na sombra das árvores (Lainson et al., 1981). c) L. mexicana amazonensis, restrita a regiões de mata primária e secundária pouco mexidas, onde existem roedores do gênero Proechimys e Akodon (reservatórios naturais), e o vetor Lu. flaviscutellata (Lainson, 1978, 1981 e 1983; Barretto et al, 1987; Shaw, 1972 a e b). Sabe-se que a infecção humana por este agente etiológico é meramente acidental, pois esse vetor tem atividade crepuscular, que não coincide com a do homem na mata, e seu hábito alimentar é estritamente rodontofílico. d) L.(v.) brasiliensis, agente etiológico da leishmaniose mucocutânea, tem um único vetor comprovado, Lu. welcomei, encontrado em matas primárias e secundárias no Estado do Pará, ao norte do rio Amazonas. Esta espécie se alimenta durante a noite, e também durante o dia, em lugares de sombra na densa vegetação Amazônica (Lainson et al., 1973). Por outro lado, outras duas espécies já foram incriminadas como vetores deste parasita: Lu. intermedia, provável vetor da Leishmaniose no Sul do Brasil, como também em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Lainson & Shaw, 1979; Gomes et al., 1980; Lima et al., 1981; Gomes et al., 1987; Falqueto et al., 1986). Pode ser coletado em pocilgas, galinheiros, currais e peridomicílio, tendo hábitos também de antropofilia (Silva et al., 1980; Rangel et al., 1984; Oliveira Neto et al., 1988). Lu. whitmani, que desde os estudos pioneiros de Barretto (1943) sobre a biologia deste díptero em São Paulo, tem merecido numerosas pesquisas eco-epidemiológicas. A razão fundamental é que esse flebotomíneo apresenta importantes atributos vetoriais na transmissão de Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (V.) braziliensis, no Ceará (Azevedo et al., 1991), Bahia (Hoch et al., 1986; Vexenat et al., 1986; Ryan et al., 1990); Espírito Santo (Falqueto, 1986). 59

60 De acordo com os critérios gradativos padronizados por Killick Kendrick & Ward (1981), Lu. whitmani pode ser classificada como um vetor de quarto grau: a. de primeiro grau, por ser uma espécie antropofílica existente no local onde o homem pode se infectar (Vexenat et al., 1986). b. de segundo grau, porque também a sua distribuição geográfica coincide com a distribuição da enfermidade (Barretto et al., 1981 e 1984). c. de terceiro grau, por ter sido encontrada naturalmente infectada com um parasita caracterizado como L. (V.) braziliensis, indistinguível das cepas isoladas de pacientes humanos e caninos (Hoch et al., 1986; Cuba et al., 1982, Vexenat et al., 1986). d. de quarto grau, porque também esta espécie pode ser infectada experimentalmente, quando alimentada em histiocitomas de patas de hamsters infectados experimentalmente com L. (V.) braziliensis (Cuba et al., 1982). Por outra parte, esta espécie foi também experimentalmente infectada, através de xenodiagnóstico realizado em bordas de úlceras de cães naturalmente infectados com L. (V.) braziliensis (Vexenat et al.,1986), aproximando, assim, ainda mais sua capacidade vetorial (Killick Kendrick., 1981). Cabe destacar que na região endêmica de LTA na Bahia, cães e jegues foram encontrados naturalmente infectados com espécies de Leishmania, caracterizadas como L. (V.) braziliensis (Barretto et al., 1985; Vexenat et al., 1986). Assim, havendo sido já registrada Lu. whitmani no Distrito Federal, em uma única oportunidade (Martins et al., 1978), não há registros de nenhuma outra espécie de flebotomíneo para esta região. Conseqüentemente, este trabalho teve a finalidade de realizar um levantamento da fauna flebotomínica no Distrito Federal, como também confirmar a presença de Lu. whitmani.

61 ÁREA DE ESTUDO Esse trabalho foi realizado no Distrito Federal, localizado no Planalto Central do Brasil, entre os paralelos 15,31 e 16,06 de latitude sul e os meridianos 47,21 e 48,15 de longitude oeste, ocupando uma área de 5.748,14 km2, de relevo ondulado e grandes áreas planas. A altitude varia de 950 a 1200 metros. O clima tem uma sazonalidade bem acentuada, com uma estação seca (de três a cinco meses) que inclui junho, julho e agosto, e uma estação úmida, que inclui os meses de novembro, dezembro e janeiro (Tabela 1).

62 Tabela 1. Características climáticas do Distrito Federal. Dados fornecidos por duas estações climatológicas localizadas em Formosa (altitude de 1060 m) e em Brasília (altitude de 1160 m). Extraído de Eiten, 1984. Média anual de temperatura do ar 20,4ºC Média dos meses mais frios: junho e julho 18,3ºC Média anual das mínimas 12 a 12,5ºC Mínima absoluta 6ºC Média dos meses mais quentes: setembro e outubro 21,5ºC Média anual das máximas 28,3ºC Máxima absoluta 34,5ºC Média anual das precipitações 1.526 mm Média da soma dos três meses mais secos: junho, julho e agosto 10,5 mm Média do mês mais seco: agosto 1,9 mm Média da soma dos três meses mais úmidos: novembro, dezembro e janeiro 770 mm Média do mês mais úmido: novembro 279 mm Máximo de chuva caída em 24 horas 132,8 mm Média anual de evaporação 1.586 mm Meses com maior evaporação: agosto e setembro 256 mm/mês Mês com menor evaporação 76 mm Média da umidade relativa: agosto e setembro 50-51% Menor umidade relativa registrada 0,13 Média anual de isolação 2.409 horas Meses secos 200 horas/mês Meses úmidos 130 horas/mês No Distrito Federal, a vegetação é de Cerrado, com Matas de Galeria (Mata Ciliar) às margens de rios e córregos (Eiten, 1983; Eiten, 1984). Nas Matas de Galeria, foram realizadas coletas de flebotomíneos, em 29 locais dentro do Distrito Federal.

63 METODOLOGIA E INSTRUMENTAÇÃO COLETA DE FLEBOTOMÍNEOS As coletas foram noturnas e diurnas, utilizando-se vários métodos de captura, descritos a seguir: Coletas noturnas Para este tipo de amostragem foram utilizadas duas metodologias diferentes: armadilha luminosa CDC Light Trap e Armadilha de Shannon. Armadilha luminosa CDC Light Trap Foi desenvolvida por Nelson & Chamberlain (Nelson & Chamberlain, 1955), sendo que a gaiola de filó do protótipo foi substituída por um pote plástico contendo álcool (a 70%). Desta maneira, o modelo de CDC utilizado tomou as características da armadilha Alcohol Light Trap (McDonald, 1970), a qual foi desenhada para captura de Culicóides (Figura 1). Uma característica adicional dessa armadilha luminosa é a presença de uma foto-célula, que na penumbra ou na ausência de luz acende automaticamente uma lâmpada de 6 V, que serve de atração para os insetos. Esta armadilha tem autonomia de 36 horas, com uma ventoinha ligada ao dispositivo, aspirando os insetos e lançando-os ao pote de coleta. A fonte de alimentação elétrica desse dispositivo foi uma bateria recarregável (Globe-Union, Gell/Cell, rechargeable battery GC 660/6 volt 6 amp-hr). Todos os flebotomíneos capturados por este dispositivo, ao longo do transecto citado, foram utilizados na avaliação de periodicidade versus temperatura e umidade do ar, já que esta metodologia foi

64 a que menor interferência humana ofereceu, evitando, assim, nesse estudo, uma outra variável. Figura 1. Dispositivo de captura noturna CDC Light Trap, contendo um depósito com álcool a 70 % na sua parte inferior (a). Armadilha de Shannon Esta armadilha foi utilizada rotineiramente para coleta de flebotomíneos, que foram computados somente no mapeamento e distribuição geográfica da fauna do Distrito Federal. O dispositivo consiste numa tenda de pano branco, iluminada por um lampião a gás durante a noite, que serve de atração para os insetos (Figura 2).

Dois autores foram os precursores desta metodologia de captura: Gater (1935) e Shannon (1939). Esta armadilha foi amplamente usada no levantamento da fauna flebotomínica da área endêmica de Leishmaniose tegumentar e Muco-Cutânea (Vexenat et al., 1986a). Os flebotomíneos atraídos para a armadilha foram coletados com um capturador de boca (Capturador de Castro Modificado - Oliveira Castro, em Barretto e Coutinho, 1940a) e colocados em álcool 70% para posterior exame taxonômico. 65 Figura 2. Armadilha de Shannon, coleta de flebotomíneos atraídos ao pano branco, são coletados utilizando um capturador de boca.

66 Captura diurna A armadilha de Damasceno serve para determinar a presença de flebotomíneos refugiados em micro-habitats, no chão, buracos de árvores, etc. Este dispositivo consiste numa barraca de forma cônica ou cúbica, que é estendida sobre o solo (Figura 3). Perturbando-se todo tipo de folhagens e elementos debaixo da tenda, incita-se os possíveis flebotomíneos existentes no local a saírem do seu esconderijo para pousar nas paredes e na parte superior da armadilha, de onde são coletados com um capturador de boca. Assim, pôde-se constatar a presença ou não de flebotomíneos Lu. whitmani e outros, em micro-habitats, tanto na Mata de Galeria como na vegetação adjacente (Campo sujo de cerrado). a Figura 3. Armadilha de Damasceno cônica (a) e de forma cúbica (b). b TAXONOMIA DE FLEBOTOMÍNEOS Os flebotomíneos coletados e conservados em álcool (70%) foram montados entre lâmina e lamínula, utilizando Líquido de Berlesse como diafanizador. A taxonomia foi baseada na observação e comparação de órgãos genitais de ambos os sexos.

67 RESULTADOS As capturas diurnas e noturnas realizadas nas Matas de Gale ria e em suas adjacências mostraram não somente uma ampla distribuição de Lu. whitmani, como também registraram, pela primeira vez, a presença de 8 outras espécies de flebotomíneos para o Distrito Federal: Lu. fl aviscutellatta, Lu. shannoni, Lu. fi scheri, Lu. intermedia, Lu. pinotti, Lu. lenti e duas espécies ainda não identificadas, possivelmente novas (Tabela 2). Tabela 2. Distribuição de espécies de Flebotomíneos identificados por locais de captrura Locais de captura 1 2 3 4 5 6 7 Brasília, DF X X X X X X Gama X X X Brasilândia X X X X Taguatinga X X Sobradinho X X Planaltina X X X Paranoá X X X X X X Cidade Jardim X X Legenda: 1. Lu. whitmani; 2. Lu. fi scheri; 3. Lu. shannoni; 4. Lu. intermedia; 5. Lu. fl aviscutellatta; 6. Lu. pinotti; 7. Lu. lenti. Deve-se ressaltar que três espécies da fauna flebotomínica da região do DF já foram incriminadas como vetores das leishmanioses Lu. fl aviscutellatta, Lu. intermedia e Lu. whitmani. Outro fato marcante encontrado foi que Lu. whitmani representou 96,8% de todos os flebotomíneos coletados.

68 Assim, no Distrito Federal, não obstante ainda não seja considerado área de LTA, o número de casos autóctones vem aumentando ano a ano (Sampaio et al., 1980, 1984), Sampaio, 1996 (com.pess.) e Lu. whitmani, com sua característica de antropofilia, está amplamente distribuída. Estas duas importantes considerações sugerem um potencial de risco (possível foco endêmico de LTA) no DF, principalmente quando o fluxo de imigrantes aumenta dia-a-dia, os quais chegam de diferentes pontos do país em procura da terra prometida, não somente carregando numerosos filhos como também animais domésticos (possivelmente infectados) como cães e eqüinos (cavalos e jegues), e muitas vezes por não ter onde morar acabam constituindo favelas assentadas nas margens de matas ciliares. BIBLIOGRAFIA AÑEZ, N.; CAZORLA, D.; NIEVES, E.; CHATAING, B.; CAS- TRO, M. & YARBUH, A. L. Epidemiologia de la leishmaniasis tegumentaria en Mérida, Venezuela. I. Diversidad y dispersión de espécies flebotomínicas en tres pisos altitudinales y su posible rôle en la transmissión de la emfermedad. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 83(4):455-463, out/dez. 1988. ANON. (1891 a). Fifth Annual Report, Chapter 7, Leishmaniasis, p. 143-165. UNDP / World Bank / WHO, Special Programme for Research and Training in Tropical Disease: Geneva, Switzerland.1 July 1980-30 June 1981. ANTUNES, P. C. A. e COUTINHO, J. O. Notas sobre flebótomos sul-americanos. II. Descrição de Flebotomus whitmani n. sp. e da armadura bucal de algumas espécies. Bol. Biol.,(N. S.), 4: 448-453, 1939.

BARRETTO, A. C.; CUBA, C. A. C.; MARSDEN, P. D.; VEXENAT, J. A.; BELDER, M. Características epidemiológicas da leishmaniose tegumentar americana em uma região endêmica do Estado da Bahia, Brasil. Bol. Ofi cina Sanitária Panamericana, 90(5) : 415-24, maio, 1981. BARRETTO, A. C.; VEXENAT J. A.; PETTERSON, N. E.; ROSA, A. DE C. Ocorrência de Leishmania mexicana amazonensis em roedores silvestres de uma área endêmica de Leishmaniose tegumentar. Três Braços e Corte de Pedra, Bahia, Brasil. X CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PARASITO- LOGIA. Salvador, Bahia, Brasil. Agosto de 1987. BARRETTO, A. C.; CUBA, C. C.; VEXENAT, J. A.; ROSA, A. C.; MARSDEN, P. D. e MAGALHÃES, A. V. Características epidemiológicas da Leishmaniose Tegumentar Americana em uma região endêmica do estado da Bahia. II Leishmaniose canina. Rev. da Soc. Bras. de Med. Trop. 17:59-65, abr/jun. 1984. BARRETTO, M. P. e COUTINHO, J. O. Processos de captura, transporte, dissecção e montagem de flebótomos. An. Fac. Med. Univ. São Paulo. 16:173-187. 1940 BARRETTO, M. P. Observações sobre a biologia, em condições naturais dos flebótomos do estado de São Paulo (Diptera, Psycodidae). São Paulo. 1943+. Tese de concurso à docência-livre da cadeira de Parasitologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CUBA, C. C., VEXENAT, J. A., LLANOS, A., MARSDEN, P. D., BARRETTO, A. C. & ROSA, A. C. Experimental infections of wild caught specimes of Lutzomyia (N) whitmani, Diptera, Psychodidae and their use for leihmania identification. An. REU- NIÃO ANUAL SOBRE PESQUISA BÁSICA EM DOENÇA DE CHAGAS. 9, Caxambu, p. 213. 69

70 EITEN, G. Classificação da vegetação do Brasil. Brasília : CNPq/ Coordenação Editorial. 1983. 305 p. il. EITEN, G. Vegetation of Brasília. Phytocoenologia. 12(213). 271-292. Stuttgart- Braunschwieg, November 8, 1984. FALQUETO, A.; COURA, J. R.; BARROS, G. C.; FILHO, G. G.; SESSA, P. A.; CARIAS, V. R. D.; JESUS, A. C.; ALENCAR, J. T. A. Participação do cão no ciclo de transmissão da leishmaniose tegumentar no município de Viana, Estado do Espírito Santo- -Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol.81(2):155-163, abr/jun. 1986. FORATTINI, O. P. Sobre os reservatórios naturais da Leishmaniose Tegumentar Americana. Rev. Inst. Med. Trop., São Paulo. 2(4):195-203, jul/agos. 1960. FRAIHA, SHAW & LAISON.Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (Lutzomyia (Psychodopygus) wellcomei), 69:490-495,497 (M*,F*). 1971. GATER, B. A. R. Aids to the identification of Anopheline imagines in Malaya, Goot. Straits Settlement & Malar. Adv. Bd., F. M. S., Singapore, 242 pp. 1935. GOMES, A. C.; GALATI, E. A. B. Aspectos ecológicos da Leshimaniose Tegumentar Americana. 7 Capaci vetorial flebotomínea em ambiente florestal primário do sistema da Serra do Mar, Região do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 23(2): 136-42. 1989 GOMES, A. C.; RABELLO, E. X.; SANTOS, J. L. F. and GALATI, E. A. B. Aspectos ecológicos da Leishmaniose Tegumentar Americana. 1. Estudo experimental da freqüência de flebotomíneos a ecotopos artificiais com referência especial a Psychodopygus intermedius. Rev. da Saúde Pública, São Paulo 14, 540-556. 1980.

GOMES, A. C.; GALATI, E. A. B. Aspectos ecológicos da Leishmaniose Tegumentar Americana. 5. Estratificação da atividade espacial e estacional de Phlebotominae (Diptera Psycodidae) em áreas de cultura agrícola da região do Vale do Ribeira, estado de São Paulo, Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 8294. 467, out/dez. 1987. HARDY, N. H. Temperature and animal life. England : Edit. Edward Arnold. 1979. HASHIGUCHI, Y., GOMEZ, E. A., CORONEL, V. V., MIMORI, T. KAWABATA, M.. Biting activity of two anthropophilic species of sandflies, Lutzomyia, in an endemic area of leishmaniasis in Ecuador. Annals of Trop. Med. and Parasitology, Vol. 79, n5, 533-538. 1985. HERTING. American J. Tropical Medicine. Vol 22(1)-81. 1942 HOCH, A.; RYAN, L.; VEXENAT. J. A.; ROSA, A. C. O. C.; BAR- RETTO, A. C. Isolation of Leishmania braziliensis and other Trypanosomatids from Phlebotomine in a micocutaneous leishmaniasis endemic area, Bahia, Brazil. XIII REUNIÃO ANUAL SOBRE PESQUISA BÁSICA EM DOENÇA DE CHAGAS. Caxambu- -M.G. 1986. KILLIK-KENDRICK, R. Phlebotomine vectors of the leishmaniases a review. Medical and Veterinary Entomology. 4, 1-24. 1990. LAINSON, R. and SHAW, J. J. The role of Animals in the epidemiology of S. American leishmaniasis. In: The Biology of the Kinetoplastida. Vol.2 (W. H. R. Lumsden and D. A. Evans, Eds). Vol. 2, pp. 1-116. Academic Press: London, New York. 1979. LAINSON, R. The leishmaniasis as a global public health problem. Proc. Indo - U.K. workshop on Leishmaniosis, Patna, õndia, 1982, 1983. p.20-35. LAINSON, R.; SHAW, J. J.; READY, P. D.; MILES, M. A. and PO- VOA, M. Leishmaniasis in Brazi: XVI. Isolation and identification of Leishmania species from sandflies, wild mammals and man 71

72 in north Pará State, with particular reference to L. braziliensis guyanensis, causative agent of Pian Bois. Trans. of the Roy. Soc. of Trop. Med. 75: 530-536. 1981. LAINSON, R.; SHAW, J. J.; WARD, R. D. and FRAIHA, H. Leishmaniasis in Brazil. IX. Considerations on the Leishmania braziliensis complex: importance of sandflies of the genus Psychodopygus (Mangabeira) in the transmission of L. braziliensis braziliensis in North Brazil. Trans. Soc. Trop. Med. Hyg. 67, 184-196. 1973. LAINSON, R. Epidemiologia e ecologia de leishmaniose tegumentar na Amazônia. Hiléia Médica, Belém, 3(1):35-40. 1981. LAINSON, R.D. & SHAW, J.J., LEISHMANIA IN PHLEBOTO- MID SANDFLIES; VI. Imporatnce of hindgut development in distinguishing between parasites of the Leishmania mexicana and Leishmania braziliensis complexes. Proc. R. Soc. Lond. B. 199, 309-320. 1997. LAINSON. R. & SHAW, J. J. Epidemiology and ecology of leishmaniasis in Latin-America. Nature. Vol. 273, 22 june. 1978. LAINSON. R. The american leishmaniasis: some observations on their ecology and epidemiology. Transac. of the Roy. Soc. of Trop. Medic. and Hyg. Vol. 77, n5, 569-596. 1983. LEANEY, A. J. The effect of temperature on Leishmania in Sandflies. British Society for Parasitology: Proceedings. 1987. LEE RYAN. Flebótomos do Estado do Pará, Brasil. (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae). Documento Técnico número 1. Inst. Evandro Chagas. Fundação SESP. M. S. junho. 1986. LEWIR, D. J. & WARD, D. Transmission and vectors. The Leishmaniasis in Biology and Medicine. Volume I. Biology and Epidemiology. Editors - W. Peters, R. Killick-Kendrick. 1987- Academic Press - London, Orlando, San Diego, New York, Austin, Boston, Sydney, Tokyo, Toronto. 1987.

LUTZ & NEIVA. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (Lutzomyia (Nyssomyia) intermedia), 4: 92(M,F). 1912. MANGABEIRA. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (Lutzomyia (Nyssomyia) fl aviscutellata), 37: 144-146(M*). 1942 MARSDEN, P. D. South American Trypanosomiasis and Leishmaniasis: endemic diseases of continental dimensions affecting poor, Neglected, and Underfunded people. The Biology of Parsitism, pages 77-92. 1988 Alan R. Lis. Inc. MARTINS, V. A.; WILLIAMS, P.; FALCÃO, L. A. American sand flies (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae). Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro-RJ, 1978. McDONALD, J. L. A simple, inexpensive alcohool light trap for collecting Culicoides. Mosquito News, 34, 234. 1970. MINISTÉRIO DA SAÚDE, FUNDAÇÃO DE SERVIÇO DE SAÚDE PÚBLICA, INST. EVANDRO CHAGAS. 50 anos de contribuição às Ciências Biológicas e à Med. Tropical. Vol. I pg. 85, Belém. 1986. MINISTÉRIO DA SAÚDE/SUCAN. Protecão contra as grandes endemias na Amazônia Legal (O papel da SUCAN e das empresas). 2.ed. Brasília, Distrito Federal. MINISTÉRIO DA SAÚDE/SUCAN/DECAN. Síntese dos programas da SUCAN - 1986. Brasília, Distrito Federal. NELSON, D. B. & CHAMBERLAIN, R. W. A light trap and mechanical aspirator operating on dry cell batteries. Mosquito News, 15, 28-32. 1955. OLIVEIRA-NETO, M. P.; PERMEZ, C.; RANGEL, E.; SCHUBACH, A.; GRIMALDI, J. R. G. An outbreak of American Cutaneous Leishmaniasis (Leishmania braziliensis braziliensis) in a periurban area of Rio de Janeiro city, Brazil: Clinical and epidemilogical sudies. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 83(4):427-435, out/dez, 1988. 73

74 RANGEL, E. F.; SOUZA, N. A.; WERMELINGER, E. D.; BARBO- SA, A. F. & ANDRADE, C. A. Biologia de Lutzomyia longipalpis Lutz & Neiva, 1912. (Diptera, Psychodidae), em condições experimentais. I. Aspectos da alimentação de larvas e adultos. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol 81(4): 431-438, out/dez. 1986. READY, P. D.; ARIAS, J. R.; FREITAS, R. A. A pilot study to control Lutzomyia umbratilis (Diptera: Psycodidae), the major vector of Leismania braziliensis guynensis, in a peri-urban rainforest of Manaus, Amazonas state, Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 80(1): 27-36, jan/mar. 1985. READY, P. D.; LAINSON, R.; SHAW, J. J..Leishmaniasis in Brazil. XX- Prevalence of enzootic rodents leishmaniasis (Leishmania mexicana amazonensis), in plantation on introduced three species and in other nonclimax florest in eastern Amazônia. Trans. Roy. Soc. Top. Med. Hyg., 77 : 775-85. 1983 RYAN, L.; VEXENAT, J.A.; MARSDEN, P.D.; LAISON, R. & SHAW, J. J. The importance of rapid diagnosis of news cases of cutaneous leishmaniasis in pin-pointing the sandfly vector. Trans. of th roy Soc. of Trop. Med. and Hyg. (1990) 84: 786. SAMPAIO, R. N. R.; ROCHA, R. A. A.; MARSDEN, P. D.; CUBA, C. C. & BARRETTO, A. C. Leishmaniose Tegumentar Americana. Casuística do Hospital Escola da UnB. An. Bras. Dermatol. 55:69-76. 1980. SAMPAIO, R. N. R. Tratamento hospitalar da Leishmaniose Cutâneo- -mucosa. Belo Horizonte, 1984. Tese de mestrado. SHANNON, R.C. (1939). Methods for collecting and feeding mosquitoes in jungle yellow fever studies. Am. J. Trop. Med. 19:131-138 SHAW, J. J. and LAINSON, R. Leishmaniasis in Brazis: VI. Observations on the seasonal variations of Lutzomyia fl aviscutellata in

different types of forest and its relation ship to enzootic rodent leishmaniasis (Leishmania mexicana amazonensis). Trans. of the Roy. Soc. of Trop. Med. and Hyg. Vol. 66, n5. 1972. SHAW, J. J.; LAINSON, R.; WARD, R. D. Leishmaniasis in Brazil. VII. Further observations on the feeding habits of Lutzomyia fl aviscutellata (Mangabeira) with particular reference to its biting habits different heights. Trans. R. Soc. Trop. Med. and Hyg. 66:718-723. 1972. VEXENAT J. A. Temperatura um fator determinante na atividade de Lutzomyia whitmani (Diptera, Psycodidae) Antunes e Coutinho (1939), Tese de Mestrado em Ecologia - Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília, 1991. VEXENAT, J. A.; BARRETTO, A. C.; CUBA, C. C. & MARSDEN, P. D. Características epidemiológicas de Leishmaniose Tegumentar Americana em uma região endêmica do Estado da Bahia. III. Fauna Flebotomínica. Mem. do Intituto Oswaldo Cruz. Vol. 81, l986. VEXENAT, J. A.; BARRETTO, A. C.; ROSA, A. C. O. C. Infecção experimental de Lutzomyia whitmani em cães infectados com Leishmania braziliensis braziliensis. Mem. do Instituto Oswaldo Cruz. Vol. 81(1):89-90, 1986. 75