MEIOS DE TRANSPORTE E DURAÇÕES DOS PERCURSOS CASA-TRABALHO

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Transcrição:

Meios de Transporte e Durações dos Percursos Casa - Trabalho MEIOS DE TRANSPORTE E DURAÇÕES DOS PERCURSOS CASA-TRABALHO Deslocações pendulares de activos empregados residentes na Região Norte EDUARDO PEREIRA / JORGE PRATA* De acordo com a informação disponibilizada pelo Recenseamento da População de 1991, o número de activos empregados residentes na Região Norte era então de cerca de um milhão e meio de indivíduos. Segundo a mesma fonte, mais de metade (perto de 53 %) daquele total exerce a sua profissão fora da freguesia de residência. Um pouco mais de um quinto do total (cerca de 22 %) são mesmo forçados a abandonar quotidianamente o concelho de residência para se dirigirem aos respectivos locais de trabalho. É uma imensa mole humana que quotidianamente se movimenta. A maior parte dos percursos casatrabalho (cerca de 42 %) são cumpridos a pé. Cerca de 31 % dos residentes empregados utilizam meios de transporte de tipo individual ou familiar: 17 % em automóvel ligeiro, enquanto condutores; 10 % em veículos de duas rodas (motociclo ou bicicleta) e 4 % em automóvel ligeiro, enquanto passageiros. Note-se a grande diferença da percentagem de activos empregados que se deslocam de automóvel enquanto condutores face à dos que se deslocam também de automóvel, mas enquanto passageiros. Pode imediatamente concluir-se que pelo menos cerca de 13 % dos activos empregados se deslocam para o seu local de trabalho ocupando sozinhos (ou pelo menos sem a companhia de mais nenhum activo empregado) o seu automóvel. Finalmente, um pouco mais de um quarto dos residentes empregados deslocamse em transportes colectivos, sendo: 18 % de autocarro ou eléctrico, 7 % em transportes de empresa e 2 % de comboio. * I.N.E. - Direcção Regional Norte

Deslocações pendulares de activos empregados residentes na Região Norte, por meio de transporte 700 000 600 000 500 000 400 000 300 000 200 000 100 000 0 População Residente Empregada que trabalha e reside no mesmo concelho a pé Automóvel lig. (condutor) Automóvel lig. (passageiro) Motociclo, bicicleta autocarro, eléctrico comboio veículo da empresa outro meio de transporte que trabalha fora do concelho de residência O panorama dos meios de transporte utilizados é, contudo, profundamente diverso consoante se considerem as deslocações pendulares dos activos empregados no próprio concelho de residência ou, pelo contrário, fora dele. Assim, entre os activos empregados que se deslocam para fora do concelho de residência, mais de metade (53 %) utilizam meios de transporte colectivos, assim repartidos: 32 % de autocarro ou eléctrico, 13 % em transportes de empresa e 8 % de comboio. Dois em cada cinco deslocam-se em meios de transporte particulares (25 % conduzindo o seu automóvel, 9 % em veículos de duas rodas e 7 % em automóvel ligeiro, como passageiros). Apenas cerca de 6 % dos activos empregados fora do concelho de residência se deslocam a pé para o local de trabalho. Por seu turno, entre os que residem e trabalham no mesmo concelho, um pouco mais de metade (cerca de 51 %) desloca-se a pé para o local de trabalho. Cerca de 29 % utilizam um meio de transporte individual/familiar: 14 % conduzindo um automóvel, 10 % em veículos de duas rodas e 4 % como passageiros em automóveis ligeiros. Por último, menos de um quinto (cerca de 19 %) utiliza meios de transporte colectivos: cerca de 14 % de autocarro ou eléctrico, perto de 5 % em transportes de empresa e menos de 1 % em comboio. A importância relativa dos vários meios de transporte, porém, não é homogénea em toda a região Norte. Aparentemente, ela varia de acordo com vários parâmetros, como a rede viária, a rede de transportes públicos ou mesmo o grau de urbanização, entre outros factores. Assim, na zona do Porto e concelhos envolventes (Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia) o forte grau de urbanização, com a consequente especialização de parcelas razoavelmente bem delimitadas do território em determinadas funções, sejam comerciais, residenciais ou outras, obriga os residentes a deslocações pendulares mais longas do que em outras zonas. Não é, pois, de estranhar que as deslocações cumpridas a pé sejam aqui menos frequentes do que em qualquer outro concelho da Região Norte. Apenas 25 a 28 % da população empregada residente nestes concelhos se desloca dessa forma. Ao contrário, as deslocações a pé são particularmente frequentes em quatro concelhos do extremo nordeste da região, caracterizados pelo seu fraco dinamismo socioeconómico: Vimioso, Vinhais, Boticas e Valpaços 1. Aqui, 82 a 84 % dos residentes empregados deslocam-se a pé. Em meios urbanos, as mesmas razões que dificultam as deslocações a pé impõem, naturalmente, o desenvolvimento da rede de transportes públicos. Não surpreende, portanto, que seja precisamente no Porto e nos concelhos envolventes já citados, bem como em Braga e Guimarães (dois outros importantes polos urbanos da Região Norte), que é mais intensa a utilização deste tipo de transportes. Nestes concelhos, a percentagem de residentes empregados que se desloca quotidianamente em autocarro ou eléctrico varia entre 23 % (Maia) e 39 % (Gondomar).

Outro importante meio de transporte público é o comboio. Uma especial relevância é assumida pela linha que liga o Porto ao Pocinho (via Régua). Por seu intermédio, o comboio assume uma importância ímpar nos concelhos de Valongo, Paredes, Penafiel, Marco de Canaveses, Baião e Mesão Frio. Nestes concelhos, a importância relativa do comboio para as deslocações pendulares dos residentes empregados varia entre 6 % (Marco de Canaveses e Mesão Frio) e 13 % (Baião). Atravessado pela chamada Linha do Norte, que liga Porto e Lisboa, o concelho de Espinho vê cerca de 7 % dos seus residentes empregados utilizarem regularmente o comboio no percurso casa-trabalho. 1 Refira-se que estes quatro concelhos (tal como Freixo de Espada à Cinta, também pertencente à região Norte) se contam entre os seis piores classificados, a nível do Continente, num estudo realizado pelo INE-DRC e intitulado Índice de Interioridade. Neste estudo, os concelhos são caracterizados de acordo com variáveis de diferente natureza, como o valor total apurado de Sisa, a extensão da rede viária, as distâncias a Lisboa e Porto, a importância relativa do sector primário na população empregada, o número de sociedades em actividade sediadas no concelho, ou o Índice de Poder de Compra, o qual constitui uma outra variável de síntese. Os meios de transporte e as deslocações pendulares de activos empregados Mapa I: Concelhos onde é particularmente intensa a utilização de cada meio de transporte a pé automóvel, como condutor automóvel, como passageiro motociclo, bicicleta autocarro, eléctrico, metropolitano comboio veículo da empresa outro meio de transporte "racionalidade" na utilização do parque automóvel nas deslocações pendulares de activos empregados: maior menor

Embora não se trate de um transporte público, o transporte em veículos da empresa constitui uma outra forma de transporte colectivo, particularmente importante em algumas zonas de forte industrialização. É o que sucede nos seguintes concelhos, os quais formam uma perfeita continuidade geográfica no interior da sub-região do Tâmega: Penafiel, Lousada, Felgueiras, Marco de Canaveses e Amarante. Aqui, a carrinha da empresa é a solução para 16 a 17 % dos residentes empregados. Um pouco mais a Norte, destaque-se também o concelho de Póvoa de Lanhoso, onde cerca de 12 % dos residentes empregados utiliza igualmente este meio de transporte. Entrando agora no campo dos meios de transporte fundamentalmente individuais (ou familiares), comecemos pelas chamadas duas rodas. A importância relativa destes meios de transporte parece ser favorecida seja pelas características geográficas (trajectos planos ou pouco acidentados), seja pela vizinhança de zonas mais desenvolvidas. Assim, os motociclos e as bicicletas assumem particular importância em Vila do Conde, Paços de Ferreira, Esposende, Santa Maria da Feira, Castelo de Paiva e Póvoa de Varzim. Nestes concelhos, 20 a 26 % dos residentes empregados utiliza diariamente um veículo de duas rodas para se deslocar ao seu posto de trabalho. Em relação aos activos empregados que se deslocam habitualmente para o local de trabalho em automóvel ligeiro, devemos distinguir entre os que o fazem conduzindo e os que o fazem como passageiros. A deslocação ao volante assume particular relevância em meios urbanos mais dinâmicos ou mais carenciados em termos de transportes públicos, nomeadamente no Porto e seus arredores a Norte (Matosinhos e Maia), em São João da Madeira e nas principais cidades do interior (Vila Real, Bragança e Chaves). Nestes concelhos, a percentagem de residentes empregados que se desloca regularmente em automóvel ligeiro, como condutor, oscila entre 23 e 27 %. Quanto à deslocação em automóvel ligeiro na qualidade de passageiro, ela é particularmente frequente nos concelhos de São João da Pesqueira, Freixo de Espada à Cinta, Tarouca, Vila Real e São João da Madeira, nos quais entre 7 e 10 % dos residentes empregados se deslocam deste modo. Ao contrário, o concelho de Vinhais destaca-se por apenas cerca de 1,5 % dos seus residentes empregados se deslocarem para o local de trabalho enquanto passageiros em automóveis ligeiros. Combinando a informação sobre os residentes empregados que se deslocam ao volante e como passageiros, temos um indicador de "racionalidade" na utilização do parque automóvel concelhio no que diz respeito às deslocações pendulares de activos. Essa "racionalidade" parece atingir o seu máximo em São João da Pesqueira, sendo igualmente elevada em Tarouca, Freixo de Espada à Cinta e Cinfães. Nestes concelhos, por cada 50 residentes empregados que se deslocam para o local de trabalho conduzindo, existem, em média, entre 30 (Cinfães) a 44 (São João da Pesqueira) que o fazem como passageiros num automóvel ligeiro. Pelo contrário, aquela "racionalidade" é mínima no Porto, sendo também bastante pequena nos concelhos de Miranda do Douro, Vinhais e Melgaço. Nestes casos, por cada 50 residentes empregados que se deslocam para o local de trabalho conduzindo um automóvel ligeiro, apenas existem, em média, 7 a 9 que o fazem como passageiros. Finalmente, alguns concelhos destacamse por uma utilização particularmente intensiva de outros meios de transporte, não especificados. É o caso, sobretudo, de Freixo de Espada à Cinta, onde perto de 11 % dos residentes empregados estão nesta situação. Realce também para os concelhos de Mogadouro, Póvoa de Varzim e Vila Flor, onde aquela percentagem, no entanto, é de apenas 4 a 5%. 19 minutos, em média, de casa ao local de trabalho Para os activos empregados que exercem a sua profissão no próprio concelho onde residem, calcula-se que a duração média do percurso casatrabalho (apenas o percurso de ida) ronde os 14 minutos, enquanto para aqueles que se deslocam para fora do concelho de residência aquela duração média deverá aproximar-se dos 38 minutos. Globalmente, a duração média rondará os 19 minutos. Além disso, a duração média do trajecto casa-trabalho varia também entre concelhos. Os valores mais elevados observam-se na sub-região do Grande Porto (à excepção dos concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Espinho) e em alguns concelhos da sub-região Tâmega. Para os activos empregados residentes nestes concelhos a duração média do percurso casa-trabalho é de, pelo menos, 24 minutos. Ao contrário, os valores mais baixos para a duração média do percurso casa-trabalho (até cerca de 13,5 minutos) ocorrem para os empregados residentes no Alto Minho, na sub-região de Alto Trás-os-Montes (à excepção de Murça) e em alguns concelhos das sub-regiões Douro e Tâmega, conforme se pode observar no cartograma junto. Os valores extremos da duração média do percurso casa-trabalho ocorrem em Vimioso (6,7 minutos) e em Baião (31,6 minutos).

Duração média do percurso casa - trabalho até 14 min 14 a 19 min 19 a 24 min mais de 24 min Entre os activos empregados no próprio concelho de residência, cerca de 18 % não demoram tempo nenhum no percurso casa-trabalho. Tratase de pessoas que trabalham no domicílio, ou tão próximo que seja só atravessar a rua. Por outro lado, cerca de 9 % demoram mais de meia hora de casa ao local de trabalho. Estas percentagens contrastam fortemente com as observadas entre aqueles que trabalham fora do concelho de residência; neste grupo, a percentagem de casos que não demoram tempo nenhum é, naturalmente, insignificante (menos de 1 %), enquanto que cerca de 51 % demoram mais de meia hora no trajecto casa-trabalho. Globalmente, a situação mais frequente (cerca de 38 % do total) é a dos residentes empregados que demoram até 15 minutos no percurso casa-trabalho, seguindo-se aqueles que demoram entre 16 e 30 minutos (29 %), os que não demoram tempo nenhum (14 %), os que demoram entre meia e uma hora (12 %) e, finalmente, os que demoram mais de uma hora (cerca de 6 %). Deslocações pendulares de activos empregados residentes na região Norte, por duração do percurso casa-trabalho 600 000 500 000 400 000 300 000 200 000 100 000 0 População Residente Empregada que trabalha e reside no mesmo concelho nenhum até 15 min 16 a 30 min 31 a 60 min mais de 1 hora que trabalha fora do concelho de residência