MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Secretaria de Gestão Pública Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Coordenação-Geral de Aplicação das Normas NOTA TÉCNICA Nº 99/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Proposta de alteração da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10, de 24 de abril de 2013. SUMÁRIO EXECUTIVO 1. Trata-se de Nota Técnica que objetiva encaminhar à aprovação da Senhora Secretária de Gestão Pública proposta de alteração da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10, de 24 de abril de 2013, que dispõe sobre as regras e procedimentos a serem adotados pelos órgãos setoriais e seccionais do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal SIPEC, para a concessão do auxílio-moradia. 2. Submetida a proposta à Consultoria Jurídica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, esta emitiu o PARECER opinativo pela sua regularidade, de nº 0155-3.10/2014/PPL/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 10 de fevereiro de 2014. Desse modo, encaminhe-se minuta de Orientação Normativa anexa à aprovação e assinatura da Senhora Secretária de Gestão Pública, e posterior divulgação aos órgãos e entidades do SIPEC. ANÁLISE 3. Preliminarmente, deve-se ressaltar que a referida proposta de alteração da Orientação Normativa SEGEP//MP nº 10/2013 tem por objetivo uma melhor adequação de alguns pontos ao ordenamento jurídico vigente e à necessidade de desburocratização no que diz respeito à concessão do auxílio-moradia. 4. A referida Orientação Normativa, em seu art. 3º, 1º, determina que, para fins de aplicação do inciso III do artigo citado, o servidor deverá apresentar, anualmente, certidão negativa emitida pelo Cartório de Registro de Títulos e Cartório de Registro de Imóveis do local onde exerce ou vier a exercer o cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores DAS, níveis 4, 5 e 6, Cargo de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes.
5. Todavia, visando à desburocratização para a concessão do benefício em questão, de forma a permitir a agilização e eficiência nos procedimentos de ressarcimento do auxílio-moradia tanto por parte do gestor quanto por parte do servidor, propõe-se a alteração do art. 3º da referida ON, a fim de garantir, em atenção ao que preleciona a Lei do Inquilinato nº 8.245/19941, que, nos anos posteriores ao da concessão inicial do auxíliomoradia, a Administração Pública aceite declaração anual firmada pelo servidor de que não seja ou tenha sido, nos 12 (doze) meses que antecederam sua nomeação, proprietário, promitente comprador, cessionário, promitente cessionário, incluída a hipótese de lote edificado, de imóvel na localidade em que exerce ou venha a exercer cargo em comissão ou função de confiança. 6. Tal alteração decorre do fato de que a própria Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10/2013 exige, em seu art. 6º, que o servidor preste declaração sob as penas da lei quanto ao cumprimento dos requisitos para a percepção do auxílio-moradia, os quais se encontram elencados no art. 3º da referida Orientação Normativa, de modo que a exigência em questão do atual 1º do art. 3º se mostrou excessiva. 7. Do mesmo modo, propõe-se alteração do art. 4º da Orientação Normativa em comento. Frise-se que a redação anterior do referido artigo buscou adequação à recomendação feita pela Consultoria Jurídica deste Ministério, por meio do PARECER Nº 0897-3.10/2012/EF/CONJUR-MP/CGU/AGU: 69. Ocorre que a Lei nº 8.245/91, mais conhecida como Lei do Inquilinato confere aos contratos de locação de imóveis residenciais a especial característica de serem automaticamente prorrogados, nos termos de seus arts. 46 e 47: [...] 70. Diante dessa circunstância, considerando-se que na atual redação do normativo que disciplina as relações entre o locador e locatário de imóvel residencial a lei atribui efeitos jurídicos prospectivos aos acordos já expirados, é de se recomendar que, na presente minuta de ON, a SEGEP/MP promova adequações de sorte a prevenir a negativa do pagamento do auxíliomoradia aos servidores que apresentarem contratos de locação formalmente expirados, mas ainda vigentes por autorização legal, exigindose, para tanto, documentação comprobatória alternativa à mera apresentação do contrato original. 8. Dessa forma, o artigo 4º da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10/2013 dispôs o seguinte: NT Auxílio-Moradia Alteração da ON SEGEP/MP nº 10/2013 2
Art. 4º O servidor deverá requerer o auxílio-moradia mediante processo instruído com a cópia do contrato de locação e recibo emitido pelo locador do imóvel, com firma reconhecida em cartório, ou nota fiscal do estabelecimento hoteleiro, no prazo de 1 (um) mês após a comprovação da despesa realizada. 1º Nos meses seguintes ao do requerimento, o servidor comprovará a realização da despesa mediante recibo ou nota fiscal autuada, no mesmo prazo estipulado no caput. 2º O contrato de locação com prazo expirado, ainda que vigente por autorização legal, não dará ensejo à percepção do auxílio-moradia. 9. Do exposto, verifica-se que o 2º do artigo supra - tendo em vista as alterações da lei que possibilitam a prorrogação tácita da locação - apenas exige que o contrato esteja com prazo vigente. Dessa forma, na ON vigente, o servidor deve apresentar documento que comprove a vigência do contato, para fins de continuidade do pagamento do benefício. 10. Entretanto, este Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal - DENOP verificou a necessidade de adequação do art. 4º da ON SEGEP/MP nº 10, de 2013, inclusive quanto à possibilidade de comprovação da vigência do contrato original, mediante documentação alternativa à apresentação do contrato original. 11. Dessa forma, propõe-se a alteração do art. 4º da ON mencionada de modo a possibilitar a aceitação de: a) recibo emitido pelo locador ou seu procurador, ou, ainda, comprovante de depósito ou transferência eletrônica do aluguel para conta bancária indicada no contrato, desde que essa forma de pagamento seja prevista no contrato; b) nota fiscal do estabelecimento hoteleiro; ou c) boleto bancário autenticado ou acompanhado de comprovante de pagamento, pelos meios eletrônicos disponíveis, e que permita relacionar o pagamento ao contrato vigente, sendo certo que tal boleto pode ser considerado como um recibo. 12. Assim, o boleto com a devida autenticação bancária também poderá ser aceito nos meses seguintes do requerimento. Deve-se frisar que o boleto bancário somente poderá ser aceito caso faça expressa referência ao número do contrato vigente, de forma a garantir a lisura do processo. NT Auxílio-Moradia Alteração da ON SEGEP/MP nº 10/2013 3
13. No que tange ao contrato de locação com prazo expirado e automaticamente prorrogado por autorização legal, ficou estabelecido que o servidor, o locador ou a imobiliária poderão apresentar declaração expressa de prorrogação do contrato de locação. 14. Além disso, para fins de comprovação de prorrogação do contrato de locação, o servidor poderá comprovar a referida prorrogação mediante recibo, nota fiscal ou boleto bancário com pagamento autenticado por instituição bancária, desde que haja expressa referência do contrato vigente, que possa identificar a relação deste com o pagamento mensal a ser ressarcido. 15. Saliente-se que tal entendimento foi corroborado pela Consultoria Jurídica deste Ministério, por intermédio do PARECER Nº 0155-3.10/2014/PPL/CONJUR- MP/CGU/AGU, nos seguintes termos: 14. Quanto à novel redação dada ao art. 4º, verifica-se que, além do recibo emitido pelo locador do imóvel e da nota fiscal expedida pelo estabelecimento hoteleiro, está sendo incluído o boleto bancário como instrumento ato a instruir o requerimento do auxílio-moradia. 15. Com efeito, trata-se de inserção absolutamente cogente na medida em que, devidamente autenticado por instituição bancária, referido boleto deve ser admitido como meio idôneo de comprovação da despesa, servindo, por conseguinte, como recibo do respectivo pagamento. [...] 17. Outra substancial alteração diz respeito à possibilidade de ser considerado automaticamente prorrogado o contrato cujo prazo inicial de locação tenha se expirado, desde que tal prorrogação seja expressamente declarada pelo próprio servidor, pela imobiliária ou pelo locador, hipótese em que será permitida a continuidade de percepção do benefício, condicionada, evidentemente, à comprovação das despesas respectivas, conforme previsão disposta na nova redação dada aos 1º e 2º do art. 4º. 16. Propõe-se, ainda, a revogação dos 1º e 2º do art. 6º, uma vez que referidos dispositivos abarcam situações disciplinadas no art. 121 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 1. 17. Por fim, revogou-se o art. 7º da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10/2013, tendo em vista a revogação do art. 60-C da Lei nº 8.112/1990 pela Medida Provisória nº 632, de 24 de dezembro de 2013. 1 Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. NT Auxílio-Moradia Alteração da ON SEGEP/MP nº 10/2013 4
CONCLUSÃO 18. Diante do exposto, sugere-se o encaminhamento da Minuta de Alteração da Orientação Normativa SEGEP/MP nº 10/2013, que dispõe sobre regras e procedimentos a serem adotados pelos órgãos setoriais e seccionais do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal - SIPEC, para a concessão do auxílio-moradia, à Senhora Secretária de Gestão Pública para aprovação e assinatura. À consideração da Senhora Coordenadora-Geral. PATRÍCIA MARINHO DOS SANTOS Técnica da DILAF MÁRCIA ALVES DE ASSIS Chefe da Divisão de Direitos, Vantagens, Licenças e Afastamentos - DILAF De acordo. Ao Senhor Diretor para apreciação. ANA CRISTINA SÁ TELES D AVILA Coordenadora-Geral de Aplicação das Normas De acordo. À Senhora Secretária de Gestão Pública para aprovação. ROGÉRIO XAVIER ROCHA Diretor do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais de Pessoal Aprovo. Publique-se a Orientação Normativa em anexo. Determino que se faça divulgar nos meios eletrônicos disponíveis desta SEGEP, para amplo conhecimento das diversas unidades de recursos humanos dos órgãos federais. Brasília, 07 de maio de 2014. ANA LÚCIA AMORIM DE BRITO Secretária de Gestão Pública NT Auxílio-Moradia Alteração da ON SEGEP/MP nº 10/2013 5