Estado do Rio Grande do Sul Prefeitura Municipal de Jari Terra de lutas e conquistas CNPJ: /

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1 LEI Nº DE 22 DE OUTUBRO DE 2013 FICA O PODER EXECUTIVO MUNICIPAL, AUTORIZADO A PROMOVER A REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES E USOS QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM A LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO, E COM O CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DESDE QUE ATENDIDAS AS EXIGÊNCIAS DESTA LEI COMPLEMENTAR. PEDROLIVIO PORTO PRADO, Prefeito Municipal no uso de suas atribuições legais de acordo com o Art. 100, da Lei Orgânica Municipal, faz saber que a Câmara de Vereadores aprovou e Ele promulga e sanciona a seguinte: LEI: Art. 1º- Fica o Poder Executivo Municipal, autorizado a promover a regularização de edificações e usos que estejam em desacordo com a Lei de uso e ocupação do solo e com o Código de Obras do Município desde que atendidas às exigências desta Lei Complementar. DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º- Todas as edificações em condições de obtenção de habite-se até a publicação desta Lei Complementar, nos termos do seu artigo 3º-, poderão ser regularizadas para o uso que se encontre consolidado no local, desde que atendidas, cumulativamente, as condições abaixo: I - que não estejam localizadas em áreas de risco; II - que não estejam localizadas em áreas de proteção ambiental, várzeas ou áreas de preservação permanente; III - que apresentem condições mínimas de segurança, habitabilidade e higiene; IV - que estejam em condições para expedição do habite-se de que trata esta Lei Complementar, até a data de sua publicação; V - que estejam localizadas em loteamentos regulares, liberados para construção. Art. 3º- Para os usos residenciais multifamiliares, não residenciais e para os casos de usos desconformes à Lei a regularização somente será admitida após manifestação favorável dos órgãos públicos pertinentes da Administração Municipal e de outras esferas de governo quando necessário. Art. 4º- Serão consideradas concluídas para efeito do disposto no artigo 2º- desta Lei Complementar, as edificações que atenderem ao prescrito no Capítulo II, do Título II, Seção VI do Código de Obras do Município (Lei nº 676, de 16 de dezembro de 2004), referente à concessão do habite-se. 1º- Excepcionalmente, em atendimento ao relevante interesse social envolvido, também serão consideradas concluídas as edificações que na data da publicação desta Lei Complementar, atendam cumulativamente as especificações abaixo: I - sejam utilizadas como residências, estabelecimentos comerciais ou de serviços enquadrados na condição de Microempreendedor Individual - MEI, com metragem máxima de 70,0m² (setenta metros quadrados) a serem regularizadas;

2 II - paredes internas dos compartimentos pelo menos chapiscadas, mesmo sem revestimento interno na laje ou cobertura, forro ou revestimento externo, se adequado para o uso pretendido; III - todos os compartimentos pelo menos com contrapiso. 2º- Os estabelecimentos comerciais relacionados à alimentação deverão além de atender ao disposto nos incisos do parágrafo anterior, estar rebocados e com barra impermeável e lavável nas áreas de cozinha, instalação sanitária e em compartimentos similares, até a altura mínima de 2,00m (dois metros). Art. 5º- Para fazer jus aos benefícios de que trata esta Lei Complementar, o proprietário ou possuidor da edificação deverá protocolar o pedido no prazo de 2 (dois) anos, contado da data de entrada em vigor desta Lei Complementar, por meio de processo administrativo, instruído com os seguintes documentos: I - requerimento padrão, a ser fornecido pela Administração Pública; II - declaração de projeto simplificado; III - cópia do CNPJ (pessoa jurídica) ou CPF e RG (pessoa física) do proprietário; IV - Anotação de Responsabilidade Técnica - ART dos profissionais responsáveis; V - documento comprovando a propriedade do imóvel, devidamente registrado ou outro documento que comprove posse ou propriedade, ainda que não passível de registro no Cartório de Registro de Imóveis - CRI; VI - 4 (quatro) cópias do projeto simplificado, contendo no mínimo, planta baixa, cortes, fachada, projeto arquitetônico, plantas de situação e localização, cobertura e memorial descritivo. VII - Declaração e planilha conforme padrão; Parágrafo único. Os documentos comprobatórios de posse ou propriedade não passíveis de registro no Cartório de Registro de Imóveis deverão ser subscritos por duas testemunhas devidamente qualificadas, com firma reconhecida, e apresentadas por meio de cópias autenticadas ou via original, sendo também admitida como comprovação de posse a sentença judicial favorável não transitada em julgado, com recurso recebido sem efeito suspensivo. Art. 6º- As construções irregulares que estiverem sob processo de ação demolitória somente poderão ser beneficiadas por esta Lei Complementar nas seguintes situações: I - havendo anuência da Prefeitura para desistência da ação; II - após pagamento das respectivas custas judiciais e dos honorários advocatícios; III - após a reparação dos danos causados a terceiros ou desistência expressa desses últimos aos ressarcimentos devidos.

3 CERTIDÃO DE CONSTRUÇÃO Art. 7º- Fica instituída a Certidão de Construção destinada a comprovar: I - a existência de edificação no imóvel há mais de 10 (dez) anos; II - o preenchimento das condições do artigo 2º- desta Lei Complementar. 1º- A certidão instituída no "caput" deste artigo equipara-se ao habite-se e é considerada como documento hábil para a solicitação de Licença de Funcionamento. 2º- A existência de edificação, prevista no inciso I deste artigo, será comprovada mediante a Certidão de Área Tributada, com dados do Departamento de Arrecadação e Fiscalização, em que constará a metragem e o uso do imóvel objeto da regularização. 3º- No caso do uso do imóvel causar perturbação do sossego público ou da ordem pública, este somente será passível de regularização após análise específica e parecer favorável dos órgãos competentes. FORNECIMENTO DE PLANTA E HABITE-SE PELA PREFEITURA Art. 8º- Serão fornecidos gratuitamente pela Prefeitura Municipal os projetos de regularização e habite-se para as edificações residenciais unifamiliares, de comércio e serviços e de uso misto que contenham área total edificada não superior a 70,0 m² (setenta metros quadrados). 1º- O disposto no "caput" deste artigo aplica-se apenas àqueles que satisfaçam os seguintes requisitos: I - ser proprietário ou possuidor de um único imóvel; II - ter renda familiar mensal que não ultrapasse a 2 (dois) salários mínimos; III - no caso dos usos não residenciais deve se enquadrar como Microempreendedor Individual - MEI. 2º- Ficam isentos de taxas, emolumentos ou outras exações, os imóveis com edificação até 70, 0m² (setenta metros quadrados) para fins de regularização e expedição do habite-se. Art. 9º- Para fazer jus aos benefícios previstos no artigo 8º- desta Lei Complementar os pedidos deverão ser protocolados pelo interessado, instruídos com os seguintes documentos: I - requerimento padrão, a ser fornecido pela Administração Pública; II - documento de propriedade ou de posse do imóvel; III - comprovante de renda familiar de no máximo 2 (dois) salários mínimos; IV - declaração de que é proprietário de um único imóvel. Art. 10. Nos casos onde a edificação ocupe mais de um lote, sendo eles de proprietários distintos, será admitida a regularização da construção desde que se obtenha no processo administrativo a anuência de todos os proprietários, sendo autorizada anexação dos lotes somente para efeitos tributários no Município. Parágrafo único. Deverá ser juntado no processo administrativo o termo de ciência e responsabilidade do proprietário da edificação de que a anexação não implica no direito de registro no Cartório de Registro de Imóveis.

4 DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 11. Qualquer notificação ("Comunique-se") para atendimento de solicitações feitas nos processos referentes a presente regularização deverá ser atendida e sanada no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias contados da data de recebimento da notificação devidamente comprovada, excetuada a situação prevista no parágrafo único do artigo 3ºdesta Lei Complementar. 1º- Não será permitida a regularização de atividades relativas a imóveis que sejam objeto de construção ou ampliação na vigência desta Lei Complementar. 2º- Não incidirão a cobrança de emolumentos sobre as áreas anteriormente regularizadas. Art. 12. Somente serão consideradas regularizadas as edificações depois de efetuado o pagamento dos emolumentos, das taxas de aprovação do projeto e do habite-se. 1º- Os emolumentos, taxas de aprovação do projeto e do habite-se a serem pagos são os constantes nos Anexos da Lei Municipal 180/98 de 16 de novembro de 1998 Código Tributário Municipal. Art. 13. Fica vedada, a qualquer título, a prorrogação ou revalidação de vigência da presente Lei Complementar nos próximos 10 (dez) anos. Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE JARI, aos 22 (vinte e dois) dias do mês de outubro de PEDROLIVIO PORTO PRADO Prefeito Municipal Camila Ruatt Taschetto Secretária da Administração e Planejamento Registra-se e Publica-se

5 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Senhor Presidente Senhores Vereadores: Encaminhamos para apreciação desta Casa Legislativa, o Projeto de Lei n.º 1999/2013, que autoriza o Poder Executivo Municipal a promover a regularização de edificações e usos que estejam em desacordo com a Lei de uso e ocupação do solo e com o Código de Obras do Município desde que atendidas às exigências desta Lei Complementar. Justifica-se o presente Projeto de Lei a necessidade de regularização de construções existentes no município, construídas até a data da aprovação da presente lei, e que não apresentaram projetos para licenças de construção ao município. O presente incentivo a regularização visa o aumento de receita e a legalização da cidade, sendo que com o cadastro imobiliário atualizado haverá um aumento na arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano. PEDROLIVIO PORTO PRADO Prefeito Municipal