PROVIMENTO Nº. 07/2015 CGJ

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Transcrição:

PROVIMENTO Nº. 07/2015 CGJ Dispõe sobre o monitoramento eletrônico do agressor de violência doméstica e familiar contra a mulher e seus familiares, bem como utilização do botão de alerta pelas vítimas. A CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO, por intermédio da DESEMBARGADORA MARIA EROTIDES KNEIP BARANJAK, CORREGEDORA GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso de suas atribuições legais, com fulcro nos artigos 31 e 39, c, do Código de Organização Judiciária do Estado do Mato Grosso - COJE; CONSIDERANDO que o art. 3º, 1º, da Lei nº 11.340/2006 determina que compete ao poder público desenvolver políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares; CONSIDERANDO que a Lei nº 11.340/2006 cria mecanismos para coibir e prevenir a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher; 1

CONSIDERANDO que o afastamento do agressor de violência doméstica do convívio familiar é uma das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha; CONSIDERANDO a necessidade de maior fiscalização da conduta do agressor quando da progressão ao regime semiaberto e aberto para que sejam evitadas recidivas criminosas contra a vítima; CONSIDERANDO a necessidade de formular e divulgar ações de enfrentamento à impunidade e à violência contra as mulheres; CONSIDERANDO que a monitoração eletrônica, por meio de tornozeleira e botão de alerta, no regime aberto ou como medida de proteção de urgência é medida excepcional, justificável em casos imprescindíveis à salvaguarda da incolumidade física e psicológica da mulhervítima de violência doméstica, assim como de seus familiares; CONSIDERANDO que o mecanismo botão de alerta poderá ser utilizado pela vítima ou seus familiares que o solicitarem, nos casos de soltura de seus agressores, com intuito de evitar a sua aproximação silenciosa. 2

RESOLVE: Art. 1º. Acrescentar os itens 7.36.6, 7.36.6.1, 7.36.6.2, 7.36.6.3, 7.36.7, 7.36.8, 7.36.9, 7.36.9.1 e 7.36.10 ao Capítulo 7, Seção 36 da Consolidação das Normas Gerais da Corregedoria Geral de Justiça do Foro Judicial com a seguinte redação: 7.36.6 O agressor de violência doméstica e familiar contra a mulher poderá ser obrigado a utilizar equipamento eletrônico de monitoramento para fins de fiscalização imediata e efetiva das medidas protetivas de urgência. 7.36.6.1 A utilização do(s) equipamento (s) monitoração eletrônica e botão de alerta pode se dar cautelarmente, por intermédio de decisão interlocutória fundamentada, e posteriormente à sentença, em apoio ao cumprimento dos regimes semiaberto e aberto. 7.36.6.2 O agressor deverá ser instruído sobre o uso do equipamento eletrônico de monitoramento e dos procedimentos para fins de fiscalização efetiva da medida de afastamento. 7.36.6.3 O juiz que determinar o monitoramento eletrônico deverá levar em consideração, entre outras, as seguintes condições: o grau de 3

periculosidade do ofensor e os antecedentes criminais. 7.36.6.4 Faculta-se à vítima ou familiar, cujo agressor foi inserido em programa de monitoramento eletrônico como medida protetiva de urgência ou em cumprimento aos regimes semiaberto ou aberto, requerer, expressa e justificadamente, o uso do botão de alerta, que é um mecanismo eletrônico a ser acionado em situações nas quais sentirem-se ameaçados. 7.36.7 Todos os recuperandos que praticarem crimes contra a mulher em sede de violência doméstica que ingressarem ou retornarem ao regime semiaberto deverão ser inseridos no Programa de Monitoramento Eletrônico, em audiência admonitória destinada a este fim. 7.36.8 A vítima ou seu familiar justificará a necessidade de o recuperando ser ou permanecer inserido no Programa de Monitoramento Eletrônico, com o uso de tornozeleira e botão de alerta, em audiência a ser realizada antes da audiência admonitória do sentenciado e, sendo imprescindível, na ausência deste, para evitar constrangimentos e eventual violência psicológica. 7.36.8.1 A mulher vítima de violência doméstica e familiar ou seus familiares, no prazo mínimo de 03 4

(três) dias antes da audiência admonitória serão intimados, para, querendo, comparecer à audiência de justificação ou requererem, expressamente e de forma justificada, a necessidade do uso do botão de alerta. 7.36.9 A Central de Monitoramento, tão logo alertada sobre a infringência das condições estabelecidas ao sentenciado em crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher deverá, imediatamente, se deslocar, através do SOE Setor de Operações Especiais, para realizar a captura do agressor recalcitrante, bem como, noticiar à polícia para que dê proteção à vítima e/ou a seus familiares. Art. 2º Este provimento entra em vigor na data da sua publicação. Publique-se. Registre-se. Cumpra-se. Cuiabá, 30 de março de 2015 Desembargadora MARIA EROTIDES KNEIP BARANJAK Corregedora Geral da Justiça 5