HEMORIO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DE SIQUEIRA CAVALCANTI. Leucemia Mielóide Crônica



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Transcrição:

HEMORIO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DE SIQUEIRA CAVALCANTI MANUAL DO PACIENTE - LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA EDIÇÃO REVISADA 02/2009 Leucemia Mielóide Crônica

Este manual tem como objetivo fornecer informações aos pacientes e seus familiares a respeito da Leucemia Mielóide Crônica. Sabemos que as informações médicas são cercadas, na maior parte das vezes, por termos técnicos, difíceis e incompreensíveis pela maioria dos usuários. Dessa forma, esperamos que esse encarte possa esclarecer suas dúvidas. Qualquer comentário é muito bem vindo, seja sobre a clareza desse manual ou sobre a omissão de alguma informação considerada importante e pode ser enviado através da urna de sugestões do HEMORIO ou pelo e-mail ouvidoria@hemorio.rj.gov.br.

O que é Leucemia Mielóide Crônica (LMC)? Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença que envolve o acúmulo progressivo de glóbulos brancos (leucócitos) no sangue, baço e medula óssea. Representa o tipo mais comum de um grupo de doenças conhecidas como "Doenças Mieloproliferativas", (sendo também conhecida como Leucemia Mielocítica Crônica). É uma doença que acomete, com mais freqüência, pessoas de meia idade. Quando diagnosticada, aproximadamente 80% dos pacientes têm mais de 50 anos de idade, e a sua incidência aumenta com a idade. Assim sendo, é rara na criança. Os homens são mais afetados que as mulheres. Para que a LMC possa ser melhor entendida por você, é importante compreender a função, composição e atividade de crescimento normal de células sangüíneas. Sangue normal e sua composição: O sangue é constituído por alguns tipos de células, produzidas na medula dos ossos. Os três principais tipos de células sangüíneas são: Glóbulos Vermelhos (Hemácias ou Eritrócitos): Contém hemoglobina, que é uma proteína rica em ferro. Absorve oxigênio, quando passa pelos pulmões e o distribui para diferentes órgãos e tecidos no corpo. A redução dessa proteína causa anemia que se manifesta por tonteira, fraqueza, sonolência, dor de cabeça, irritabilidade, respiração acelerada e palpitação. Plaquetas: São pequenas células em forma de disco que ajudam a coagulação sangüínea. As plaquetas previnem o sangramento anormal ou excessivo, e sua falta, portanto, pode causar hemorragia. Glóbulos Brancos (Leucócitos): Os três principais tipos de glóbulos brancos são os granulócitos, monócitos e linfócitos. Os glóbulos brancos são importantes no combate às infecções. Monócitos - defendem o corpo contra a infecção. Granulócitos - incluem os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos. Os neutrófilos são as células predominantes, constituindo aproximadamente 60% dos glóbulos brancos circulantes. Eles combatem a infecção e aumentam rapidamente a sua quantidade para engolfar e destruir as substâncias estranhas. Os granulócitos morrem e são ingeridos pelos monócitos. Os eosinófilos e basófilos também combatem as infecções. Linfócitos - São constituídos por três tipos (Linfócitos T, B e NK), atuam na regulação da resposta imunológica. As células T e NK são um subconjunto de aniquiladores naturais que atacam as células infectadas por vírus e células malignas. As células tipo B produzem e liberam anticorpos, que protegem o organismo de agentes causadores da infecção. 4

Leucemia: O termo leucemia deriva do grego e significa "sangue branco". A leucemia é caracterizada pela produção anormal ou acúmulo de um ou mais tipos de glóbulos brancos. O crescimento do número de células leucêmicas prejudica a medula e esta é então incapaz de manter a produção de hemácias, plaquetas e glóbulos brancos. Um dos efeitos é a anemia, o sangramento ou a incapacidade de combate a infecção. As células leucêmicas circulam pelo sangue, elas infiltram órgãos vitais como o baço e o fígado, que se tornam prejudicados e não funcionam adequadamente e aumentam de tamanho. Na LMC, a alteração celular ocorre em uma fase muito precoce do desenvolvimento da linhagem de leucócitos, e conseqüentemente se prolifera, de forma semelhante à uma infecção. Entretanto, o estímulo para esse crescimento não é normal, o que chamamos de "estímulo não-fisiológico ou Quais são as causas e os fatores de risco? A LMC parece ocorrer entre famílias, havendo uma chance de maior incidência de LMC entre gêmeos idênticos como também entre irmãos e irmãs. Entretanto, esta tendência familiar é incerta uma vez que nenhum padrão hereditário foi ainda estabelecido. A exposição à radiação ionizante é um outro fator de risco. Deve-se salientar, entretanto, que a causa da LMC e os meios de preveni-la são desconhecidos. Acreditamos que a LMC seja uma doença cuja causa se deva a múltiplos fatores. A LMC representou o primeiro grupo de doenças hematológicas na qual foi constatada uma alteração cromossomial, presente em todas as células envolvidas. Esta alteração ocorre entre dois cromossomas e é conhecida como "cromossoma Philadelphia". Quais são os sintomas? Alguns pacientes, em estágio inicial, chamada de "Fase Crônica" podem não apresentar sintomas. Freqüentemente a doença é descoberta durante exame médico de rotina ou exame de sangue. Quando os sintomas aparecem, podem ter várias formas. Os sintomas mais comuns são fadiga, perda de peso e anorexia. O aumento do baço (esplenomegalia) é o responsável pela sensação de saciedade, um bolo na parte superior do estômago e, portanto, pouco ou nenhum apetite. Outras queixas incluem febre alta ou baixa crônica e inchaço na barriga. Os sintomas menos comuns são: dor na área do baço, nos ossos e nas articulações. A coagulação sangüínea pode estar anormal, com sangramento excessivo em pequenos ferimentos ou durante procedimentos cirúrgicos. Embora pouco freqüente, a impotência sexual no homem e a inaptidão sexual na mulher podem ocorrer, às vezes como primeiro sinal da doença. Os sintomas mais comuns são fadiga, perda de peso e anorexia. 5

Se o diagnóstico é estabelecido mais tardiamente, o paciente pode apresentar outros ou diferentes sintomas daqueles encontrados na "Fase Crônica", e são atribuídos a um agravamento do quadro, também conhecido como "Fase Acelerada da LMC". Nesta os sinais de agravamento são: febre, fadiga, perda de peso, surgimento de dor óssea e aumento significativo do baço e mudança nos sinais laboratoriais, como o surgimento de células mais semelhantes à Leucemia Aguda. Estas células, chamadas "blastos" aparecem em maior número do que anteriormente. Após a "Fase Acelerada", vem a Fase blástica, que corresponde a um quadro semelhante à Leucemia Aguda, tanto sob o ponto-de-vista clínico, quanto laboratorial. O paciente apresenta sinais clínicos evolutivos, como maior facilidade às infecções, agravamento da anemia, e aparecimento de sinais hemorrágicos como manchas roxas na pele, sangramento pelo nariz, pela boca, ou por outros locais. Alguns sintomas e sinais, considerados complicações da doença, podem ocorrer durante a sua evolução e raramente à época do diagnóstico. Entre eles, o mais relevante diz respeito às complicações relacionadas ao número excessivo de leucócitos no sangue circulante, tornando-o muito grosso e sujeito à fenômenos obstrutivos. Eles são denominados "Fenômenos Leucostáticos", que correspondem a fenômenos obstrutivos vasculares em qualquer órgão, destacando-se o "priapismo" que é a ereção dolorosa do pênis, sem motivação erótica, por obstrução dos vasos que o irrigam. É, sem dúvida, uma grave e temida complicação, assim como o Acidente Vascular Encefálico, que correponde à obstrução dos vasos cerebrais. Como é feito o diagnóstico? A LMC ocorre por uma alteração celular, levando a formação de um cromossoma chamado Philadélfia ou Ph (este foi identificado pela primeira vez na cidade de Filadélfia nos EUA). A célula Ph+ tem uma característica especial, que corresponde ao aumento da atividade da tirosino quinase, uma proteína que estimula a proliferação celular. Isto justifica o aumento no número de leucócitos, característico desta doença. O hemograma é um exame realizado no sangue do paciente, que revela um aumento no número de leucócitos. A primeira atitude a ser tomada é diferenciar de um quadro infeccioso que também apresenta aumento destas células. O diagnóstico definitivo da LMC é realizado através da identificação do cromossoma Philadélfia. Esta é a marca característica da LMC. Esta identificação pode ser feita pelo exame de PCR, que é um exame realizado no sangue, ou pela citogenética que é realizado na medula óssea, colhida através da punção na parte de trás da bacia ou do osso esterno no meio do tórax. Este procedimento dura cerca de 15 minutos e pode ser um pouco desconfortável, porém é realizado sob anestesia local, com total segurança. 6

Qual é o tratamento? O principal tratamento para a LMC é o mesilato de Imatinibe. Este medicamento inibe a atividade da tirosino quinase, levando a destruição da célula Ph+. Ao contrário dos outros tratamentos, ele inibe a progressão da doença, levando ao controle com o objetivo de tornar o número de células Ph+ indetectável. Para que o tratamento seja eficaz, é necessário um controle rigoroso com exames freqüentes. Inicialmente o uso contínuo do Imatinibe leva a remissão hematológica, com normalização do hemograma, o que deve ocorrer em até 3 meses do início do medicamento. Chama-se a isto resposta hematológica completa. Neste momento o cromossoma Ph pode ser detectado pelo exame de citogenética, que deve ser realizado a cada 6 meses. Idealmente a ausência da detecção do cromossoma Ph deve ocorrer em até 1 ano, ou no máximo em 18 meses do início do Imatinibe. Esta é a resposta citogenética completa. O exame PCR quantitativo deve ser realizado a cada 3 meses, e o objetico é que o valor seja a redução a menos que 0,1% de células Ph+ em até 18 meses do início do Imatinibe. Esta é a resposta molecular maior. Alcançando estas respostas nos tempos estabelecidos, pode-se acompanhar se o paciente tem tido uma boa resposta ao uso do Imatinibe. A principal causa de falha no tratamento está relacionada a presença de mutações, cujo aparecimento está associado ao uso de doses insuficientes. Isto ocorre principalmente quando o paciente não faz uso corretamente da medicação, interrompendo o tratamento ou esquecendo de tomar os comprimidos. É importante lembrar que as mulheres devem evitar a gravidez enquanto estiverem em uso do Imatinibe. Os principais efeitos colaterais do Imatinibe são inchaço nos olhos ou pernas, câimbras, dores no corpo, náuseas, vômitos, cansaço, ou diminuição no número de células no sangue. Estes efeitos ocorrem principalmente no início do tratamento, quando está ocorrendo a destruição do grande número de células doentes. Geralmente os sintomas desaparecem ou vão diminuindo com o tempo. Quando isto não ocorre e os efeitos são graves, paciente pode ser obrigado a interromper o medicamento por intolerância. Há, nestes casos, a opção de iniciar outro tratamento com os inibidores de tirosino quinase de segunda geração. Os inibidores de tirosino-quinase de segunda geração são o Nilotinibe e o Dasatinibe. São mais potentes que o Imatinibe, e estão indicados para os pacientes com falha ou intolerância ao tratamento com o Imatinibe. Seus efeitos colaterais são semelhantes aos do Imatinibe, e a escolha entre eles depende das condições do paciente, se apresenta outras doenças associadas, como diabetes, doenças do coração, pancreatite, ou pela presença de mutação. A Hidroxiuréia é um medicamento usado para diminuir o número de leucócitos, enquanto o Imatinibe esteja sendo disponibilizado ao paciente. Ela não interfere 7

com o curso natural da doença, não impedindo a evolução para as fases acelerada e crise blástica. Seus principais efeitos colaterais são leves como náuseas, erupções na pele, escurecimento das unhas, diminuição das células do sangue. O transplante de Medula Óssea Alogênico ( TAMO) é o único tratamento com potencial curativo. Contudo, este procedimento ainda apresenta um alto risco de morte (15 a 40%). Por esse motivo, o TAMO deve ser indicado em casos selecionados. Para fazer o TAMO, é necessário ter um doador compatível, o que ocorre em menos de 20% dos casos. Qual é o prognóstico? O prognóstico encontra-se relacionado à fase da doença. A "Fase Crônica" apresenta, como o nome indica, uma duração relativamente longa, com média em torno de 3 a 5 anos. o A chance de ocorrer a "Crise Blástica" é de 5% no 1 ano e de 20% a 25% a cada ano subseqüente. Até o momento, nesta fase, a resposta ao tratamento não tem sido satisfatória. Entretanto, várias pesquisas médicas nesta área, estão em curso, com o objetivo de melhorar o prognóstico dos pacientes. Quais são as esperanças futuras? Embora a LMC seja um grave problema de saúde, muitos pacientes podem viver por anos sem qualquer desconforto maior. As descobertas feitas nas áreas de quimioterapia têm aumentado as taxas de remissão em pacientes com LMC. Novos medicamentos assim como novos métodos terapêuticos encontram-se em investigação, com o objetivo de melhorar o tratamento desta doença. O transplante de medula óssea oferece esperança aos pacientes. Pesquisas estão sendo feitas sobre as formas de como melhorar o tratamento prétransplante, evitar a rejeição e a toxicidade do procedimento, permitindo a realização de TMO para pacientes mais idosos e de doadores não aparentados (através de bancos de medula óssea) Conforme o foco na investigação desta doença aumenta, aumentam também as esperanças de uma vida mais longa, e possivelmente até mesmo de cura, para os pacientes de LMC. 8

Expediente Direção Geral Clarisse Lobo Equipe Técnica Regina Célia Dantas Sergio Oliveira Vera Marra Editoração Luiz Fernando Monteiro Marcos Monteiro Revisado em Julho de 2009 TOME NOTA: SERVIÇO SOCIAL DO HEMORIO Rua Frei Caneca, nº 8, sala 633 - Centro Rio de Janeiro - Tel: 2332-8611 ramal 2253 Aqui você vai encontrar pessoas que se importam com você

ONDE QUER QUE VÁ, LEVE UMA MENSAGEM DE AMOR FALE SOBRE A DOAÇÃO DE SANGUE! Rua Frei Caneca, 8 - Centro - Rio de Janeiro - CEP: 20.211-030 - Tel.: 2332-8611 www.hemorio.rj.gov.br SECRETARIA DE SAÚDE E DEFESA CIVIL