AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE TRANSPORTE DE VOLUMES HÍDRICOS NA INTERAÇÃO RIO- AQUÍFERO

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE TRANSPORTE DE VOLUMES HÍDRICOS NA INTERAÇÃO RIO- AQUÍFERO Ta#ane Barbosa Veras; Jaime Joaquim da Silva Pereira Cabral; Anderson Luiz Ribeiro de Paiva ; Dayana Andrade de Freitas & Laércio Leal dos Santos

INTRODUÇÃO q Abastecimento de água é uma crescente problemá#ca; q As águas subterrâneas são também muito importantes para abastecimento; q O uso sustentável dos recursos hídricos inclui o conhecimento das relações entre águas superficiais e águas subterrâneas; q A zona ripária e a zona hiporreica são responsáveis por estas relações. A zona hiporreica realiza um controle de fluxo e transporte de compostos, ver7calmente ou lateralmente, ou rio abaixo.

INTERAÇÃO ÁGUA SUPERFICIAL ÁGUA SUBTERRÂNEA q As águas superficiais e as águas subterrâneas cons#tuem um único recurso e não componentes isolados; q A condição em que elas se encontram é que vai qualificá- las; INTERAÇÃO INTERDISCIPLINAR q Fatores hidrogeoecológicos Água Clima Relevo Geologia Biota (Sophocleus, 2002).

INTERAÇÃO ÁGUA SUPERFICIAL ÁGUA SUBTERRÂNEA Interação entre água superficial e água subterrânea. Fonte: Adaptado de SOPHOCLEOUS (2002). a) Fluxo para o manancial superficial conectado; b) Fluxo para o aquífero conectado; c) Manancial superficial desconectado com o aquífero freá#co raso; d) Manancial superficial desconectado com o aquífero freá#co profundo.

VARIÁVEIS INFLUENTES NA INTERAÇÃO Precipitação Tipo de solo Saturação do solo Colmatação INFILTRAÇÃO Fatores relacionados ao solo Preparo e manejo do solo Fatores relacionados a supericie Outros fatores

FLUXO VERTICAL q O fluxo ver#cal entre o rio e o aquífero pode se caracterizar de maneiras diferentes: Fluxo ascendente Fluxo descendente aquífero abastece o rio rio abastece o aquífero Fluxo nulo não existe fluxo As condições ambientais como variações sazonais ou qualquer 7po de influência externa podem modificar as formas de interação rio- aquífero.

ÁREA DE ESTUDO REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE DIVISA ENTRE OLINDA E RECIFE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE

ÁREA DE ESTUDO Localização da Estação Elevatória de Caixa d água, Olinda, PE - Brasil

MATERIAL E MÉTODOS LEITURA DO FLUXO VERTICAL DO LEITO q Fev, Mar e Abr / 2011 q Realizada em 3 pontos ao longo da Estação Experimental q Equipamento desenvolvido na UFPE PIEZÔMETRO DIFERENCIAL Hastes metálicas (1 m cada) Mangueira transparente Ponteira filtrante (35 cm) Ponteira filtrante Infiltrômetro diferencial

MATERIAL E MÉTODOS OPERAÇÃO q Equipamento pressionado no leito submerso (45 cm); q Água penetra na mangueira e a leitura é visível; q 30 min de espera; q Leitura. Aparelho sendo usado no módulo experimental

MATERIAL E MÉTODOS GRANULOMETRIA q Coleta em Fev / 2011; q 3 amostras de cada ponto, sendo: 1A, 1B, 2A, 2B e 2C leito do rio 1C margem do rio 3A, 3B e 3C área alagada q Profundidade entre 10 e 40 cm; q Análise realizada no Laboratório de Oceanografia Geológica (LABOGEO); q Determinada por peneiramento e pipetagem descritas em Suguio (1973). Coleta dos sedimentos para análise granulométrica Detalhe da amostra

RESULTADOS E DISCUSSÃO GRANULOMETRIA PARÂMETROS PONTOS 1A 1B 1C 2A 2B 2C 3A 3B 3C Grânulos (%) 5,54 4,25 1,00 7,96 0,28 20,6 15,87 1,63 29,01 Areia (%) 98,99 95,04 44,21 86,75 90,36 96,75 82,14 94,40 70,25 Silte (%) 0,40 0,57 29,80 4,27 7,61 0,95 1,62 3,19 0,61 Argila (%) 0,07 0,13 24,99 1,02 1,75 0,24 0,37 0,78 0,14 Materia Orgânica (%) 0,46 0,86 8,46 1,46 2,46 1,26 1,06 1,50 1,20 q Certa homogeneização; q Classe arenosa com excessão do ponto 1C; q Ponto 2 apresenta quan#dade de silte e argila maior, afetando a permeabili- dade;

RESULTADOS E DISCUSSÃO LEITURA DO FLUXO VERTICAL DO LEITO Mapeamento da direção do fluxo ver#cal do rio Beberibe, nos 3 pontos, nos meses de Fev, Mar e Abr / 2011. Orientação do fluxo ver#cal do leito do rio Beberibe nos meses de Fevereiro, Março e Abril nos 3 pontos do módulo experimental, Olinda PE.

RESULTADOS E DISCUSSÃO LEITURA DO FLUXO VERTICAL DO LEITO Tabela Variação do fluxo ver#cal nos três pontos ao longo do rio Beberibe. Data FLUXO VERTICAL DO RIO (m) PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 15/02/2011 0,02 0,01 0,00 24/02/2011 0,01 0,01 0,00 02/03/2011-0,02 0,00-0,01 14/03/2011-0,02 0,00-0,01 07/04/2011 0,00 0,01-0,01 PONTO 1 PONTO 2 Fluxo ascendente, descendente e sem fluxo; Fluxo ascendente e sem fluxo; PONTO 3 Fluxo descendente e sem fluxo. O ponto três apresenta uma contribuição mais intensa no abastecimento do aquífero.

Considerações Finais q Existe interação entre água superficial e subterrânea pelo leito do rio Beberibe; q O rio Beberibe contribui para a recarga do aquífero freá#co através do fluxo ver#cal no leito do rio; q As caracterís#cas hidrodinâmicas da zona hiporreica influencia no movimento hídrico entre o rio Beberibe e o aquífero.

Agradecimentos q UFSC, prof. Maurício Sens q TU- Berlin, prof. Gunter Gunkel