Indicadores de Desempenho Dezembro de 2011

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Transcrição:

Dezembro de 2011 PANORAMA CONJUNTURAL FIEA A perda de competitividade da indústria brasileira As razões para a perda de competitividade da indústria brasileira e seus reflexos traduzidos no fraco desempenho do setor em 2011, aumento de 0,3% em relação a 2010, são os destaques do Panorama Conjuntural FIEA desta edição. Os dados do gráfico nº 1 mostram que tanto a produtividade como o custo do trabalho oscila bastante no período de 2002 a 2011. Pesquisa realizada por Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, aponta que no período de 2003 a 2009 o custo do trabalho foi fortemente impactado pela valorização do câmbio real e não tanto por aumentos salarias acima da inflação, que, em média, aumentou 0,6% ano ao longo dos anos pesquisados. Como agravante, com reflexos negativos sobre a competitividade da indústria nacional, a produtividade média da indústria no período de 2000 a 2003 caiu 0,8%a.a. Com o estouro da bolha imobiliária em 2008 alguns aspectos reforçaram a maior perda de competitividade da indústria: a) queda nos preços dos produtos industriais em nível global em função do crescimento da produção chinesa e da retração do consumo nos países desenvolvidos; b) continuidade no processo de valorização do real, ver gráfico nº 2, o que se traduziu em aumento dos custos do trabalho em dólares; c) e, na média, a produtividade no setor industrial continuou baixa não sendo suficiente para compensar o aumento dos custos do trabalho. A tendência à valorização cambial observada neste período, por sua vez, deve-se a elevada taxa de juros real Informativo da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas 1

da economia brasileira em um mundo com excesso de liquidez e taxas baixíssimas nos países desenvolvidos tonando o Brasil um excelente lugar para operações do tipo carry trade (ou seja, captar recursos no BCE a 1%aa e aplicar no Brasil em papeis indexados a selic que pagam 9,75%a.a.); ao aumento dos preços das commodities contribuindo para o crescimento da participação dos produtos básicos nas exportações brasileiras, como pode ser observado no gráfico nº 3, e para a maior oferta de dólares; e oportunidade de investimento no país em função dos bons fundamentos macroeconômicos da economia brasileira, atraindo investimentos diretos estrangeiros. Todos estes fatores reunidos mais os fatores estruturais refletidos na elevada carga tributária, no custo da energia elétrica (no Brasil nos últimos oito anos o custo da energia para a indústria subiu 246% enquanto nos EUA o acréscimo foi de 35,6%, de acordo com levantamento da MB Associados) permitem uma melhor compreensão da perda de competitividade da indústria brasileira o que explica a dificuldade para competir com as importações e o déficit nas contas comerciais de duráveis e de capital, conforme gráfico nº 4. Não é sem razão que o governo tem feito o possível para evitar a valorização do real por meio de medidas como aumento de IOF sobre captação de recursos no mercado internacional. O risco do tsunami financeiro é real! 2

Banco Central acelera redução da Selic Como pode ser observado no gráfico nº 5, a trajetória do IPCA confirma a tendência a desaceleração da inflação no Brasil, o que aumenta a probabilidade do centro da meta ser alcançado em 2012 com o IPCA fechando próximo a 4,5%aa. Todavia, a inflação de serviços ou dos não comercializáveis continua forte e o que tem permitido a tendência ao centro da meta é a forte redução da inflação dos comercializáveis, ou seja, commodities (alimentos) e bens de consumo duráveis, tanto em função da redução dos preços em nível internacional como da apreciação do real frente ao dólar, sem falar da queda da inflação do preços monitorados, devido a deflação dos IGPs. Como salientado no Panorama FIEA anterior, tal dinâmica inflacionária reforça o acerto da política de redução da selic iniciada pelo Banco Central em agosto de 2011. Ou seja, no momento em que o BC decidiu iniciar o relaxamento da política monetária o ciclo anterior de alta começava a fazer efeito com a redução do IPCA acumulado no ano. Ademais, a redução da selic em um ritmo mais forte vem reforçar a política de desestimulo a entrada de dólares e seus efeitos negativos sobre a competitividade da indústria brasileira, discutida na primeira parte deste Panorama FIEA. Do ponto de vista internacional, o cenário continua conturbado: mesmo com a reestruturação da dívida grega, a instabilidade financeira permanece em função do risco de Portugal entrar em default e seguir caminho semelhante a Grécia; aumenta também o risco de recessão na zona do Euro devido aos pacotes de austeridade fiscal em um ambiente de frágil recuperação da demanda doméstica e internacional; a recuperação da economia americana ainda se apresenta muito débil e o risco de aumento do preço do petróleo em função de um possível conflito armado entre Israel e Irã pode abortar a retomada nos EUA; e, por último, a perspectiva de crescimento para a economia chinesa em 2012 abaixo do 8%aa pode acentuar a desaceleração da economia global com reflexos, inclusive, sobre os países emergentes que vem sustentado a demanda global. No cenário doméstico, a forte retração na demanda por crédito em janeiro deste ano, 8,2% em relação a dezembro de 2011, de acordo com a Serasa Experian, e sinais evidentes de desaceleração no mercado de trabalho, como os captados na pesquisa do CAGED em fevereiro do corrente com geração líquida de 150,6 mil vagas bem abaixo dos 280,7 mil gerados em igual período do ano anterior, reforçam a preocupação do BC com o ritmo de atividade doméstica em 2012. Todos estes aspectos corroboram, a nosso ver, que o BC está correto em identificar no débil nível de atividade econômica o principal problema do país enquanto o mercado continua insistindo que o risco de retomada da inflação é que representa a maior ameaça. 3

A produção Industrial Brasileira em dezembro de 2011 desempenho da indústria brasileira no mês de dezembro de O 2011 apresentou na margem no levantamento com ajuste sazonal recuperação de 0,9%. Na comparação com o mesmo mês em 2010 a indústria registrou uma queda de 1,2%. Na avaliação do IEDI, Em 2011, o setor industrial brasileiro registrou ligeiro acréscimo de 0,3% na comparação com o ano de 2010. Esse resultado pífio ficou, certamente, abaixo de qualquer projeção feita no início daquele ano. Em última instância, o que levou a indústria a ter tão parco desempenho foram fatores que hoje são indiscutíveis, como a perda de competitividade frente aos bens importados, a qual se deveu ao elevado custo de se produzir no Brasil e ao câmbio valorizado. Não havendo progresso nessas duas áreas pouco se pode esperar em termos de uma recuperação sólida do setor. É verdade também que a indústria refletiu o menor vigor da economia brasileira decorrente da elevação da taxa de juros e das medidas macroprudenciais do Governo iniciadas já no final de 2010 assim como ocorreu com os demais setores e o momento difícil pelo qual atravessam as principais economias do mundo, notadamente as da Europa. Ainda de acordo com o IEDI, No que se refere ao grau médio de utilização da capacidade instalada, o indicador dessazonalizado calculado pela FGV para a indústria de transformação registrou ligeiro incremento em dezembro, subindo para 83,4% (+0,1 pontos percentuais). Refletindo a redução dos estoques, o grau de utilização voltou a se elevar em janeiro de 2012, quando atingiu 83,7% (+0,3 p.p). Na comparação da indústria de transformação brasileira com os de economias com semelhante grau de desenvolvimento, observase que, com a retração de 1,4% em dezembro frente igual mês de 2010, o desempenho da produção manufatureira brasileira contrasta com os resultados positivos registrados pelas indústrias da quase totalidade dos demais países da amostra, com para Rússia (4,0%) e Argentina (2,1%) também em dezembro. Único país com desempenho industrial pior do que o brasileiro é a Tailândia ( 25,8% em dezembro), fortemente atingido por severas inundações nos meses de outubro e novembro de 2011. 4

Indicadores Conjunturais da Economia Brasileira 5

Dezembro de 2011 Vendas Dezembro confirma maior atividade industrial no ano e Setor Sucroenergético atinge 21,35% de crescimento, fornecendo a maior contribuição para o resultado global do faturamento. Custo das Operações Industriais Após alta em novembro, COI apresenta recuo frente ao mês anterior. Pessoal Empregado Expansão do emprego perde força em termos setoriais, mas foi positiva para a maioria dos setores em dezembro. Remunerações Pagas Pagamento da segunda parcela do 13 salário, novos turnos, aliados ao pagamento de verbas em participação de resultados e rescisórias explicam resultado de alta em dezembro. Horas Trabalhadas Com dias úteis a mais em dezembro do que no mês anterior, as horas trabalhadas registraram uma elevada expansão de (12,15%) em dezembro. Utilização da Capacidade Instalada Recuo de (0,24) p.p na UCI em dezembro é justificado por forte retração na Indústria Química. RESUMO EXECUTIVO Venda industrial em dezembro apresenta a maior variação do ano de 2011, contribuindo para o aumento de 1,49% no acumulado do ano. Em dezembro de 2011, a produção industrial avançou 11,56% frente ao novembro, na série computada a influência açucareira, considerando o recuo de 0,18% em novembro. Por sua vez, na comparação com dezembro de 2010, o total da indústria teve alta de 1,49%, quarta taxa positiva no ano nesse tipo de confronto, sendo a mais intensa dessa sequência. De forma geral, os condicionantes de tal desempenho, destacam-se o aquecimento da demanda em função da expansão da massa salarial, a chegada do verão aliado às festas natalinas e às férias escolares, bem como o efeito calendário (dezembro apresentou mais dias úteis que novembro). Reforça-se nesse cenário que o mês foi marcado pela instalação de três novas indústrias no estado de Alagoas. Entre elas, a Plastmar, localizada no Polo Multissetorial Luiz Cavalcante, com aproximadamente 120 empregos diretos e produção de 400 toneladas de materiais por mês. Ademais, as empresas Megaplás e Ultra Therm abriram novos empreendimentos em Alagoas, gerando 250 empregos diretos no Estado. Destaca-se que esses novos investimentos somaram na ordem de R$ 26 milhões. Por outro lado, em importantes setores como o Químico, percebe-se uma desaceleração do nível de atividade da indústria nos últimos seis meses do ano passado relacionada ao fato de que 2010 foi atípico, quando se registrou bastante crescimento, enquanto 2011 mostrou como um ano de estabilização. Ademais, o setor sucroenergético termina o ano de 2011 com uma expansão de 10,8% frente a 2010. Segundo dados do Sindaçúcar AL, dezembro foi o mês com o menor índice pluviométrico desde o início da safra 11/12 na região canavieira. No período, foram registrados apenas 3,4 dias de chuva e uma precipitação de 13,3 milímetros (mm). Já a média histórica para dezembro é de 37,6 mm. De acordo com a análise, o índice pluviométrico registrado no último mês de 2011 foi o menor já observado nas últimas quatro safras da cana-de-açúcar em Alagoas. Ao longo de 2011, como foi destaque, as taxas mensais de exportações mostraram-se altas na Indústria Sucroenergética, mas foram se intensificando e passaram a ser destaques a partir de outubro. Segundo os dados do Ministério da Indústria e Comércio, as vendas para o mercado externo alcançaram o valor de US$ 1,37 bilhões no acumulado de 2011, permitindo uma expansão de 41,25% em relação ao ano anterior. Como tal, as vendas externas passaram de um patamar de US$ 304,4 milhões em 2001 para uma posição de mais de bilhão nos últimos 10 anos. No cenário internacional, os produtos derivados da cana-de-açúcar foram responsáveis por 97,77% das exportações de Alagoas em 2011. Por sua vez, a indústria Química recuou 81,75% no volume de exportações no ano de 2011. Mesmo contando com a permanência do câmbio valorizado ainda em 2011, reduzindo a competitividade do setor, foram condicionantes, ainda, da expansão das vendas da indústria sucroenergética: os altos índices pluviométricos da última safra e a parceria do setor com a RIDESA (Rede Interuniversitária para o desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) que nos últimos dois proporcionou o desenvolvimento de 15 variedades genéticas, estimulando o aumento da produtividade agrícola. No que concerne à dinâmica da indústria, ao se 6

comparar o desempenho da indústria alagoana com a nacional, nota-se que Alagoas atravessou a crise em condições relativamente melhores, tanto sob a ótica interna e externa. Esse dado pode ser observado no comportamento do faturamento real da indústria nacional que os indicadores dessazonalizados de faturamento real e horas trabalhadas recuaram 2,7% e 1,2%. O desempenho da indústria nacional em 2011 beirou a estagnação, ficando muito aquém do resultado de 2010. Nada obstante ao comportamento negativo do mês, o emprego industrial alcançou 3,15% de crescimento em 2011. Em parte esse resultado deve ser atribuído ao fato de que os ganhos de produtividade foram muito concentrados nos setores produtores de commodities. Tal comportamento em dezembro de 2011 parece confirmar a trajetória de recuperação da economia alagoana, reforçando a previsão de que o ano de 2012 será positivo para os indicadores do mercado de trabalho à medida que o emprego finalizou o ano com crescimento sobre 2010 de 10,44%. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em Alagoas, foram geradas 20.050 vagas celetistas, sendo a Construção Civil, a atividade produtiva que mais contratou ao longo dos 12 meses do ano. No setor de Minerais Não-Metálicos, as expectativas de crescimento para 2012 são sustentadas pela continuação do programa Minha Casa Minha Vida à medida que em Alagoas, as ações não deverão ser afetadas, pela contenção de despesas do orçamento federal. Em termos de crescimento de venda, o setor finalizou o ano de 2011 com um crescimento de 7,36%. Logo na construção civil, do total de admissões, o setor foi responsável por 7.586 novos postos. Serviço aparece em segundo lugar, com 5.697 vagas; seguido pelo Comércio, com 3.370 e a Indústria de Transformação, com 2.246 vagas. O desempenho do Estado em 2011 foi o melhor de toda a série histórica do Caged, iniciada em 2003. Todavia em dezembro, ainda de acordo com o Caged, Alagoas registrou declínio de 0,53% no nível de emprego ou menos 1.860 postos de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho isso ocorreu por razões sazonais, como entressafra agrícola, férias escolares, período de chuvas e o esgotamento da bolha de consumo no final do ano. Em termos setoriais, cabe observar, o desempenho positivo das vendas nos seguintes segmentos: Indústrias Diversas e Mobiliário (+9,96%), Sucroenergético (+21,65%), Editorial e Gráfica (+41,73%), Minerais Não-Metálicos (+126,34%) que apresentaram expansão nesta comparação devido a entrega de novos prédios no período natalino. No contraponto, verifica-se no mês forte revés da produção, com destaque para Química (-11,52%) e Produtos de Matérias Plásticas e Borracha (-13,77%) que apresentaram retração em função de fatores sazonais e da alta base de comparação do mês anterior. Em dezembro de 2011, as vendas da indústria expandiram, em termos reais, 11,56% sobre novembro. Por sua vez, o emprego industrial mostrou uma expansão de (3,15%) quando comparado a novembro. A variável hora trabalhada registrou uma alta de (12,15%), frente a novembro. O nível de utilização da capacidade instalada passou de 82,75% para 82,30% em dezembro. A massa salarial industrial apresentou uma expansão de 241% no mês. Por fim, o COI recuou (9,06%) frente a novembro. 7

VENDAS INDUSTRIAIS Resultado positivo em dezembro consolida a expansão do acumulado do ano de 2011. Os indicadores analisados ratificaram o quadro de aceleração da indústria alagoana. A produção industrial avançou pelo terceiro mês consecutivo na passagem mensal e, com isso, acumulou crescimento de 1,49% em 2011. Por sua vez, quando comparado a igual período de 2011, foi inferior à registrada no mesmo mês, dando sinais de que seguirá em ritmo mais lento nos próximos meses.todavia, as vendas reais expandiram-se 11,56% em dezembro na comparação com o mês anterior. O maior número de dias úteis e a chegada do verão no mês, na comparação com novembro, influenciou parcialmente esse resultado, visto que vários setores foram responsáveis pelo indicador geral. Destaca-se que historicamente o aumento das encomendas industriais influenciam, em parte, o aumento da utilização dos fatores de produção. Dessa forma, o nível de utilização da capacidade instalada, por sua vez, encerrou o ano em 83%. Assim, as vendas do Setor Sucroenergético no mês cresceram 21,65% sobre novembro. Nesses termos, os altos índices pluvimé-tricos explicam a performance do setor, bem a excelente cotação do preço internacional. Do total de R$ 760,1 milhões de vendas da indústria alagoana, cerca de R$ 344,5 milhões foram originados no mercado internacional, ou seja, 35% do volume. Adicionalmente, o açúcar, o álcool e o melaço foram responsáveis por 98% das exportações do estado em 2011. Considerando esse patamar das variações do final do ano, as vendas reais da indústria alagoana, em meio a um cenário de desaceleração da economia brasileira, os resultados dos indicadores industriais de dezembro refletiram o desempenho de segmentos em fortalecimento no estado de Alagoas, especificamente os ligados à cadeia da indústria do açúcar e construção civil. Em 2012, o faturamento da indústria deverá sofrer influências negativas do cenário econômico nacional. Considerando, ainda, os dados do Ministério da Indústria e Comércio, as exportações de Alagoas batem recorde e somam US$ 1 bilhão e trezentos milhões em 2011. Essa diferença reflete 8

a condição de que mesmo com a valorização cambial, o aumento do preço internacional do açúcar e o aumento da demanda foram deteminantes na composição do mix de produtos dessa indústria. Ademais, com esses resultados, o saldo comercial ficou positivo em US$ 920 milhões, um crescimento de 41,25% na comparação com o ano passado. Foi o maior saldo dos últimos quatro anos. Em dezembro, as vendas para outros países também foram recordes para o mês de dezembro de 2011. Ainda que a mais importante empresa da Indústria Química tenha aproveitado as oportunidades de crescimento por meio de políticas econômicas durante a crise econômica, além do foco na manutenção da sua eficiência operacional, não se verificou uma recuperação da atividade no acumulado do ano à medida que recuou (-0,40%) em 2011. Destaca-se que a forte retração do consumo doméstico e internacional levou a empresa no primeiro semestre a operar suas fábricas com 70% de sua capacidade nominal e realizar paradas preventivas para manutenção que tinham objetivo a equalização dos níveis de estoques. No que tange as transações internacionais do setor, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) demonstram que as exportações do setor atingiram US$ 7,4 milhões em 2011, representando uma redução de -81,75% no ano. É importante atentar que no contexto geral, desde o início da crise, a Indústria Química perde participação setorial de vendas internacionais no volume estadual à medida que encerrou o ano de 2011 com 0,55%, 2010 com 4,18% 2009 com 4,51%, 4,24% em 2008 e 7,76% em 2007. Com relação à análise setorial, destacase a boa perfomance no mês dos setores: Editorial e Gráfica com 41,7%%, Sucroenergético com 21,65%, Minerais Não-Metálicos com 126,37%. Para os demais setores com crescimento atrelado a dinâmica de final de ano, frisase, dentre os fatores que contribuíram para esse resultado: as campanhas de descontos e promoções desde o início do ano, as condições do crédito obtidas pelas empresas varejistas junto às instituições de financeiras, os programas governamentais que ajudaram estabilizar os níveis de emprego e renda e as ações de redução de impostos. Analisando a distribuição regional em relação à origem da produção, percebe-se um aumento dos insumos do exterior. Na avaliação por destino da produção, os dados sinalizam uma inserção mais robusta do Estado no mercado internacional. Merece destaque, porém, o fato de que outros estados apresentam-se como segundo maior destino das vendas, sendo destaque das edições anteriores. 9

NÍVEL DE EMPREGO INDUSTRIAL Emprego industrial segue como variável mais dinâmica em 2011, mesmo com a redução do ritmo a partir de dezembro. Nível de Emprego na indústria alagoana O revelou crescimento (3,15%) no mês de dezembro, relativamente a novembro. Como tal, o saldo no ano de 2011 foi positivo em cerca de 2.246 novos postos de trabalho na indústria de transformação, sendo que a construção civil em 2011 criou 7.586 novos postos de trabalho. Na série ajustada para a sazonalidade, a alta foi de 0,23%. Os setores de Editorial Gráfica (1,60%), Têxtil (2,93%) e Sucroenergético (3,67%) revelaram as maiores elevações de pessoal no mês, sendo os dois primeiros por conta da perspectiva de aumento de encomendas nos próximos meses. Por outro lado, os setores com recuo na série foram Material Transporte (-0,85%) e Indústrias Diversas e Mobiliária com (-3,70%). Ademais, o período de safra açucareira minimizou os ajustes no nível emprego em muitos setores que estão atrelados a dinâmica sucroalcooleira. Além disso, este resultado, o mais estável registrado nos últimos três meses, pode corresponder à combinação de as-pectos sazonais de redução do ritmo das atividades econômicas dependen-tes da manutenção do setor sucroenergético aliadas às expectativas do empresariado diante da recuperação do mercado e de uma demanda de empregos temporários já contratados. De forma geral, o resultado anual é relevantes em decorrência do comportamento histórico da indústria em dezembro, aliados ao início da entressafra açucareira. Por outro lado, além da construção de novas indústrias, programas habitacionais, implantação de obras estruturantes como o Canal do Sertão permitiu a expansão do indicador no Estado. 10

HORAS TRABALHADAS As Horas Trabalhadas na Produção da Indústria alagoana no mês de dezembro registraram variação positiva de 12,15%. Os dados da Pesquisa de Desempenho demonstram uma expansão da quantidade de horas trabalhadas em dezembro, na comparação com novembro. Assim, a variável apresentou intensa expansão de 12,15% no mês, contra novembro, influenciadas, principalmente, pela expansão do corte da matéria-prima do setor sucroenergético. É importante sublinhar que o efeito sazonal, visto que o mês de dezembro é, normalmente, de maior aquecimento na indústria, foi, também, responsável pelo resultado do indicador. Destaca-se, ainda, que o maior número de dias em dezembro com relação a novembro foi determinante para o cescimento da variável. Por outro lado, ocorreu retração apenas no setor de Indústria Diversas e Mobiliário (-12,63%) em decorrência de férias coletivas, horas extras trabalhadas na produção e da queda de pessoal. Ainda, em termos setoriais, a expansão do número de horas trabalhadas ocorreu em sete setores de atividade, repetindo o padrão observado em novembro, na mesma comparação. Em dezembro, as maiores influências positivas vieram dos seguintes setores: Têxtil (6,91%), Madeira (8,86%) e Sucroenergético (16,41%). Esse indicador registrou movimento dividido setorialmente: sete setores registraram incremento de horas trabalhadas, enquanto um registrou recuo e outros sete ficaram na estabilidade. No indicador para o fechamento do ano, a variável encerrou 2011 com perda de (-22,13%) sobre igual período do ano anterior, mostrando perfil generalizado de queda que atingiu sete dos quinze setores pesquisados. 11

REMUNERAÇÕES BRUTAS Massa real de salários aumenta frente a novembro, reflexo do cenário de recuo da inflação. Mesmo considerando o arrefecimento do patamar da inflação nos últimos meses de 2011 e a perspectiva de que a desaceleração da economia brasileira se estenda até 2012, os condicionantes da inflação devem impactar o indicador de massa salarial, entre eles: o reajuste para salário mínimo em 2012, as recentes medidas de estímulo fiscal adotadas pelo governo para dinamizar a atividade econômica, bem como as reduções na taxa de juros que serão sentidas no segundo semestre de 2012, conduzindo a uma melhoria do consumo, e, consequentemente aumento da inflação. Os dados da Pesquisa de Desempnho revelaram que a massa salarial cresceu 29,42% em dezembro, frente ao mês anterior. O elevado crescimento no mês aconteceu devido à contabilização de outras formas de rendimento do trabalho, como 13º salário, participação nos lucros e verbas rescisórias. Analisando a variável, sem a influência sazonal sucroenergética, verifica-se no mês um crescimento da ordem de 60,04%. Boa parte deste desempenho deve-se ao comportamento das Indústrias Químicas e Produtos Alimentares e Bebidas. As justificativas apontadas para explicar tal desempenho referem-se ao pagamento de parte do décimo terceiro salário, pagamento de férias e gratificações adicionais. Ao analisarmos o movimento de disseminação da atividade in-dustrial, constatase que nove, dos quinze gêneros pesquisados, apresentaram recuo nos salários em dezembro. 12

CUSTO DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS COI recua em dezembro, impulsionado, em parte, pelo ajuste dos estoques. Mesmo com o pacote de incentivos fiscais e de expansão do crédito com objetivo de reaquecer a economia, lançado pelo governo federal no início de dezembro, a indústria alagoana registrou, em dezembro de 2011, uma retração dede (-9,06%) na variável Custos de Operações Industriais, em comparação com mês anterior. Mesmo com a atividade produtiva mais aquecida, as expectativas dos empresários ainda são inconstantes para o aumento da produção. De forma mais intensa, a variavel quando analisada sem a influência sucroenergética recuou no mês na ordem de (-17,17%). Destarte, o recuo do COI no mês pode ser reflexo de cautela por parte dos industriais alagoanos, principalmente, na espera de uma definição mais clara do cenário de consumo e de políticas mais eficazes nas áreas monetárias e creditícias.assim, seguiram registrando recuo de dois dígitos as indústrias: Material de Transporte com (-28,14%) e Indústria Química com (-44,20%). Cabe mencionar que a variação positiva, anteriormente nesses setores, justifica-se para atender a formação de estoques em razão de aumento no primeiro semestre. Os dados confirmam, ainda, que dez, dos quinze gêneros pesquisados, apresentaram expansão nos custos. Cabe ressaltar que o motivo de tal elevação está associado no período, além da elevação da demanda, a utilização da capacidade instalada devido a entrega de encomendas até o natal. Vale mencionar, ainda, que os setores que expressaram diminuição na variável apresentam condições de estoques maiores ou apresentaram demandas sazonais nos meses anteriores. 13

CAPACIDADE INSTALADA No mês de dezembro, o nível médio de Utilização da Capacidade Instalada na Indústria do estado de Alagoas ficou em 82,30%. No ano, a média da variável em análise atingiu 80%, abaixo dos 82% de 2010. Independentemente dos distintos pesos de cada setor na indústria alagoana, a utilização da capacidade instalada da indústria de Alagoas atingiu 82,30% em dezembro, ante 82,75% no mês anterior e 84,53% em dezembro do ano passado. Tal resultado reflete, principalmente, a menor utilização pelos seguintes setores: Têxtil, Material de Transporte, Química e Indústria Diversas e Mobiliário. Em termos explicativos, o recuo anterior da utilização da capacidade por esses setores estaria associado ao processo de acomodação de demanda doméstica para ajustar estoques a um cenário de menor demanda. Em 2011, as indústrias operaram, em média, com 80% de utilização da capacidade instalada (UCI), o que perfaz uma retração de 2,0 p.p., relativamente a 2010. Cabe ressaltar que o nível da variável neste ano, retirando 2009, é o mais baixo registrado em toda a série histórica da pesquisa de Indicadores Industriais. Destaca-se que a indústria de transformação nacional operou, em média, com 81,3% da capacidade instalada em dezembro (dessazonalizado), redução de 0,1 pontos percentuais frente a novembro. No quarto trimestre do ano, a UCI recuou 0,6 pontos percentuais na comparação com o trimestre anterior. Fonte:Núcleo de Pesquisa IEL/AL 14

Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Publicação mensal da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Federação das Indústrias do Estado de Alagoas - FIEA Presidente José Carlos Lyra de Andrade 1º Vice-presidente (supervisão) José da Silva Nogueira Filho Unidade Técnica UNITEC/FIEA Coordenador Helvio Vilas Boas Elaboração Núcleo de Pesquisas do IEL/AL Coordenadora Eliana Sá - (82) 2121-3015 Informações Técnicas Reynaldo Rubem Ferreira Júnior - (82) 2121-3085/3079 Luciana Santa Rita - (82) 2121-3085/3079 Diagramação Unidade Corporativa de Comunicação Social - Unicom Endereço: Av. Fernandes Lima, 385 - Farol Ed. Casa da Indústria Napoleão Barbosa 6º andar - CEP: 57.055-902