CAROLINE BOLLMANN ZALESKI



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Transcrição:

CAROLINE BOLLMANN ZALESKI MATERIAIS E CONFORTO: UM ESTUDO SOBRE A PREFERÊNCIA POR ALGUNS MATERIAIS DE ACABAMENTO E SUA RELAÇÃO COM O CONFORTO PERCEBIDO EM INTERIORES RESIDENCIAIS DA CLASSE MÉDIA DE CURITIBA CURITIBA 2006

CAROLINE BOLLMANN ZALESKI MATERIAIS E CONFORTO: UM ESTUDO SOBRE A PREFERÊNCIA POR ALGUNS MATERIAIS DE ACABAMENTO E SUA RELAÇÃO COM O CONFORTO PERCEBIDO EM INTERIORES RESIDENCIAIS DA CLASSE MÉDIA DE CURITIBA Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Construção Civil da Universidade Federal do Paraná, UFPR, Como requisito parcial à obtenção do título De Mestre em Construção Civil, área de Concentração: Ambiente Construído. Orientador: Prof. Dr. Aloísio Leoni Schmid CURITIBA 2006

FICHA CATALOGRÁFICA ZALESKI, Caroline Bollmann. Materiais e conforto: Um estudo sobre a preferência por alguns materiais de acabamento e sua relação com o conforto percebido em interiores residenciais da classe média de Curitiba. Curitiba, PR : 2006. Orientador: Prof. Dr. Aloísio Leoni Schmid Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Paraná- Programa de Pós Graduação em Construção Civil 1. Materiais. 2 Conforto ambiental. 3. Acabamentos de superfícies. 4. Espaço interno. 5 Arquitetura de interiores.

Ao meu marido, com todo meu amor e carinho, pela paciência, colaboração e incentivo em todos os momentos.

AGRADECIMENTOS Ao Professor Aloísio, pela orientação, dedicação, colaboração e paciência. A meus pais, Hermes e Izolda, minhas Irmãs Thaís, Larissa e Camila, por acreditarem em mim e sempre me encorajarem a enfrentar novos desafios. À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Construção Civil, na pessoa do Professor Dr. Ney Augusto Nascimento, pela dedicação e responsabilidade com que coordena o curso. A todos os professores do programa, pelas horas de dedicação, ensino e amizade. Aos colegas do curso, pelas trocas de experiência, pelos momentos de descontração e de ajuda mútua. Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPQ), pelo apoio e incentivo à pesquisa. E a todas as pessoas que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho, em especial àquelas que, em algum momento do seu dia corrido, pararam suas atividades e preencheram os questionários da pesquisa. Sem vocês este trabalho não teria sentido.

RESUMO Zaleski, Caroline Bollmann. Materiais e Conforto: Um estudo sobre a preferência por alguns materiais de acabamento e sua relação com o conforto percebido em interiores residenciais da classe média de Curitiba. Programa de Pós Graduação em Construção Civil, Universidade Federal do Paraná, 2006. Nº. de páginas: 134. Dissertação de Mestrado. Os materiais de acabamento têm influência sobre o espaço interno da edificação e podem determinar, por meio de estímulos, as condições favoráveis ou não, às pessoas para se habituarem a esse ambiente. Esta pesquisa faz uma análise da preferência por determinados acabamentos de superfícies, relacionada diretamente à percepção do conforto no ambiente. A hipótese principal a ser testada é que a escolha de alguns revestimentos está condicionada à percepção do material no ambiente e, por isso, somente as características físicas desses materiais tomados individualmente não são suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou não e, além disso, a escolha por determinados acabamentos sob o ponto de vista do conforto difere entre diversos grupos humanos, sejam eles de diferentes sexo ou faixa etária. Por meio da revisão bibliográfica e posterior utilização de um levantamento exploratório foi feita uma análise estatística dos dados e informações coletadas, cujos resultados comprovaram a hipótese testada, além de sugerirem um novo paradigma sobre a importância da arquitetura de interiores e do processo de especificação de materiais para o espaço interno da edificação. Palavras-chave: Materiais; Conforto ambiental; Acabamentos de superfícies; Espaço interno; Arquitetura de interiores.

ABSTRACT Zaleski, Caroline Bollmann. Materials and Comfort: A study about the preference for some finishing materials and how this is related to the comfort that are realized inside a home to Curitiba middle class. Civil Construction Post- Graduation Program, Universidade Federal do Paraná, 2006. Number of pages 134. Master s Degree Essay. The finishing materials have influence on building interiors and can define, through stimuli to the inhabitants, their adaptation to that environment. The present investigation analyzes the preference for some surface materials that are directly related to the perception of comfort in those interiors. The main hypothesis to be tested is that the choice for some coverings is related to the perception of the material in the interior, what defines that the individual physical characteristics of these materials taken alone are not enough to characterize if the interior is comfortable or not. Besides, the choice for some specific surface materials from the point of view of comfort differs for different human groups, considering gender and age. After a bibliographic review, an exploratory investigation was performed, with a statistical analysis of and the gathered information. The hypothesis under appraisal is verified. Besides, the results suggest a new understanding of the importance of interior design and the process of materials specification to the indoor spaces of buildings. Key-words: Materials; comfort; Surface finishing materials; Indoor space; Interior design.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura1 - Quarto standard e quarto designed 49 Figura 2 - Diagrama do processo de seleção de materiais 55 Figura 3 - Estratégia da pesquisa 59 Figura 4 - Tabela de concordância 69 Figura 5 - Fórmula para o coeficiente Kappa 70 Figura 6 - Variação assintótica do coeficiente Kappa 70 Figura 7 - Foto 1 para cozinha 97 Figura 8 - Foto 2 para cozinha 97 Figura 9 - Foto 3 para cozinha 98 Figura 10 - Foto 4 para cozinha 98 Figura 11 - Foto 5 para cozinha 99 Figura 12 - Foto 1 para sala 100 Figura 13 - Foto 2 para sala 100 Figura 14 - Foto 3 para sala 101 Figura 15 - Foto 4 para sala 101 Figura 16 - Foto 5 para sala 102 Figura 17 - Foto 1 para dormitório 103 Figura 18 - Foto 2 para dormitório 103 Figura 19 - Foto 3 para dormitório 104 Figura 20 - Foto 4 para dormitório 104 Figura 21 - Foto 5 para dormitório 105

LISTA DE TABELAS Tabela 4.1 Preferência por algum ambiente residencial, em Curitiba 2006 Tabela 4.2 Tabela 4.3 Tabela 4.4 Tabela 4.5 Tabela 4.6 Tabela 4.7 Preferência por algum ambiente residencial separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Preferência por algum ambiente residencial separado por sexo, em Curitiba 2006 Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente confortável, em Curitiba 2006 Resumo das definições dadas para ambiente confortável, em Curitiba 2006 Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente desconfortável, em Curitiba 2006 Resumo das definições dadas para ambiente desconfortável em Curitiba 2006 Tabela 4.8 Indicação de um lugar confortável, em Curitiba 2006 Tabela 4.9 Tabela 4.10 Tabela 4.11 Tabela 4.12 Tabela 4.13 Tabela 4.14 Tabela 4.15 Tabela 4.16 Indicação de lugar confortável separado por faixa etária, em Curitiba 2006 Indicação de lugar confortável separado por sexo, em Curitiba 2006 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto separado por faixa etária Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto separado por sexo Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista do conforto Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação separado por faixa etária 75 75 76 77 77 78 79 79 80 80 81 81 82 83 83 84

Tabela 4.17 Tabela 4.18 Tabela 4.19 Tabela 4.20 Tabela 4.21 Tabela 4.22 Tabela 4.23 Tabela 4.24 Tabela 4.25 Tabela 4.26 Tabela 4.27 Tabela 4.28 Tabela 4.29 Tabela 4.30 Tabela 4.31 Tabela 4.32 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação separado por sexo Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista uso e ocupação Materiais não encontrados nas residências dos respondentes Classificação dos materiais encontrados para pisos de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Existência de material sobreposto para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de cozinha, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de cozinha, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Existência de material sobreposto para pisos de sala, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de sala, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de sala, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 84 85 85 86 87 87 87 88 88 89 89 90 90 91 91 92

Tabela 4.33 Tabela 4.34 Tabela 4.35 Tabela 4.36 Tabela 4.37 Tabela 4.38 Tabela 4.39 Tabela 4.40 Tabela 4.41 Tabela 4.42 Tabela 4.43 Tabela 4.44 Tabela 4.45 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de sala, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de dormitório (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Existência de material sobreposto para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de dormitórios (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de dormitórios, em Curitiba - 2006 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de dormitórios (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de dormitórios, em Curitiba - 2006 Resumo dos materiais preferidos na primeira etapa do questionário, em Curitiba 2006 Classificação da preferência dos materiais para cozinha, através das imagens da Etapa 2, em Curitiba - 2006 Classificação da preferência dos materiais para sala, através das imagens da etapa 2, em Curitiba - 2006 Classificação da preferência dos materiais para dormitório, através das imagens da Etapa 2, em Curitiba - 2006 Resumo para o nível de concordância através da Estatística Kappa, em Curitiba 2006 92 93 93 93 94 94 95 95 96 99 102 105 106

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 15 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 17 1.2 OBJETIVO DA PESQUISA 17 1.3 HIPÓTESE DA PESQUISA 17 1.4 JUSTIFICATIVAS 17 1.5 MÉTODO DE PESQUISA 18 1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 19 1.7 VALIDAÇÃO DA PESQUISA 20 1.8 ESTRUTURA DA PESQUISA 20 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21 2.1 O CONCEITO DO CONFORTO NO AMBIENTE 21 CONSTRUÍDO 2.1.1 A idéia de conforto e seus contextos 22 2.1.2 Aspectos do contexto ambiental do conforto 24 2.1.3 A função simbólica e o contexto sócio-cultural e psicoespiritual 25 do conforto 2.1.4 O vínculo entre os contextos ambiental e corporal do 26 conforto 2.1.5 Síntese e discussão 27 2.2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DO CONFORTO AMBIENTAL 28 2.2.1 As variáveis do meio fisco e do usuário 28 2.2.2 As variáveis projetuais 30 2.2.3 Síntese e discussão 31 2.3 A HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MORADIA 32 2.3.1 Lar: O significado da casa 32 2.3.2 As funções habitacionais 34 2.3.3 Síntese e discussão 35 2.4 ARQUITETURA E COMPORTAMENTO HUMANO: A 36 FENOMENOLOGIA 2.4.1 O espaço pessoal 37 2.4.2 A psicologia ambiental e a percepção do espaço 39 arquitetônico 2.4.3 Síntese e discussão 40

2.5 O ESPAÇO INTERNO DA EDIFICAÇÃO 42 2.5.1 O espaço interno segundo os traços do caráter 43 2.5.2 Materiais e a qualidade do ar interno 44 2.5.3 Síntese e discussão 45 2.6 O PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES 46 2.6.1 A influência do projeto de interiores na percepção dos 48 espaços 2.7 A IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO 50 CIVIL 2.7.1 Características históricas e tecnológicas 50 2.7.2 Os acabamentos das superfícies 52 2.7.3 O processo de especificação dos materiais 53 2.7.4 Síntese e discussão 56 3 MÉTODO DE PESQUISA 57 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 57 3.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA 58 3.2.1 Delineamento da pesquisa 58 3.2.2 Pesquisa bibliográfica 60 3.2.3 Levantamento 60 3.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA 62 3.3.1 Definição do problema 62 3.3.2 Preparação do questionário para coleta de dados 62 3.3.3 Teste Piloto do questionário 64 3.3.4 Aplicação do questionário etapa 1 65 3.3.5 Aplicação do questionário etapa 2 66 3.3.6 Tabulação e análise dos dados obtidos 68 3.3.6.1 Estatística KAPPA 68 4 RESUTADOS E DISCUSSÃO 72 4.1 PESQUISA DE CAMPO 72 4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS 73 4.2.1 Estrutura da análise dos dados 73 4.2.2 Análise estatística das variáveis gerais 74

4.2.2.1 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais 4.2.2.2 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação 4.2.2.3 Composição da amostra sobre o materiais atuais e ideais para cozinha,dormitório e sala 4.2.2.4 Composição da amostra quanto aos materiais ideais para cozinha, sala e dormitório na segunda etapa da pesquisa e a relação de concordância entre a etapa 1 e 2 75 81 85 96 5 CONCLUSÃO 108 5.1 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS 111 FUTUROS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 113 APÊNDICES 120

INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

1 INTRODUÇÃO [..] A arte da arquitetura não consiste apenas em fazer coisas belas nem em fazer coisas úteis, mas em fazer ambas ao mesmo tempo. (Herman Hertzberg - Lições de Arquitetura, 1996, p.174) Conforto, no sentido da palavra, é o ato ou efeito de confortar. Significa comodidade material, aconchego (MICHAELIS, 1998). Está relacionado diretamente com conveniência, eficiência, bem-estar físico, privacidade (RYBCZYNSKI, 1986). O significado originário de conforto era consolo, e consolar está muito ligado ao sentido de afagar. Tem forte conotação tátil, o que sugere a importância de estudar os materiais da superfície e seus acabamentos. Segundo Kolcaba e Wilson (2002), autoras que escrevem a importância do conforto no contexto da enfermagem, pode-se dizer que existem quatro contextos importantes em que o conforto está inserido. Seriam eles: físico (relacionado às sensações corporais e mecanismos homeostáticos do equilíbrio do corpo); psicoespiritual (relacionado à consciência interna de si, em que se pode incluir estima, conceito, sexualidade, significado na vida de alguém), sócio-cultural (pertencente a relações interpessoais, familiares e sociais e também a tradições familiares, rituais e práticas religiosas); e ambiental (pertencendo à base externa da experiência humana temperatura, luz, som, odor, cor, mobiliário, paisagem, etc). A análise do ambiente construído sob o aspecto do conforto se desdobra portanto, numa série de quesitos, tais como: ergonomia, iluminação, acústica, contexto térmico, entre outros. Esses quesitos, por sua vez, não existem autonomamente. Dependem da relação que o homem desenvolve com o ambiente em que habita, que fica bem caracterizada quando considerados os outros três contextos de conforto acima citados. Neste trabalho, o ambiente em questão é o espaço interno da edificação residencial e as condições de conforto ambiental desse espaço dependem intimamente das suas características arquitetônicas. Conforme Zevi (1978, p.28), [...] Arquitetura não é apenas arte nem só imagem de vida histórica ou de vida vivida por nós e pelos outros, é também, e, sobretudo, o ambiente, para a cena onde decorre a nossa vida.

Logo, a decisão dos arquitetos sobre a organização espacial, a forma, os sistemas construtivos e enfim, sobre os materiais a serem utilizados em seus projetos vão condicionar as características ambientais que, como estímulos, determinam as condições favoráveis ou não favoráveis, às pessoas aceitarem o ambiente (RAPOPORT, 1990). Na apresentação dos quatro contextos de Kocalba e Wilson (2002), percebese de diversas maneira a influência dos materiais na relação com o ambiente. Sendo assim, a análise e a especificação dos materiais utilizados no espaço interno da edificação são fatores importantes para o conforto. Tendo conhecimento das características físicas dos materiais, bem como das necessidades do usuário, que se dão por razões fisiológicas e também psicológicas, a escolha por determinados acabamentos torna-se fator fundamental para que o propósito ao qual o edifício foi construído seja atendido. Da qualidade dos materiais empregados irá depender a solidez, a durabilidade, o custo, a estética e o acabamento final da obra. Porém, interessa primordialmente neste trabalho a maneira como os materiais influenciam o contexto ambiental do conforto, diretamente, e também os outros contextos, indiretamente. Por exemplo, gravuras na parede ou um tapete antigo podem conter referências afetivas e culturais; assim também a madeira e a pedra dos revestimentos, pela durabilidade que têm. Diante dessas variáveis de implicações dos materiais, esta pesquisa procura conhecer a percepção das pessoas sobre o conforto nos ambientes e ainda esclarecer a relação entre a especificação de alguns materiais nos interiores residenciais e o contexto ambiental do conforto proporcionado por eles. Ressalta-se também que as propriedades físicas dos materiais dificilmente são suficientes para caracterizar um ambiente em confortável ou não.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA Considerando a influência dos materiais para a percepção do conforto no ambiente, o problema da pesquisa pode receber a seguinte formulação: Qual a relação entre a preferência dos usuários por determinados materiais para os interiores residenciais e a contribuição fisicamente mensurável destes materiais para a percepção do conforto nos ambientes? 1.2 OBJETIVO DA PESQUISA Tendo em vista a importância do espaço interno da edificação e em particular, dos seus materiais de acabamento, para o contexto ambiental do conforto, o objetivo desse trabalho é verificar, por meio de um levantamento, a existência de uma correlação entre a preferência dos usuários por determinados acabamentos e a contribuição fisicamente mensurável desses materiais para a percepção do conforto nos ambientes. 1.3 HIPÓTESE DA PESQUISA A preferência por determinados revestimentos, sob o ponto de vista do conforto, está relacionada à percepção do material no ambiente e, por isso, somente as características físicas desses materiais tomados individualmente não são suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou não. Além disso, a escolha por determinados acabamentos difere entre diversos grupos humanos, sejam eles de diferentes sexos ou faixa etária. 1.4 JUSTIFICATIVAS O bem-estar" é uma necessidade humana e o conforto uma condição para alcançá-lo (RYBCZYNSKI, 1986). Sabendo que o conforto depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos, a

postura do usuário, suas necessidades e modificações determinam requisitos mínimos de conforto. Um simples cálculo que considere, por dia, oito horas de sono, oito horas de trabalho ou estudo e, ao menos duas horas para alimentação, higiene e outros cuidados pessoais ou com seu ambiente, indica que a maior parte do tempo, 75% ao menos, são passadas dentro das edificações. Além disso, o homem parece se esforçar em fazer cada vez menos habitável o meio urbano em que vive, contaminando-o com gases, lixo, ruídos, odores, além de substituir as reservas verdes por superfícies construídas e impermeáveis e, por isso, a cada dia, tem buscado ambientes onde possa trabalhar e descansar seguro e isolado dos fatores indesejáveis do ambiente externo (PAULINO, 1999). Homem e ambiente convivem num processo de interdependência, criando uma ligação íntima entre os processos psicológicos de percepção do espaço e os processos de criação desse espaço. Ainda, a maneira pela qual o homem modifica o ambiente é hoje um tema de muita relevância, pois os espaços são expressões culturais do homem ao mesmo tempo em que são suportes espaciais para a construção de sua identidade. Assim, é de extrema importância que o arquiteto ou o profissional que atua no ambiente compreenda como os materiais que participam desse ambiente têm influência na percepção do conforto. Já o desenvolvimento da tecnologia e dos materiais mostra uma tendência em aumentar sua participação no setor à medida que o país se desenvolve e com isso, surgem novos materiais e novas formas de pensar a arquitetura e os interiores residenciais. Por meio da análise da preferência de alguns materiais, este trabalho deverá subsidiar uma especificação melhor fundamentada, que leve em consideração não somente as características físicas e técnicas dos materiais mas também, considere a existência de uma relação entre o material e o conforto percebido no ambiente. 1.5 MÉTODO DE PESQUISA O método de pesquisa adotado consiste no desenvolvimento de uma revisão bibliográfica e posterior utilização de um levantamento. Devido ao fato

da pesquisa apresentar um caráter exploratório, a principal finalidade a ser atingida com a utilização do método citado é desenvolver, esclarecer e modificar conceitos, idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores (GIL, 1999). Como o tema escolhido é pouco explorado, e isso decorre da escassa existência de bibliografia, nacional ou estrangeira, que dispense ao problema tratamento equivalente ao acima formulado, torna-se difícil sobre ele desenvolver hipóteses precisas e operacionalizáveis. Logo, como primeira etapa da pesquisa, o levantamento bibliográfico perpassa diferentes disciplinas relacionadas à arquitetura e psicologia ambiental, e tem como objetivo formular uma estrutura teórica de embasamento com foco no espaço interno da edificação. Na segunda etapa foi aplicado um questionário, que também desenvolvido em duas etapas, proporcionou coletar dados e informações sobre o tema pesquisado. Como ferramenta de análise quantitativa e qualitativa foi feita a triangulação dos dados coletados que consiste no fundamento lógico para dar validade e confiabilidade ao estudo (YIN, 2001). 1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO A pesquisa limitou-se a estudar apenas espaços internos de edificações para uso residencial em Curitiba. Essas edificações foram classificadas nas tipologias casa ou apartamento e foram excluídos os demais tipos de moradias. O universo da amostra consiste na população residente em Curitiba que têm acesso à internet, uma vez que todo o levantamento utilizou a World Wide Web (web- teia mundial) para divulgação e preenchimento. Os materiais analisados referem-se somente a pisos, tetos e paredes e os ambientes selecionados da residência foram cozinhas, dormitórios e salas. Os materiais que mais se destacaram na preferência das pessoas que participaram da pesquisa é que foram analisados.

1.7 VALIDAÇÃO DA PESQUISA Segundo YIN (2001), uma pesquisa constitui a lógica que une os dados a serem coletados às questões iniciais de um estudo. Como forma de validação deste trabalho, pôde-se considerar que a validade do constructo foi alcançada, uma vez que a revisão bibliográfica e o teste-piloto deram fundamentação à escolha dos dados que foram coletados com os questionários. Já a validade interna da pesquisa pôde ser comprovada com a análise das respostas dadas na primeira e segunda etapa do questionário. Por fim, a validação externa, que estabelece o domínio ao qual as descobertas do estudo podem ser generalizadas, poderá ser apresentada à medida que outros estudos sobre o mesmo tema sejam realizados. 1.8 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho está estruturado em cinco capítulos. Neste primeiro capítulo são apresentados a introdução do trabalho, o problema da pesquisa, o objetivo, a justificativa para escolha do tema, a hipótese, as limitações da pesquisa, uma breve descrição do método de pesquisa adotado e a estrutura da dissertação. O capítulo dois apresenta a fundamentação teórica da pesquisa e sua revisão bibliográfica. O capítulo três descreve o método de pesquisa e as ferramentas de coleta de dados para a condução do trabalho. Já o capítulo quatro descreve os resultados da pesquisa. E o capítulo cinco apresenta as conclusões finais e sugestões para o desenvolvimento de futuros trabalhos relacionados ao tema.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O capítulo anterior expôs uma pequena introdução sobre o tema pesquisado, definiu a problemática da pesquisa, o objetivo principal, as justificativas para escolha do tema, o método adotado, a limitação do trabalho, além de fazer considerações sobre como foi estruturada a dissertação. O capítulo presente tem como escopo uma revisão bibliográfica realizada com o objetivo de buscar referenciais teóricos que dêem embasamento sobre os seguintes temas: o conceito de conforto e suas principais variáveis no ambiente construído e uma visão geral sobre os contextos em que ele pode estar inserido; a relação entre o ser humano, meio ambiente e arquitetura por meio do estudo da psicologia ambiental, do espaço pessoal e das necessidades do homem em relação ao meio; a análise do espaço interno da edificação desde a história e evolução da casa até os conceitos de arquitetura de interiores; o estudo de alguns materiais de acabamento das superfícies e o processo de especificação de materiais. 2.1 O CONCEITO DE CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO Conforto é um conceito bastante abrangente e a idéia de conforto associado ao ambiente construído reúne uma série de parâmetros de diferentes áreas do conhecimento como: ergonomia, acústica, termodinâmica, luminotécnica, entre outras (PAULINO, 1999). Sendo o ambiente um conceito daquilo que fisicamente envolve, essas áreas do conhecimento tratam de duas manifestações físicas principais; energia e materiais. E nesses, têm especial importância as superfícies. Para Solano Vianna e Gonçalves (2001) as questões relacionadas à habitabilidade dos espaços, especificadamente aquelas referentes às condições do conforto luminoso, higrotérmico, acústico e de ventilação natural são fundamentais para uma atividade que pretende colocar a satisfação do homem como o principal objetivo. Mas será que o conforto pode ser equacionado somente por suas vertentes físicas? Um indício de que isso não é verdade é apresentado por Hopkinson et al. (1969), citado por Solanno Viana e Gonçalves (2001, p.3)

[...] O que nós vemos depende não somente da qualidade física da luz ou da cor presente, mas também do estado de nossos olhos na hora da visão e da quantidade de experiência visual que nós temos de lançar mão para nos ajudar no nosso julgamento. O conforto é, portanto, a interpretação por meio de sensações, inclusive as de caráter subjetivo, de difícil avaliação (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001), pois depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos. Para Schmid (2005), o conforto disputa com a arte o poder de satisfazer as pessoas, e parte dessa disputa se refere à eficácia emocional. Segundo Graeff (1980), o edifício constitui o produto mais característico da Arquitetura. É por meio dele que a Arquitetura se relaciona com a vida dos homens em suas diversas manifestações. O edifício, portanto, não é apenas a construção em si, nem os seus sistemas construtivos e componentes que definem suas qualidades essenciais. Tais elementos são importantes na medida em que geram, delimitam, organizam, ordenam o espaço arquitetônico, isto é, o lugar agenciado para a prática das atividades humanas. Entende-se por espaço edificado aquele que está contido pelo espaço interno. Já para Rybczynski (1986) o bem-estar é uma necessidade humana, e os espaços devem ser pensados e especificados de forma a cumprir os objetivos para o qual eles foram projetados e, se o objetivo fundamental é torná-los habitáveis, proporcionar conforto é a sua principal característica. 2.1.1 A idéia de conforto e seus contextos Conforto, nos dicionários, assim como para o senso comum, é visto como comodidade, apoio, consolo, alívio, bem-estar. Um conceito bastante amplo, que dá margens a diferentes interpretações e percepções, muitas vezes subjetivas, como nos romances e nas pinturas e, outras, objetivas, como nos livros de arquitetura e engenharia, podendo ainda ser percebido, sentido, e até mesmo medido, classificado e normatizado (FREITAS, 2005). Num primeiro momento, o conceito de conforto parece muito natural, como se sempre tivesse existido. Mas, pesquisadores que estudam o assunto afirmam que isso não é verdade. Para Schmid (2005), o termo conforto quase não era utilizado

para a edificação em meados do século XVIII e, sim, no século XIX é que o assunto passou a ser mais difundido. A partir do século XX, o movimento modernista da época tinha verdadeira hostilidade ao conceito de conforto, como exemplo percebese a idéia da casa como máquina de morar do arquiteto modernista Le Corbusier. Mas, como se constatou a partir da década de 70, faltava ao Modernismo entender que diferentes climas, paisagens e culturas, necessitavam de diferentes propostas e conceitos novos para os edifícios (SCHMID, 2005). Começam a surgir, então, termos como arquitetura bioclimática, sustentável, e até a disciplina de física aplicada às edificações passar a ter o nome de conforto ambiental no ambiente acadêmico de cursos como Arquitetura e Urbanismo. Ainda para Schmid (2005), o conforto ambiental surge como esforço de se resgatar a arquitetura enquanto abrigo diante de outras intenções como a monumental, produtiva ou representativa. Rybczynski (1986), em seu livro Casa, pequena história de uma idéia, apresenta uma evolução no conceito de conforto, onde o autor identifica questões como a domesticidade, privacidade e intimidade. Privacidade seria, segundo o autor, uma das primeiras exigências do conforto visto que, na idade média, por exemplo, as famílias dividiam os mesmos espaços. Outros valores como conveniência, encanto e eficiência também estariam correlacionados à evolução do conceito de conforto do século XVIII até século XX. A arte desses séculos deixou vários registros do que seria conforto e bem-estar em tempos passados. Para Freitas (2005), exemplos disso seriam amplos salões para circular; espaçosas poltronas para descansar; altas janelas para fazer a iluminação chegar aos ambientes mais profundos. Esses registros transmitem a idéia de conforto enquanto dimensão, forma e textura capazes de proporcionar um estado de bem-estar. E a importância dos materiais de revestimento vai se tornando evidente em suas diferentes formas de interação com as pessoas: compartimentando, isolando, recobrindo, amparando, refletindo seletivamente luz e som. Já na formulação de Kolcaba e Wilson (2002), o conforto compreende quatro contextos: corporal, ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural. Ao lado do conforto, a arquitetura acontece segundo dimensões funcionais, construtivas, estéticas e simbólicas.

Três contextos do conforto ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural são mencionados a seguir. Depois, será tratado o contexto corporal, normalmente relacionado à saúde, que aparece como uma especialização do ambiental. 2.1.2 Aspectos do contexto ambiental do conforto A avaliação do desempenho de uma edificação é uma abordagem complexa, em que interagem diversos fatores. Consiste em prever o comportamento potencial do edifício, seus elementos e instalações, quando submetidos a condições normais de exposição e avaliar se tal comportamento satisfaz as exigências do usuário. Souza e Mitidieri Filho (1986), analisando o desempenho de habitações populares, citam a norma internacional ISO-DP 6241 (1970) que estabelece catorze exigências dos usuários. Relativamente àquelas que classificam como bioambientais, são citadas: Exigências de conforto higrotérmico: temperatura e umidade do ar e das paredes. Exigências de conforto visual: iluminação, aspecto dos espaços, das paredes e vista para o exterior. Exigências de conforto acústico: isolação acústica e níveis de ruído. Exigências de conforto tátil: eletricidade estática, rugosidade, umidade e temperatura de superfície. Exigências atmosféricas: pureza do ar e limitação de odores. Essa relação poderia ser ainda aprofundada nos diferentes grupos de exigência, incluindo o condicionamento acústico dentro dos ambientes mediante absorção seletiva; controle da velocidade do ar e dos campos radiantes; da condutividade térmica e capacidade térmica das superfícies, que determina limites de tolerância (inferior e superior) à temperatura para contato da pele desprotegida. Nota-se que todos esses condicionamentos dependem de materiais e de suas superfícies.

2.1.3 A função simbólica e os contextos sócio-cultural e psico-espiritual do conforto O espaço arquitetônico tem inúmeros significados além do utilitário. Dentre eles existem aqueles relativos ao status, à estética e ao simbolismo. O ser humano é o agente que diferencia e delimita os espaços, atribuindo-lhes essas funções diversas. Sommer (1974) critica o funcionalismo, defendido pela corrente modernista ortodoxa, por não ser baseado no comportamento humano e na satisfação do usuário. Ele diz que o arquiteto não pode ser formado para ver os edifícios sem pessoas dentro. O autor explica os aspectos das funções da arquitetura, dizendo que [...] a arquitetura pode ser bela, mas deve ser mais do que isso; deve conter espaço em que algumas atividades possam ser realizadas de maneira cômoda e eficiente. Não apenas a forma deve seguir a função, mas deve acompanhá-la sob todos os seus aspectos. O desenvolvimento das potencialidades humanas depende, entre outras coisas, da qualidade do ambiente onde são desenvolvidas as atividades humanas. As diretrizes que embasaram a construção teórica da metodologia para avaliação de ambientes construídos foram desenvolvidas por Malard (1992) que, tomando o ser humano como referencial, considera as relações entre as características espaciais humanas e existenciais do espaço, justificando a existência humana como essencialmente espacial. Hoje, para qualquer processo de projeto, é indispensável envolver o usuário nesse processo. A abordagem fenomenológica surge como forma de compreensão das características espaciais que ultrapassam as suas propriedades físicas (ALMEIDA, 1995) e é apresentada no item 2.3, adiante. Essa estreita relação entre homem e espaço também é o enfoque principal de Rapoport (1990) no texto Origens culturais da Arquitetura. O autor trata da questão de como e por que surgiu a arquitetura, explicando o real significado e importância que ela tem para o homem ao longo de sua história. Rapoport (1990) diz que a arquitetura surgiu pela necessidade de abrigo, o que evidencia que a função de habitação que a casa possui, pode ser considerada como a primeira função atribuída à arquitetura. Uma casa é um espaço complexo,

que reúne as principais funções do homem, além de sua utilidade prática de abrigo. A apropriação de seus ambientes dá-se em função da identidade daqueles que o habitam. Ele fala das mesmas relações do homem com o meio ambiente construído que Malard (1992) defende em seu relato sobre o tema. Segundo Malard (1992), o homem e o espaço são existencialmente conectados, visto que todas as ações humanas ocorrem no espaço. Ela define os fenômenos subjetivos relacionados à atividade de habitar, que expressam as chamadas dimensões fenomenológicas, características fundamentais da habitação, que interferem na habitabilidade. Este termo é definido, conforme Korosec-Serfaty (apud MALARD, 1992) como a qualidade maior dos edifícios, ou seja, a qualidade que os torna habitáveis. A autora faz uma analogia entre a habitabilidade de um edifício e a funcionalidade de um produto a qual chama de equipamentabilidade, dizendo que se esta deve ser a maior qualidade de um equipamento, então a habitabilidade deve ser a maior qualidade de um espaço arquitetônico. Por fim, a habitabilidade ainda pode ser entendida como um sinônimo de conforto, senão um valor que muito se assemelha a ele (BOLLNOW,1991). 2.1.4 O vínculo entre os contextos ambiental e corporal do conforto A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua "saúde" como o "bem estar físico, mental e social" dos indivíduos humanos. Estes têm como seu habitat natural o ambiente urbano, ou seja, a cidade. Esta se apresenta historicamente como sendo a antítese do ambiente natural, ou do campo (ambiente rural) e pode ser definida como um espaço onde habitam e se organizam pessoas voltadas a atividades não agrícolas. Em estudos sobre a relação da cidade com o ambiente natural, percebe-se que a tradição colocou a primeira contra a segunda, e vice-versa. (SPIRN, 1995). Segundo Teixeira e Pereira (2001), analisar o ambiente construído segundo o aspecto do conforto ambiental é uma abordagem segmentada e parcial, porque além de confortável, o ambiente deve ser saudável. Nem todas as condições de conforto correspondem a condições saudáveis. O homem, por meio dos sentidos, é levado a conferir relevância às condições de conforto, quase sempre ignorando as demais. Para Gianini (1997) a saúde de qualquer indivíduo depende da saúde de todos, e a saúde de todos depende da saúde do meio ambiente. O autor refere-se,

nesta frase, ao meio ambiente urbano e aos componentes deste meio que interferem na manutenção da saúde de uma comunidade: alimentação, educação, lazer, segurança, trabalho, justiça, liberdade, cultura, transporte, saneamento, qualidade do ar, e no meio urbano mede-se a qualidade do ar pelos índices de poluição, grau de umidade e temperatura do ar. Na caracterização destes aspectos, interferem as variáveis climáticas: movimento do ar (velocidade e direção dos ventos), fator de radiação solar, precipitação, estação do ano, hora do dia, natureza das superfícies e cobertura do solo. As modificações climáticas provocadas pela urbanização constituem um dos aspectos que têm sido levantados por pesquisadores como possíveis agentes causadores do aparecimento de problemas de saúde nos habitantes urbanos. 2.1.5 Síntese e discussão Conforto é visto enquanto suficiência, comodidade, apoio, consolo, alívio, bem-estar. Um conceito um tanto quanto amplo, que dá margens a diferentes interpretações. Os contextos em que ele pode estar inserido conforme mostrado por Kocalba e Wilson (2001) sugerem que os materiais, sempre de alguma forma, têm ligação com o conforto. Muitas vezes as condições sócio-econômicas ou até mesmo culturais acabam por definir determinadas preferências. O espaço interno muitas vezes é imperceptível, mas são percebidos seus limites, que são principalmente superfícies materiais. Se não fazem parte rigorosamente do ambiente, elas condicionam nele esta importância que tem para os contextos sócio-cultural e psicoespiritual do conforto.

2.2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DO CONFORTO AMBIENTAL [...]O controle do ambiente não é a totalidade da arquitetura, mas deve ser parte da ordenação básica de qualquer projeto. O arquiteto deve fazer do controle da luz, do som e do calor um problema seu. (Solano Vianna e Gonçalves Iluminação e Arquitetura,2001 p.3) O ser humano é o elemento central de toda razão de ser da arquitetura. Esta é fruto de todo um contexto social, econômico, cultural, político e até geo-climático por que passa uma determinada sociedade (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001). Vários fatores intervêm no conforto ambiental nas edificações, podendo ser divididos em três níveis distintos: os fatores relativos ao clima e ao meio ambiente; os relativos aos projetos e a construções dos edifícios e aqueles relativos ao próprio usuário. 2.2.1 As variáveis do meio físico e do usuário Especificadamente em relação ao clima, pode-se dizer que vários fatores afetam o padrão e a percepção do conforto de um determinado ambiente. Para Solano Viana e Gonçalves (2001) esses fatores seriam: a radiação solar, a temperatura e movimento do ar, a umidade, a temperatura radiante das paredes e tetos, a quantidade geral de luz e sua distribuição. Relacionadas a isso, zonas de conforto são determinadas de acordo com a necessidade do ser humano em manter, por exemplo, o conforto térmico, lumínico e acústico. A tolerância a cada uma dessas faixas de conforto depende da aclimatação, de características humanas e de atividades desenvolvidas. O conforto térmico das pessoas, segundo Fanger (1972), depende de quatro grandezas físicas principais: a temperatura do ar, as temperaturas das superfícies, a umidade do ar e a velocidade do vento. Todas estariam inter-relacionadas e diretamente influenciadas pela concepção arquitetônica: orientação, disposição, dimensões, materiais, entre outros princípios da arquitetura. Já as trocas térmicas entre o corpo e o ambiente podem acontecer por diversas situações: convecção, por radiação e por condução Como o ser humano precisa manter a temperatura

corpórea constante, em torno de 37 C., o calor interno deve compensar as trocas com o meio. Nessa questão entre variáveis do meio físico e do usuário, também recebem importante papel as vestimentas. Essas devem ser adequadas aos climas e às atividades desempenhadas. O isolamento térmico varia de acordo com a eficiência da permeabilidade da roupa à passagem do vapor d água. Ainda para Freitas (2005) a exemplo da arquitetura vernacular, cada povo, sob diferentes climas, utilizam vestimentas tradicionalmente diversas, como os mantos dos tuaregues, nos climas quentes e secos, e os casacos de pele dos esquimós, nos climas frios. A umidade, de um modo geral, exerce influência sobre a absorção de radiação solar, sobre as precipitações, taxas de evaporação e transpiração, sobre a temperatura e, conseqüentemente, sobre o conforto humano. Já o vento, ou a movimentação da atmosfera, é influenciado pela temperatura, pela pressão, pela chuva e pelos volumes naturais e construídos, interferindo também sobre cada um desses elementos. As grandes circulações atmosféricas, em diferentes escalas de tempo e espaço, podem ser sentidos pelos indivíduos também a partir dos ventos locais, apresentando grande importância para a percepção do conforto (FREITAS, 2005). Para representar as diversas combinações entre temperatura, umidade e ventilação, sobre o organismo do homem, foi desenvolvido por Olgyay (1963) a Carta Bioclimática que, segundo o autor, permite avaliar se os mais diversos ambientes estão ou não em condições de comportar as atividades humanas. Nesse caso, os patamares de conforto compreendem temperaturas entre 22 C. e 28 C., com umidade entre 20% e 70%, valores esses que ainda podem ser analisados segundo a ventilação da área e a adaptação dos habitantes de cada determinada região. O conforto lumínico depende de dois quesitos básicos: a intensidade e a qualidade da luz. É por meio da observação da luz natural, que se pode chegar à determinação do tempo atmosférico, assim como à hora do dia e, até mesmo, à satisfação visual, quanto às necessidades de luz para realização de suas tarefas ou construção do sentido do lugar. O conforto acústico, por sua vez, depende da qualidade do som nos ambientes e do isolamento ou eliminação dos ruídos, que, por definição, seriam os sons não desejados (FREITAS, 2005). O isolamento ocorre, sobretudo, no caso de

se ter ambientes com diversas atividades e necessidades sonoras opostas. Pode-se isolar um ambiente através da massa construída, tanto quanto pelo distanciamento de diferentes zonas acústicas. Verifica-se, portanto, nos três casos descritos térmicos, lumínico e acústico uma pronunciada discrepância entre o meio físico e o ser humano e é essa discrepância a principal razão para o ser humano procurar um abrigo, descrito por suas variáveis projetuais. 2.2.2 As variáveis projetuais Para Solano Viana e Gonçalves (2001) antes de se elaborar qualquer projeto, deve-se existir uma preocupação com a relação homem-função-espaço. O programa a ser cumprido sempre é o início de todo projeto e a função é sempre analisada do ponto de vista pragmático e, raramente, do ponto de vista físico-operativo. Gropius (1977) já dizia que os componentes técnicos do projeto são apenas o meio prático de tornar visíveis idéias de nosso espírito. Já para Silva (1983) o projeto arquitetônico pode ser descrito como uma proposta de solução para um específico problema de organização do entorno humano. O autor diz em seu livro, Como se Faz Arquitetura, [...] o edifício, cujas formas e características não são ainda definíveis, é a solução para o problema, o projeto é uma proposta ou hipótese de solução para o mesmo problema. Não é a solução em si, já que apenas a obra, e não o projeto, é capaz de satisfazer as necessidades do usuário. Na realidade, o projeto pode ser considerado como representação possível de um ente ainda imaginário que, quando materializado, e se o for, poderá ser ou não uma forma apropriada de correção para o problema constatado. (SILVA, 1983, p. 33). Portanto, sendo o projeto um modelo de um objeto inexistente, mas que se pretende fazer existir, ele equivale ao momento em que as decisões são tomadas, levando-se em consideração todo o contexto de necessidades, aspirações e expectativas para que seja definida uma proposta que seja satisfatória e adequada. A arquitetura busca dar uma forma concreta aos espaços, sendo que as pessoas que a vêem ou habitam, seja conscientemente ou não, respondem a estas formas. Aberturas, vedações e revestimentos, tanto quanto as estruturas, merecem preocupação por parte de arquitetos e projetistas, uma vez que, no caso de ondas

sonoras, por exemplo, são transmitidas no ar, assim como por condução, no caso, os ruídos de impacto. Portanto, as decisões dos arquitetos sobre a organização espacial, a forma, os materiais a serem utilizados e os sistemas construtivos adotados em seus projetos vão condicionar as características ambientais que, como estímulos, determinam as condições favoráveis ou não a que as pessoas se adaptam ao seu ambiente imediato (RAPOPORT, 1990). Essas decisões, por sua vez, estão ligadas diretamente com a definição da implantação do projeto, dimensões de aberturas e de elementos externos, cores, texturas, materiais, enfim, a todas as responsabilidades do arquiteto projetista (SOLANO VIANNA e GONÇALVES, 2001) 2.2.3 Síntese e discussão É por meio das variáveis projetuais ( homem funçaão espaço) que a arquitetura organiza e expressa sua função, e nessa organização se torna necessário um planejamento comprometido com o resultado do seu produto final. Para o ambiente construído, isso equivale a harmonizar variáveis do meio físico àquelas do usuário: e isso, freqüentemente, implica em interpor-lhes uma materialidade.

2.3 A HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MORADIA 2.3.1 Lar: O significado da casa Rapoport (1990) diz que a arquitetura surgiu pela necessidade de abrigo, o que evidencia que a função de habitação que a casa possui, pode ser considerada como a primeira função atribuída à arquitetura. Uma casa é um espaço complexo, que reúne as principais funções do homem, além de sua utilidade prática de abrigo. A apropriação de seu ambiente dá-se em função da identidade daqueles que o habitam. A Casa é o centro do homem no mundo. O lugar para onde se pode ir e vir, é o lugar onde todas as suas relações no espaço estão referidas ( BOLLNOW,2000). Para Kowaltowski e Pina (2004), o espaço do morar é resultado de um processo criativo, orientado pelas necessidades sociais e culturais da integração homem-casa, que transcende a forma geométrica. A habitação passa a ter uma função maior que de um abrigo: é o local que proporciona segurança física, satisfação de necessidades de subsistência, posição social, renda eventual, dentre outros. Segundo Schmid (2005), a casa e tudo o que está ligado a ela, é um poderoso sistema de referência para cada pessoa e existe uma relação muito forte, que é recíproca, entre o morador e a casa. Rybczynski (1986), ao tratar das questões de privacidade, menciona como eram constituídas as casas medievais, longas e estreitas, que serviam para o ambiente do trabalho e de moradia. Ainda segundo o autor, a casa medieval era uma lugar público e não privado. A partir do século XVIII, espalha-se por toda a Europa a idéia de casa separada do ambiente de trabalho (MIGUEL, 2003). A casa deixa de ser apenas um abrigo, e passa a ter uma função social nova: a família. Como é comentado por Kowaltowski e Pina (2004), as mulheres perderam contato com os negócios e os homens, por sua vez, perderam o contato com os afazeres domésticos. Associado à família, aparece não só o isolamento, mas também o convívio entre integrantes, a domesticidade e a noção de conforto. Os espaços começam a ser mais segmentados e possuírem valores específicos; a casa urbana

passa a ser dividida em cômodos organizados em setores, os de prestígio, de intimidade e de rejeição (KOWALTOWSKI e PINA, 2004). Isso, claro, para as classes burguesas, pois para as classes populares, a realidade era bem diferente. Na França, por exemplo, quanto mais alta a moradia, mais pobre era a sua condição. A partir das duas guerras mundiais, o poder público passa a ter que rever seus conceitos para a reconstrução das moradias. E isso se dá de maneiras diferentes em todos os países. A Alemanha, por exemplo, se preocupava com a construção de novos edifícios, enquanto na Inglaterra, o que se priorizava era a construção de casas individuais (KOWALTOWSKI e PINA, 2004). Ainda segundo as autoras, no Brasil e em boa parte da Europa, deram início à construção de vilas, desde as vilas operárias até as mais sofisticadas para a classe média dominante. É a partir da década de 40 que grandes centros urbanos começam a passar por grandes transformações e é também a partir dessa época que as funções habitacionais começam a ficar mais explícitas. Miguel (2003) faz uma síntese do pensamento de dois grandes arquitetos que vivenciaram e projetaram para as décadas de 40 a 70. Foram eles Rino Levi e Vilanova Artigas. Para Rino Levi, o homem passa a querer ser considerado com indivíduo, no seu espaço privado, e para Artigas, projetar uma casa passa pela compreensão da estrutura social e cultural do espaço urbano onde ela está inserida. Ainda para ele, as casas traduzem a mudança cultural de um período. Já para Levi, existia uma diferença entre o sentido da casa e do lar. O lar é o abrigo para seres com laços familiares, e a casa, uma edificação vazia, recém construída, faltando a ela o hábito vital. Quanto à configuração formal para ambos, predominavam os sobrados, entre os anos 1929 até 1939. A utilização de ornamentos, detalhes decorativos e materiais de acabamento como reboco, blocos de pedra, telhas de barro e platibandas. A partir de 1940 até final da década de 60, as casas passam a ser também térreas, e outros materiais como a madeira e telhas cerâmicas começam a aparecer. Segundo Miguel (2003), nos três primeiros séculos de existência, não houve uma grande alteração no quadro urbano de São Paulo, mostrando casas modestas de um ou dois pavimentos e esse espaço residencial parecia ser feito para não ter grande durabilidade, pois as maiorias das casas eram construídas de taipas.com os avanços tecnológicos, como a inauguração das estradas de ferro, e era do café, muitas transformações passaram a ocorrer, principalmente a vinda de Europeus e

com eles, muitas transformações culturais. Ainda segundo Miguel (2003), a cidade entrava no século XX com água encanada, esgoto, iluminação elétrica, com serviços urbanos trazendo mais conforto aos seus habitantes e com isso, uma vida mais social. Abandonou-se o uso da taipa para utilizar tijolos, segundo os moldes europeus. Alterações significativas nos números de cômodos. Aparecem salas de estar, saletas, salões, copas, quartos de vestir, escritórios, gabinetes, etc. O término da Primeira Guerra Mundial marca o fim dessa época e início de uma outra fase, em que os Estados Unidos passam a ser também referência, trazendo novas alterações nos espaços residenciais. 2.3.2 As funções habitacionais Lemos (1994), em seu livro Alvenaria Burguesa, descreve a casa urbana, em São Paulo, no início do Século XIX, [...] ainda era de taipa, nos primórdios do café, aquela com salas na frente, alcovas no miolo escuro e varanda com sua cozinha anexa. As funções habitacionais dessa época resumiam-se em setor íntimo (alcovas), o serviço com varanda e cozinha, que tinham ligação direta com o quintal, e o estar se relacionava de forma direta com a rua, pois nessa época não existia o recuo frontal (MIGUEL, 2003). No final do século XIX e início do século XX, as transformações advindas do poder econômico do café são muitas, como, por exemplo, água encanada, iluminação, telefonia, automóvel. A classe dominante passa a ter influência da arquitetura francesa com os movimentos art-noveau e neo-clássico. O programa de necessidades sofre grandes modificações, e as funções habitacionais passam a ser bem definidas em estar, serviço e dormir. O estar, sempre posicionado na frente da casa, assume o papel de relação com o espaço público. Geralmente definido por 3 cômodos: sala de visitas, escritório ou gabinete e sala de jantar. A função serviço que no início do século XIX estava diretamente ligada ao quintal, passa a ganhar um lugar dentro da casa, com água canalizada, e no terreno agora o espaço é para guardar o veículo (MIGUEL, 2003). Surge o espaço da copa, para refeições diárias e também espaços como despensa e o quarto da criada, dentro da casa.

Já a função dormir, ainda segundo MIGUEL (2003), está sempre intermediária entre o social e o serviço, nas casas térreas. Nos sobrados, isolava-se no pavimento superior. Uma numerosa quantidade de quartos, servidos apenas por um banheiro. Desaparecem definitivamente as alcovas, pois devido a posturas municipais, os quartos passam a ter, obrigatoriamente, iluminação e ventilação natural. Com eles, os conceitos de individualidade fazem surgir o quarto do casal, das meninas e dos meninos. Essas três funções fortaleceram-se e permaneceram distintas como funções habitacionais. Refletindo sobre a evolução da habitação contemporânea fica claro que fatores culturais e sócio-econômicos foram responsáveis pelas mudanças verificadas, além de indicar tendências globalizadoras na ocupação dos espaços da moradia e alteração do padrão familiar. Baseado nessa evolução histórica, Albuquerque (2001) em um artigo sobre a cozinha brasileira observa que esses espaços estão cada vez menores e mais reduzidos e não apresentam condições ideais de conforto, desconsiderando o seu usuário e as questões culturais que envolvem a sociedade. Segundo a autora, os arquitetos tentam impor um modelo moderno, importado de grandes centros, e é fácil verificar que a cozinha, mais do que preparo de alimento,congrega outras atividades pertinentes à família, provavelmente como herança de formação histórica, pois ao longo dos séculos, nela ocorreram momentos de integração familiar. Pode-se concluir, portanto, que o tempo e a metodologia empregada pelos arquitetos são fatores que determinam as mudanças espaciais das moradias em geral. 2.3.3 Síntese e discussão A casa como significado de lar, de abrigo, e sendo o centro do homem no mundo, é fundamental para a relação homem espaço. A evolução da moradia é resultado de um processo criativo conduzido pelas necessidades sociais e culturais. A casa é percebida pelo homem por meio de sua distribuição espacial de seus diversos setores funcionais, entendida sob pontos de vista de posições socioeconômicas, faixas etárias, comportamento ético, preferências políticas e religiosas. Sendo assim, a arquitetura de interiores expressa a sua importância de transformar ambientes em verdadeiros lares, centros de referência para o homem no espaço.

2.4 ARQUITETURA E COMPORTAMENTO HUMANO: A FENOMENOLOGIA Para procurar esclarecer melhor a relação entre materiais e conforto, buscaram-se algumas noções da fenomenologia, considerada a ciência que estuda os fenômenos humanos em suas inter-relações, estabelecendo eventos e descrevendo-os. Os fenômenos humanos são relacionados com as dimensões fenomenológicas e com os elementos que eles representam na arquitetura. São expressos por questões comportamentais como territorialidade, privacidade, identidade e ambiência. As dimensões fenomenológicas da arquitetura são relações que buscam explicar como os usuários interagem com o espaço (SOMMER, 1974). São expressas pelas seguintes características: - Interior X exterior : trata da diferenciação e qualificação dos espaços através do estabelecimento de fronteiras. A escolha, definição, marcação e construção de espaços define esta relação. A qualificação se dá pelo desenvolvimento das atividades humanas nos lugares criados, demarcados pela da distinção entre o que é público e o que é privado. A autora relaciona o estabelecimento dessa dimensão fenomenológica com os fenômenos de territorialidade, identidade e de privacidade. - Visibilidade : relaciona-se com a possibilidade de as pessoas e suas coisas, controlarem sua exposição. Esta dimensão permite o desenvolvimento tanto das atividades íntimas quanto daquelas que podem ser expostas socialmente no espaço estabelecido. O estabelecimento da visibilidade é relacionado com os fenômenos de identidade (aquilo que deve ser exposto) e de privacidade (aquilo que deve ser ocultado). - Apropriação : processo de ordenação do espaço de acordo com a interação entre ele e o usuário. Essa ordenação se dá através da apropriação dos espaços arquitetônicos. A apropriação é relacionada com os fenômenos de identidade e de ambiência.

2.4.1 O Espaço pessoal O espaço pessoal refere-se a uma área com limites invisíveis que cercam o corpo das pessoas, sendo um território portátil. Sommer (1974) menciona dois usos: o primeiro refere-se à zona carregada emocionalmente ao redor de cada pessoa, a chamada bolha que regula o espaçamento entre elas. O segundo uso refere-se aos processos pelos quais as pessoas delimitam e personalizam os espaços que habitam. Implica ainda a definição de distâncias ou mesmo zonas espaciais para a interação social que preservam sua integridade. Essas distâncias, por sua vez, são estabelecidas de forma inconsciente e nas relações usuais entre os indivíduos, e podem ser chamadas de distâncias individuais. As distâncias adequadas às situações de cada cultura são aprendidas ao longo do tempo, através da convivência social entre seus membros. Hall (1978) define 4 distâncias ou zonas principais: - Zona íntima: entre 0 e 50 cm, envolve contato íntimo, corporal e coordenação mútua de movimentos. - Zona pessoal: entre 50 a 150 cm, envolve uma conversa normal, por exemplo. As pessoas se encontram em alcance imediato e podem olhar-se olhos nos olhos. - Zona social: entre 150 a 350 cm, representa uma conversa curta, em voz alta, porém ainda é difícil ignorar a presença das pessoas. - Zona pública: entre 350 a 700 cm, envolve um reconhecimento da pessoa, mas é possível ignorar as pessoas nessa faixa. Ainda, segundo Hall (1978), as pessoas que pertencem a grupos étnicos diversos respondem diferentemente às aglomerações, porque percebem o espaço de forma diferente. A cultura é, portanto, uma das maneiras de perceber o espaço humano e por meio dela, diferenciam-se espaços qualitativamente diversos como o espaço visual, o auditivo, o olfativo, o térmico e o espaço equilibrado (LIPAL, 1976). A invasão, por sua vez, do espaço pessoal pode gerar fuga, desconforto, insegurança ou mesmo um comportamento agressivo (BONGESTABS, 1997).

Baseando-se na abordagem fenomenológica, Malard (1992) considera que os fenômenos existenciais (que expressam as dimensões fenomenológicas) correspondem às necessidades humanas. Essas necessidades precisam ser consideradas quando se concebe um ambiente construído. Estes fenômenos: - Territorialidade: fenômeno ligado à demarcação de limites, de forma concreta ou simbólica. De acordo com Almeida (1995), o psicólogo Edneu Freitas, que estuda o comportamento espacial dos seres humanos, explica que a função principal da territorialidade humana está em seu aspecto de organizador e integrador da conduta em diferentes níveis de interação. Dessa forma ela estaria relacionada ao desempenho pessoal, além do controle do status e da privacidade desejada. Como exemplo dos elementos arquitetônicos mais comumente utilizados para diferenciar os espaços públicos dos privados, têm-se os muros e passeios públicos, definindo recuos frontais, que substituem o contato direto entre o transeunte e o acesso à edificação. Nos interiores residenciais pode-se considerar a diferenciação entre os espaços característicos de cada membro da família e o zoneamento entre as diversas áreas da casa como sinônimo de demarcação de território, por meio de elementos como paredes, balcões, vigas aparentes, desníveis, biombos, portas, divisórias, marcas em geral e até mesmo objetos de decoração, entre outros. - Privacidade: este fenômeno se refere ao processo de controle dos eventos interpessoais, relaciona-se com o que deve ser ocultado. Segundo Altmam (1995), citado por Almeida (1995), o comportamento espacial é, junto ao comportamento verbal e cultural, um mecanismo humano utilizado para implementar os níveis de privacidade desejáveis. A necessidade diferenciada de exposição das pessoas em suas práticas nos ambiente, o direito de ocultar certas atividades, objetos, espaços da visão e a restrição da interferência dos outros evidenciam que os padrões materiais e comportamentais de cada ser humano são diferentes e se refletem na organização espacial de uma casa. Além da quantidade de espaço, os principais elementos arquitetônicos relacionados com a privacidade são as vedações preferencialmente opacas e

aberturas em geral. As dimensões, o layout e o posicionamento dos ambientes também caracterizam diferentes graus de privacidade. - Identidade: este fenômeno envolve todas as qualidades, crenças e idéias que fazem alguém se sentir ao mesmo tempo indivíduo e membro de um grupo particular. A identidade pode ser expressa no nível individual, em que a pessoa se distingue dos outros, e no nível grupal, em que se percebe integrada aos padrões do grupo. Por exemplo, o simples uso de um determinado material ou textura pode sugerir uma identidade: por exemplo, o xadrez escocês ; divisória comercial ; a cadeira inglesa, etc. - Ambiência: este fenômeno envolve o conjunto de fatores necessários para tornar um ambiente agradável. A ambiência seria o fenômeno que resulta do conjunto de todas as qualidades do espaço, e que, de certa forma, engloba os demais fenômenos. Inclui, portanto todos os contextos acima tratados. A ambiência, como característica básica da qualidade arquitetônica, pode ser relativa a aspectos subjetivos, ligados à cultura, à adequação de materiais, texturas e cores utilizadas na concepção da arquitetura e aqueles mais objetivos, como os cuidados com o conforto ambiental das edificações, térmico, visual e acústico e com o conforto antropométrico. 2.4.2 A psicologia ambiental e a percepção do espaço arquitetônico A psicologia ambiental é a ciência que estuda as relações do homem com o ambiente que o envolve. Segundo Bernardi (2001), é esse envoltório que irá determinar as associações físicas com o espaço, é por meio dele que irá contextualizar o indivíduo na sociedade e irá qualificar o seu bem estar no ambiente. Pesquisas divulgadas no livro Psicologia Ambiental de Heimstra & Mcfarling (Apud ALMEIDA, 1995) abordam especificamente a relação entre o desempenho humano em função dos ambientes onde desenvolvem suas atividades. Também mencionam a complexidade envolvida na criação de espaços satisfatórios ao conjunto de pessoas que habitam um local, em vista de elas possuírem diferentes níveis de sensibilidade física e psicológica.

Kowaltowski, et. al (2005) em um estudo sobre conforto e psicologia ambiental, identifica elementos arquitetônicos como nichos, rebaixos de forro e piso, mobiliário entre outros que delimitam e personalizam os espaços habitados, evidenciando sua apropriação pelo usuário. Os elementos arquitetônicos relacionados com a identidade podem ser exemplificados por meio do uso de cores, texturas, revestimentos, adornos, entre outras características diversas que definem a personalização da aparência externa e interna das edificações. Para explicar essa diferenciação espacial é feita uma analogia do homem com os animais em geral. Segundo Rapoport (1990), um dos primeiros autores a tratar do tema, a partir do momento em que esses começaram a ocupar espaços abertos, aprenderam também a demarcar seu território, de modo a criar lugares que identificam aqueles que o habitam. Mais uma vez trata-se do conceito de identidade, apresentado por Almeida (1995). Rapoport (1999), também faz a distinção entre espaços públicos e privados, citando que, desde a pré-história, o homem instituiu regras de passagem entre espaços, diferenciando-os. Apesar da ausência de barreiras físicas, suas necessidades simbólicas eram afirmadas de maneiras diversas. Um exemplo é o ato de varrer o terreno no entorno das tendas das antigas civilizações. O mesmo autor ainda diz que quando o meio ambiente está sendo organizado, o que está sendo organizado são esses quatro elementos: espaço, significado, comunicação e tempo. 2.4.3 Síntese e discussão A Fenomenologia da Percepção esclarece muita das questões envolvidas na relação entre o homem e o seu espaço. Procura descrever os conceitos de sensação, percepção, atenção e espacialidade além de definir várias zonas de conforto em que o ser humano pode estar inserido. Partindo da idéia de que o valor pessoal confere significado ao espaço, definido por Rapoport (1990), pode-se dizer que o inverso também é verdadeiro, ou seja, os valores associados aos elementos que compõem o espaço emprestam significado a quem o ocupa. O conceito simbólico gerado pelos elementos do ambiente se estende, ou pelo menos influencia

a imagem de quem utiliza o espaço. Os elementos, nesse caso, podem ser entendidos como os materiais que revestem esse espaço. As referências citadas formam uma visão alternativa dos diferentes contextos de conforto de Kolcaba e Wilson (2002). Entretanto, com nomes diferentes, identifica-se claramente os contextos ambiental, psico-espiritual e sócio-cultural do conforto.

2.5 O ESPAÇO INTERNO DA EDIFICAÇÃO [...] O caráter essencial da arquitetura - o que a faz distingui-la das outras atividades artísticas está no fato de agir com um vocabulário tridimensional que inclui o homem. A pintura funciona em duas dimensões, a despeito de poder sugerirem três ou quatro. A escultura funciona em três dimensões, mas o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as três dimensões. Por sua vez a arquitetura é como uma grande escultura escavada, em cujo interior o homem penetra e caminha. (BRUNO ZEVI Saber Ver a Arquitetura, 1978, p.17) A arquitetura diferencia-se das outras maneiras de expressão artística por servir não apenas para apreciação, mas principalmente para a sua utilização cotidiana. Sendo que, não são somente, ou especificamente, os objetos arquitetônicos que são utilizados, mas os espaços gerados por estes objetos. É através da arquitetura que se consegue dar formas concretas aos espaços sendo que as pessoas que habitam ou participam desse ambientes, conscientemente ou não, respondem a estas formas. A arquitetura trabalha com o espaço, que é algo de difícil concepção, pois como dizem Solano Vianna e Gonçalves (2001), [...] o arquiteto é o único profissional que trabalha com o vazio. Esse vazio é descrito por Schmid (2005) como o espaço livre, bruto,matéria prima essencial da arquitetura. Porém, o produto da arquitetura também é o espaço, só que um espaço moldado, pensado para abrigar as pessoas e suas atividades. Ao criar uma relação de contato com um determinado ambiente construído, as pessoas recebem seus impactos primeiros a partir das sensações que geram nelas a percepção, etapa inicial de todo um processo de conhecimento do lugar, denominado com processo cognitivo. Para Del Rio (1996, p.3) a percepção é [...] um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, que se dá através de mecanismos perceptivos propriamente ditos e, principalmente, cognitivo. Segundo Schmid (2005), a percepção que se faz do espaço se dá pelos sentidos, sejam eles vividos ou imaginados. Desde o primeiro contato com o

ambiente, há uma inter-relação muito dinâmica entre os sentidos, a percepção, a memória, os valores culturais e o espaço em que se está imerso. A realidade dirige ao homem estímulos sensoriais, que são captados pelos cinco sentidos. Após essa captação, entra em ação a racionalidade, onde atuam os diversos filtros, a motivação, a avaliação e a conduta do sujeito. Esse processo culmina numa organização mental em que a realidade percebida é representada por esquemas e imagens mentais (DUARTE ET AL, 2006) Para o filósofo Merleau-Ponty (1999, p.298), a ligação entre a sensação espacial e o objeto explica que [...] Toda sensação é espacial, nós aderimos a essa tese não porque a qualidade enquanto objeto só pode ser pensado no espaço, mas porque, enquanto contato primordial com o ser, enquanto retomada, pelo sujeito que sente, de uma forma de existência indicada pelo sensível, enquanto coexistência entre aquele que sente e o sensível, ela própria é constitutiva de um meio de experiência, quer dizer, de um espaço. 2.5.1 O espaço interno segundo os traços do caráter Trevisan (2004), descreve em um artigo sobre a importância da decoração relacionada aos traços do caráter, a interface existente entre Arquitetura e Psicologia. Para a autora, o usuário quando se apropria de seu lugar procura demarcar seu território através de objetos, símbolos e signos, dando-lhe identidade própria.e esses seriam os aspectos subjetivos do ambiente. Já as variáveis objetivas podem ser entendidas como as sensações térmicas, acústicas entre outras. E é essa combinação de variáveis subjetivas e objetivas que serão determinantes na característica, na funcionalidade e na personalidade exclusiva e particular de cada residência (TREVISAN, 2004). A autora defende ainda que a Leitura Reichiana do caráter da pessoa pode ser um bom aliado nas decisões e definições dos projetos de arquitetura e interiores, pois uma vez que se percebe que os indivíduos são movidos a estímulos internos e externos e sabendo reconhecer o caráter do usuário de um determinado espaço físico, pode-se interferir nesse espaço de forma que o estímulo externo contribua para sua melhora do bem estar físico e mental.

A leitura reichiana, assim como outras formas e métodos de psicanálise, procura descobrir, por meio de entrevistas e observações comportamentais, o caráter da pessoa. Segundo Reich (1995) citado por Trevisan (2004), caráter significa a postura habitual de agir de uma pessoa. Inclui-se aqui o modo de agir, o tom de voz, postura, vestimenta. Tendo conhecimento dessas características humanas, que definem o caráter da pessoa, fica mais fácil saber como cada indivíduo irá se relacionar com o objetos e materiais que compõem o espaço que habita. 2.5.2 Materiais e a qualidade do ar interno Segundo Sterling et al. (1991), [...] o meio interno dos edifícios modernos, especialmente aqueles destinados para uso comercial e administrativo, constitui um nicho ecológico com seu próprio meio bioquímico, fauna e flora. Sofisticados métodos de construção e os novos materiais e equipamentos necessários para manter o meio ambiente interno dessas estruturas fechadas produzem grande número de subprodutos químicos, permitindo o surgimento de diversos microorganismos que se desenvolvem em diferentes combinações de umidade e temperatura. Se o meio ambiente interno dos edifícios fechados não for mantido de forma adequada, pode se tornar nocivo para a saúde dos seus ocupantes. Para ilustrar o fato, uma pesquisa elaborada por Hedge (1986) In Sterling et Al. (1991), em dois tipos de edifícios de escritório: um com ventilação natural e outro fechado, condicionado artificialmente, pôde-se constatar que houve maior prevalência de sintomas entre os ocupantes de edifícios fechados, sendo os mais significativos aqueles relacionados a irritação da membrana mucosas (irritação ocular, nasal e garganta, resfriado e dificuldade respiratória) e alguns gerais como dores de cabeça, fadiga e sonolência. Santos et al. (1992) desenvolveu um estudo para a cidade de São Paulo, analisando dois edifícios bancários, ambos fechados, sendo um localizado no centro e o outro, na região da Zona Norte. Em ambos a ventilação interna é mantida pelo mesmo tipo de equipamento de troca e refrigeração do ar. Os resultados

apresentaram dados significativos quanto ao aparecimento de sintomas de irritação das mucosas e absenteísmo, principalmente entre funcionários do sexo feminino. 2.5.3 Síntese e discussão A arquitetura trabalha com algo de difícil concepção, ou seja, o espaço e diferencia-se das outras maneiras de expressão artística por servir não apenas para apreciação, mas principalmente para a sua utilização cotidiana. Os estímulos ambientais, cujos sinais enviados ao cérebro resultam no contexto ambiental do conforto, dependem de modo decisivo das superfícies. Estas, inicialmente, definem o que é o ambiente interno, escopo deste trabalho. Influenciam em todos os modos de transmissão de calor apontados pela literatura: condução, convecção, radiação e mesmo nas trocas de calor latente. São responsáveis pela absorção do som e, junto aos parâmetros geométricos, determinam o condicionamento acústico dos ambientes, tornando-os adequados ao repouso, à audição de uma palestra ou à audição da música de diferentes gêneros e estilos. Determinam que partículas, além do ar quimicamente puro, irão sensibilizar o sistema olfativo. Estabelecem o ambiente lumínico, pois quase tudo o que se vê são superfícies que refletem a luz de forma difusa fontes de luz chamadas secundárias. E enfim, são as superfícies (não os volumes) que, através do tato, dão a medida real das coisas.

2.6 O PROJETO DE ARQUITETURA DE INTERIORES O arquiteto suíço Mário Botta comentou, certa vez em entrevista, que o objeto arquitetônico possui três tempos: o primeiro é quando ele é percebido dentro da paisagem e quando o diálogo se estabelece entre ambos; o segundo momento é aquele em que o telespectador entra na sombra do objeto, ou seja, é o instante em que ele se relaciona com o edifício altura, largura, peso, caráter, transparência e solidez são aspectos então apreendidos, e o terceiro tempo é aquele em que o observador adentra o objeto, que em última instância, é a própria razão de ser da Arquitetura: criar o abrigo para o homem. Essa última é o tempo em que conforto, acolhimento, aconchego, frieza, irritação são percebidos, e é o único momento em que se podem exercitar outros dois sentidos além da visão, isto é, a audição e, principalmente, o tato. Essa quase sinestesia do terceiro momento evidencia a intensidade das percepções que então ali acontecem. E é nesse terceiro momento que se insere a Arquitetura de Interiores proveniente de conceitos tão subjetivos e movediços como conforto, acolhimento, aconchego, frieza, irritação etc. A Função da arquitetura de interiores é estabelecer uma direta interligação entre os princípios conceituais do que é, para que serve e a quem se destina, um determinado espaço e as condições estéticas e de bem-estar (como por exemplo: a claridade e o ar) necessárias ao homem para sua confortável permanência no local. E ainda possibilitar uma interação entre funcionalidade do espaço físico e o aspecto estético. Para ROWE (1991) o projeto funciona como um meio fundamental de questionamento por meio do qual o homem realiza suas idéias de morar. O que se deseja é um usuário apto a questionar, e é preciso investigar de que forma essa atividade pode manter tal capacidade. Para Trevisan (2004), o usuário que se apropria do seu lugar, busca, por meio de um conjunto de símbolos, marcar esses território, imprimindo nele uma identidade própria. Segundo Almeida (1995) apud Trevisan (2004), assim como os aspectos subjetivos, como exemplo, pequenos objetos decorativos, também variáveis mais objetivas, como as sensações térmicas, acústicas e lumínicas que os espaços constroem, fazem parte dessa harmonização ambiental. É a combinação de variáveis subjetivas e objetivas, que determinam as características, a funcionalidade e a personalidade única de cada residência.

Porém, a função da arquitetura de Interiores, de criar espaços pensados e planejados para seus usuários, torna-se muito importante para que a apropriação do espaço realmente aconteça pelo usuário. Segundo Duarte et. al (2006), quando um indivíduo entra em contato com um determinado ambiente construído, ele recebe seus impactos primeiro a partir das sensações que geram nele a percepção, etapa inicial de todo um processo de conhecimento do lugar (processo cognitivo). Desse primeiro contato com o ambiente, há uma inter-relação muito dinâmica entre os sentidos, a percepção, a memória, os valores culturais. Após essa captação, entra em ação a racionalidade, em que atuam os diversos filtros, a motivação, a avaliação e a conduta do sujeito. Esse processo culmina numa organização mental onde a realidade percebida é representada por esquemas e imagens mentais. Ao entrar numa sala, por exemplo, é possível ver o mobiliário, as cores, as formas, os padrões de luz, sentir os cheiros e a textura dos materiais. E é a partir dessa experiência que se juntam todas as características que se identificam e constroem um espaço. Ainda, os objetos constantes naquele espaço serão observados e até mesmo o posicionamento (simétrico, não-simétrico etc.) dos elementos não ficará fora da apreensão, mesmo que não se tome consciência imediata disso. (DUARTE ET AL, 2006). Sem esse mecanismo, ainda afirma a autora, não é possível reconhecer e diferenciar salas comerciais de residenciais, por exemplo. E ainda, se diferentes pessoas de uma mesma sociedade atribuem significados semelhantes a determinados espaços construídos, é pelo fato de que essas pessoas compartilham as mesmas bagagens culturais. Em se tratando de produzir uma forma que gera um espaço a ser utilizado, a simples contemplação não é suficiente. Por esse motivo o interesse em entender os acontecimentos e os motivos que culminaram no modo de viver atual, afetando tão negativamente a percepção dos fenômenos. Para Nacif (2003), a situação constatada reflete a dificuldade de envolvimento dos habitantes com o seu lugar. Para ele, produção e recepção são duas partes de uma mesma experiência, e a dúvida é como tornar o usuário reativo para experimentar o produto da arquitetura? O caminho escolhido perpassa a discussão em torno dos atributos da arquitetura de interiores, de onde se investigou o papel do objeto como instrumento mediador entre sujeito e espaço. Sendo a arquitetura uma manifestação artística, a

reflexão refere-se à arte como uma condição, entendida, sobretudo como fazer e como transformação da realidade compartilhando a idéia de que os interiores como essência, guia os processos produtivos de arquitetos, artistas e designers em geral. 2.6.1 A influência do projeto de interiores na percepção dos espaços Para Rowe (1991), o projeto de interiores funciona como um meio fundamental de questionamento pelo qual o homem realiza suas idéias de morar ou estabelecer-se, e se o que se deseja é um usuário apto a questionar, é preciso investigar de que forma essa atividade pode manter tal capacidade. Um estudo realizado no Japão, por Tsunetsugu et al (2004) buscou descobrir a real influência dos aspectos decorativos da madeira e do projeto de interiores nas reações psicológicas das pessoas. Foram desenvolvidos dois quartos de tamanhos e dimensões iguais, porém um continha apenas os acabamentos essenciais e o outro apresentava traços de decoração e acabamentos mais diferenciados, ou seja, mais elementos visuais podiam ser percebidos ( figura 1- quarto standard e quarto design). A madeira foi escolhida, segundo os autores, por ser mundialmente aceita na grande maioria de ambientes, porém pouco se conhece sobre o seu real efeito fisiológico nas pessoas. Numa primeira análise subjetiva, os usuários não aparentaram apresentar reações diferentes nos dois ambientes, porém através da medição do fluxo sanguíneo, pulsos e pressão cerebral, num curto período de 90 segundos, houve alterações significativas na maneira de percepção do ambiente. Ficou comprovado que os dois quartos causavam respostas psicológicas e fisiológicas diferentes, pois no quarto de características simples o usuário apresentou um caráter mais calmo e relaxado, e no quarto com mais elementos, o usuário apresentou traços mais ativos, de caráter despertado.

Figura1- Quarto Standard e Quarto Designed- retirado de Building&Enviroment. 40 (2005) 1341 1346. Outros estudiosos como, por exemplo, Kunishima et al. citado por Tsunetsugu et al (2004) realizaram estudos sobre a influência das cores e texturas nos ambientes e pode-se observar diferenças significativas nas reações psicológicas das pessoas, principalmente com relação ao brilho e saturação de algumas tonalidades. Muitos estudos também na área da iluminação já foram desenvolvidos, principalmente sobre os efeitos diversos da luz natural e artificial e o que se sabe é que o efeito do projeto de interiores nos ambientes afetam os seres humanos não somente de forma psicológica, mas fisiológica também.

2.7 A IMPORTÂNCIA DOS MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Os materiais de construção são tão importantes que a história, nos seus primórdios, foi dividida conforme a predominância do emprego de um ou de outro material. É o caso, por exemplo, da idade da pedra ou idade do bronze. ( BAUER, 2000). Nas civilizações primitivas, o ser humano sempre empregou os materiais na sua forma bruta. Não demorou muito tempo para que o homem passasse a modelar e adaptar os materiais as suas necessidades. Até a época dos grandes descobrimentos, a técnica se resumia em modelar os materiais encontrados, os quais eram poucos, tendo quase que sempre o mesmo emprego. Predominavam a pedra, o barro e a madeira. (WESTON,2003) Ainda, segundo Bauer (2000), a demanda de materiais com melhor aparência, maior durabilidade, maior resistência aconteceu de forma lenta na mesma proporção que aumentaram as necessidades humanas. A partir de então, iniciou-se um ciclo: Melhores materiais possibilitavam melhores resultados e melhores técnicas, e estas, por sua vez, demandavam materiais ainda melhores. Hoje, os materiais são subdivididos em diversas categorias, entre elas simples e compostas; natural ou artificial e a evolução nesse campo avança com tanta rapidez que torna-se fundamental por parte de engenheiros e arquitetos projetistas estar atualizados com as técnicas mais avançadas que utilizam materiais com melhor padrão e menor custo, por exemplo. 2.7.1 As características históricas e tecnológicas A construção civil é um dos maiores setores da economia. No Brasil, por exemplo, é responsável por 15% do PIB. Na América Latina, a atividade de construção é responsável por até 11,4% dos empregos. Além disso, é o setor que mais consome matérias primas de qualquer país, podendo, na América Latina, consumir mais de 50% do total de recursos naturais extraídos. (ENTAC, 2004) Considerando o atual estágio de desenvolvimento do país, existe uma tendência a aumentar a participação do Macro-complexo da Construção Civil no PIB, à medida que existe crescimento econômico (BON, 2001). No caso brasileiro, uma

melhoria na distribuição de renda deverá fomentar ainda mais o crescimento desse setor. À medida que o país se desenvolve, deve haver também mudanças nos tipos de demanda. Os edifícios deixarão de ser produtos únicos, sendo compostos por componentes e materiais relativamente independentes, de durabilidade variável, cujas conexões permitem a substituição de alguns componentes com relativa facilidade. Neste contexto, muitos materiais têm evoluído para tentar suprir essas necessidades. A indústria de revestimentos cerâmicos, por exemplo, têm disponibilizado ao mercado muitas inovações nos padrões de cerâmicas, tanto relacionadas ao efeito estético com físico e funcional. A aceitação da cerâmica com um revestimento de interiores parecem estar culturalmente definida e as empresas têm evoluído muito com o objetivo de ganhar cada vez mais o mercado com novos produtos, cores, texturas e formatos. No Brasil, por exemplo, a indústria cerâmica tem um papel cada vez maior na economia brasileira, sendo que o setor já responde por cerca de 1% do PIB ( Aassociação Brasileira de Cerâmica ABC, 2006). O país tem um representativo parque fabril, que gera produtos de alta qualidade para o competitivo mercado mundial. Além disso, o Brasil conta com uma grande infra-estrutura de pesquisa e abundância de todas as matérias-primas minerais argilosas. A demanda por produtos cerâmicos está diretamente ligada às necessidades básicas habitacionais e os produtos cerâmicos brasileiros atingiram um alto nível de qualidade em muito pouco tempo, consolidando-se rapidamente no mercado exportador. Entre os produtos mais inovadores e que assumiu importante lugar no mercado de acabamentos, atualmente, estão os porcelanatos. O porcelanato é um tipo de cerâmica que difere da cerâmica comum esmaltada, pelo seu processo de queima e as matérias primas que compõem a sua massa, com baixíssima absorção de água (menor do que 0,05%), segundo determina o ISO13006, o que provoca uma baixíssima expansão por umidade. Este tipo de revestimento, que teve origem na Europa, em países como a Itália e Espanha começou a ganhar destaque no Brasil no começo da década de 90. Um dos seus grandes atrativos é que além da enorme variedade de cores e formatos, o produto

reproduz a beleza das pedras naturais, mas com características técnicas muito melhores. (ABC, 2006) Já os mármores e granitos, que são utilizados pela arquitetura a muitos anos, como revestimentos, seja para pisos, paredes ou fachadas possuem valor estético e durabilidade incontestáveis ( NAKAMURA, 2004). Hoje, existe uma diversidade muito grande de produtos, de origem nacional ou importada, de diferentes tonalidades e para diversos orçamentos. Esses materiais continuam sendo muito requisitados, mas segundo Nakamura (2004) tão importante quanto à adequação estética do produto ao ambiente, é o conhecimento das características físicas e mecânicas desse material. O piso de madeira, por sua vez, considerado material nobre e de fácil manutenção ganha cada vez maior lugar de destaque entre as opções de acabamentos para pisos. Segundo Benvengo (2001), duas opções dominam o mercado; a madeira maciça e o piso laminado. A grande diferença entre os dois produtos ainda está no efeito estético proporcionado por eles e nas facilidades de manutenção, por exemplo do piso laminado. Observa-se atualmente, que as indústrias brasileiras de piso laminado como a Duratex e a Eucatex, por exemplo, têm buscado inovações de padronagens de material mais próximos aos efeitos proporcionados pela madeira maciça. Isso porque os consumidores têm exigido materiais de melhor qualidade e acabamento e com características que levem em consideração a manutenção e também preservação da natureza. 2.7.2 Os acabamentos das superfícies [ ] Cada material tem sua própria mensagem e cada artista criativo, sua própria música. ( Frank Lloyd Wright,1975,p.171) Como aspecto de influência sobre o conforto nos interiores, no contexto ambiental principalmente, mas também nos outros contextos, as especificações de superfícies são tão importantes quanto os materiais.

São os acabamentos das superfícies que dão forma e impressão ao espaço. As características de qualquer material são expressas pela sua cor, textura, por exemplo, e essas propriedades podem influenciar não somente a imagem do ambiente, mas também a utilidade e durabilidade que se pretende dar ao espaço ( MARTIN, 2004). Um mesmo material pode apresentar texturas diferentes e usos diversos e a tecnologia tem avançado muito no sentido de possibilitar novos efeitos e novas texturas para acabamentos até então consagrados como o vidro, a pedra e a madeira. Segundo Martin (2004), a tecnologia digital tem influenciado na concepção de novos acabamentos além de produzir muitas imitações de materiais naturais. Com tantas opções disponíveis no mercado, o conhecimento dos efeitos proporcionados por esses materiais pode ajudar muito na definição e escolha, uma vez que o apelo visual e tátil dos acabamentos tem sido o grande diferencial. Martin (2004), em seu livro The Surface Texture Bible, procura classificar as muitas variedades de acabamentos disponíveis no mercado. O autor separa os acabamentos em dez classificações, que seriam: carpetes e tapetes, pinturas, papéis, tecidos, peles, madeira, pedra, cerâmica, vidro e metais. E dentro dessas classificações, o autor ainda subdivide em diversas possibilidades de uso e aplicação que cada acabamento pode apresentar. 2.7.3 O processo de especificação de materiais e acabamentos A especificação dos materiais contribui a cada parte do processo do projeto e da obra como um todo. Isto porque é difícil prosseguir com um projeto ou ir muito adiante sem fazer uma análise das necessidades do cliente e de todos os materiais que estão disponíveis para o uso. Segundo Chiner (1988) selecionar o material mais apropriado para um produto envolve dois conceitos importantes; primeiro, a seleção dos materiais deve ser uma parte integral do processo do projeto, e, a Segunda, a seleção dos materiais deve ser o mais quantitativa possível. Conseqüentemente, é necessário examinar a natureza do processo do projeto e da maneira em que ele é realizado. Além disso, é importante ter conhecimento das propriedades individuais dos materiais para que então eles possam ser escolhidos e especificados. A pouco tempo, a seleção dos materiais era considerada uma parte menor do processo do

projeto. Os materiais eram selecionados através de manuais com escolha limitada e na base de dados limitados sobre suas características. Hoje, entretanto, esse seria um procedimento não muito comum. A seleção de materiais muitas vezes pode estar relacionada com experiências passadas. Materiais que uma vez bem especificados, tendem a se repetir em demais empreendimentos. Há uma vasta quantidade de materiais disponíveis para o arquiteto projetista escolher e estes correspondem a uma larga escala de propriedades. O mesmo autor ainda enfatiza que embora um material possa ser escolhido principalmente porque pode satisfazer sua exigência predominante, devem sempre existir propriedades suplementares. Isto é, cada material útil deve possuir uma combinação das suas propriedades. O conjunto desejado das propriedades não será necessariamente a combinação exata requerida, mas sim dependerá da aplicação dada. Para fazer uma seleção prévia dos materiais pode-se estabelecer limites para cada tipo de projeto. O conhecimento e a experiência, nesse caso, são considerados requisitos para rejeitar um material, porque as propriedades dos materiais podem ser variadas. Um material não seria rejeitado necessariamente porque é insatisfatório no que diz respeito a uma única exigência secundária do projeto, ou mesmo preliminar. Em épocas modernas o desenvolvimento do computador permitiu o uso de uma teoria mais sofisticada no processo do projeto. Isto trouxe ao projetista mais confiança e conseqüentemente o transformou num profissional mais preparado para introduzir idéias novas ou para trabalhar mais perto da margem da falha. A especificação dos materiais de uma forma puramente racional também não é uma tarefa fácil. O problema freqüentemente se dá pela falta de dados sobre as propriedades dos materiais. Além disso, a seleção dos materiais, como qualquer outro aspecto do projeto da engenharia, é um processo que está em desenvolvimento. Entretanto, o desenvolvimento de uma metodologia de especificação de materiais pode contribuir nesse processo. Essa metodologia, segundo Chiner (1988), pode ser subdividida em 7 ( etapas) etapas: definição do projeto; identificação das necessidades. análise de propriedades materiais requeridas.

seleção de materiais com uma base de dados. avaliação e decisão do material por métodos de vários critérios testes da verificação para obter medidas de confiança do material no serviço. Utilização do prduto A figura 2 exemplifica essas etapas sugeridas pelo autor. Definição do projeto Análise das propriedades dos Banco de dados Seleção dos materiais Escolha do material Teste de confiança Utilização do produto Figura 2 - Diagrama do processo de seleção de materiais, adaptado de MATERIALS & DESIGN- Vol.9 N º4 - Julho/Agosto, 1998 Antes de se iniciar o procedimento de especificação de materiais para qualquer empreendimento, Bauer ( 2000) cita alguns critérios que o projetista poderia levar em consideração durante todo o processo. São eles:

Ao especificar materiais, é necessário que se use da maior exatidão possível, definindo os elementos que possam variar de procedência; Procurar sempre citar dados técnicos do material desejado. Mesmo que eles pareçam evidentes ao projetista, podem não ser para o construtor, assim como este poderá vir a aproveitar-se de uma omissão para agir de má fé. Procurar não esquecer nenhum material. A experiência demonstra que o projetista esquece, geralmente, os materiais de menor custo ou volume, e é justamente em relação a eles que surgem as maiores dúvidas de interpretação. Convém não somente nomear o material, mas também a classificação, o tipo, a dimensão desejada e eventualmente, a marca (procedência) É sempre conveniente rever os catálogos dos materiais que estão sendo especificados, para atualizar quanto a pormenores de diferenciação. Ter um guia de especificação, a fim de não esquecer nenhum detalhe. 2.7.4 Síntese e discussão A grande diversidade de materiais e acabamentos sugere que os profissionais envolvidos no processo de especificação de materiais mantenham se atualizados com as novas tecnologias e opções oferecidas pelo mercado. As possibilidades de efeitos e acabamentos que se pode imprimir a um ambiente é que vão determinar a utilização ou não, de um determinado revestimento e, conseqüentemente, a aceitação ao não do ambiente, pelo usuário. Atualmente, o processo de especificação dos materiais considera, na grande maioria, somente as características físicas dos materiais, além, é claro, do preço e durabilidade do produto. Como foi demonstrado nesse capítulo, o efeito estético também é considerado, porém quase não se houve falar na real preocupação do especificador em considerar o caráter subjetivo do material, que por meio do conforto, estabelece as bases da relação entre o Homem e o ambiente. Apesar da qrande importância que tem o conforto para os interiores residenciais, conclui-se que muito pouca atenção tem sido dada a relação entre à percepção e as exigências humanas em relação as materiais de acabamentos.

MÉTODO DE PESQUISA 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

3 MÉTODO DE PESQUISA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA O bem-estar é uma necessidade humana e o conforto, uma condição para alcançá-lo. A maioria das pessoas pode não saber porque gosta, mas sabe do que gosta quando reconhece o conforto presente no ambiente (RYBCZYNSKI,1986). Sabendo que o conforto depende dos estímulos que o indivíduo recebe do ambiente, e de seus instintos, experiências e juízos, o ser humano tem aprimorado a construção dos edifícios onde mora e trabalha, na busca de um conforto que não encontra no meio externo, ou seja, busca ambientes onde possa trabalhar e descansar seguro e isolado dos fatores indesejáveis do ambiente externo (PAULINO,1999). Dessa forma, esta pesquisa buscou diagnosticar a existência de uma correlação entre a preferência das pessoas por alguns materiais e a sua contribuição fisicamente mensurável, e conhecida da literatura, para o conforto nos ambientes. Como o tema escolhido é pouco explorado, e isto decorre da escassa bibliografia que dispense ao problema tratamento equivalente ao acima formulado, buscouse conhecer a relação entre as superfícies dos acabamentos internos e suas características sob os mais diversos aspectos entre eles, a relação, entre a especificação dos materiais nos interiores residenciais e a percepção do conforto nos ambientes, uma vez que as propriedades físicas desses materiais dificilmente são suficientes para caracterizar um ambiente confortável ou não confortável.

3.2 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE PESQUISA Em razão do problema de pesquisa e de tratar-se de um tema exploratório que requer um estudo em contexto real, o método de pesquisa adotado consiste numa pesquisa bibliográfica e na utilização de um levantamento. Segundo GIL (1999), os levantamentos apresentam hoje grande popularidade em pesquisas sociais e muitos consideram pesquisa e levantamento social a mesma coisa. A pesquisa social pode ser entendida como o processo que, utilizando a metodologia científica, permite obter novos conhecimentos no campo da realidade social e entre os vários níveis de pesquisa social, encontram-se os estudos exploratórios (GIL,1999). As pesquisas exploratórias, ainda segundo o mesmo autor, têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos, idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. São as que apresentam menor rigidez no planejamento e podem, por exemplo, envolver um levantamento bibliográfico e documental como no caso desse trabalho. São desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma visão geral, do tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.( GIL,1999). O produto final desse processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos, mas sistematizados. 3.2.1 Delineamento da pesquisa O delineamento de uma pesquisa refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de dados (GIL,1999). Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as formas de controle das variáveis envolvidas. O elemento mais importante para reconhecer um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados e, ainda segundo

GIL (1999), eles podem ser divididos em dois grupos: o grupo dos que se valem das chamadas fontes de papel, e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, encontram-se as pesquisas bibliográficas e documentais. E, no segundo, podem-se encontrar as pesquisas do tipo experimental, levantamento, estudo de campo e estudo de caso. Nessa pesquisa, foram utilizados os dois grupos de coleta de dados: a pesquisa bibliográfica e o levantamento. A estratégia da pesquisa é apresentada na figura 3 e segundo Yin (2001), todo pesquisador deve iniciar seu trabalho com uma estratégia analítica geral, estabelecendo prioridades do que deve ser analisado e por quê. No projeto em questão, foi realizada primeiramente um revisão bibliográfica. Na seqüência, foi desenvolvido um questionário, que aplicado em duas etapas, proporcionou coletar outros dados e as informações mais relevantes sobre o tema pesquisado. Como ferramenta de análise quantitativa e qualitativa, foram feitas análises estatísticas e a triangulação dos dados coletados. 1 Pesquisa Bibliográfica 2 Questionário Etapa I 3 Questionário Etapa II 4 Análise dos Resultados Figura 3 Estratégia da Pesquisa

3.2.2 Pesquisa bibliográfica Toda pesquisa bibliográfica varia em função de seus objetivos. Esses devem estar o mais claramente definidos para que as fases posteriores da pesquisa se processem de maneira satisfatória (GIL,1996). A revisão bibliográfica sobre o tema em questão permitiu analisar com mais critério o objeto de estudo sob vários aspectos. Foram analisados textos, livros e autores de diferentes linhas de pesquisa e disciplinas relacionadas à Arquitetura. Inicialmente, na área de Conforto Ambiental, foram abordados os temas relacionados ao conforto no ambiente construído, seus contextos e suas principais variáveis. Em acréscimo, tendo em vista principalmente o entendimento mecanicista do conforto na referida literatura, a pesquisa bibliográfica incluiu textos de Psicologia Ambiental e Fenomenologia, Teoria e História da Arquitetura, mais especificamente, Antropologia da Arquitetura. Ainda, em Projeto de Arquitetura, foram consultados textos de Arquitetura de Interiores. Por fim, buscou-se conhecer também sobre as características de alguns materiais, os processos de especificação e escolha de determinados acabamentos e a existência de uma relação com a percepção do conforto. Vale salientar que muitos dos autores consultados são, há muito tempo, consagrados pela literatura, como por exemplo Bachelard (1957), Hall (1977), Merleau-Ponty (1999), Rapoport (1990), Rybczynski (1986), e que, praticamente, não existe literatura, nacional e estrangeira especificadamente sobre o tema em questão. Além disso, poucos journals caracterizam-se por apresentar artigos relacionados ao tema, podendo destacar algumas publicações no Building & Environment e no Materials & Design. Dissertações de mestrado com área de concentração similiar ao tema pesquisado foram também consultadas com o objetivo de buscar novas informações e assuntos atualizados. Por fim, publicações em eventos da Área de Conforto no Ambiente Construído embasaram muitos dos conceitos descritos. 3.2.3 Levantamento As pesquisas desse tipo se caracterizam pela interrogação direta às pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente procede-se à solicitação de

informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes aos dados coletados(gil, 1999). Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Dentre as principais vantagens dos levantamentos, ainda segundo Gil (1999) estão o conhecimento direto da realidade, economia, rapidez e a quantificação dos dados. São muito úteis para estudos de comportamento de consumidor e para estudo de opiniões e atitudes. Entre os instrumentos para coleta de dados em levantamentos, foi aplicado, nesse trabalho, um questionário, que pode ser definido com um conjunto de questões respondidas por escrito pelo pesquisado (GIL,1996). Independente do instrumento adotado para esse tipo de pesquisa, é importante lembrar que qualquer técnica de interrogação possibilita a obtenção de dados a partir de um ponto de vista. Logo, qualquer estudo desse tipo sempre apresentará limitações no que diz respeito ao estudo das relações sociais mais amplas. No entanto, essa técnica mostra-se bastante assertiva na obtenção de informações acerca do que a pessoa imagina, espera, deseja ou sabe, sobre determinado assunto.

3.3 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA O procedimento prático de aplicação do método, depois de realizada a pesquisa bibliográfica, seguiu as seguintes etapas: 1) Definição do problema de escolha a ser analisado. 2) Preparação dos formulários para coleta de dados. 3) Teste piloto do questionário. 4) Aplicação do questionário etapa 1. 5) Aplicação do questionário etapa 2. 6) Tabulação e análise dos dados obtidos. 3.3.1 Definição do problema Analisou-se a preferência e importância de determinados materiais na especificação dos interiores residenciais, sob o ponto de vista do conforto ambiental. O objetivo centrava-se na obtenção de informações sobre a preferência por determinados revestimentos que estivessem relacionados com a percepção do conforto nos ambientes. 3.3.2 Preparação dos formulários para coleta de dados Devido à ausência de uma teoria científica ou modelo padrão para a elaboração das perguntas, estudos sobre pesquisas sociais recomendam o pesquisador utilizar o seu bom senso, e se possível, basear-se em pesquisas anteriores realizadas por outros autores. Nesse trabalho, como não foram encontradas pesquisas similares, utilizou-se como referência as sugestões descritas por Gil (1999) para a elaboração de questionários, sendo que as perguntas inseridas foram elaboradas com o intuito de comprovar ou reprovar a hipótese apresentada no capítulo 1. Na elaboração do questionário, foram levados em consideração o tipo de questões (abertas e fechadas), o conteúdo, número e ordenação das perguntas de

forma a elaborar um questionário baseado nas dez principais descrições a seguir, citadas por Gil (1999): 1) As perguntas devem ser precisas, claras, concretas. 2) As perguntas não devem sugerir respostas. 3) Deve-se levar em consideração o sistema de referência do pesquisado, bem como seu nível de informação. 4) Não utilizar palavras ou termos estereotipados. 5) Não oferecer um número muito grande de alternativas. 6) Em questões fechadas, garantir que o respondente possa se enquadrar em alguma alternativa. 7) Incluir apenas questões referentes ao problema pesquisado. 8) Deve-se levar em conta as implicações da questão com os procedimentos de tabulação e análise dos dados. 9) Devem ser evitadas questões que penetrem na intimidade do respondente. 10) Ordenar as perguntas do ponto mais generalizado para o mais específico. Além disso, deve-se considerar que a apresentação gráfica do questionário é muito importante na obtenção e estimulação das respostas, e isso envolve o cuidado desde o tipo do papel ou forma de apresentação adotada até instruções de preenchimento e introdução ao questionário como fonte explicativa do assunto que está sendo pesquisado. O questionário elaborado para esse trabalho foi desenvolvido totalmente em ambiente virtual, sendo disponibilizado em um site de pesquisa. Foi criada uma web page para acessar o questionário www.espacoa.com.br/pesquisa - com o intuito de estimular e de facilitar a divulgação e preenchimento. Sabendo que algumas das maiores limitações desse tipo de instrumento de coleta de dados é a falta da devolução do questionário devidamente preenchido (GIL,1999), acreditava-se que as facilidades de comunicação disponibilizadas atualmente pela Internet, viabilizassem um retorno maior na devolução desses questionários bem como um melhor alcance na divulgação da pesquisa. Como já foi comentado no capítulo 1, o questionário limitou-se a analisar os ambientes de cozinha, dormitórios e salas e os acabamentos relacionados ao piso teto e parede desses ambientes.

É importante salientar que a opção por disponibilizar o questionário na internet surgiu por meio da análise do resultado do teste piloto, acatando assim as recomendações de vários autores sobre a importância deste pré-teste antes de efetivamente dar início à pesquisa de campo. 3.3.3 O Teste piloto do questionário A principal finalidade de testar o questionário, antes de aplicá-lo definitivamente é verificar a necessidade das perguntas para as hipóteses levantadas no trabalho, além de evidenciar a complexidade das questões, falhas na redação, questões desnecessárias, possíveis constrangimentos e a possibilidade da tabulação dos dados. O seu principal objetivo é assegurar a validade e precisão (GIL, 1999). Além disso, para que ele seja válido, é necessário que os elementos selecionados, sejam típicos em relação ao universo, sendo aplicado entre 10 a 20 elementos que tenham características semelhantes aos dos elementos amostrais. O teste piloto do questionário previa o preenchimento em uma etapa somente. Por meio dele, eram obtidos dados informativos referentes ao perfil dos indivíduos, suas considerações sobre ambientes confortáveis e desconfortáveis e foram-lhes questionados quais seriam os materiais atuais existentes em suas respectivas residências e os materiais considerados ideais sob o ponto de vista do conforto. As perguntas eram de múltipla escolha ou abertas. O teste-piloto foi aplicado a um universo de 20 respondentes e o modelo utilizado encontra-se no Apêndice 1 desse trabalho. Pôde-se concluir, pela análise e interpretação das respostas dadas, que seria possível, num número maior de respondentes, encontrar subsídios para testar a hipótese do trabalho, porém as respostas dadas pelos indivíduos poderiam não representar a verdadeira preferência pelo material uma vez que a escolha dos revestimentos era feita de forma individual e sem a visualização do material no ambiente. Em conversa com alguns respondentes do questionário piloto e também pela análise dos resultados obtidos observou-se que poderia existir uma certa dificuldade dos indivíduos em responder quais seriam os materiais ideais para os ambientes sem a visualização dos mesmos.

Logo, para validar a hipótese do trabalho, de que existe uma preferência por determinados acabamentos que afeta a percepção do conforto, só poderia ser verdadeiramente mensurada se os indivíduos tivessem contato com os materiais no ambiente visitando espaço projetados ou visualizando por meio de imagens as possíveis especificações de materiais. A principal estratégia a ser tomada após a aplicação do teste piloto, foi, então, a inclusão de uma segunda etapa de pesquisa,ou melhor, a aplicação de um segundo questionário. Esse surgiu da necessidade de validar as respostas dadas na primeira etapa e de obter maiores condições para testar a hipótese do trabalho. Essa segunda etapa do questionário previu a simulação dos ambientes de cozinha, sala e dormitório por meio de imagens que demonstrassem especificações diferentes de materiais para que então, pudessem ser escolhidos os materiais considerados ideais sob o ponto de vista do conforto. 3.3.4 Aplicação do questionário etapa 1 Após a realização do teste piloto e definição do formulário final, a primeira etapa do questionário foi disponibilizada na internet. Um e-mail apresentando a pesquisa,foi direcionado a todas as pessoas de contato direto e indireto da pequisadora. Esse e-mail explicava, de forma resumida, os objetivos da pesquisa e convidava a todos a participarem por meio de um link de acesso.também solicitava aos participantes que, caso fosse possível, encaminhassem o e-mail a outros conhecidos, familiares e colegas, no intuito de ajudar na divulgação do trabalho. Dessa forma, a amostra apresentou um caráter não aleatório, por direcionar à pesquisa somente a pessoas que possuem acesso à Internet, mas também, não se restringiu à um grupo limitado de pessoas, uma vez que muitos participantes divulgaram o trabalho de forma aleatória. Ao acessar o link da pesquisa, o participante necessariamente precisava fazer um cadastro, como forma já de filtrar algumas informações como idade, sexo, cidade residente, etc. Também nessa etapa o participante criava um login e uma senha, para garantir que ele poderia retornar ao site na segunda etapa. Uma breve introdução sobre a pesquisa era apresentada ao participante e a partir de então, ele iniciava o preenchimento do formulário. A apresentação inicial da pesquisa e o

formulário que foi desenvolvido para essa primeira etapa do questionário, encontrase disponível no apêndice 2 desse trabalho. Nessa primeira etapa, foram obtidos dados informativos referentes ao perfil dos indivíduos e foram-lhes questionado o conceito e as preferências quanto a conforto, uso e ocupação dos ambientes residenciais. Além disso, os participantes eram solicitados a responder quais os materiais encontrados em suas residências para os ambientes de cozinha, sala e dormitório e para as superfícies do piso, parede e forro. Após responderem os materiais atuais, eram-lhes solicitado que fossem escolhidos os materiais considerados ideais para os mesmo ambientes e superfícies e ainda era necessário justificar a escolha dada. O objetivo principal dessa primeira etapa do questionário era tornar conhecido o material preferido pelos participantes por meio desse método utilizado. Por fim, ao término do preenchimento do formulário o participante era informado que a pesquisa não encerrava naquele momento e que, oportunamente, por meio de um e-mail,ele seria solicitado a retornar ao site e finalizar o estudo. A opção por aplicar o questionário em duas etapas foi escolhida para não cansar o participante com um formulário muito extenso, mas também tinha o objetivo principal de proporcionar um intervalo entre as respostas dadas na primeira etapa em relação à segunda. Isso porque, acreditava-se que o preenchimento do questionário de forma consecutiva poderia induzir o participante a responder os mesmo materiais já escolhidos, uma vez que ele lembraria, com maior facilidade, das respostas dadas na primeira etapa. 3.3.5 Aplicação do questionário etapa 2 A segunda etapa da pesquisa foi toda desenvolvida com base nos dados coletados na primeira etapa. Um banco de dados foi criado para facilitar os cadastramentos das respostas, para posterior análise. Num primeiro momento, era importante analisar os conceitos de ambiente confortável que estavam sendo fornecidos pelos participantes, assim como, a relação dos materiais atuais e ideais que mais se destacaram. Com base nessas informações, é que foram selecionadas as fotos que ilustraram o segundo questionário. Houve uma preocupação em selecionar imagens de ambientes que pudessem, de alguma maneira, representar de

forma bem visível a aplicação dos materiais. Também, para a escolha dessas imagens, foi levado em consideração as definições dadas pelos participantes sobre o conceito de um ambiente confortável, uma vez que essas imagens, antes mesmo de serem disponibilizadas para à pesquisa, deveriam representar em grande maioria, os conceitos encontrados. Um estudo inicial tentou criar ambientes por meio de modelagem virtual, porém a tentativa foi descartada, já que mesmo utilizando recursos de um bom programa de modelagem de interiores, não foi possível expressar a realidade necessária ao estudo. Portanto, três fotos de ambientes reais foram selecionadas. Cada foto original serviu de base para tratar as novas combinações de materiais.por meio de programas especializados, o tratamento das imagens alcançou um resultado bem satisfatório no sentido de garantir a melhor visualização dos materiais no ambiente. O objetivo dessa segunda etapa do questionário era poder validar as respostas dadas na primeira etapa e testar a hipótese principal do trabalho. Levando em consideração todas as possibilidades de combinações de materiais para piso, parede e forro, seria necessário disponibilizar ao participante cerca de vinte e uma imagens de cada ambiente. Além de cansativo e extenso, esse número muito grande de fotos repetitivas, poderia até prejudicar a escolha dos participantes. Logo, optou-se em disponibilizar cinco opções de imagens sendo que uma delas, representava a opção com os materiais atuais mais encontrados; a segunda e a terceira, ilustravam os materiais mais votados como ideais; e a quarta e quinta imagem formavam situações hipotéticas de combinações de materiais, criadas pela pesquisadora, com o intuito de verificar possíveis alterações na especificação. Uma sexta opção era fornecida também ao participante, caso nenhuma das imagens representasse para ele o ambiente ideal sob o ponto de vista do conforto. Nessa opção 6, o participante poderia escolher entre todas as opções de materiais fornecidas na etapa 1, a combinação que melhor representasse o seu ambiente ideal. É importante citar, que o participante só poderia escolher uma imagem por ambiente. Cerca de quinze a vinte dias após o preenchimento do formulário da etapa 1, o participante que concluiu a primeira etapa da pesquisa recebeu um e-mail solicitando para que ele retornasse ao site e acessasse novamente a pesquisa para finalizá-la. Nesse e-mail eles eram informados que essa segunda etapa era bem

mais rápida e interativa, pois a escolha dos materiais seria feita por meio de imagens de ambientes. Considerou-se importante enfatizar o uso de fotos e imagens, com o objetivo de motivar o participante a retornar à pesquisa. O formulário com as fotos desta segunda etapa do questionário, encontram-se no apêndice 3 deste trabalho. 3.3.6 Tabulação e Análise dos dados Obtidos Para tabulação dos dados obtidos na primeira etapa da pesquisa, utilizou-se uma análise descritiva exploratória dos dados coletados de maneira a poder diagnosticar e classificar as preferências dos indivíduos por determinados ambientes, as percepções relativas ao conforto, os materiais mais utilizados e os menos encontrados bem como os materiais considerados ideais pelos respondentes, tomados individualmente sobre o ambiente. Essas informações foram separadas também por sexo e faixa etária. Os resultados obtidos resumem as características de interesse e embasaram a formulação da segunda etapa da pesquisa. A qualidade dos dados dessa primeira etapa permitiu uma ampla gama de enfoques e linhas de análise. Para tabular os dados da segunda etapa, utilizou-se também a estatística Kappa, a fim de verificar as concordâncias das respostas dadas na primeira etapa para os materiais considerados ideais em relação às imagens escolhidas na segunda etapa. O objetivo dessa etapa era verificar se as imagens fariam ou não que houvesse mudanças de opinião na segunda etapa. 3.3.6.1 Estatística KAPPA A estatística KAPPA é uma medida de associação entre variáveis discretas, propostas por Cohen (1960), que quantifica a concordância entre avaliadores, nesse caso, estudando o nível de concordância entre as duas fases da pesquisa e quantificando a concordância entre a primeira e a segunda fase, onde houve condições diferentes (presença de imagens na segunda fase). O Kappa é uma medida de concordância interobservadora que mede o grau de concordância além do que seria esperado tão somente pelo acaso. Essa medida

de concordância tem como valor máximo o 1, onde este valor 1 representa total concordância e os valores próximos e até abaixo de 0, indicam nenhuma concordância, ou a concordância foi exatamente a esperada pelo acaso. Um eventual valor de Kappa menor que zero, negativo, sugere que a concordância encontrada foi menor que aquela esperada por acaso. Sugere, portanto, discordância, mas seu valor não tem interpretação como intensidade de discordância. Para avaliar se a concordância é razoável, faz-se um teste estatístico para avaliar a significância do Kappa. Nesse caso, a hipótese testada é se o Kappa é igual a 0, o que indicaria concordância nula, ou se ele é maior do que zero, concordância maior do que o acaso (teste monocaudal: H 0 : K = 0; H 1 : K > 0). Um Kappa com valor negativo, que não tem interpretação cabível, pode resultar num paradoxal nível crítico (valor de p) maior do que um. No caso de rejeição da hipótese (Kappa=0) tem-se a indicação de que a medida de concordância é significantemente maior do que zero, o que indicaria que existe alguma concordância. Isto não significa necessariamente que a concordância seja alta, cabe ao pesquisador avaliar se a medida obtida é satisfatória ou não, isso baseado, por exemplo, em dados de literatura ou pesquisas anteriores. Landis e Koch (1977) sugerem na figura 4, a seguinte interpretação: VALORES DE KAPPA INTERPRETAÇÃO <0 Sem corcondância 0-0.19 Pouca Concordância 0.20-0.39 Fraca Concordância 0.40-0.59 Moderada Concordância 0.60-0.79 Substancial Concordância 0.80-1.00 Concordância Forte Figura 4 Tabela de concordância. Adaptado de : Landis JR, Koch GG. the measurement of observer agreement for categorical data Biometrics 1977; 33: 159-174

Essa avaliação de concordância através do Kappa é utilizada quando as escalas são categóricas e sempre que é avaliado dois ou mais juizes. Os dados, em um estudo desse tipo, produzem, em geral, uma tabela de contingência sxs em que os níveis nas colunas representam as respostas de um observador e os níveis nas linhas as respostas do outro observador ( no caso as respostas dadas nas 1ª e 2ª etapas são tratadas como se fossem observadores). As caselas na diagonal representam os casos em que os observadores concordam. abaixo: O coeficiente Kappa, proposto por Cohen (1960), é definido na figura 5 Figura 5 formula para o coeficiente Kappa. A variância assintótica do coeficiente Kappa é definida na figura 6 como Figura 6 variação assintótica do coeficiente Kappa. A interpretação da estatística Kappa é de que quanto mais próximo de 1 for o valor de k, maior concordância existirá entre os observadores; k<0,4 como

concordância fraca ; k entre 0,4 e 0,8 como concordância moderada; k > 0,8 como concordância forte. Certamente outras medidas estatísticas para testar a associação, ou não, entre as respostas dos observadores, poderiam ser usadas. Com os resultados obtidos não se poderia, contudo, quantificar a concordância dos observadores.

ANÁLISE DOS RESULTADOS 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados encontrados durante a execução da pesquisa de campo e os resultados oriundos da análise estatística dos dados coletados através dos questionários. 4.1 PESQUISA DE CAMPO Conforme já foi explicado no capítulo 3, foi realizado um pré-teste do questionário. O teste piloto mostrou-se muito eficaz, pois foi através dele que surgiu a necessidade de alterar e reformular os procedimentos de aplicação do questionário bem como os padrões gráficos e de distribuição. Além disso, orientou as alterações no formulário com o objetivo de contemplar as respostas à hipótese do trabalho e também pôde servir para a verificação do verdadeiro entendimento das questões. Esperava-se, porém, que um número maior de respostas fossem coletadas, uma vez que um dos objetivos de disponibilizar o questionário através da Internet era para atingir um maior número de respondentes. No total, 168 indivíduos participaram da pesquisa de campo. Destes, 123 puderam participar da análise da primeira etapa da pesquisa sendo que os demais ou estavam com os questionários incompletos ou pertenciam a pessoas que residiam fora de Curitiba e, portanto, foram eliminados. Na segunda etapa da pesquisa, das 123 pessoas que participaram da primeira etapa, 77 preencheram a segunda etapa e puderam ter suas respostas comparadas e analisadas. Dos 123 participantes, 46 não puderam ter suas respostas analisadas e comparadas, pois acabaram não concluindo à pesquisa e, portanto, foram excluídos da análise de concordância.

4.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS Nesse trabalho, o parâmetro principal a ser analisado é a preferência das pessoas por alguns materiais de acabamentos, para salas, cozinhas e dormitórios sob o ponto de vista da percepção do conforto. A hipótese principal a ser provada é que a preferência por determinados materiais de acabamentos está relacionada à visualização do material no ambiente e por isso somente as características físicas desses materiais tomados individualmente não são suficientes para definir a preferência dos indivíduos e caracterizar um ambiente confortável ou não. Além disso, acreditava-se que a escolha desses acabamentos poderia diferir entre diversos grupos humanos, sejam eles de diferentes sexos ou faixa etária. Porém, para que fosse possível coletar esses dados e informações, alguns outros conceitos relacionados ao conforto puderam ser também analisados. Entre eles, a preferência por determinados ambientes residenciais, o significado de ambiente confortável e desconfortável, os materiais menos encontrados nos ambientes residenciais assim como os mais utilizados e preferidos para os ambientes de cozinha, sala e dormitório. Os dados coletados proporcionaram várias linhas de análise e enfoques, e, portanto, outras possíveis segmentações e análises mais profundas podem ser exploradas em trabalhos futuros. 4.2.1 Estrutura da análise dos dados A análise dos dados foi estruturada em quatro etapas. Primeiramente realizouse uma análise das questões abertas e mais amplas da primeira etapa da pesquisa, classificando-as através de suas variáveis gerais (sexo, idade, preferência por determinados ambientes, definições de ambientes confortáveis e desconfortáveis). Na segunda etapa foram analisadas as variáveis de preferências por determinados ambientes sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação. Essas variáveis também foram subdivididas em faixa etária e sexo e também foram classificadas às justificativas para a escolha desses ambientes. Numa terceira etapa, que ainda compreendia a análise dos dados do primeiro questionário, foram diagnosticados os materiais menos encontrados nas residências e a relação dos

materiais atuais e ideais respondidos na primeira etapa do questionário, definido assim, a preferência dos participantes na primeira etapa. Por fim, a quarta e última etapa destinou-se a avaliar a preferência dos materiais através das imagens que compunham a segunda etapa do questionário e também verificou se existiria concordância das respostas dadas na primeira com a segunda etapa do questionário. 4.2.2 Análise estatística das variáveis gerais A amostra deste estudo foi constituída de 168 indivíduos que acessaram o site da Internet Espaço A www.espacoa.com.br/pesquisa - e responderam a uma pesquisa espontânea em duas fases. Todos os entrevistados eram residentes em Curitiba, e foram classificados com sendo da casse média de Curitiba, por terem acesso à Internet. Na primeira fase, foram obtidos dados informativos referentes ao perfil dos indivíduos e foi-lhes questionado referente à preferências quanto ao conforto e adequação de materiais, onde as perguntas eram de múltipla escolha ou abertas. Foram considerados para esta etapa 123 questionários, uma vez que foram excluídos do estudo os formulários incompletos, e aqueles de indivíduos que não residiam em Curitiba e Região. É importante salientar que não foi possível identificar possíveis indivíduos que teriam um conhecimento mais aprimorado sobre os revestimentos. Estes 123 indivíduos são 72 mulheres com 33,6 anos em média com desvio padrão de 11,42 anos, e 51 homens com 36,02 anos em média com desvio padrão de 9,9 anos e os imóveis atuais destes indivíduos dividem-se em 60 casas, 59 apartamentos, e 4 outros imóveis (sobrados). Com o intuito de comprovar a hipótese apresentada no capítulo 1 anterior e de se obter outras possíveis segmentações para o estudo das preferências por determinados materiais sob o ponto de vista do conforto, foram desenvolvidas tabelas com o objetivo de mostrar um panorama geral dos indivíduos que participaram da pesquisa. As respostas referentes à definição de ambiente confortável e desconfortável, lugar considerado confortável visitado e as justificativas para as escolhas de ambiente mais importante do ponto de vista do conforto e do ponto de vista de ocupação foram agrupadas pos similaridade.

4.2.2.1 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais A Tabela 4.1 apresenta a classificação dos ambientes residenciais por preferência. Tabela 4.1 Preferência por algum ambiente residencial, em Curitiba - 2006 Ambiente Total % Quarto 29 23,6% Nenhuma preferência 26 21,1% Sala de estar 24 19,5% Sala de tv 13 10,6% Sala de jantar 11 8,9% Outros 10 8,1% Mais de um ambiente 8 6,5% Cozinha 2 1,6% Total geral 123 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros. Observou-se que o quarto apareceu como o ambiente preferido da residência nesse primeiro momento, porém quando os indivíduos foram separados por sexo e faixa etária, essa classificação sofreu algumas modificações. As tabelas 4.2 e 4.3 classificam essas preferências separadas por idade e sexo e pôde-se notar, por exemplo, que os participantes acima de trinta anos e homens, preferem a sala de estar. Abaixo seguem as tabelas que demonstram essa situação. Tabela 4.2 Preferência por algum ambiente residencial separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Menor que 30 anos Ambiente Total % quarto 16 27,6% nenhuma preferência 13 22,4% sala de estar 10 17,2% sala de tv 9 15,5% sala de jantar 4 6,9% mais de um ambiente 3 5,2% outros 2 3,4% cozinha 1 1,7% Total geral 58 100,0%

Maior que 30 anos Ambiente Total % sala de estar 14 21,5% quarto 13 20,0% nenhuma preferência 13 20,0% outros 8 12,3% sala de jantar 7 10,8% mais de um ambiente 5 7,7% sala de tv 4 6,2% cozinha 1 1,5% Total geral 65 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros. Tabela 4.3 Preferência por algum ambiente residencial separado por sexo, em Curitiba - 2006 Feminino Ambiente Total % quarto 21 29,2% nenhuma preferência 17 23,6% sala de estar 14 19,4% sala de tv 7 9,7% outros 4 5,6% mais de um ambiente 4 5,6% sala de jantar 3 4,2% cozinha 2 2,8% Total geral 72 100,0% Masculino Ambiente Total % sala de estar 10 19,6% nenhuma preferência 9 17,6% sala de jantar 8 15,7% quarto 8 15,7% sala de tv 6 11,8% outros 6 11,8% mais de um ambiente 4 7,8% Total geral 51 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Nota: todos os ambientes diversos ou mais de uma resposta foi agrupada na opção outros. Para as questões que procuraram conhecer o conceito de ambiente confortável e desconfortável dos participantes, foi possível fazer uma classificação dos termos e palavras mais utilizados. A tabela 4.4 apresenta termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente confortável.

Tabela 4.4 - Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente confortável, em Curitiba - 2006 Termos ou palavras Relacionados à Total % iluminação adequada Conforto ambiental 38 23,0% aconchegante Emoções 20 12,1% espaçoso Espaço 18 10,9% arejado Conforto ambiental 18 10,9% organizado Espaço 10 6,1% agradável Emoções 10 6,1% decoração e materiais adequados Materiais 10 6,1% silencioso Conforto ambiental 9 5,5% temperatura agradável Conforto ambiental 7 4,2% limpo Espaço 7 4,2% relaxante Emoções 5 3,0% cores agradáveis Materiais 5 3,0% bonito Emoções 3 1,8% privacidade Espaço 1 0,6% próximo a áreas verdes Espaço 1 0,6% que tenha plantas Espaço 1 0,6% perfumado Emoções 1 0,6% salubre Conforto ambiental 1 0,6% Total geral 165 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Palavras relacionadas à iluminação foram as que mais definiram o conceito de ambiente confortável, totalizando cerca de 23%. Na seqüência, os termos aconchegante, espaçoso e arejado somaram juntos cerca de 35%. Para que fosse possível verificar se os materiais teriam alguma influência nessa definição foi possível agrupar os termos citados em quatro categorias: relacionados ao conforto ambiental; relacionados ao espaço; relacionados às emoções e por fim, os termos relacionados aos materiais. A tabela 4.5 mostra essa classificação, deixando claro que os termos ou palavras relacionadas ao conforto ambiental, como por exemplo,iluminação adequada, temperatura agradável, silencioso, predominam na definição do que seria um ambiental confortável, e os termos relacionados diretamente aos materiais parecem não ter tanta representatividade. Tabela 4.5 - Resumo das definições dadas para ambiente confortável, em Curitiba - 2006 Ambiente confortável Total % Relacionados ao conforto ambiental 81 49,1% Relacionados ao espaço 38 23,0% Relacionados às emoções 36 21,8% Relacionados aos materiais 10 6,1%

Total geral 165 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo O mesmo ocorre para as definições de ambientes desconfortáveis. É interessante notar, na tabela 4.6, que os termos relacionados à iluminação também foram os mais representativos, totalizando cerca de 22% da amostra, assim como foi mostrado na tabela 4.4 para ambientes confortáveis. Tabela 4.6 - Termos ou palavras mais utilizadas para definição de ambiente desconfortável, em Curitiba - 2006 Termos ou palavras Relacionados à Total % iluminação inadequada Conforto ambiental 32 22,1% pouco espaço Espaço 22 15,2% decoração e materiais inadequados Materiais 18 12,4% barulhento Conforto ambiental 13 9,0% temperatura desagradável Conforto ambiental 12 8,3% mal ventilado Conforto ambiental 12 8,3% desorganizado Espaço 11 7,6% desagradável Emoções 11 7,6% sujo Espaço 8 5,5% insalubre Conforto ambiental 4 2,8% ambientes formais Espaço 1 0,7% sem privacidade Espaço 1 0,7% Total geral 145 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Novamente, agrupando os termos citados, foi possível verificar que 55% deles estão relacionados ao contexto ambiental do conforto o que demonstrou a importância já conhecida da relação entre conforto ambiental e arquitetura. A tabela 4.7 mostra a classificação;

Tabela 4.7 - Resumo das definições dadas para ambiente desconfortável, em Curitiba - 2006 Ambiente desconfortável Total % Relacionados ao conforto ambiental 81 55,9% Relacionados ao ambiente 33 22,8% Relacionados às emoções 13 9,0% Relacionados aos materiais 18 12,4% Total geral 145 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Já as tabelas 4.8, 4.9 e 4.10 mostram que independente da idade,e sexo do respondente, a própria casa é o ambiente mais lembrado quando o assunto é conforto. Na tabela 4.8, que analisa as respostas de todos os participantes, a própria casa é reconhecida como um lugar confortável, correspondendo a 23,2% do percentual analisado. Tabela 4.8 - Indicação de um lugar confortável, em Curitiba - 2006 Lugar confortável Total % própria casa 13 23,2% outros 11 19,6% casa de amigos ou parentes 10 17,9% restaurante 9 16,1% hotel 9 16,1% teatro/cinema 4 7,1% Total geral 56 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Quando essa mesma pergunta é dividida em sexo e idades diferentes, observa-se que a própria casa continuam sendo o lugar mais lembrado quando os participantes foram questionados a citar um lugar confortável conhecido por eles.

Tabela 4.9 - Indicação de lugar confortável separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Menor que 30 anos Lugar Total % própria casa 7 23,3% restaurante 7 23,3% outros 5 16,7% casa de amigos ou parentes 4 13,3% teatro/cinema 4 13,3% hotel 3 10,0% Total geral 30 100,0% Maior que 30 anos Lugar Total % própria casa 6 23,1% casa de amigos ou parentes 6 23,1% outros 6 23,1% hotel 6 23,1% restaurante 2 7,7% Total geral 26 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo Tabela 4.10 - Indicação de lugar confortável separado por sexo, em Curitiba - 2006 Feminino Lugar Total % própria casa 10 25,0% casa de amigos ou parentes 7 17,5% restaurante 6 15,0% outros 8 20,0% hotel 6 15,0% teatro/cinema 3 7,5% Total geral 40 100,0% Masculino Lugar Total % própria casa 3 18,8% casa de amigos ou parentes 3 18,8% restaurante 3 18,8% outros 3 18,8% hotel 3 18,8% teatro/cinema 1 6,3% Total geral 16 100,0% Fonte: Pesquisa de Campo

4.2.2.2 Composição da amostra quanto à preferência por determinados ambientes residenciais sob o ponto de vista do conforto, uso e ocupação. Quando os participantes foram questionados sobre a preferência por um determinado ambiente, agora sob os pontos de vista do conforto e uso e ocupação especificamente, pôde-se observar que o quarto ainda predomina nas preferências gerais. Na tabela 4.11 abaixo, a opção mais de um ambiente, aparece com 43,9%, o que inclui, a escolha do quarto. Se analisados individualmente, o quarto aparece com 35% do percentual. Tabela 4.11 Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, em Curitiba - 2006 Ambiente preferido % Mais de 1 ambiente 54 43.9% Quarto 43 35.0% Sala de TV 15 12.2% Sala de Estar 7 5.7% Sala de Jantar 2 1.6% Cozinha 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Porém, quando os participantes passaram a ser classificados em faixas etárias, verificou-se que a sala de estar aparece com o ambiente preferido para o grupo de maiores de 30 anos. Já, para o grupo menores de 30 anos, o quarto ainda é o preferido, com 16 votos, totalizando 27,6%. Tabela 4.12 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, Separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Menor que 30 anos Ambiente Total % quarto 16 27.6 % nenhuma preferência 13 22.4 % sala de estar 10 17.2 % sala de tv 9 15.5 % sala de jantar 4 6.9% mais de um ambiente 3 5.2% outros 2 3.4%

cozinha 1 1.7% 100.0 Total geral 58 % Maior que 30 anos Ambiente Total % sala de estar 14 21.5 % quarto 13 20.0 % nenhuma preferência 13 20.0 % outros 8 12.3 % sala de jantar 7 10.8 % mais de um ambiente 5 7.7% sala de tv 4 6.2% cozinha 1 1.5% Total geral 65 100.0 % Fonte: Pesquisa de Campo Na separação feita por sexo do entrevistado, o quarto ainda permaneceu como o ambiente mais importante sob o ponto de vista do conforto, perdendo apenas para a classificação em mais de um ambiente. É o que mostra a tabela 4.13 abaixo. Tabela 4.13 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista do conforto, Separado por sexo, em Curitiba - 2006 Feminino Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 29 40.3% Quarto 28 38.9% Sala de TV 8 11.1% Sala de Estar 4 5.6% Sala de Jantar 1 1.4% Cozinha 1 1.4% Outro 1 1.4% Total geral 72 100.0% Masculino Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 25 49.0% Quarto 15 29.4% Sala de TV 7 13.7% Sala de Estar 3 5.9% Cozinha 1 2.0% Total geral 51 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo A justificativa para a escolha desse ambiente é apresentada na tabela 4.14, onde foram relacionados e agrupados por similaridade, as descrições dadas pelos participantes sobre o motivo da escolha. Com 37,4%, a justificativa de que o quarto é o ambiente mais utilizado da residência liderou a classificação seguido pela

justificativa de ser um local de descanso, com 36,6% e um local de convivência, com 13,8%. Tabela 4.14 Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista do conforto, em Curitiba - 2006 Justificativa Total % Espaço mais utilizado 46 37.4% local de descanso 45 36.6% local de convivência 17 13.8% outros 7 5.7% sem justificativa 4 3.3% local privativo 2 1.6% todos são importantes 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Quando essa mesma classificação foi feita sobre a preferência por um determinado ambiente, só que agora sob o ponto de vista uso e ocupação, o quarto novamente foi o ambiente mais votado da residência e a cozinha passar a ter mais importância que sala nessa categoria de classificação, pois apareceu logo abaixo, com 18,7% contra 22% das escolhas do quarto. A tabela 4.15 resumiu essa classificação. Tabela 4.15 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação, Em Curitiba - 2006 Ambiente preferido % Mais de 1 ambiente 40 32.5% Quarto 27 22.0% Cozinha 23 18.7% Sala de Estar 13 10.6% Sala de TV 12 9.8% Banheiro 3 2.4% Outro 3 2.4% Sala de Jantar 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Ficou claro que a cozinha passa a disputar com o quarto essa preferência, pois na tabela 4.16, quando os indivíduos foram separados por idades, ela chega a liderar a classificação para menores de 30 anos. Tabela 4.16 - Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação,

separado por faixa etária, em Curitiba - 2006 Menor que 30 anos Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 20 34.5% Cozinha 12 20.7% Quarto 12 20.7% Sala de Estar 7 12.1% Sala de TV 3 5.2% Outro 2 3.4% Sala de Jantar 1 1.7% Banheiro 1 1.7% Total geral 58 100.0% Maior que 30 anos Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 20 30.8% Quarto 15 23.1% Cozinha 11 16.9% Sala de TV 9 13.8% Sala de Estar 6 9.2% Banheiro 2 3.1% Sala de Jantar 1 1.5% Outro 1 1.5% Total geral 65 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo A divisão por sexo, porém, mostrou novamente que o quarto permanece como o ambiente mais votado, tanto para homens (25,5%) quanto para mulheres (19,45%). Essa diferença no percentual demonstrou que a escolha da cozinha é uma preferência que está mais relacionada a escolha feminina. Tabela 4.17- Preferência por algum ambiente residencial sob o ponto de vista uso e ocupação, Separado por sexo, em Curitiba - 2006 Feminino Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 24 33.3% Quarto 14 19.4% Cozinha 11 15.3% Sala de Estar 9 12.5% Sala de TV 8 11.1% Outro 3 4.2% Banheiro 2 2.8% Sala de Jantar 1 1.4% Total geral 72 100.0% Masculino Ambiente Total % Mais de 1 ambiente 16 31.4% Quarto 13 25.5% Cozinha 12 23.5% Sala de Estar 4 7.8% Sala de TV 4 7.8% Sala de Jantar 1 2.0%

Banheiro 1 2.0% Total geral 51 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Novamente a justificativa para a preferência do ambiente está condicionada ao fato de o quarto ser o local mais utilizado na residência. A tabela 4.18, mostra que essa justificativa lidera com quase 50% do percentual. Tabela 4.18 - Justificativa para escolha do ambiente sob o ponto de vista uso e ocupação, em Curitiba 2006 Justificativa Total % espaco mais utilizado 58 47.2% local de convivência 25 20.3% local de descanso 16 13.0% sem justificativa 6 4.9% outros 5 4.1% local de trabalho 4 3.3% local funcional 3 2.4% local privativo 3 2.4% todos são importantes 2 1.6% local agradavel 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo 4.2.2.3 Composição da amostra quanto aos materiais não encontrados nas residências e aos materiais atuais e ideais para cozinha, sala e dormitório da primeira etapa da pesquisa. A tabela 4.19 abaixo classificou a relação dos materiais menos encontrados nas residências dos participantes e entre os mais votados estão o forro em PVC, cm quase 20%, seguidos pelo porcelanatto (15%) e textura e carpete com cerca de 12% dos votos. Tabela 4.19 Materiais não encontrados nas residências dos respondentes, em Curitiba 2006 Materiais Total % Forro PVC 96 19.2% Porcelanato 75 15.0% Textura 63 12.6% Carpete 62 12.4% Forro em Madeira 60 12.0% Granito 40 8.0%

Forro em Gesso 38 7.6% Piso Laminado 37 7.4% Madeira 20 4.0% Cerâmica 8 1.6% Total geral 499 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo A partir daqui, as tabelas classificaram os materiais existentes nas residências dos participantes bem como as preferências por determinados materiais para cozinha, sala e dormitório e suas justificativas para escolha. A tabela 4.20 abaixo classificou o piso atual e ideal para cozinha. Pôde-se observar que a cerâmica foi o material atual e ideal mais votado ( 64% para piso atual e 41% como piso ideal), seguido pelo granito ( 17,9% atual e 33,3% para ideal) e porcelanatto ( 6,5% como atual e 16,3% como ideal). O porcelanatto aparece como sendo o material mas desejado se comparado com a pequena representação dele como material atual. Tabela 4.20 Classificação dos materiais encontrados para pisos de cozinha (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Piso Atual Material Total % Cerâmica 78 63.4% Granito 22 17.9% Porcelanato 8 6.5% Lajota Rústica 7 5.7% Borracha 3 2.4% Madeira Maciça 3 2.4% Carpete 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Piso Ideal Material Total % Cerâmica 51 41.5% Granito 41 33.3% Porcelanato 20 16.3% Lajota Rústica 5 4.1% Madeira Maciça 3 2.4% Borracha 2 1.6% Carpete 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Também como complementação da escolha do material para piso de cozinha,foi questionado ao participante s existia material sobreposto nesse piso e a tabela 4.21 classificou que a grande maioria, 80,5% do participantes, não possuem nenhum tipo de tapete sobre esses pisos. Tabela 4.21 Existência de material sobreposto para pisos de cozinha, em Curitiba - 2006

Material sobreposto (tapetes) Total % Não 99 80.5% Sim 24 19.5% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Já a justificativa dada para a escolha do material cerâmico como ideal para piso de cozinha mostrou que a grande preferência está no efeito estético que ele proporciona, seguido pela praticidade de lipeza e higiene. A tabela 4.22 abaixo relacionou essa classificação. Tabela 4.22 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de cozinha, em Curitiba 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 58 47.2% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 36 29.3% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 2 1.6% Mais seguro para caminhar 2 1.6% Isola melhor termicamente 2 1.6% Isola melhor acusticamente 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Assim como para o piso de cozinha, a parede também teve a cerâmica como material mais votado, tanto como sendo o material atual ou ideal. Para 78% dos participantes a cerâmica é o material mais encontrado atualmente nas paredes de cozinha dos participantes e também o material ideal. A tabela 4.23 apresenta essa classificação. Tabela 4.23 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de cozinha (atual e Ideal) em Curitiba - 2006 Parede Atual Material Total % Cerâmica 96 78.0% Pintura Lisa 21 17.1% Madeira (painéis ou lambris) 4 3.3% Papel de Parede 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Parede Ideal Material Total %

Cerâmica 96 78.0% Pintura Lisa 21 17.1% Pedras 2 1.6% Textura 2 1.6% Madeira (painéis ou lambris) 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo E a justificativa predominante mostrou que a higiene e limpeza é o motivo que faz as pessoas escolherem a cerâmica como material ideal para parede de cozinha. Tabela 4.24 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de cozinha, em Curitiba 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais higiênico ou mais fácil de limpar 53 43.1% Mais bonito 38 30.9% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 19 15.4% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 6 4.9% Outra razão 5 4.1% Isola melhor termicamente 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Sobre os forros de cozinha mais encontrados nas residências dos participantes, houve uma predominância tanto para material atual como ideal a escolha da laje pintada. E o motivo para tal escolha, que é apresentada na tabela 4.26, é que o material é considerado mais bonito por cerca de 39% dos participantes. Tabela 4.25 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de cozinha (atual e Ideal) em Curitiba - 2006 Forro Atual Material Total % Laje Pintada 66 53.7% Forro em Gesso Liso 24 19.5% Forro em Gesso com Detalhes 18 14.6% Forro em Madeira 13 10.6% Forro em PVC 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Forro Ideal Material Total % Laje Pintada 66 53.7% Forro em Gesso Liso 28 22.8% Forro em Gesso com Detalhes 22 17.9%

Forro em PVC 4 3.3% Forro em Madeira 3 2.4% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Tabela 4.26- Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de cozinha, em Curitiba 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 48 39.0% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 34 27.6% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 27 22.0% Outra razão 7 5.7% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 4 3.3% Isola melhor acusticamente 3 2.4% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo O próximo ambiente questionado foi a sala. A tabela 4.27 classificou o material atual e o considerado ideal para pisos de sala. Observou-se que cerca de 40% dos participantes possuem piso laminado de madeira e que praticamente essa mesma porcentagem prefere, na verdade, a madeira maciça como o material ideal. Esses dados podem ser observados na tabela 4.27 a qual apresenta essa classificação entre o material atual e ideal para piso de sala. Tabela 4.27 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Piso Atual Material Total % Piso Laminado 49 39.8% Madeira Maciça 36 29.3% Carpete 16 13.0% Cerâmica 10 8.1% Porcelanato 9 7.3% Lajota Rústica 2 1.6% Granito 1 0.8% Total geral 123 100.0% Piso Ideal Material Total % Madeira Maciça 47 38.2% Piso Laminado 40 32.5% Porcelanato 12 9.8% Carpete 10 8.1% Granito 9 7.3%

Cerâmica 2 1.6% Borracha 1 0.8% Cimento Alisado 1 0.8% Lajota Rústica 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Da mesma forma como foi questionado para o piso da cozinha, foi perguntada aos participantes a existência de material sobreposto no piso de sala. 66,7% responderam que existe material sobreposto, como tapetes, por exemplo. Tabela 4.28 Existência de material sobreposto para pisos de sala, em Curitiba - 2006 Material sobreposto (tapetes) Total % Sim 82 66.7% Não 41 33.3% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo A justificativa para a escolha da madeira maciça, como sendo o piso ideal para sala foi relacionada na tabela 4.29, onde foi possível observar que o efeito estético predomina a escolha com 50% dos votos, seguido pela importância do material ser mais aconchegante tanto para olhar como para tocar (17,9%) Tabela 4.29 Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de sala, em Curitiba 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 62 50.4% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 22 17.9% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 12 9.8% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 10 8.1% Isola melhor termicamente 9 7.3% Mais seguro para caminhar 5 4.1% Isola melhor acusticamente 3 2.4% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo

Para as paredes da sala, a pintura lisa predomina como material atual e ideal mais encontrado sendo seguida por textura como material ideal. Essa classificação pode ser analisada na tabela 4.30 abaixo. É importante lembrar, que a textura foi um dos materiais menos encontrados nas residências dos participantes, como foi apresentado na tabela 4.19 Tabela 4.30 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Parede Atual Material Total % Pintura Lisa 110 89.4% Madeira (painéis ou lambris) 7 5.7% Alvenaria aparente 4 3.3% Papel de Parede 1 0.8% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Parede Ideal Material Total % Pintura Lisa 45 36.6% Textura 41 33.3% Madeira (painéis ou lambris) 24 19.5% Alvenaria aparente 6 4.9% Papel de Parede 4 3.3% Outro 2 1.6% Pedras 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo O motivo para a escolha da pintura como material ideal é o fato de ser mais bonito que a textura, por exemplo. A escolha predomina com 60% dos votos. Menor preço e maior durabilidade foram classificados com sendo o segundo motivo mais importante na escolha da textura e apareceram com 17,9% do percentual. A tabela 4.31 apresenta essa classificação. Tabela 4.31- Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de sala, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 74 60.2% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 10 8.1% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 6 4.9% Outra razão 6 4.9% Isola melhor acusticamente 3 2.4% Isola melhor termicamente 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo

Já para a classificação do forro atual e ideal para sala, observou que cerca de 40% dos participantes possuem laje pintada, porém, a preferência é por forro em gesso com destaque sendo que a escolha foi justificada por 68% dos participantes como sendo um material mais bonito. É o que apresentam as tabelas 4.32 e 4.33. Tabela 4.32 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de sala (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Forro Atual Material Total % Laje Pintada 50 40.7% Forro em Gesso com Detalhes 42 34.1% Forro em Madeira 19 15.4% Forro em Gesso Liso 11 8.9% Outro 1 0.8% Total geral 123 100.0% Forro Ideal Material Total % Forro em Gesso com Detalhes 72 58.5% Forro em Gesso Liso 18 14.6% Laje Pintada 17 13.8% Forro em Madeira 16 13.0% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Tabela 4.33 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de sala, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 84 68.3% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 13 10.6% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 12 9.8% Outra razão 7 5.7% Isola melhor acusticamente 5 4.1% Isola melhor termicamente 1 0.8% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Na classificação dos materiais para dormitório, a tabela 4.34 apresenta a relação dos materiais atual e ideal para piso de dormitório. Observou-se que carpete e piso laminado são os materiais mais encontrados nas residências dos participantes atualmente. Apareceram empatados com 37,4% dos votos cada. Porém, o material considerado atual é o piso laminado, com 40,7% dos votos seguido pela madeira maciça com 33,3% e pelo carpete com 20,3%.

Tabela 4.34 Classificação dos materiais mais encontrados para pisos de dormitório (atual e ideal), em Curitiba - 2006 Piso Atual Material Total % Carpete 46 37.4% Piso Laminado 46 37.4% Madeira Maciça 24 19.5% Cerâmica 6 4.9% Cimento Alisado 1 0.8% Total geral 123 100.0% Piso Ideal Material Total % Piso Laminado 50 40.7% Madeira Maciça 41 33.3% Carpete 25 20.3% Porcelanato 4 3.3% Cerâmica 2 1.6% Granito 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Sobre a existência de material sobreposto na piso dos dormitórios, cerca de 55% dos participantes responderam que não possuem. Tabela 4.35 Existência de material sobreposto para pisos de dormitório, em Curitiba - 2006 Material sobreposto (tapetes) Total % Não 68 55.3% Sim 55 44.7% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo O motivo para a escolha do piso laminado como material ideal para piso de dormitório também está relacionado com o efeito estético do produto. Esperava-se que essa escolha estivesse relacionada com a facilidade de limpeza e manutenção, porém essa justificativa apareceu apenas com 9,8% dos votos. Tabela 4.36 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para pisos de dormitório, em Curitiba 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 60 48.8% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 18 14.6% Isola melhor termicamente 12 9.8% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 12 9.8% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 11 8.9%

Isola melhor acusticamente 7 5.7% Mais seguro para caminhar 3 2.4% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Já a classificação dos materiais mais encontrados para parede de dormitório, tanto atual como ideal está relacionada na tabela 4.37 abaixo. Tabela 4.37 Classificação dos materiais mais encontrados para paredes de dormitórios (atual e Ideal, em Curitiba - 2006 Parede Atual Material Total % Pintura Lisa 107 87.0% Madeira (painéis ou lambris) 6 4.9% Alvenaria aparente 5 4.1% Cerâmica 2 1.6% Textura 2 1.6% Papel de Parede 1 0.8% Total geral 123 100.0% Parede Ideal Material Total % Pintura Lisa 54 43.9% Madeira (painéis ou lambris) 32 26.0% Textura 26 21.1% Papel de Parede 6 4.9% Cerâmica 3 2.4% Alvenaria aparente 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Observou-se que a grande maioria dos participantes, cerca de 87% deles possuem a pintura lisa e 43% também preferem a pintura lisa. Mais uma vez a justificativa para escolha do material ideal está relacionada ao efeito estético do produto, como é apresentado na tabela 4.38 abaixo. Tabela 4.38 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para paredes de dormitórios, em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 68 55.3% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 25 20.3% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 16 13.0% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 6 4.9%

Isola melhor acusticamente 3 2.4% Isola melhor termicamente 3 2.4% Outra razão 2 1.6% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo Assim como aconteceu com o forro da sala, o material atual e ideal para forro de dormitório foi a laje pintada e o gesso com detalhes, respectivamente, os mais votados. Tabela 4.39 Classificação dos materiais mais encontrados para forros de dormitórios (atual e ideal), Em Curitiba - 2006 Forro Atual Material Total % Laje Pintada 71 57.7% Forro em Gesso com Detalhes 26 21.1% Forro em Madeira 16 13.0% Forro em Gesso Liso 9 7.3% Forro em PVC 1 0.8% Total geral 123 100.0% Forro Ideal Material Total % Forro em Gesso com Detalhes 51 41.5% Laje Pintada 35 28.5% Forro em Madeira 18 14.6% Forro em Gesso Liso 18 14.6% Forro em PVC 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo A justificativa para a escolha desse material mais uma vez esteve atrelada à beleza do produto, pois cerca de 58,5% dos participantes escolheram o fato do gesso com detalhes ser mais bonito que os demais materiais. Isso é apresentado na tabela 4.40 abaixo. Tabela 4.40 - Justificativa para escolha dos materiais ideais para forros de dormitórios, em Em Curitiba - 2006 Justificativa para escolha de material ideal Total % Mais bonito 72 58.5% Menor preço ou maior durabilidade ou ambos 22 17.9% Mais aconchegante tanto para olhar como para tocar 11 8.9% Isola melhor acusticamente 9 7.3% Mais higiênico ou mais fácil de limpar 4 3.3% Outra razão 4 3.3%

Isola melhor termicamente 1 0.8% Total geral 123 100.0% Fonte: Pesquisa de Campo De forma geral, a análise dos materiais preferidos nessa primeira etapa do questionário puderam ser resumidos na tabela 4.41 abaixo. Tabela 4.41 - Resumo dos materiais preferidos na primeira etapa do questionário, em Curitiba 2006 Cozinha Material % Piso Cerâmica 41,5% Parede Cerâmica 78,0% Forro Laje pintada 53,7% Sala Material Piso Madeira maciça 38,2% Parede Pintura lisa 36,6% Forro Forro em gesso com detalhes 58,5% Dormitório Material Piso Piso laminado de madeira 40,7% Parede Pintura lisa 43,9% Forro Forro em gesso com detalhes 41,5% Fonte: Pesquisa de Campo 4.2.2.4 Composição da amostra quanto aos materiais ideais para cozinha, sala e dormitório na segunda etapa da pesquisa e a relação de concordância entre a etapa 1 e 2 Após analisadas as respostas dadas na etapa 2 do questionário, foi possível verificar que a escolha dos materiais nessa etapa difere, na grande maioria, da escolha feita na etapa 1. Isso se deve, em grande parte, porque nessa etapa, como foi explicado no capítulo 3, os materiais eram analisados através de fotos de ambientes e não tomados individualmente como ocorreu na etapa 1. O objetivo dessa análise era validar as respostas dadas pelos participantes na primeira etapa e também o de testar a hipótese principal do trabalho.

Para facilitar o entendimento do leitor sobre as preferências dos materiais encontrados nessa etapa do questionário, abaixo foram colocadas as imagens utilizadas para verificar a escolha e conseqüentemente o material preferido. Essas imagens foram classificadas como fotos de 1 a 5, sendo que a opção 6, que aparece nas tabelas de classificação representa a opção montada pelos participantes para escolher a combinação dos materiais ideais. As figuras 7,8,9,10 e 11 representam as imagens utilizadas no questionário da etapa 2 para o ambiente da cozinha. Figura 7 foto 1 para Cozinha Piso em Cerâmica, parede em cerâmica e forro em laje pintada

Figura 8 foto 2 para Cozinha Piso em Porcelanatto, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. Figura 9 foto 3 para Cozinha Piso em Madeira, parede em cerâmica e forro em gesso liso.

Figura 10 foto 4 para Cozinha Piso em Granito/ mármore, Parede em pintura Lisa e forro em laje pintada. Figura 11 foto 5 para Cozinha Piso em Lajota Rústica, Parede em textura e forro em gesso liso. Quando submetidos à escolha através das imagens os resultados puderam ser classificados de acordo com a tabela 4.432abaixo. Tabela 4.42 - Classificação da preferência dos materiais para cozinha, através das imagens da Etapa 2, em Curitiba - 2006 Foto Opção Cozinha Votos %

4 Piso em Granito/ mármore, Parede em pintura Lisa e forro em laje pintada. 21 26% 2 Piso em Porcelanatto, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 18 22% 1 Piso em Cerâmica, parede em cerâmica e forro em laje pintada 13 16% 3 Piso em Madeira, parede em cerâmica e forro em gesso liso. 10 12% 5 Piso em Lajota Rústica, Parede em textura e forro em gesso liso. 4 5% 6 Outras combinações 15 19% Total 81 100% Fonte: Pesquisa de Campo A foto 4 foi a mais votada, com 26% dos votos, seguida pela foto 2 com 22%, diferindo da preferência da etapa 1 do questionário, a qual deveria apontar a foto 1 como a mais votada. Já as figuras 12,13,14,15 e 16 ilustram as fotos utilizadas para verificar a preferência dos materiais para sala, na etapa 2 do questionário Figura 12 foto 1 para sala Piso Laminado de madeira, parede em pintura lisa e laje pintada.

Figura 13 foto 2 para sala Piso Laminado de madeira, parede em Pintura Lisa e forro em gesso com detalhes. Figura 14 foto 3 para sala Piso em Madeira Maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes.

Figura 15 foto 4 para sala Piso em porcelanatto, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. Figura 16 foto 5 para sala Piso em carpete, parede em textura e forro em gesso com detalhes. Analisando as escolhas através das imagens mostradas acima, a maioria dos participantes escolheram a foto 3, como a que representa a melhor combinação de materiais ideais. Essa classificação é apresentada na tabela 4.43

Tabela 4.43 - Classificação da preferência dos materiais para sala, através das imagens da etapa 2, em Curitiba - 2006 Foto Opção Sala Votos % 3 Piso em Madeira Maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 26 32% 2 Piso Laminado de madeira, parede em Pintura Lisa e forro em gesso com detalhes. 19 23% 1 Piso Laminado de madeira, parede em pintura lisa e laje pintada. 12 15% 4 Piso em porcelanatto, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. 10 12% 5 Piso em carpete, parede em textura e forro em gesso com detalhes. 5 6% 6 Outras combinações 9 11% Total 81 100% Fonte: Pesquisa de Campo Observou-se que a preferência para o ambiente da sala coincidiu com a escolha dos materiais na etapa 1 do questionário. Em ambas as respostas, sendo tomados individualmente ou no conjunto, os materiais escolhidos para sala foram, o piso de madeira maciça, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. Abaixo, seguem as figuras 17,18,19,20 e 21, que ilustraram o questionário na etapa 2 para o ambiente de dormitório. Figura 17 foto 1 para dormitório Piso laminado de madeira, parede em pintura liso e forro em laje pintada.

Figura 18 foto 2 para dormitório Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. Figura 19 foto 3 para dormitório Piso em Madeira maciça, parede em papel de parede e forro em gesso liso.

Figura 20 foto 4 para dormitório Piso em Carpete, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. Figura 21 foto 5 para dormitório Piso em Madeira maciça, parede em textura e forro em gesso com detalhes. Observou-se que a foto que melhor representa a escolha dos materiais idéias para o ambiente de dormitório foi a foto 4, liderando com 43% dos votos e discordando, portanto, da escolha dos materiais tomados individualmente na etapa 1. A foto que deveria aparecer como sendo a mais votada seria a de número 2. A tabela 4.44 apresenta a classificação encontrada.

Tabela 4.44 - Classificação da preferência dos materiais para dormitório, através das imagens da Etapa 2, em Curitiba - 2006 Foto Opção Dormitório Votos % 4 Piso em Carpete, parede em painel de madeira e forro em gesso liso. 35 43% 5 Piso em Madeira maciça, parede em textura e forro em gesso com detalhes. 15 19% 2 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em gesso com detalhes. 9 11% 1 Piso laminado de madeira, parede em pintura lisa e forro em laje pintada. 7 9% 3 Piso em Madeira maciça, parede em papel de parede e forro em gesso liso. 6 7% 6 Outras combinações 9 11% Total 81 100% Fonte: Pesquisa de Campo Após feita essa análise por foto da combinação dos materiais escolhidos através das imagens, as respostas dadas pelos participantes na etapa 1 e 2 foram submetidas à análise estatística utilizando o método KAPPA, que como explicado no capítulo 3 desse trabalho, é uma medida de associação entre variáveis discretas, proposto por Cohen (1960), que quantifica a concordância entre avaliadores, neste caso, estudando o nível de concordância entre as duas fazes da pesquisa quantificando a concordância entre os materiais escolhidos na primeira e segunda fase. O resultado da aplicação da estatística KAPPA é demonstrado na tabela 4.45 que apresenta o nível de concordância para todos os materiais escolhidos para cozinha, sala e dormitório, entre piso, parede e forro. Tabela 4.45 - Resumo para o nivel de concordância através da Estatística Kappa, em Curitiba 2006 COZINHA SALA DORMITÓRIO Piso Parede Forro Piso Parede Forro Piso Parede Forro s 11 9 7 11 9 7 11 9 7 n 81 81 81 81 81 81 81 81 81 Po 0,346 0,358 0,284 0,407 0,333 0,062 0,358 0,333 0,062 Pe 0,201 0,365 0,326 0,268 0,312 0,414 0,245 0,24 0,235 Kappa 0,182-0,012-0,062 0,191 0,031-0,602 0,15 0,123-0,226 Var(kappa) 0,0044 0,0179 0,0061 0,0052 0,0099 0,0067 0,0066 0,0066 0,0074 Fonte: Pesquisa de Campo kappa = (Po - Pe) / (1 - Pe) Po = Soma (pii) ou Soma (nii / n) Pe = Soma (pmarginal i linha * pmarginal i coluna) ou 1/n2 * Soma ( n marginal linha * n marginal coluna)

s n Po Pe kappa Colunas/Linhas que tem a matriz que é quadrada (i=j) Total de respostas. Valor do Po que é soma das probabilidades de concordância. Valor do Pe que é soma das probabilidades gerais de concordância sobre Ho, discordância. Estatistica kappa que testa o nivel de concordância entre os observadores. Observando a tabela verifica-se que para todas as opções, não foi possível rejeitar a hipótese inicial, pois houve um nível de concordância muito baixo variando de -0,602(mínimo) a 0,31(máximo) indicando desse modo que entre as observações não há concordância. Os p-valores obtidos para a estatística kappa não foram suficientemente significativos para rejeitar H 0 de que não há concordância entre as respostas dadas nas duas etapas pelos entrevistados. Dessa forma pôde-se concluir que o impacto das imagens utilizadas na segunda etapa provocaram uma mudança de opinião nos participante em relação à primeira etapa. As matrizes utilizadas para a análise desses dados podem ser verificadas no apêndice 4 desse trabalho.

CONCLUSÃO 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

5 CONCLUSÃO Independentemente da escolha ou preferência, os materiais de acabamento das superfícies dão forma e significado ao espaço e é difícil não perceber o impacto e a importância deles no ambiente. As inúmeras características de qualquer material, entre elas a expressada pela sua cor, textura, acabamento, calor e respostas inerentes à luz, por exemplo, fazem muitas vezes com que a percepção do conforto seja mais intensa, e esse fato, associado também a outros fatores fisiológicos e psicológicos, acaba por determinar as verdadeiras preferências dos usuários. Não foi possível, nesse trabalho, quantificar essa diferença e nem mesmo é possível generalizar os dados obtidos, uma vez que a amostra da pesquisa é bastante limitada. Os percentuais demonstrados apenas ilustram os dados encontrados com o objetivo de fornecer argumentos para outras pesquisas. O caráter exploratório de todo o trabalho não permitiria outra interpretação. O método de pesquisa adotado mostrou-se adequado aos objetivos do trabalho. A utilização da revisão bibliográfica, combinada com um levantamento de caráter exploratório, possibilitou chegar a resultados e conclusões que, mesmo com uma amostra limitada, não passível de generalização, proporcionou uma visão geral, mas aproximativa sobre o tema pesquisado e com isso possibilitou a formulação de hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Outros métodos, porém, poderiam também ser adequados, como por exemplo a utilização de uma entrevista estruturada, a qual possibilitaria um contato direto com o entrevistado. Com isso, seria possível fazer uma interpretação subjetiva de seu comportamento. Uma vez que o questionário foi utilizado como formulário para coleta de dados com o objetivo de atingir um número bastante grande de participantes e isso não ocorreu, a aplicação de uma entrevista, mesmo num número menor de participantes, poderia fornecer resultados até mais significativos, pois seria possível obter um controle maior da qualidade das respostas dadas. Um estudo de caso poderia ser também adotado, por se tratar de um estudo dentro de um contexto real de acontecimentos, porém ele poderia apresentar um caráter mais de tentativa do que apresentar efetivamente evidências mais convincentes de forma a proporcionar ao leitor fazer um julgamento independente em relação ao mérito da análise (YIN,2002).

O experimento foi descartado por exigir que o problema fosse apresentado de maneira clara e objetiva sendo que a hipótese deveria apresentar uma relação causal entre variáveis (GIL,1996). O tema escolhido não permitiu tal interpretação, pois não foram analisados somente um material e um ambiente. Por meio da revisão bibliográfica pode-se concluir que a falta de publicações e de outros trabalhos voltados ao tema da pesquisa dificultou uma análise mais profunda sobre a relação estudada. Foi necessário partir de temas bastante abrangentes que, de certa forma, tiveram relação com a pesquisa, porém, contribuíram mais no sentido de reforçar a importância de estudar o espaço interno da edificação e o conforto no ambiente construído, do que propriamente para comprovar a relação entre conforto e preferência por determinados materiais de acabamento. Já a análise da interpretação dos dados obtidos na primeira etapa do questionário, demonstrou uma certa segmentação de opinião, entre homens e mulheres, de idades diferentes, sobre suas preferências relacionadas aos ambientes residenciais. As mulheres, por exemplo, escolheram o ambiente do dormitório como o mais importante sob o ponto de vista do conforto e do uso e ocupação, enquanto os homens parecem preferir a sala, fato que enfatiza a divergência, já comprovada em muitas literaturas, de que homens e mulheres pensam, agem e interpretam de forma diversas. As mulheres ainda aparecem muito ligadas à privacidade e vida íntima da moradia, e os homens relacionados com o ambiente público, dos afazeres sociais, características culturais de uma evolução que ainda perdura. Nas definições de ambientes confortáveis e desconfortáveis, quase uma unanimidade. Pôde-se concluir, que a iluminação é um dos fatores de maior importância para esses ambientes, seja a iluminação adequada, agradável, para a descrição de ambiente confortável e mal iluminado, escuro, por exemplo, para a definição de ambiente desconfortável. Isso sugere, portanto, uma atenção especial para a questão da iluminação em interiores residenciais. Outra questão importante é que a pesquisa demonstrou, tanto para homens, como para mulheres, que a própria casa ainda é o ambiente mais lembrado quando

o assunto é conforto e isso justifica, mais uma vez, a importância desse trabalho; aprimorar o conforto nesses ambientes. Ainda referente aos resultados da primeira etapa do questionário, pôde-se perceber que alguns revestimentos como textura e porcelanatto, apesar de hoje consagrados como boas opções de acabamento, ainda estão longe de serem revestimentos comuns nas residências, pois apareceram como uns dos mais votados na relação de materiais não encontrados atualmente. Porém, são citados como materiais ideais para salas, pelo efeito estético e por isso demonstram um certo modismo e a volatilidade desses materiais devido à inúmeras opções de revestimentos oferecidas pelo mercado. A maior contribuição da pesquisa, porém, foi poder verificar que existe uma relação entre a preferência por determinados acabamentos, sob o ponto de vista do conforto, relacionada com a percepção do material aplicado nos interiores residenciais e que ela realmente difere da escolha do material se tomado de forma individual sobre o ambiente. Para a cozinha, uma certa preferência já culturalmente consagrada manteve a cerâmica como o material atual e ideal mais votado para pisos e paredes na primeira etapa da pesquisa. Porém, na segunda etapa, onde os materiais passaram a serem visualizados no ambiente, granito e pintura são os realmente preferidos. Se num primeiro momento, a cerâmica era o material ideal por ser mais higiênico e mais bonito, na segunda etapa, talvez, tenha sido substituído por materiais de mesmas características só que com capacidades de percepção mais intensas. Já para as salas, o piso laminado de madeira, a pintura lisa e a laje pintada apareceram como os materiais atuais mais encontrados nas residências dos participantes, porém, somente a pintura lisa foi considerado ideal no primeiro momento. Quando submetidos à escolha das imagens, os materiais de piso, parede e forro ideais apareceram como sendo os mesmos existentes na situação ideal da segunda etapa, demonstrando que pelo menos no ambiente sala houve concordância das respostas.

E para o ambiente de dormitório, o carpete, material mais encontrado nas residências, é também o material mais preferido na percepção do conforto através das imagens, apesar de o piso laminado de madeira ter sido escolhido como ideal na primeira etapa. Isso demonstra, de certa forma, que mesmo com a grande evolução das linhas de pisos laminados, o carpete, sendo mais antigo que o piso laminado, ainda apresenta o seu diferencial na percepção do conforto, mesmo sendo muito criticado pela sua dificuldade de limpeza e manutenção. As divergências também apareceram para os materiais de parede e forro, comprovando mais uma vez que a visualização dos ambientes provocou uma mudança de opinião dos participantes demonstrando com isso, que apesar de não ser possível quantificar e justificar exatamente o motivo dessa alteração, ela existiu. Nesse sentido, foi possível mostrar que existe uma relação entre o material preferido, o conforto percebido e a visualização dele no ambiente. E com isso, mesmo sabendo da dificuldade de selecionar a amostra, sem a intenção de generalizar as informações descobertas, a pesquisa sugere um novo olhar sobre a importância da arquitetura de interiores e seus materiais de acabamento. Mais do que isso, mostrar aos profissionais que atuam na área de interiores residenciais e de especificação de materiais o quanto, certas decisões, muitas vezes tomadas por eles, pode afetar a relação entre o conforto e o ambiente. 5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Como foi previsto na descrição do método de pesquisa, o presente trabalho iria proporcionar, como produto final dessa dissertação, um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante outros procedimentos. Portanto, o resultado dessa pesquisa sugere a necessidade de outros estudos relacionados ao tema: a) A extrapolação da pesquisa dessa dissertação para outros materiais de revestimento;

b) Complementar a pesquisa, porém utilizando o método de estudo de caso onde seria possível levar às pessoas até o ambiente real a ser analisado; c) Através de uma amostra aleatória, discutir os materiais e efeitos percebido em vários ambientes visitados; d) Aplicar o estudo a uma amostra específica e delimitada, como por exemplo, a um grupo de arquitetos especificadores; e) Aplicar a pesquisa a outras classes sociais e a cidades com condições climáticas diferentes; f) Aprimorar a pesquisa utilizando uma escala semântica para classificar, por exemplo, materiais de rústico à elegantes; g) Utilizar APO - Avaliação Pós Ocupação - contrapondo a casa dos entrevistados com as respostas dadas ao questinoário. O resultado desses estudos poderia contribuir para um conhecimento mais aprofundado sobre a preferência por determinados materiais além de garantir uma validade externa maior, uma vez que para que seja possível generalizar os resultados seria necessário, primeiramente, realizar outros estudos e comparar os resultados alcançados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

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APÊNDICES 1 INTRODUÇÃO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 MÉTODO DE PESQUISA 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 5 CONCLUSÃO GERAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

Apêndice 1 Teste piloto do questionário UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL PGCC MESTRADO EM CONSTRUÇÃO CIVIL - UFPR QUESTIONÁRIO SOBRE MATERIAIS DO ESPAÇO INTERNO DA EDIFICAÇÃO O questionário elaborado a seguir é parte integrante da coleta de dados para uma dissertação de mestrado do programa de Pós Graduação em Construção Civil, da Universidade Federal do Paraná. Tendo como linha de pesquisa o conforto no ambiente construído e, como tema, a especificação de materiais para o espaço interno da edificação sob o contexto ambiental do conforto, o objetivo dessa pesquisa é aprimorar a qualidade interna das edificações no que diz respeito à correta especificação dos materiais. Portanto, seu preenchimento cuidadoso e sincero será muito apreciado. Nome (opcional): Masculino Feminino Idade: 1) Qual é a Tipologia da sua moradia? 1( ) Casa 2( ) Apartamento 3( ) Hotel / Flat 4( )Outro. 2) Caso você more em casa ou apartamento, a quem pertence? 1( ) aos pais 2( ) residência própria 3( ) a um parente/ familiar 4( ) É alugada 3) Em quantos cômodos ou ambientes é divida a sua residência?

4) Você tem preferência por algum ambiente em específico? 1( ) Sim. Qual? 2( ) Não 5) Para você, o que significa a palavra conforto? 6) Como você descreveria um ambiente confortável? 7) Você poderia citar um ambiente, que sob o seu ponto de vista, é confortável? (se possível, citar o lugar, local, tipo de ambiente, descreve-lo) 7) Dos ambientes relacionados abaixo, qual deles você considera mais importante sob o ponto de vista do conforto? 1. Sala de estar 2. Sala de jantar 3. Sala de TV 4.quarto 5. Cozinha 6. Banheiro 7. Outro. Por quê? 8) E sob o ponto de vista uso / ocupação, qual deles é mais importante? 1. Sala de estar 2. Sala de jantar 3. Sala de TV 4. quarto 5. Cozinha 6.Banheiro 7. Outro. Por quê? 9) Qual ou quais dos materiais relacionados abaixo você Não possui em nenhum ambiente de sua residência considerando somente pisos, paredes e tetos? 1 ( ) Madeira 2 ( ) Piso Laminado de madeira 3 ( ) Granito / Mármore 4 ( ) Cerâmica 5 ( ) Porcelanato 6 ( ) Carpete 7 ( ) Textura 8 ( ) Forro em gesso 9 ( ) Forro em PVC

10( ) Forro em madeira SALA DE ESTAR/JANTAR 1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? piso laminado de madeira madeira maciça (tábuas) carpete borracha cimento alisado mármore / Granito cerâmica porcellanato lajotas rústicas outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar mais seguro para caminhar outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)? não sim 2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? madeira (painéis ou lambris) pintura lisa texturas alvenaria aparente pedras papel de parede cerâmicas

outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar outro: 3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? Laje pintada forro em gesso com sancas e detalhes forro em gesso liso em placas ou acartonado forro de PVC forro de madeira outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais higiênico ou mais fácil de limpar outro:

COZINHA/LAVANDERIA 1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? piso laminado de madeira madeira maciça (tábuas) carpete borracha cimento alisado mármore / Granito cerâmica porcellanato lajotas rústicas outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar mais seguro para caminhar outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)? não sim 2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? madeira (painéis ou lambris) pintura lisa texturas alvenaria aparente pedras papel de parede cerâmicas outro:

Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar outro: 3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? Laje pintada forro em gesso com sancas e detalhes forro em gesso liso em placas ou acartonado forro de PVC forro de madeira outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais higiênico ou mais fácil de limpar outro:

DORMITÓRIOS 1 De que material é revestido o piso deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? piso laminado de madeira madeira maciça (tábuas) carpete borracha cimento alisado mármore / Granito cerâmica porcellanato lajotas rústicas outro: Por quê? (pode marcar mais de uma opção) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar mais seguro para caminhar outro: Há ainda outros materiais sobrepostos (tapetes)? não sim 2 Quais materiais se encontram nas paredes deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? madeira (painéis ou lambris) pintura lisa texturas alvenaria aparente pedras papel de parede cerâmicas outro:

Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar mais higiênico ou mais fácil de limpar outro: 3 De que material é feito o forro / teto deste ambiente em sua residência? Qual seria, (este mesmo, ou outro) o material ideal? Laje pintada forro em gesso com sancas e detalhes forro em gesso liso em placas ou acartonado forro de PVC forro de madeira outro: Por quê? (pode marcar mais de uma razão) menor preço ou maior durabilidade, ou ambos mais bonito mais aconchegante tanto para olhar, como para tocar isola melhor acusticamente isola melhor termicamente mais higiênico ou mais fácil de limpar outro:

Apêndice 2 Formulário questionário etapa 1