QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES



Documentos relacionados
TRABALHADORES DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL

VARIÁVEIS PREDITORAS DA AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS COM HIV/AIDS

ATIVIDADE FÍSICA, ESTADO NUTRICIONAL E PREOCUPAÇÕES COM A IMAGEM CORPORAL EM ADOLESCENTES

DOCENTES DO CURSO DE JORNALISMO: CONHECIMENTO SOBRE SAÚDE VOCAL

Adultos Jovens no Trabalho em Micro e Pequenas Empresas e Política Pública

O resultado de uma boa causa. Apresentação de resultados da campanha pela Obesidade do programa Saúde mais Próxima

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Porto\Portugal. Uma perspectiva comportamental em Adolescentes Obesos: Brasil x Portugal

Diretoria de Pesquisas. Pesquisa de Orçamentos Familiares crianças, adolescentes e adultos no Brasil

Incorporação da curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN

PLURALIDADE CULTURAL E INCLUSÃO NA ESCOLA Uma pesquisa no IFC - Camboriú

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

INDICE ANTROPOMÉTRICO-NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA INCLUSAS EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG Câmpus Barbacena

OBESIDADE INFANTIL ESCOLAR

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

PERFIL NUTRICIONAL DE PRÉ - ESCOLARES E ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DA CIDADE DE MARINGÁ, PR

DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE INFANTIL

Avaliação antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade.

CURSO PRÉ-VESTIBULAR UNE-TODOS: CONTRIBUINDO PARA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO *

AÇÕES EDUCATIVAS COM UNIVERSITÁRIOS SOBRE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO AOS CANDIDATOS A TRANSPLANTE HEPÁTICO HC-FMUFG TRABALHO FINAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA /2011

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

-1- PREVENÇÃO DE ACIDENTES INFANTIS: FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 1

Fundação Carmelitana Mário Palmério FACIHUS Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

O que pensam os professores da educação básica de Campinas sobre a aprendizagem dos alunos: evidências da Prova Brasil Por Stella Silva Telles

Projeto Ação Social. Relatório equipe de Nutrição Responsável pelos resultados: Vanessa de Almeida Pereira, Graduanda em Nutrição.

FORMAÇÃO PARA PAIS E DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Faculdade de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Educação RESUMO EXPANDIDO DO PROJETO DE PESQUISA

AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE AUDITIVA SOB A PERSPECTIVA DO USUÁRIO: PROPOSTA DE INSTRUMENTO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA EQUIPE DA UNIDADE DE SAÚDE

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO CONSUMO DE ALIMENTOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE CHOPINZINHO PR SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE GESTÃO

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MATRICULADAS EM DUAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE MARIALVA PR

EXCESSO DE PESO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MINAS GERAIS 1

ATUALIZAÇÃO EM FERIDAS CUTÂNEAS E CURATIVOS

III Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí III Jornada Científica 19 a 23 de Outubro de 2010

COMPORTAMENTO ALIMENTAR, AUTOCONCEITO E IMAGEM CORPORAL EM PRÉ-ADOLESCENTES COMO FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES

Programa Institucional de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI/INTA/CNPq) EDITAL

REGULAMENTO DO PROCESSO SELETIVO - ISMART 2015 PROJETO BOLSA TALENTO

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

RELATÓRIO GERAL AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 2014

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS COM CÂNCER ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

ANÁLISE DE RELATOS DE PAIS E PROFESSORES DE ALUNOS COM DIAGNÓSTICO DE TDAH

APLICAÇÕES DE POLINÔMIOS: CONTEXTUALIZANDO E INTERDISCIPLINANDO AOS TEMAS DA SAÚDE

Palavras - Chave: Estado Nutricional; Programa Bolsa Família; Crianças; Antropometria. 1. INTRODUÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PIC

CONSUMO DE ÁLCOOL E TABACO ENTRE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA E FISIOTERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA METODOLOGIA PARA VALIDAÇÃO DOS ÍNDICES DE OBESIDADE

Ações Educativas Em Nutrição: Testando a Efetividade de um Modelo para Reduzir a Obesidade Infantil

Aluno: Carolina Terra Quirino da Costa Orientador: Irene Rizzini

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

Primeira Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua

Palavras-chave: Aptidão Física. Saúde. Projeto Esporte Brasil.

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

Como Elaborar Um Projeto de Pesquisa

CHAMADA PÚBLICA 2015

A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DO JUDÔ NO BENEFÍCIO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

As ações estratégicas relacionadas com a implementação do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares - SIPD

RELATÓRIO DA DIMENSÃO PESQUISA (volume II e pág. de 100 a 172) 1- Material de referência: Iniciação Científica

INGESTÃO DIETÉTICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE DANÇARINAS DA UFPA (BELÉM PA).

EPIDEMIOLOGIA DO USO DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO SANTA FELICIDADE, CASCAVEL PR.

REGULAMENTO DO PROCESSO SELETIVO - ISMART 2014 PROJETO BOLSA TALENTO

AVALIAÇÃO DO MESTRADO EM EDUCAÇÃO MUSICAL NO ENSINO BÁSICO

COMUNICADO n o 002/2012 ÁREA DE LETRAS E LINGUÍSTICA ORIENTAÇÕES PARA NOVOS APCNS 2012 Brasília, 22 de Maio de 2012

MORTALIDADE FETAL SEGUNDO VARIÁVEIS RELACIONADAS À MÃE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

CONHECIMENTO DE PROFESSORES ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DE FALA E AÇÕES

A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MÉDICA: UM ESTUDO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB.

Como vai a Governança de TI no Brasil? Resultados de pesquisa com 652 profissionais

CONCEITOS E MÉTODOS PARA GESTÃO DE SAÚDE POPULACIONAL

De volta para vida: a inserção social e qualidade de vida de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial

DESIGUALDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SALINAS MG

REGULAMENTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ESTUDO LONGITUDINAL SOBRE O ESTILO DE VIDA DE JOVENS DE PELOTAS/RS. NATAN FETER ¹; THAIS BURLANI NEVES²; FELIPE FOSSATI REICHERT²

NTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINOS DA CIDADE DE AMPARO - SÃO PAULO

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

A prática de esportes nas aulas de Educação Física Escolar: perspectivas a partir da descrição de estudos nacionais

Aula 1 - Avaliação Econômica de Projetos Sociais Aspectos Gerais

Relato de experiência sobre uma formação continuada para nutricionistas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

Palavras-chave: Suplementos Alimentares, Musculação, Academia de Ginástica.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA BARREIRA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE FIGURAS... ÍNDICE DE QUADROS...

Humanização no atendimento do Profissional Envolvidos Com as Técnicas Radiológicas

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINAS DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Uyeda, Mari*

PLANEJAMENTO URBANO E DE TRANSPORTES BASEADO EM CENÁRIO DE MOBILIDADE SUSTENTÁVEL O CASO DE UBERLÂNDIA, MG, BRASIL

APONTAMENTOS SOBRE A DISCIPLINA DE PERCEPÇÃO MUSICAL NO ENSINO SUPERIOR DE MÚSICA

ESCOLA ESTADUAL ERNESTO SOLON BORGES PREVENÇÃO E QUALIDADE DE VIDA - ALCOOLISMO

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DOS NEONATOS PREMATUROS NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ H.U.O.P.

AS DIFICULDADES DOS ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA COMPREENSÃO DE EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES

Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO PERCEBIDA POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ANÁLISE DAS ATITUDES EM RELAÇÃO À ESTATÍSTICA DE ALUNOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, FARMÁCIA E LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

RESUMO DE TRABALHO PARA APRESENTAÇÃO NO CONPEX

Transcrição:

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Sandra Fiorelli de Almeida Penteado Simeão e-mail: ssimeao@usc.br; Márcia Aparecida Nuevo Gatti e-mail: marciangatti@gmail.com; Elisama Ednil de Farias Soares e-mail: elisama.soares@yahoo.com.br; Marta Helena Souza De Conti e-mail: madeconti@yahoo.com.br; Alberto De Vitta e-mail: albvitta@yahoo.com.br Comunicação Oral Pesquisa concluída Eixo 1- Práticas educativas, comunicação e tecnologia Palavras-chave: Qualidade de vida; excesso de peso; crianças; adolescentes. Introdução A avaliação da qualidade de vida QV tem recebido a atenção de diferentes áreas do conhecimento. Poucos estudos avaliam a QV de pessoas aparentemente saudáveis, como é o caso de crianças e adolescentes. Entretanto, quando está associada a algum referencial, encontram-se várias pesquisas como as relacionadas ao excesso de peso (KUNKEL et al., 2009; GORDIA et al., 2010). Segundo a OMS (1999) obesidade é uma doença crônica que compromete a saúde e sua prevalência aumentada vem tornando-se grande problema de saúde pública. Crianças e adolescentes obesos serão, provavelmente, adultos obesos, podendo sofrer as consequências dessa situação de risco (SILVA et al., 2005). Em conformidade com a OMS, os Parâmetros Curriculares Nacionais para os Ensinos Fundamental e Médio (BRASIL, 1997; BRASIL, 1999) enfatizam que a escola participa decisivamente trazendo conhecimentos específicos em relação à promoção da saúde. Para investigar a QV de jovens desenvolveu-se o questionário Pediatric Quality of Life Inventory TM (PedsQL TM 4.0), cujo uso para fins acadêmicos e não lucrativos foi concedido pelo Mapi Research Institute. Considera dimensões de 1

saúde física, mental, social e escolar (VARNI et al., 2003; KLATCHOIAN et al., 2008), relacionando a melhor QV aos maiores escores (0 a 100). Assim, objetivou-se investigar a QV e sua associação com o excesso de peso em crianças e adolescentes dos Ensinos Fundamental e Médio de uma escola pública estadual da cidade de Bauru/SP. Metodologia Estudo transversal com todos os alunos do Fundamental (6º ao 9º) e três anos do Médio de uma escola estadual da região noroeste de Bauru/SP. A Diretoria Regional de Ensino de Bauru e a direção da escola autorizaram a sua realização. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (412.238). Aconteceu de agosto a novembro de 2013, contemplando 258 estudantes (134 meninas e 124 meninos). Os pais/responsáveis autorizaram sua participação assinando o Termo de Consentimento. As atividades foram desenvolvidas no ensino fundamental de tempo integral na oficina Saúde e Qualidade de Vida, que trata temas de promoção e manutenção da saúde, desenvolvimento de atitudes e hábitos saudáveis na escola, nas residências dos alunos e outros ambientes. Os estudantes responderam às questões norteadoras O que é qualidade de vida? e Você acha que o excesso de peso influencia na qualidade de vida?. A seguir foram esclarecidos sobre os temas e responderam aos questionários sóciodemográfico e PEDSQL TM 4.0. Foram tomadas medidas antropométricas (peso/altura) para cálculo do IMC, segundo parâmetros da OMS (faixa etária entre 10 e 19 anos). Aqueles classificados como magreza e eutrofia foram agrupados como Sem excesso de peso e os enquadrados em sobrepeso e obesidade foram denominados Com excesso de peso. Os alunos calcularam seus escores de QV e seu IMC recebendo posteriores orientações. Foi utilizada estatística descritiva e, para comparar os indivíduos sem e com excesso de peso, por ano e sexo em relação aos domínios, utilizou-se Análise de Variância e Tukey ao nível de 5% de significância. Resultados O perfil dos 258 estudantes apontou a maioria dos alunos com 11 e 12 anos nos 6º e 7º anos; 13 e 14 anos nos 8º e 9º anos e 16 e 17 anos no ensino médio. A raça predominante foi branca e a renda foi de 1 a 5 salários mínimos. O cálculo do 2

IMC apontou 65% sem excesso de peso e 35% com excesso de peso. Mais de 80% respondeu não se serem obesos. As estatísticas descritiva e inferencial do domínio Físico por ano, sexo e obesidade, não revelaram significância pela Análise de Variância. Também não se observou variações significantes entre os estudantes sem e com excesso de peso. Os escores médios estiveram todos entre 74,4 e 93,1. No domínio Emocional não foram observadas diferenças entre os estudantes sem e com excesso de peso. Os valores médios estiveram entre 49,1 e 77,5, sendo menores para o sexo feminino. No domínio Social, pôde-se verificar escores superiores a 82,2% não havendo diferença significante entre os anos para os dois sexos em relação aos estudantes sem e com excesso de peso. O domínio Escolar escores entre 63,3 e 81,9, leva em consideração fatores relacionados à atenção nas aulas, memorização, acompanhamento dos trabalhos em classe e faltas à escola. Discussão A análise da QV associada ao excesso de peso indicou que o domínio físico foi considerado alto, demonstrando que este apresentou-se como aspecto positivo da QV dos estudantes, pois crianças e adolescentes, em geral, são saudáveis e não apresentam limitações físicas. Benincasa e Custodio (2010), Maia (2008) e Vilela Junior et al. (2007) também relatam que tal domínio constitui-se forte contribuinte para QV positiva de jovens. Quando estratificado por sexo, verificou-se que os meninos apresentaram QV melhor, estando relacionado às diferenças nas condições de vida ou percepção da QV para os diferentes sexos (CUCCHIARO, DALGALARRONDO, 2002). O domínio Emocional leva em consideração peculiaridades como medo, tristeza, raiva, sono e preocupação consigo. Feijó e Oliveira (2001) enfatizam um maior entendimento desta dimensão, ou seja, um período de intensa pressão socioeconômica, do qual os adolescentes fazem parte como população ativa profissionalmente, muitas vezes com grande contribuição na renda familiar. Gordia et al. (2010) apontaram que as meninas se apresentaram como grupo de risco para percepção negativa do domínio, concordando com Jatobá e Bastos (2007). 3

No domínio Social, verificou-se a ausência de diferenças significantes. Benincasa e Custodio (2010) também observaram tal situação em adolescentes de São Paulo, assim como Cucchiaro e Dalgalarrondo (2007) com 424 garotos e 387 garotas de regiões centrais e da periferia de Campinas/SP. Uma maior QV na vertente escolar reflete muito bom desempenho das crianças/adolescentes na escola (LEANDER et al., 2012). Os resultados deste domínio devem-se ao fato de tratar-se de uma amostra de estudantes saudáveis, contradizendo estudos que apontam piores escores de QV para este item, relatando alta porcentagem de absenteísmo, por tratarem-se de pesquisas com indivíduos doentes (KUNKEL et al., 2009). Considerações Finais Não se observou diferença entre os sexos, o excesso ou não de peso e faixa de escolaridade na QV dos estudantes. Em adição, os escores médios dos domínios foram superiores a 49,1 demonstrando que a QV dos jovens é considerada boa. Os melhores resultados foram quanto aos aspectos sociais da QV. Pode-se concluir que QV é mais do que ter uma boa saúde mental ou física. É estar de bem consigo mesmo, com a vida, ou seja, estar em equilíbrio. Isso pressupõe hábitos saudáveis, cuidados com o corpo, atenção para a qualidade dos relacionamentos, tempo para lazer, saúde espiritual e outros. Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio: Bases Legais/ Ministério da Educação, vol. 1. Brasília: MEC, 1999. GORDIA, A. P.; SILVA, R. C. R.; QUADROS, T. M. B.; CAMPOS, W. C. Variáveis comportamentais e sociodemográficas estão associadas ao domínio psicológico da qualidade de vida de adolescentes. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 29-35. 2010. KLATCHOIAN, D. A.; LEN, C. A.; TERRERI, M. T. R. A.; et al. Qualidade de vida de crianças e adolescentes de São Paulo: confiabilidade e validade da versão brasileira 4

do questionário genérico Pediatric Quality of Life Inventory TM versão 4.0 Generic Core Scales. Jornal de Pediatria, v. 84, n. 4, p. 308-315. 2008. KUNKEL, N.; et al. Excesso de peso e qualidade de vida relacionada à saúde em adolescentes de Florianópolis, SC. Rev Saúde Pública, v. 43, n. 2, p. 226-35. 2009. SILVA, G. A. P.; et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 5, n. 1, p. 53-59. 2005. VARNI, J. W.; et al. The PedsQL 4.0 as a pediatric population health measure: feasibility, reliability, and validity. Ambul Pediatr,; v. 3, p. 329-41. 2003. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva: WHO technical report series. 1999. Agradecimento ao CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela concessão de bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) 5