SEGUNDA SESSÃO DA CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA DOS MINISTROS DOS TRANSPORTES DE NOVEMBRO DE 2011 LUANDA, ANGOLA AU/TPT/EXP/2A5 (II)

Documentos relacionados
Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : Fax :

TRANSPORTES & NEGÓCIOS. A aviação no comércio de emissões. Carlos Gomes. Instituto Nacional de Aviação Civil

PROJECTO DE DOCUMENTO SÍNTESE PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA EM MATÉRIA DE

PROJECTO AGENDA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA

DOCUMENTO SÍNTESE UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA

PROJECTO PROGRAMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA EM MATÉRIA DE

CONSELHO EXECUTIVO 18ª Sessão Extraordinária 19 de Março 2018 Kigali, Ruanda DECISÕES. Ext/EX.CL/Dec.1-2(XVIII) Original: Inglês/Francês

Programa da CUA sobre o Quadro Regulamentar Continental Harmonizado do Sector de Energia em África: O Caso do Sector de Electricidade

SERVIÇOS ACORDADOS E ROTAS ESPECIFICADAS. 1. O presente anexo é abrangido pelas disposições transitórias constantes do anexo II do presente Acordo.

Resolução 113/09 de 17 de Dezembro de 2009, indica o Ministério do Ambiente como Autoridade Nacional Designa

Compromisso de Sharm El Sheikh para a Aceleração da Realização dos Objectivos sobre a Água e o Saneamento em África

Acordo mundial de luta contra as alterações climáticas: de Paris a Marrakech

Palestra sobre o Impacto da Aviação Civil ao nível das Alterações Climáticas INAC, 3 de Outubro de 2005

ESTABELECIMENTO DE UM FUNDO ESPECIAL DA UNIÃO AFRICANA PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO E AO EXTREMISMO VIOLENTO EM ÁFRICA

CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS MINERAIS 3ª SESSÃO ORDINÁRIA de Outubro de 2013 BAMAKO - MALI

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

A Aviação no Comércio Europeu de Licenças de Emissão Calendário de actividades da integração da aviação no CELE

PROJECTO REVISTO DE DIRECTRIZES DA UNIÃO AFRICANA PARA A CONCEPÇÃO, PRODUÇÃO E EMISSÃO DO PASSAPORTE AFRICANO

TEMA: Melhorar a capacidade das Instituições do Mercado de Trabalho em África para abordar os desafios actuais e futuros

Proposta de Intervenção de S. Exa. a SEAE no Seminário Energia e Cidadania CIEJD, 23 de Março de 2009

CONFERÊNCIA DA UNIÃO Décima-sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2011 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/654 (XVIII) Add.3 Original: Francês

Assembly/AU/Decl.2 (XVIII) Pág. 1

MECANISMO DE ACOMPANHAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO, MONITORIA E AVALIAÇÃO

REGULAMENTO DELEGADO (UE) /... DA COMISSÃO. de

DECLARAÇÃO SOLENE SOBRE A IGUALDADE DO GÉNERO

O Ciclo de MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Resolução do Conselho de Ministros n.º 33/2006

Mercado de Carbono. Protocolo de Kyoto. MSc. AUGUSTO HEINE

PROJECTO DE NOTA CONCEPTUAL

PARECER n.º 05/2007 DA AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA DA AVIAÇÃO

PARECER n.º 01/2006 DA AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA DA AVIAÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJECTO DE REGULAMENTO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO PARA COMUNICAÇÃO E TIC

CONSELHO EXECUTIVO Vigésima-sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2015 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/889(XXVI) Add.

CRIAÇÃO DE UM MERCADO ÚNICO AFRICANO DE TRANSPORTES AÉREOS ROTEIRO ACTUALIZADO DE ACTIVIDADES

PROCESSO CONSULTIVO DA DIÁSPORA AFRICANA (Ponto Proposto pela República da África do Sul)

REGULAMENTO DELEGADO (UE) /... DA COMISSÃO. de

Accountability & Compliance. Evolução do quadro legal da EASA Impacto na Accountability

PROJECTO REGULAMENTO INTERNO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO EM DEFESA, SEGURANÇA E PROTECÇÃO

SEGUNDA MESA-REDONDA DA SOCIEDADE CIVIL UE BRASIL. Belém, 25 e 26 de Janeiro de 2010 DECLARAÇÃO FINAL

O!CONSELHO!DE!MINISTROS!DA!UEMOA

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: Fax: website: www.

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PRIORIDADES DA UNIÃO EUROPEIA PARA A 60.ª SESSÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone Fax: Website:

L 186/46 Jornal Oficial da União Europeia

PROGRAMA DE TRABALHO PROVISÓRIO PARA A REUNIÃO DOS PERITOS (8 9 DE ABRIL DE 2013)

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

AVIAÇÃO - CONDIÇÕES GERAIS

PROJECTO DE ESTATUTO DO CENTRO INTERNACIONAL DA UNIÃO AFRICANA PARA A EDUCAÇÃO DE RAPARIGAS E MULHERES EM ÁFRICA (CIEFFA-UA)

PROJECTO DE NOTA DE CONCEITO

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA CIMEIRA DE DAKAR SOBRE O ENSINO SUPERIOR (Ponto proposto pela República do Senegal)

PUBLIC CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 11 de dezembro de 2013 (OR. en) 14707/1/13 REV 1 LIMITE PV/CONS 46 TRANS 524 TELECOM 259 ENER 460

PLANO DE ACÇÃO DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE A REGIÃO DOS GRANDES LAGOS PARA A ERRADICAÇÃO DA APÁTRIDA Contexto

PRIMEIRA REUNIÃO SEMESTRAL DE COORDENAÇÃO 8 de Julho de 2019 Niamey, Níger

DOCUMENTO DE SÍNTESE REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO (CTE) SOBRE MIGRAÇÃO, REFUGIADOS E PESSOAS DESLOCADAS INTERNAS

A Aviação no Comércio Europeu de Licenças de Emissão Procedimentos e regras gerais do CELE

RESUMO EXECUTIVO. Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional (Corsia/Icao): DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O BRASIL

Versão preliminar. Decisão -/CP.15. A Conferência das Partes, Toma nota do Acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009.

REUNIÃO DE PLANIFICAÇÃO DA REDE EPIDEMIOLÓGICA E CONSULTA CONTINENTAL PARA OS PONTOS FOCAIS SOBRE REDUÇÃO DA DEMANDA DE DROGAS.

PROGRAMA DA CUA DE DESENVOLVIMENTO DA BIOENERGIA EM ÁFRICA ( )

Livro Verde sobre a eficiência energética

ACORDO DE COOPERAÇÃO NA ÁREA MILITAR ENTRE O MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL DE PORTUGAL E O MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL DA ROMÉNIA.

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

DIRECTIVA 2008/101/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

(Ponto proposto pela República do Chade)

Direcção Geral do Ambiente (AND-STP) Madival A. das Neves Meteorologista, Março, 2011

DECLARAÇÃO CONJUNTA DA XII REUNIÃO MINISTERIAL DO BASIC SOBRE MUDANÇA DO CLIMA - BRASÍLIA, BRASIL, 20 E 21 DE SETEMBRO, 2012

RATIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO DIREITO AÉREO INTERNACIONAL INCLUINDO A CONSTITUIÇÃO DA CAFAC

Início e Estruturação

PROTOCOLO SOBRE O BANCO AFRICANO DE INVESTIMENTO

DOCUMENTO DE TRABALHO

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

DECISÃO SOBRE AS PARCERIAS ESTRATÉGICAS DOC. EX.CL/992 (XXX)iv

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar PROJECTO DE PARECER

Directiva Sobre Requisitos Específicos de Segurança a Seguir pelo Serviço de Controlo de Tráfego Aéreo.

DECISÕES, DECLARAÇÕES E RESOLUÇÃO

CONFERÊNCIA DA UNIÃO Trigésima Sessão Ordinária de Janeiro de 2018 Adis Abeba, Etiópia PROJECTO DE AGENDA UNIÃO AFRICANA

COMITÉ DE REPRESENTANTES PERMANENTES (CRP) Trigésima Quinta Sessão Ordinária de Janeiro de 2018 Adis Abeba, Etiópia PROJECTO DE AGENDA

PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA DOS MINISTROS DA EDUCAÇÃO (COMEDAF IV+) NAIROBI, QUÉNIA 11 A 13 DE MAIO DE 2011

RELATÓRIO SOBRE A CRIAÇÃO DE CENTROS DE CONTROLO E PREVENÇÃO DE DOENÇAS DE ÁFRICA (CDC DE ÁFRICA)

Na reunião de 18 de Maio de 2009, o Conselho (Assuntos Gerais e Relações Externas) aprovou as Conclusões apresentadas em Anexo à presente nota.

SEGUNDA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO EM DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (CTE-DSTE-2) ARGEL, ARGÉLIA DE ABRIL DE 2017 TEMA:

REGULAMENTO (UE) N. o 255/2010 DA COMISSÃO de 25 de Março de 2010 que estabelece regras comuns de gestão do fluxo de tráfego aéreo

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES. Instituto Nacional de Aviação Civil, I.P. Regulamento n.º /201

Tendo em conta a Comunicação da Comissão (COM(2002) 431 C5-0573/2002),

DECISÃO SOBRE AS PARCERIAS ESTRATÉGICAS DE ÁFRICA Doc. EX.CL/785(XXIII)iv

CONSELHO EXECUTIVO Décima-Sétima Sessão Ordinária de Julho de 2010 Kampala, Uganda

POSIÇÃO COMUM DE ÁFRICA SOBRE A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

PUBLIC LIMITE PT CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 18 de Fevereiro de 2011 (Or. en) 17363/10 LIMITE PV/CONS 68 TRANS 364 TELECOM 143 ENER 352

REGULAMENTO INTERNO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

COMISSÃO DO TRABALHO E ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA Nona Sessão Ordinária 8-12 Abril de 2013 Adis Abeba, ETIÓPIA

DOCUMENTO SÍNTESE SOBRE. Revisão dos Deveres e Responsabilidades do Órgão de Monitorização da Decisão de Yamoussoukro

Os princípios do Direito do Ambiente

CONSELHO EXECUTIVO Décima-Sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2010 ADIS ABEBA, ETIÓPIA EX.CL/546 (XVI)

Que futuro queremos?

Transcrição:

IE 6145 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE SEGUNDA SESSÃO DA CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA DOS MINISTROS DOS TRANSPORTES 21 25 DE NOVEMBRO DE 2011 LUANDA, ANGOLA UNIÃO AFRICANA P. O. Box 3243, Addis Ababa, ETHIOPIA Tel.: (251-11) 5525849 Fax: (251-11) 5525855 Website: www.africa-union.org AU/TPT/EXP/2A5 (II) PROTECÇÃO AMBIENTAL

Pág.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SECTOR DA AVIAÇÃO, PROTECÇÃO AMBIENTAL E O IMPACTO DO REGIME DE COMÉRCIO DE LICENÇAS DE EMISSÃO SÍNTESE Este documento apresenta um resumo da crescente atenção dada à protecção ambiental pela comunidade mundial da aviação. Sublinha a necessidade de assegurar que esforços com vista a minimizar o impacto da aviação sobre o meio ambiente sejam empreendidos de forma a garantir que a aviação civil continue a desenvolver e crescer de uma forma sustentável. Neste sentido, o documento destaca os desafios colocados pela inclusão unilateral da aviação civil internacional no Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE-UE) e apela para uma posição africana coordenada em relação às questões de protecção ambiental no sector da aviação. Acção: A Conferência é convidada a: a. Tomar nota da informação contida no presente Documento de Trabalho; b. Reafirmar o seu apoio a uma abordagem conjunta e ao princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas (CBDR) da UNFCCC, particularmente na abordagem de questões relativas à emissões no sector da aviação; c. Solicitar aos Estados Africanos a apoiar o trabalho da ICAO que visa promover o crescimento sustentável no sector da Aviação e a Protecção Ambiental; d. Saudar e endossar a declaração conjunta adoptada em Nova Deli, a 30 de Setembro de 2011, sobre o RCLE-UE; e. Endossar a Declaração da AFCAC e a Declaração da AFRAA sobre o RCLE- UE; f. Exortar a UE e seus Estados-membros a não incluir voos de companhias aéreas que não pertencem a UE, para ou de um aeroporto no território de um Estado-membro da UE, no seu regime de comércio de licenças de emissão; g. Instruir a AFCAC a trabalhar em colaboração com a AFRAA e outros intervenientes com vista a desenvolver contra-medidas para aplicação pelos Estados Africanos com respeito a medidas baseadas no mercado, adoptadas e aplicadas unilateralmente por outras partes, incluindo o RCLE-UE; h. Reiterar a necessidade de colaboração entre os Peritos Africanos em Aviação e Meio Ambiente e de desenvolvimento de políticas harmonizadas; e i. Adoptar a Resolução no Apêndice A.

Pág.2 Referências: 1. Convenção de Chicago 2. Resolução A37-19 da Assembleia da ICAO 3. Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas 4. Protocolo de Quioto 5. Declaração Conjunta sobre RCLE-UE, Nova Deli, 30 de Setembro de 2011 6. Declaração da AFCAC sobre RCLE-UE 7. Declaração da AFRAA

Pág.3 1. INTRODUÇÃO 1.1 O sector da aviação tornou-se a principal força motriz do crescimento económico a nível mundial. Actualmente, a questão do crescimento do sector da aviação civil a nível mundial é inquestionável, e o impacto resultante das emissões causadas por aeronaves tornou-se igualmente uma questão global importante. A contribuição das emissões dos aviões para as alterações climáticas é pequena quando comparada com a de outros sectores como o de transporte rodoviário, indústrias ou produção de energia. Todavia, a contribuição de 2% para as emissões globais de gases com efeito de estufa é significativa e há, portanto, necessidade de abordar isto uma vez que prevê-se que irá aumentar devido ao aumento das actividades do sector da aviação civil. 1.2 A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) liderou durante várias décadas os esforços globais para a mitigação do impacto da aviação sobre o meio ambiente, incluindo: A limitação ou redução do número de pessoas afectadas pelo ruído significativo causado pelas aeronaves; A limitação ou redução do impacto das emissões causadas pelo sector da aviação sobre a qualidade do ar local; e A limitação ou redução do impacto das emissões de gases com efeito de estufa do sector da aviação sobre as alterações climáticas. 1.3 O princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas (CBDR) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) exige que os países desenvolvidos tomem a liderança na abordagem das alterações climáticas e prestem, ao mesmo tempo, o apoio necessário aos países em desenvolvimento nas suas acções voluntárias através de vários mecanismos como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). O Protocolo de Quioto (Artigo 2.2º), que foi adoptado pela Conferência das Partes na UNFCCC, apela para que os países desenvolvidos (Partes no Anexo I) procurem limitar ou reduzir os gases com efeito de estufa causados pelos combustíveis para a aviação (aviação internacional) trabalhando em colaboração com a ICAO. 1.4 A 37ª Assembleia da ICAO concluiu que é necessário uma abordagem geral que inclui o uso de tecnologia com baixas emissões de carbono e eficiente em termos de consumo de combustível, técnicas operacionais, uma gestão do tráfego aéreo eficiente e o uso de combustíveis alternativos, bem como medidas baseadas no mercado (MBM) como taxas de poluição e Regimes de Comércio de Licenças de Emissão (ETS) a fim de promover o crescimento sustentável do sector da aviação e reduzir as emissões. 1.5 A Assembleia solicitou igualmente ao Conselho da ICAO a desenvolver, com o apoio dos Estados-membros, um quadro global de MBD para a aviação

Pág.4 internacional. A Resolução A37-19 da Assembleia, que figura no Anexo 1 ao presente Documento de Trabalho, inclui várias disposições e princípios para a implementação de MBM que devem ser aplicadas por todos os Estadosmembros da ICAO. A Resolução exorta, em particular, os Estados a realizar consultas e negociações bilaterais e/ou multilaterais construtivas e a chegar a acordos com outros Estados ao desenvolver e implementar MBM. 2. REGIME DE COMÉRCIO DE LICENÇAS DE EMISSÃO DA UNIÃO EUROPEIA 2.1 O Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE- UE) é um regime de limitação e transacção em funcionamento na UE desde 2005. Com uma licença equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2), este regime funciona com base na atribuição e comércio de licenças de emissão. O volume total de emissões dos sectores industriais abrangidos pelo RCLE-EU é limitado pelos Governos da UE, e as licenças são posteriormente distribuídas aos operadores. 2.2 Independentemente das obrigações e preocupações de Estados que não são membros da UE, a UE aprovou unilateralmente o regulamento para a inclusão da aviação civil internacional no Regime de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia (RCLE-UE). O RCLE-EU afecta todas as companhias aéreas e operadores de aeronaves independentemente da nacionalidade, desde que operem voos de e/ou para um aeródromo na UE. A partir de 2012, os operadores de aeronaves terão de devolver uma licença de emissão por cada tonelada de CO2 emitido por uma aeronave com destino e origem (e dentro) na UE. Isto abrange voos de passageiros, de carga e não comerciais, e as transportadoras de Estados não membros da EU terão também de cumprir com o regime. Os operadores de aeronaves não cumpridores estarão sujeitos a uma multa de aproximadamente 100,00 por emissão efectiva para além da obrigação de adquirir e devolver as licenças de emissão efectiva. Além disso, os não cumpridores podem ser proibidos de operar no espaço aéreo da UE. 2.3 As companhias aéreas e países não membros da UE acreditam que a inclusão unilateral da Aviação Civil Internacional no RCLE-EU mina a colaboração global através da ICAO, e que constitui uma violação dos Artigos da Convenção de Chicago e seu Preâmbulo, bem como viola o princípio fundamental de Soberania dos Estados previsto no Artigo 1º da Convenção de Chicago, a saber, Os Estados Contratantes reconhecem que cada Estado goza de soberania total e exclusiva sobre o espaço aéreo que cobre o seu território. A inclusão unilateral viola igualmente as disposições pertinentes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) e não toma em consideração as diferentes circunstâncias sociais e económicas dos diferentes Estados, em particular os países em desenvolvimento, e irá limitar o crescimento sustentável da aviação internacional. 2.4 Um grupo de Estados-membros da ICAO reuniu-se em Nova Deli, nos dias 29 e 30 de Setembro de 2011, para discutir as implicações relativas à inclusão da Aviação Civil Internacional no RCLE-UE. O Grupo adoptou uma Declaração

Pág.5 Conjunta que exorta a UE e os Estados-membros a absterem-se de incluir voos de transportadores não membros da UE, para/de um aeroporto no território de um Estado-membro da UE, no seu Regime de Comércio de Licenças de Emissão. Esta Declaração figura no Anexo 2 ao presente Documento de Trabalho. Declarações similares foram emitidas pela Comissão Latino-Americana de Aviação Civil (LACAC), IATA e Associações de Companhias Aéreas na Rússia, EUA, China e Médio Oriente. 3. POSIÇÃO AFRICANA EM RELAÇÃO Á AVIAÇÃO E PROTECÇÃO AMBIENTAL 3.1 Os Estados Africanos têm coordenado os seus esforços para participar nos trabalhos da ICAO em matéria do Meio Ambiente e apresentar posições comuns em várias reuniões da ICAO. As autoridades da aviação civil continuam a trabalhar através da Comissão Africana de Aviação Civil (AFCAC) em colaboração com a Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA). Além disso, cada Estado da região deu início a vários programas para reduzir as emissões. Estes incluem: a. O programa de renovação da frota de aeronaves que foi viabilizado pela Convenção de Cape Town. Isto mudou o céu africano, que conta agora com uma geração nova de aeronaves; b. A modernização do Sistema de Gestão do Tráfego Aéreo; c. O uso de Equipamento de Apoio Aeroportuário ecológico e a construção de terminais novos alimentados por fontes de energia renováveis (Painéis Solares/Turbinas Eólicas); e d. A adopção do Sistema de Gestão Ambiental da ICAO por algumas companhias aéreas africanas. 3.2 Todavia, a Protecção Ambiental tornou-se uma questão muito importante e um desafio a nível da política aérea internacional. Além disso, há uma crescente necessidade de uma melhor coordenação entre os especialistas em aviação e meio ambiente com vista a desenvolver e aumentar os conhecimentos, a competência e reforçar a harmonização das posições em relação à questões do meio ambiente. Portanto, é importante que os Estados incluam os especialistas em aviação e meio ambiente nas suas Delegações às reuniões e conferências sobre protecção ambiental. Neste sentido, os Estados Africanos devem desenvolver uma política coordenada sobre Aviação e Protecção Ambiental sob a direcção dos nossos líderes políticos. O projecto de Política Africana da Aviação Civil (AFCAP) a ser apresentado para análise e adopção pelos Ministros nesta conferência inclui um capítulo sobre o ambiente que poderia servir de base para a posição africana. 3.3 Vários Estados estão a estudar a adopção de contra-medidas para proteger as suas indústrias da aviação civil contra qualquer aplicação unilateral de medidas baseadas no mercado por outras partes. Portanto, é importante que os

Pág.6 Estados Africanos ponham em prática urgentemente medidas semelhantes para proteger a indústria africana do transporte aéreo. 3.4 Relativamente ao RCLE-UE, a AFCAC, à semelhança da LACAC, emitiu uma Declaração que figura como Anexo 3 ao presente Documento de Trabalho. Uma Declaração da AFRAA figura também como Anexo 4 ao presente documento. As declarações destes órgãos técnicos devem ser aprovadas pelos líderes políticos. Neste sentido, um projecto de Resolução figura como Apêndice A ao presente Documento de Trabalho para análise e aprovação por esta Conferência Ministerial.