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Transcrição:

Apoio Execução Realização MEIOS DE HOSPEDAGEM ESTRUTURA DE CONSUMO E IMPACTOS NA ECONOMIA Relatório Final São Paulo Abril 2006

República Federativa do Brasil LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Presidente da República Ministério do Turismo WALFRIDO DOS MARES GUIA Ministro de Estado Instituto Brasileiro de Turismo - Embratur EDUARDO SANOVICZ Presidente Departamento de Estudos e Pesquisas JOSÉ FRANCISCO DE SALLES LOPES Diretor Secretaria Nacional de Políticas de Turismo AIRTON NOGUEIRA PERREIRA Secretário Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico TÂNIA BRIZOLLA Diretora Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE PAULO TARCÍSIO OKAMOTTO Diretor-Presidente Diretor Técnico LUIZ CARLOS BARBOZA Diretor 1

EQUIPE TÉCNICA Instituto Brasileiro de Turismo EMBRATUR NEIVA DUARTE Gerente de Estudos e Pesquisas MUDESTINO CARVALHO BARROSO Coordenador de Economia de Turismo Ministério do Turismo DOROTI COLLARES Coordenação Geral de Qualificação de Serviços Turísticos Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE Unidade de Apoio Coletivo Comércio e Serviços VINICIUS LAGES Gerente DANIELA BITENCOURT Coordenadora Técnica ELISÂNGELA BARROS SILVA Consultoria Técnica EMBRATUR Diretoria de Estudos e Pesquisas SCN QUADRA 2 BLOCO G 2 º Andar 70712-907 - Brasília - DF Tel. : (61) 3429.7758 / 3429-7756 Fax.: (61) 3429.7760 E.mail: depe@embratur.gov.br Internet: http://www.turismo.gov.br/dadosefatos 2

EQUIPE TÉCNICA FIPE Coordenação Wilson Abrahão Rabahy Coordenação Adjunta Décio K. Kadota Consultores Carlos Roberto Azzoni Eduardo Haddad José Ernesto Marino Neto Wilma Bolsoni Supervisores das Pesquisas Ewerton Monti Glauber Eduardo de Oliveira Santos Silvia Maria L. Abrahão Rabahy Ellen Nakayama José Augusto Ligabue F. da Silva Processamento de Dados Moisés Vassalo Leopoldo Zortéa Analistas Críticos de Dados Grace Skajko Sales Klaus William Ludeman Lara Baggi Rodrigues Gonzales Mariana Abbate Mariana Oliveira e Silva Rodrigo Campos Shiratsu Thiago Carlomagno Carlos Viviane Tartaroti Secretaria Executiva Jussara Silveira Novaes Rodrigues Marlei Suman 3

AGRADECIMENTOS ABIH - Associação Brasileira da Indústria Hoteleira FOHB - Fórum dos Operadores Hoteleiros no Brasil FNHRBS Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SINDRIO - Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro 4

Apresentação A pesquisa Meios de Hospedagem representa um instrumento importante para subsidiar as ações do Ministério do Turismo na implementação de políticas para o setor. Os números são impressionantes e dão a dimensão do peso dos hotéis, pousadas e similares como agentes de desenvolvimento econômico e social. Os meios de hospedagem têm tido um papel de destaque na geração de empregos, com cerca de 300 mil postos de trabalho ofertados pelos diversos atores desta cadeia produtiva. E aparecem também como grandes consumidores de bens industriais. São milhares de televisores, aparelhos elétricos e eletrônicos, roupas de cama e banho e tantos outros itens, que movimentam as economias dos estados e municípios. Por isso, o Ministério do Turismo defende tratamento diferenciado para o setor em relação a tributação para que os empreendedores sejam incentivados. O imposto que o hoteleiro paga ao adquirir um produto não pode ser o mesmo cobrado do consumidor comum. É importante que os equipamentos adquiridos pelos hotéis e similares sejam tratados como insumos e não como bens utilitários. Diminuir os custos para o segmento significa dinamizar ainda mais o turismo. Os resultados vão aparecer, com certeza, no aumento de encomendas para a indústria, na ampliação da oferta de empregos e de hospedagem com custos menores para a população. Um ciclo saudável e de fundamental importância para o desenvolvimento do País. Walfrido dos Mares Guia Ministro do Turismo 5

A Pesquisa sobre Meios de Hospedagem traz importantes informações sobre a participação dos micro e pequenos estabelecimentos neste setor que se destaca como uma das atividades que mais contribui para melhorar a distribuição regional de renda no país. Expressivo o dado que aponta que 90% das empresas de hospedagem são micros e pequenos estabelecimentos. Aqueles com até 19 pessoas ocupadas, principais compradores de equipamentos e mercadorias duráveis, são responsáveis pela aquisição de mais da metade do estoque de 615 mil unidades de TVs, contrapondo-se aos empreendimentos com mais de 100 funcionários, que detêm apenas 46 mil desses equipamentos. Outra vertente importante é que o custo da geração de emprego na hotelaria é um dos mais baixos da economia brasileira, exigindo um valor de produção de R$ 16 mil. Se compararmos com outros setores como o da construção civil ou o têxtil, observamos que o valor para gerar emprego requer quase o dobro (cerca de R$ 28 mil). O setor da siderurgia é outro exemplo, apresentando um custo quatro vezes maior (R$ 68 mil). Os dados fornecidos pela pesquisa serão de grande valia para o Sebrae, que pretende utilizar-se dos dados para discutir a formulação de políticas públicas que estimulem o desenvolvimento deste setor. Uma delas é avaliar de que forma os donos de pousadas e hotéis podem fazer compras conjuntas, como fazer a interação com os arranjos produtivos locais de móveis e confecções, por exemplo, para abastecer hotéis e pousadas como forma de dinamizar os arranjos produtivos de turismo. Luiz Carlos Barboza Diretor Técnico do SEBRAE Nacional 6

Sumário 1 PLANO DE PESQUISA 8 2 AMOSTRAGEM DA PESQUISA DE CAMPO 8 3 CADASTRO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM 10 4 ESTIMAÇÃO DAS QUANTIDADES DE EQUIPAMENTOS E MERCADORIAS DURÁVEIS NO SETOR DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM 14 4.1 NÚMEROS DE EQUIPAMENTOS POR ESTABELECIMENTO 15 4.2 NÚMEROS DE EMPRESAS 19 4.3 VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS 21 4.4 RESULTADOS OBTIDOS 23 5 ESTIMAÇÃO DO CONSUMO DE SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA PELO SETOR DE HOSPEDAGEM 82 6 ESTIMATIVAS DOS IMPACTOS DO SETOR DE HOSPEDAGEM NA ECONOMIA BRASILEIRA 84 6.1 POR QUE FAZER ANÁLISE DE IMPACTO ECONÔMICO? 84 6.2 ASPECTOS METODOLÓGICOS 85 6.3 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES 86 6.4 RESULTADOS 88 ANEXO - GLOSSÁRIO 97 7

1 PLANO DE PESQUISA A análise econômica das atividades de hospedagem no País foi realizada por meio de dois grandes módulos. Modulo 1: envolvendo o levantamento detalhado das principais características de uma amostra de estabelecimentos dos meios públicos de hospedagem, discriminado por porte e localização geográfica desses estabelecimentos. Módulo 2: compreendendo a análise da estrutura do processo produtivo do setor de hospedagem e das suas inter-relações com os demais setores produtivos da economia brasileira. Por meio desta análise se propôs avaliar a natureza e magnitude dos impactos que esse setor gera na economia em termos de renda e de emprego. Para levar a cabo as análises propostas tornou-se necessário coligir dados por meio de pesquisas em fontes secundárias, bem como de pesquisas de campo diretas, relativas aos empreendimentos hoteleiros no território nacional. Apresenta-se a seguir a descrição dos procedimentos metodológicos adotados para a realização da pesquisa de campo, bem como para obtenção do conjunto dos resultados obtidos neste estudo.as estimativas. 2 AMOSTRAGEM DA PESQUISA DE CAMPO A proposta inicial para o levantamento de campo concentrava-se nas regiões metropolitanas das capitais das 11 unidades da federação mais importantes, em termos de número de estabelecimentos e de pessoal empregado no setor de serviços de alojamento. Após análise e discussão dessa proposta com a equipe do SEBRAE e da EMBRATUR, esta última responsável pelo acompanhamento técnico do projeto, bem como com técnicos do IBGE, envolvidos com o desenvolvimento da Conta Satélite do Turismo do País 1, aquela 1 Os contatos com esses técnicos foram coordenados pela Diretoria de Estudos e Pesquisas da EMBRATUR, com a preocupação de tornar esta pesquisa do setor de alojamento também numa fonte 8

proposta inicial foi ampliada para incluir as capitais dos estados do Amazonas e do Pará, bem como Brasília, importante centro do chamado turismo de negócios. Dado esse universo das empresas, a questão da distribuição da amostra de 2.500 estabelecimentos prevista na proposta deste estudo, em relação aos estratos definidos pela localidade e pelo porte dos estabelecimentos, envolveu o seguinte problema. Caso se adotasse o critério de que a amostra devesse refletir exatamente a distribuição dos estabelecimentos existentes, ter-se-ia então a seguinte estrutura de amostra, vista em relação à sua distribuição entre as classes de tamanho: Quadro 1 Classes de Tamanho dos Estabelecimentos (por número de empregados) Até 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 50 a 99 100 ou mais 1.394 411 317 265 74 39 2.500 Como se pode constatar nesse caso, ter-se-ia que as duas últimas classes, as de maiores tamanhos dos estabelecimentos 2, representariam poucas empresas entrevistadas, em números absolutos, aumentando as possibilidades de erros de estimativas da amostra. Assim sendo, e considerando-se principalmente o aspecto do tipo de representatividade que a amostra do estudo deve atender, exposto mais adiante, resolveu-se estruturar a amostra com base nos seguintes critérios: a) buscar cobrir todos os elementos da população dos estabelecimentos das duas últimas classes de tamanho; b) escolher aleatoriamente metade adicional de informações para a elaboração das Contas Satélite do Turismo do País, que vem sendo desenvolvida no âmbito do IBGE. 2 E trata-se justamente das classes mais importantes para os interesses da presente pesquisa, dados que envolvem os estabelecimentos que, por oferecerem maior gama de tipos de serviços aos seus hospedes, necessitam dispor de uma maior e mais ampla infra-estrutura física e de equipamentos. 9

dos estabelecimentos da população com tamanhos entre 5 a 49 empregados; e c) escolher aleatoriamente na primeira classe de tamanho, o número de estabelecimentos necessários para completar o total de 2.500 entrevistados da amostra. Com base nesse critério, obteve-se então a amostra estratificada planejada para o presente estudo, apresentada no Quadro 2. Quadro 2 AMOSTRA PLANEJADA Estados Classes de Tamanho (número de empregados) ATE 4 DE 5 A 9 DE 10 A 19 DE 20 A 49 DE 50 A 99 100 ou mais Manaus 11 10 13 9 5 2 49 Regiao Metropolitana de Belém 10 20 11 11 4 5 60 Regiao Metropolitana de Fortaleza 47 33 29 14 8 7 137 Regiao Metropolitana de Natal 32 29 15 23 8 8 114 Regiao Metropolitana de Recife 42 41 35 25 17 15 174 Regiao Metropolitana de Salvador 46 50 24 22 12 13 166 Regiao Metropolitana de Belo Horizonte 50 46 38 35 14 5 187 Regiao Metropolitana de Vitória 27 18 20 13 3 1 82 Regiao Metropolitana do Rio de Janeiro 45 66 45 85 63 25 328 Regiao Metropolitana de Sao Paulo 142 172 135 79 39 26 592 Regiao Metropolitana de Curitiba 42 37 28 33 6 2 147 Regiao Metropolitana de Florianópolis 44 27 16 19 7 1 114 Regiao Metropolitana de Porto Alegre 66 36 31 18 9 2 161 Regiao Metropolitana de Goiania 21 25 28 12 11 1 98 Brasília 23 19 12 12 16 9 90 647 627 476 407 222 122 2.500 3 CADASTRO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM A primeira relação de meios de hospedagem selecionados para serem entrevistados foi disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, com base no Cadastro Central de Empresas CEMPRE, que congrega as informações atualizadas de todas as empresas formalmente constituídas no País. Deste cadastro, foram listadas todas as empresas, das localidades selecionadas, que possuíssem o código CNAE 55.1, relativo ao setor de Alojamento. Esta listagem apresentou problemas, pois, foi verificado que parte desses estabelecimentos não se enquadravam na concepção de meios de hospedagem, definida pelo escopo do projeto, que privilegia os estabelecimentos ligados de alguma forma às atividades do turismo. 10

Dessa maneira, foi necessário identificar outras fontes para se obter o cadastro de estabelecimentos que se adequassem aos critérios do projeto. Sendo assim, os meios de hospedagem foram selecionados a partir de cadastro formado pelas seguintes fontes: o o o o Cadastro de Meios de Hospedagem do Ministério do Turismo; Órgãos Oficiais de Turismo dos Estados e Municípios, onde a pesquisa estava sendo realizada; Associação Brasileira da Indústria de Hotéis ABIH; Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil FOHB; o Guia 4 Rodas Brasil 2005; o Guia 4 Rodas Viajar Bem e Barato 2004; o o BSH International; Diretório de Hotéis da Maringá Turismo. O número de estabelecimentos hoteleiros assim cadastrados, relativos às localidades selecionadas, não perfaz o tamanho requerido. Assim, com vistas a completar os 2.500 meios de hospedagem previstos, foram realizadas pesquisas complementares, com base no cadastro inicialmente admitido, incluindo-se aleatoriamente outros 1.000 estabelecimentos, das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, do cadastro do IBGE. A par disso, tal critério de complementação, permitiu que se obtenha a proporção de estabelecimentos cadastrados no IBGE, que se encaixam no perfil de meios de hospedagem delimitado por este estudo, assim como a das demais categorias. Tal informação é utilizada na expansão dos resultados da pesquisa, ao lado daquelas da pesquisa PAS, no que tange à desagregação dos dados. Os resultados dessa pesquisa complementar são dispostos no quadro abaixo. Quadro 3 Resultados da Pesquisa Complementar com Cadastro do IBGE Amostra Aleatória de Rio de Janeiro e São Paulo - IBGE Categoria Rio de Janeiro São Paulo % Já pesquisados 73 109 182 19,9 Adequados ao estudo 13 14 27 3,0 Inadequados ao estudo 221 484 705 77,1 TOTAL 307 607 914 100,0 Inconclusivos (Recusas) 11 17 28 11

Conforme quadro 3 acima, os resultados da pesquisa complementar, feita a partir da seleção aleatória do cadastro de meios de hospedagem do IBGE, apontam que 182 estabelecimentos correspondendo a 19,9% do total já haviam sido pesquisados na principal fase de levantamento de dados desse estudo. Além destes, a pesquisa identificou que 705 estabelecimentos não eram adequados à pesquisa, por referirem-se a estabelecimentos de hospedagem de curtíssima permanência, motéis, pensões, casas de repouso, drive-in, etc, correspondendo a 77,1% do total, bem como outros 28 estabelecimentos não puderam ser também considerados, devido à impossibilidade de avaliação das suas adequações, pela recusa dos mesmos em fornecer as informações solicitadas. Assim sendo, apenas 27 dos estabelecimentos incluídos na pesquisa complementar, correspondendo a 3,0% dessa amostra adicional, mostraram-se adequados aos objetivos do estudo, indicando que a despeito do fato do cadastro montado não atingir a cota planejada dos 2.500 estabelecimentos, de fato o mesmo atende perfeitamente os propósitos do presente estudo. O quadro a seguir sumariza a quantidade de estabelecimentos de hospedagem constantes no cadastro, agrupando-os por Estados e Municípios. ESTADO CIDADE TOTAL AM MANAUS 56 AM 56 BA SALVADOR 57 BA 57 CE FORTALEZA 100 CE 100 DF BRASÍLIA 43 DF 43 VILA VELHA 8 ES VITÓRIA 27 ES 35 GO GOIÂNIA 44 GO 44 BELO HORIZONTE 121 BETIM 1 MG RIO ACIMA 1 SANTA LUZIA 2 MG 125 PA BELÉM 28 PA 28 12

ESTADO CIDADE TOTAL ABREU E LIMA 2 CABO DE SANTO AGOSTINHO 7 CAMARAGIBE 1 IPOJUCA 47 PE ITAMARACÁ 3 JABOATAO DOS GUARARAPES 3 OLINDA 9 PAULISTA 1 RECIFE 90 PE 163 ARAUCÁRIA 1 CAMPO LARGO 2 CURITIBA 109 PR QUATRO BARRAS 1 SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 7 TIJUCAS DO SUL 1 PR 121 DUQUE DE CAXIAS 1 NITEROI 8 RJ PARACAMBI 2 RIO DE JANEIRO 244 RJ 255 RN NATAL 60 RN 60 RS PORTO ALEGRE 63 RS 63 SC FLORIANÓPOLIS 417 SC 417 BARUERI 6 COTIA 1 EMBU 2 GUARAREMA 2 GUARULHOS 13 ITAPECERICA DA SERRA 2 JUQUITIBA 3 SP MAIRIPORÃ 2 MAUA 2 MOGI DAS CRUZES 8 SALESÓPOLIS 2 SANTO ANDRÉ 4 SÃO BERNARDO DO CAMPO 7 SÃO CAETANO DO SUL 1 SÃO PAULO 494 SP 549 TOTAL GERAL 2.116 13

4 ESTIMAÇÃO DAS QUANTIDADES DE EQUIPAMENTOS E MERCADORIAS DURÁVEIS NO SETOR DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM Nesta seção do relatório, apresenta-se a descrição dos procedimentos utilizados e os resultados obtidos na estimação das quantidades de equipamentos e mercadorias duráveis utilizados no setor dos meios de hospedagem, bem como das compras médias anuais associadas à reposição dos mesmos. Em consonância com o que consta da proposta deste estudo, a geração daquelas estimativas baseou-se num processo relativamente simples e direto. Em primeiro lugar, conforme já exposto anteriormente, coletou-se no questionário da pesquisa de campo com a amostra dos meios de hospedagem, dois conjuntos de informações para esse fim: a) números de unidades de equipamentos e mercadorias duráveis que cada estabelecimento possui; e b) vida útil ou tempo média de reposição de cada um desses bens. Em segundo lugar, gerou-se com os dados da contagem dos equipamentos, padrões médios das quantidades de cada um desses itens por estabelecimento, padrões esses estratificados por região geográfica e por classes de tamanho dos meios de hospedagem. Em seguida, utilizando-se dos dados do universo das empresas desse setor obtidos na Pesquisa Anual de Serviços-PAS de 2002, do IBGE, obteve-se as quantidades totais dos equipamentos da seguinte forma: Q = n.q t,u t,u i t,u i onde: t,u Q i = quantidade total do equipamento i, na classe de tamanho t, no Estado u; n t,u = número de empresas na localidade u, na classe de tamanho t; t,u q i = quantidade média por estabelecimento do equipamento do tipo i, na classe de tamanho t, no Estado u. Finalmente, como último passo, aplicou-se sobre as quantidades totais estimadas no item anterior, a vida útil média dos respectivos tipos dos equipamentos, obtendo-se as quantidades médias anuais de compra dos equipamentos para reposição, da seguinte forma: 14

onde: R t,u i Q = v t,u i t,u i t,u R i = quantidade média anual de reposição do equipamento i, na classe de tamanho t, no Estado u.; t,u Q i = quantidade total do equipamento i, na classe de tamanho t, no Estado u; t,u v i = vida útil média do equipamento do tipo i, por classe de tamanho t, no Estado u. Feita essa breve exposição do procedimento metodológico utilizado, é apresentado a seguir a descrição da forma pela qual obteve-se cada um dos subconjuntos de dados envolvidos nessa metodologia. 4.1 NÚMEROS DE EQUIPAMENTOS POR ESTABELECIMENTO As informações relativas às quantidades dos equipamentos possuídos por cada estabelecimento pesquisado, junto com aquelas associadas à vida útil dos mesmos equipamentos e as de natureza econômico-financeira, foram as que tiveram o menor índice de respostas. Esse problema foi especialmente severo no presente contexto, dada a necessidade de ter que se trabalhar com estratificação da amostra por região geográfica e por classe de tamanho. Frente a isso, não restou outra alternativa a não ser proceder ajustes nos planos originalmente previstos, a serem destacados a seguir. Nesses ajustes, contudo, procurou-se preservar ao máximo a manutenção da estratificação por tamanho das empresas e, também, de algum nível de diferenciação regional, dada a convicção de que esses critérios de classificação e tratamento das informações da amostra são muito importantes para refletir adequadamente a distribuição dos equipamentos entre as diferentes empresas do setor. 15

O primeiro tipo de ajuste consistiu em proceder a agregação das informações em relação a algumas das regiões metropolitanas pesquisadas, dado que isoladamente as mesmas não apresentaram números de respostas suficientes para gerar estimativas confiáveis. Assim sendo, resolveu-se calcular os padrões médios dos números de equipamentos por estabelecimentos, para os agrupamentos de regiões metropolitanas listados a seguir, padrões esses utilizados como representativos das unidades das federações às quais as regiões metropolitanas pertençam ou que localizam-se em estados próximos: Regiões Metropolitanas de Manaus e Belém, sendo os resultados aplicados para todos os Estados da Região Norte; Regiões Metropolitanas de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador, com os resultados aplicados para todos os estados da Região Nordeste; Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Goiânia e Distrito Federal, sendo os resultados aplicados para Minas Gerais na região Sudeste, Goiás, Distrito Federal e todos os Estados da Região Centro-Oeste 3 ; Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e Vitória, com os resultados aplicados para os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Regiões Metropolitanas de Porto Alegre e Curitiba, com os resultados aplicados para o Paraná e o Rio Grande do Sul; Região Metropolitana de Florianópolis, com resultados aplicados para Santa Catarina. Região Metropolitana de São Paulo, com resultados aplicados para o Estado de São Paulo. O segundo tipo de ajuste teve relação com a questão da estratificação dos resultados em relação ao tamanho dos estabelecimentos. Tendo em vista as naturais diferenças que se 3 A razão para incluir a Região Metropolitana de Belo Horizonte, junto com as Regiões Metropolitanas de Goiânia e Brasília, para representar os padrões dos Estados da Região Centro-Oeste deveu-se ao fato de Goiânia ter apresentado um número muito reduzido de estabelecimentos informantes, o que aliado com a especificidade de Brasília, poderia distorcer significativamente os resultados dessa região. Assim, não obstante o fato de Belo Horizonte pertencer à região Sudeste, entendeu-se que a 16

pode esperar nos padrões das quantidades de equipamentos de acordo com o porte dos estabelecimentos de hospedagem, para cada um dos agrupamentos de regiões metropolitanas, estratificou-se os dados de segundo as seguintes classes de tamanho das empresas, baseadas no número de pessoas ocupadas: até 19 pessoas; de 20 a 49 pessoas; de 50 a 99 pessoas; e 100 ou mais pessoas 4. E a despeito do fato do já mencionado agrupamento das regiões metropolitanas terem evidentemente aumentado o número de respostas em cada um dos agrupamentos, isso não foi suficiente para evitar que ocorressem problemas de insuficiência de respostas válidas para algumas das classes de tamanho. Especificamente, as seguintes classes de tamanho de empresas apresentaram menos do que 5 respostas válidas para vários dos itens pesquisados: Regiões Metropolitanas de Manaus e Belém: classes de 20 a 49; de 50 a 99 e mais de 100 pessoas ocupadas; Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte, Goiânia e Distrito Federal: classes de 50 a 99 e mais de 100 pessoas ocupadas; Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e Vitória: classe de 100 ou mais pessoas ocupadas; Regiões Metropolitanas de Porto Alegre e Curitiba: classe de 100 ou mais pessoas ocupadas; Região Metropolitana de Florianópolis: classes de 50 a 99 e mais de 100 pessoas ocupadas. sua relativa proximidade com Goiânia e, mais importante, as similaridades destas duas importantes cidades fora da faixa litorânea do pais poderia reduzir aquela possível distorção. 4 Embora fosse desejável que a classificação de tamanho dos estabelecimentos pudesse ter sido muito mais detalhada, infelizmente aquela foi a possível, basicamente imposta pelos dados complementares também necessários da Pesquisa Anual de Serviços-PAS, do IBGE, que não puderam ser disponibilizados num nível de detalhamento maior. 17

Todos esses problemas foram contornados utilizando-se para cada uma das classes de tamanho que apresentaram insuficiência de informações, os resultados das quantidades médias calculadas para as mesmas classes, utilizando todas as informações da amostra. Ou seja, utilizou-se as médias de cada classe de tamanho representativas das empresas do país como um todo. Finalmente, o terceiro tipo de ajuste referiu-se à necessidade de proceder uma correção nos resultados da primeira classe de tamanho das empresas (até 19 pessoas ocupadas), devido a um problema de representatividade em relação aos pequenos estabelecimentos, da amostra das empresas que efetivamente responderam os quesitos das quantidades dos equipamentos. Especificamente, verificou-se que entre o subconjunto das empresas que apresentaram respostas válidas para as questões relativas aos equipamentos, aquelas com até 5 pessoas ocupadas, que sem dúvida são as mais numerosas também no setor de hospedagem, apareceram com muito pouca freqüência. Na ausência de qualquer tipo de ajuste, a distorção implicada por esse problema é clara: as quantidades médias de equipamentos calculadas para a classe de empresas com até 19 pessoas ocupadas (mas que na realidade são representativas das empresas entre 6 a 19 pessoas ocupadas), quando aplicadas em relação ao número de empresas desta primeira classe (onde se sabe que o maior número é daquelas com até 5 pessoas ocupadas), evidentemente irá superestimar as quantidades totais de equipamentos. Assim sendo, procedeu-se o seguinte ajuste em relação ao cálculo das quantidades médias de equipamentos da classe de empresas com até 19 pessoas ocupadas. Para cada um dos já mencionados agrupamentos das regiões metropolitanas, calculou-se inicialmente as quantidades média dos equipamentos por estabelecimentos com tamanhos de 6 a 19 pessoas ocupadas. Em seguida, devido ao problema da baixa incidência das empresas com até 5 pessoas ocupadas na maioria das regiões metropolitanas pesquisadas, calculou-se as quantidades médias de equipamentos destas no âmbito de todas as regiões pesquisadas. Finalmente, os resultados regionais das quantidade médias de equipamentos da primeira classe de até 19 pessoas ocupadas, foram então obtidas como médias ponderadas daqueles dois conjuntos de quantidades médias: da classe de 6 a 19 pessoas ocupadas da mesma região e da classe com até 5 pessoas ocupadas, nacional. Ou seja: 18

Q = n.q + n q r r r r i (1,5) i (6,19) i onde r Q i = quantidade média de equipamento do tipo i, na região r, da classe de empresas com até 19 pessoas ocupadas; q i = quantidade média de equipamento do tipo i, no país como um todo, da classe de empresas com até 5 pessoas ocupadas; r q i = quantidade média de equipamento do tipo i, na região r, da classe de empresas com 6 a 19 5 pessoas ocupadas; r n (1,5) = proporção do número de empresas com até 5 pessoas ocupadas, em relação ao total de empresas da classe com até 19 pessoas ocupadas, presentes na região r; r n (6,19) = proporção do número de empresas com 6 a 19 pessoas ocupadas, em relação ao total de empresas da classe com até 19 pessoas ocupadas,presentes na região r 5. 4.2 NÚMEROS DE EMPRESAS As informações relativas à distribuição das empresas do setor de Alojamento, por Unidades da Federação e por classes de tamanho das mesmas segundo o número de pessoas ocupadas foram obtidas através de uma tabulação especial da Pesquisa Anual de Serviços- PAS de 2002, do IBGE. Como é possível observar na tabela a seguir, o principal aspecto que chama atenção nessa distribuição da empresas de Alojamento refere-se à grande predominância das pequenas e médias empresas nesse setor, sendo que cerca de 90% do total das empresas possuem menos do que 20 pessoas ocupadas. 5 Considerando-se que essas proporções das empresas com até 5 e de 6 a 19 pessoas ocupadas não foram disponibilizadas pelo IBGE em termos regionais, utilizou-se como aproximação dessas proporções as percentagens análogas obtidas através das estatísticas da RAIS, envolvendo empresas com até 4 e de 5 a 19 empregados com carteira assinada. 19

Número de Empresas por Classes de Tamanha - 2002 Unidades da Federação Classes de Tamanho (Número de Pessoal Ocupado) Até 19 20 a 49 50 a 99 100 e mais Rondonia 53 5 1 59 Acre 20 7 1 28 Amazonas 131 10 5 3 149 Roraima 21 2 1 24 Pará 50 21 1 7 79 Amapá 26 5 1 32 Tocantins 34 6 40 Região Norte 335 56 10 10 411 Maranhão 118 45 3 1 167 Piauí 155 19 3 2 179 Ceará 597 38 10 5 650 Rio Grande do Norte 18 42 12 8 80 Pernambuco 707 61 22 10 800 Paraíba 206 18 3 2 229 Alagoas 219 22 5 4 250 Sergipe 130 9 5 2 146 Bahia 1 539 89 25 20 1 673 Região Nordeste 3689 343 88 54 4174 Minas Gerais 3512 183 40 8 3743 Espírito Santo 463 43 1 2 509 Rio de Janeiro 1701 258 91 27 2077 São Paulo 5180 413 78 46 5717 Região Sudeste 10856 897 210 83 12046 Paraná 1234 112 28 13 1387 Santa Catarina 1486 97 20 4 1607 Rio Grande do Sul 1472 87 19 13 1591 Região Sul 4192 296 67 30 4585 Mato Grosso do Sul 518 23 4 545 Mato Grosso 398 15 3 1 417 Goiás 880 56 10 8 954 Distrito Federal 114 23 10 11 158 Região Centro-Oeste 1910 117 27 20 2074 Brasil 20982 1709 402 197 23290 Fonte: PAS-IBGE 20

4.3 VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS Tendo em vista que, em geral, apenas as grandes empresas fazem planejamento e constituem fundos programados para a reposição periódica dos seus equipamentos, as questões que tiveram menores índices de respostas válidas em toda a pesquisa foram justamente as relativas ao levantamento das informações sobre a vida útil ou o tempo de duração dos diversos tipos de equipamentos e mercadorias duráveis utilizados pelas empresas de hospedagem. Em função disso, o objetivo inicial de também analisar esses aspecto da utilização dos equipamentos através da estratificação da amostra de acordo com os critérios de localização e de tamanho das empresas ficou prejudicado. Considerando-se que, em princípio, existem razões para suspeitar que a duração dos equipamentos hoteleiros possam variar significativamente em função do tamanho dos estabelecimentos 6, procurou-se pelos menos preservar a estratificação sob esse critério e testar aquela hipótese. Os resultados obtidos são apresentados na tabela a seguir, onde em primeiro lugar é pertinente destacar a grande diferença dos índices de respostas segundo os tipos dos equipamentos e mercadorias duráveis analisados. De um lado destacam-se os itens mais comuns como enxoval de cama e mesa, televisores, frigobar, telefones, etc, que apresentaram os maiores índices de resposta válidas. De outro lado, dentre os itens que tiveram os menores números de respostas, destacam-se os itens de fato peculiares como a banheira japonesa ofuro, sistema de esterilização atmosférica refrigerado, caixa eletrônica, adegas climatizadas, etc. Assim sendo, vale a pena ressaltar que, do ponto de vista da qualidade das estimativas aqui apresentadas, são justamente os resultados associados aos itens mais comuns que apresentam maior qualidade e robustez. Feita essa consideração prévia, a principal conclusão que se pode tirar dos resultados apresentados é da inexistência de diferenças significativas de duração para a maioria dos equipamentos utilizados pelos estabelecimentos de diferentes tamanhos. Por exemplo, no caso da televisão, os resultados mostram que em relação à duração média geral obtida de 6 Em função das diferenças e exigências dos padrões dos serviços entre os grandes e luxuosos hotéis e os pequenos estabelecimentos, bem como pelo fato destes últimos, em geral, não utilizarem os mecanismos de planejamento e de viabilização programada dos investimentos utilizados pelos primeiros, através da constituição de fundos com reservas para reposição dos investimentos. 21