MANUAL DE GEOSSINTÉTICOS. Grupo Nortène



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Transcrição:

MANUAL DE GEOSSINTÉTICOS 4 a Edição Grupo Nortène Elaborado pelo Departamento Técnico Engepol Geossintéticos Ltda / Nortene Plásticos Ltda Laboratório com certificação GAI-LAP GSI Geosynthetic Institute Nortene Plásticos Ltda Av. Dr. Dib Sauaia Neto, 4628 Alphaville - 06455-050 Barueri SP Brasil Tel: +5511.4166.3036 Fax: +5511.4166-3039

MANUAL DE GEOSSINTÉTICOS Este manual tem a finalidade de divulgar e introduzir os principais tópicos relativos a utilização de geossintéticos e de alguns produtos sintéticos em obras de geotecnia e proteção ao meio ambiente. É composto por treze capítulos, que tratam de forma resumida as propriedades e aplicações dos seguintes produtos: Reservatórios de Geomembrana de PEAD Reservatórios de Geomembrana de PE Linear Fabricação de Reservatórios de Geomembrana Instalação de Reservatórios de Geomembrana Drenagem com Geonets e Geocompostos Geocomposto NORDREN Geotêxtil ENGETEX Geogrelha ENGEFORT Dreno Vertical TECDREN ENGETUBO Obras Especiais Revestidas com Geomembranas de PEAD Geocomposto Bentonítico Geocélula ENGECEL Informações mais detalhadas sobre a aplicação e a especificação de cada um dos geossintéticos ou produtos sintéticos aqui tratados podem ser encontradas na literatura técnica sobre o tema ou por contato com o departamento técnico Norténe / Engepol.

ÍNDICE Capítulo Título Página 1 Reservatórios de Geomembrana de PEAD 3 2 Reservatórios de Geomembrana de PE Linear 8 3 Fabricação de Reservatórios de Geomembrana 12 4 Instalação de Reservatórios de Geomembrana 20 5 Drenagem com Geonets e Geocompostos 29 6 Geocomposto NORDREN 36 7 Geotêxtil ENGETEX 46 8 Geogrelha ENGEFORT 52 9 Dreno Vertical TECDREN 59 10 ENGETUBO 65 11 Obras Especiais Revestidas com Reservatórios Geomembranas de 71 PEAD 12 Geocomposto Bentonítico 75 13 Geocélulas 79

CAPÍTULO 2 RESERVATÓRIO DE GEOMEMBRANA POLIMANTA DE PE LINEAR 1 Características do reservatório de geomembrana POLIMANTA PE Linear ENGEPOL 1.1 Introdução Em algumas aplicações, é desejável ou necessário que o reservatório de geomembrana tenha maior flexibilidade, como em obras onde são previstos recalques diferenciais, deformações de subsidência do material de apoio do reservatório de geomembrana, coberturas de aterros sanitários e de valas de resíduos industriais. Nestes casos o reservatório de geomembrana de PE linear atende plenamente a este quesito. Os reservatórios de Geomembranas de PE linear são muito flexíveis, com maior alongamento na ruptura que os reservatórios de geomembranas de PEAD e, portanto, maior capacidade de manter sua integridade sob assentamento diferencial, observando que as característica mecânicas do PE linear são muito próximas do PEAD. O reservatório de geomembrana POLIMANTA PE Linear tem coeficiente de dilatação linear menor do que o reservatório de geomembrana POLIMANTA de PEAD, o que significa menor enrugamento da geomembrana, quando exposta ao calor do sol durante a instalação, sendo um item importante em determinadas condições de meio ambiente. 1.1.1 Reservatório de geomembrana POLIMANTA PE linear com textura Alto Relevo (AR) É possível fabricar o reservatório de geomembrana POLIMANTA PE linear também na versão com textura de Alto Relevo, proporcionando conjuntamente ótima flexibilidade e maior atrito na interface com o solo, concreto ou argamassa. O reservatório de geomembrana POLIMANTA PE linear com textura em alto relevo, pode ser texturizada em uma ou nas duas faces. Seu processo de fabricação é único, ou seja, a textura é gravada durante a fabricação da geomembrana, pelo processo de extrusão com matriz plana (flat die). A textura em alto relevo produzido por matriz plana é padrão e uniforme, o que garante maior uniformidade de atrito de interface, dando maior confiabilidade do projeto. 1.2 Matéria Prima O reservatório de geomembrana é fabricado com resina de polietileno linear PEBDL (Polietileno Linear de Baixa Densidade), devido a sua estrutura molecular, este reservatório de geomembrana apresenta além da flexibilidade, ótimos alongamentos uniaxiais e multiaxiais, resistência mecânica próxima ao do PEAD e boa resistência química. São adicionados a resina o negro de fumo, termoestabilizantes e antioxidantes que garantem resistência aos raios ultravioleta e resistência às intempéries. Na formulação do reservatório de geomembrana de PE linear não entram plastificantes e outros aditivos que tendem a emigrar com o tempo tornando os materiais frágeis e quebradiços. 1.3 Resistência Química Devido à estrutura química, o polietileno é inerte frente à maioria dos produtos químicos comuns. Manual de Geossintéticos Nortène /Engepol 8

Sendo assim, os reservatórios de geomembranas de PE linear apresentam uma boa resistência química, sendo a melhor resistência química entre os reservatórios de geomembranas flexíveis feitas de outros materiais como, por exemplo, PVC. 1.4 Durabilidade A vida útil de reservatórios de geomembranas varia significativamente com base em suas condições de exposição. Por exemplo, a previsão da vida útil de reservatórios de geomembranas poliméricas expostas às condições atmosféricas é influenciada principalmente pela radiação solar (UV). Para reservatórios de geomembranas não expostas, os principais aspectos relacionados aos mecanismos de degradação são: ataques químicos e solicitações mecânicas. Altas temperaturas e oxidação afetam a durabilidade dos reservatórios de geomembranas tanto em condições expostas quanto não expostas. Para evitar a degradação e garantir sua durabilidade, mesmo em condições expostas, o reservatório de geomembrana de PE linear é devidamente aditivado com negro de fumo, estabilizantes contra luz e antioxidantes. No contexto internacional a análise de envelhecimento acelerado vem sendo estudada há algum tempo. Vários autores estimam a vida útil de reservatório de geomembranas PEAD na ordem de centenas de anos. Testes de envelhecimento acelerado em condições expostas realizados em laboratório indicaram que a vida útil do reservatório de geomembrana de PE linear pode ser semelhante a do PEAD. Estudos realizados sugerem que, embora o PE linear perca seus antioxidantes mais rápido do que PEAD, o PE linear envelhece mais lentamente do que o PEAD após o esgotamendo dos antioxidantes (Islam et al. 2011). 2. Principais Aplicações do reservatório de geomembrana POLIMANTA PE Linear Aterros sanitários e valas de resíduos industriais(cobertura) Biodigestores Lagoas de água potável Canais e reservatórios para irrigação Túneis Aqüicultura 2.1 Comparativo entre as propriedades do PE Linear e do PVC Manual de Geossintéticos Nortène /Engepol 9

Espessura Densidade Propriedades Resistência à Tração Resistênsia à Rasgo Métodos de Ensaio POLIMANTA PE Linear Geomembrana de PVC ASTM D 5199 mm 1.0** 1.0* ASTM D 792 g/cm³ 0.936** 1.2-1.4 ASTM D 638 Mpa 32** 17* ASTM 1004 N 130** 50* Resistência ao Puncionamento ASTM D 4833 N 442** 266* Intervalo de Temperatura Admissível C (- 40 a +60) (-10 a +40) Método de Soldagem Extrusão / Fusão Solda Química/Fusão Resistência UV Exelente Baixa * Valores médios extraídos da tabela 13-6, página 353 do manual brasileiro de geossintéticos, 2004. ** Valores médios extraídos do laudo 02A/2004, referente aos ensaios realizados no laboratório de geossintéticos da Escola de Engenharia de São Carlos - USP 3. Vantagens do reservatório de geomembrana POLIMANTA PE Linear Maior flexibilidade Menor enrugamento durante a instalação Excelente resistência mecânica e química Excelente resistência aos raios ultravioleta Excelente soldabilidade Melhor assentamento, especialmente em contornos mais complexos Facilita manuseio durante a instalação. 4. Cobertura de Aterros Sanitários e de Valas de Resíduos Industriais A flexibilidade é um fator importante nos materiais que compõe a cobertura de aterros e valas, pois segundo Koerner (2005), pesquisas realizadas, num período de 20 anos, apontaram que as deformações de subsidência podem variar entre 5 a 30%. O objetivo do uso do reservatório de geomembrana de PE Linear usada na cobertura de aterros é minimizar as infiltrações, após esgotar-se a capacidade de armazenamento do local. Regra geral o projeto de cobertura é específico para cada obra, devido as peculiaridades locais e tipo de resíduo armazenado. O sistema de revestimento da cobertura de aterros é usualmente composto por cinco camadas: coleta de gases gerados, barreira impermeabilizante, camada drenante, camada de proteção ou de solo de cobertura e camada superficial, constituída de solo vegetal. A figura abaixo mostra esta seqüência de camadas, GRI 2003, sendo que na parte (a) as camadas são em solo e agregados naturais e na parte (b) as alternativas em geossintéticos. Manual de Geossintéticos Nortène /Engepol 10

Seções Transversais de Coberturas de Aterros (From Koerner and Daniel, 1997) Referências Bibliográficas Geosynthetic Research Institute GRI (2003) The Questionable Strategy of Soil- Only Landfill Covers Geosynthetic Fabrics Report, March, Volume 21, n.2. Koerner, George R. Narejo, Dhani. Geosynthetic Research Institute GRI (2005) Direct Shear Database of Geosynthetic-to-Geosynthetic and Geosynthetic-to-Soil Interfaces - GRI Report #30, June. Koerner R.M. (2005). Designing with Geosynthetics - Fifth Edition. Prentice Hall, N.J. Islam, M. Zahirul. Gross, Beth A. Rowe, R. Kerry. (2011). Degradation of Exposed LLDPE and HDPE Geomembranes: A Review. Geo-Frontiers 2011 ASCE 2011 Manual de Geossintéticos Nortène /Engepol 11

CAPÍTULO 3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE RESERVATÓRIO DE GEOMEMBRANA DE PE 1. Generalidades Os reservatórios de geomembrana de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) e de PE Linear (PELBD Polietileno Linear de Baixa Densidade) podem ser fabricados pelo processo de extrusão através de equipamento de matriz plana ou de matriz circular (balão). Os reservatórios de geomembrana fabricados pelo Grupo Nortène atendem a requisitos estabelecidos pelo GSI Geosynthetic Institute. Entretanto, os diferentes processos de fabricação resultam em algumas características distintas. Este capítulo apresenta os processos de fabricação de reservatórios de geomembrana denominados extrusão por matriz plana e matriz balão, apontando as peculiaridades de cada um dos processos e as principais características dos produtos fabricados. 2 Descritivo do processo de fabricação de reservatórios de geomembranas pela extrusão por matriz balão Inicialmente, o polietileno granulado é introduzido através de um funil na extrusora, onde é plastificado, homogeinezado e bombeado para a matriz. Logo após a massa fundida passa por uma matriz de forma anelar, que possui uma ferramenta central chamada mandril, para separar o fluxo desta forma (Silvio Manrich, 2005). O plástico sai da matriz formando um tubo, o qual é suspenso e movimentado pelo puxador primário, localizado na parte superior da máquina. Ar sob pressão é insuflado na parte interna do tubo, formando um balão. O material sai do puxador primário em forma de tubo dobrado, sendo desdobrado através de corte em uma das paredes. Na descida do material um dispositivo abre o tubo, o qual é direcionado ao puxador secundário. Finalmente, a bobina passa por um processo de corte no comprimento pré-estabelecido. A Figura 1 mostra esquematicamente o processo de fabricação da geomembrana através do processo de matriz balão. Figura 1. Linha de Extrusão com matriz balão ou anelar. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 12

3. Características do reservatório de geomembrana fabricada pelo processo de matriz balão Apresentam-se, a seguir, as peculiaridades do reservatório de geomembrana fabricada pelo processo matriz balão: 3.1 Aspectos gerais Vincos e dobras O processo de matriz balão leva à formação de duas dobras, resultando dois vincos contínuos e permanentes no reservatório de geomembrana ao longo de todo o seu comprimento. Podem também ser facilitadores do início de danos no reservatório de geomembrana a longo prazo, por serem um ponto de tensionamento criado durante a fabricação. Controle Espessura A matriz é anelar e tem uma ferramenta central, chamada mandril para separar o fluxo nessa forma. A espessura é regulada pela abertura da fenda e pela velocidade do puxador. Devido ao processo de fabricação circular, a geomembrana de Matriz Balão apresenta variação de espessura em torno de 10%. 3.2 Geomembrana Lisa Aspecto da Superfície O reservatório de geomembrana fabricada pelo processo matriz balão apresenta superfície opaca e presença de riscos. Uniformidade do Processo Estudos realizados internamente apontam maior variação das propriedades mecânicas no processo de matriz balão, medida através do desvio padrão. A variação é em média o 35% maior no processo de matriz balão em relação a matriz plana. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 13

3.3 Reservatório de Geomembrana Texturizada Textura A textura não tem uniformidade de altura e formato. Também não tem padrão de distribuição ao longo da largura e comprimento do reservatório de geomembrana. Atrito de interface A variabilidade da textura tanto através da bobina, assim como de bobina para bobina resulta em diferentes resistências ao atrito ao longo da obra. 4.Descritivo do processo de fabricação de reservatório de geomembranas pela extrusão por matriz plana A Figura 2 mostra o processo de fabricação denominado matriz plana. Este processo usa uma matriz plana, onde o polímero é extrudado através dois lábios horizontais resultando em um reservatório de geomembrana com espessura rigorosamente controlada (Koerner, 2005). Na seqüência, o reservatório de geomembrana passa pelos rolos da calandra, os quais têm a função de resfriar e dar polimento à superfície do material. O reservatório de geomembrana passa pelo leito de resfriamento e entra então no puxador. Após atingir o comprimento pré-fixado, o reservatório de geomembrana é cortada automaticamente pela máquina de corte. Figura 2. Linha de Extrusão com Matriz Plana. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 14

5. Peculiaridades do reservatório de geomembrana fabricado pelo processo Matriz Plana Apresentam-se, a seguir, as peculiaridades do reservatório de geomembrana fabricada pelo processo matriz plana: 5.1 Aspectos Gerais Vincos e Dobras O processo matriz plana resulta em reservatórios de geomembrana sem vincos ou dobras, pois ela é produzida já em sua largura final. Controle de Espessura O processo de fabricação de matriz plana resulta em variações de espessura na ordem de 5%, ou seja, menores do que o processo de fabricação de matriz balão. Isto se deve ao tipo de regulagem de espessura, que é regulada através dos lábios da matriz, individualmente ponto a ponto. É possível regular a abertura em intervalos de aproximadamente 120mm, totalizado 50 pontos de controle ao longo da largura do reservatório de geomembrana. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 15

Acabamento das bordas O processo matriz plana permite a colocação de fita especial para proteção de borda, assegurando que esta área esteja limpa para a execução da solda. Esta fita não deixa resíduos ao ser removida. A borda também é identificada a cada metro com o número da bobina, tipo, fabricante e comprimento. Isto garante a rastreabilidade da bobina mesmo após a perda de etiquetas de identificação e desbobinamento dos rolos. 5.2 Reservatório de Geomembrana Lisa Aspecto da Superfície O processo de fabricação, no qual se emprega uma calandra, resulta um reservatório de geomembrana com superfície plana, lisa e com alto brilho. Uniformidade do Processo Estudos realizados internamente apontam menor variação das propriedades no processo de matriz plana, medida através do desvio padrão. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 16

Esta variação menor (em média 35%) se reflete em uma baixa variação de propriedades mecânicas de bobina para bobina. 5.3 Reservatório de Geomembrana Texturizada Textura O processo de gravação, feito por rolos texturizadores, em textura de qualidade uniforme e constante. O processo de fabricação não interfere na espessura do núcleo. Atrito de interface Devido a textura ser uniforme e constante, reservatórios de geomembrana com textura AR proprocionam valores de atrito de interface constantes de bobina para bobina e através da largura da bobina. Acabamento das bordas A solda dos reservatórios de geomembrana configura o processo mais importante de toda a instalação e do qual dependerá a barreira como um todo (ABINT, 2004). O processo matriz plana permite a manutenção das bordas lisas durante a fabricação do reservatório de geomembrana texturizada. Esta borda lisa mantém uma maior área de contato entre os materiais, o que melhora a qualidade da solda. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 17

6. Controle de qualidade O controle de qualidade do reservatório de geomembrana POLIMANTA Engepol é realizado segundo as recomendações do GRI (Geosynthetic Research Institute). A GM 13 é a recomendação usada no controle de qualidade de fabricação dos reservatórios de geomembranas lisas e texturizadas de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), a qual estabelece especificações padrão com indicação dos tipos de ensaios para a determinação das propriedades dos reservatórios de geomembranas e a freqüência com que os ensaios deverão ser realizados durante a fabricação. A GM 17 é a recomendação utilizada para reservatórios de geomembranas lisas e texturizadas de PE linear. As especificações do GRI recomendam as propriedades físicas, mecânicas e químicas mínimas que o reservatório de geomembrana que está sendo fabricada deve possuir. 6.1. Verificação da Qualidade no Laboratório O laboratório da Engepol possui a certificação GAI-LAP do GSI Geosynthetic Institute USA. O programa credencia laboratórios de geossintéticos para a realização de ensaios de modo padronizado em relação à documentação, equipamentos e procedimentos de realização dos ensaios. A meta do programa GAI LAP é assegurar que todos os laboratórios estejam fazendo os ensaios de maneira apropriada, gerando resultados repetíveis e reprodutíveis, encontrando os mesmos números. Os laboratórios de ensaios em geossintéticos acreditados pelo GAI LAP possuem credibilidade internacional, comprovando que possuem equipamentos adequados e preparo para realizar testes de acordo com os mais rigorosos parâmetros técnicos. Adicionalmente, exige que os laboratórios possuam e mantenham suas documentações de ensaios atualizadas. Empresas que não possuem este tipo de certificação, mesmo utilizando as normas pertinentes de ensaios, ficam a mercê de procedimentos ou equipamentos inadequados por falta de conhecimento dos funcionários, sendo em muitos casos objeto de desvios nos resultados. Para quem adquire e instala os reservatórios de geomembrana, a certificação GAI LAP é a evidência que os ensaios dos materiais fornecidos, geralmente informados através de certificados de qualidade, foram realizados de forma apropriada, gerando resultados confiáveis. O laboratório da Engepol participa do programa de GAI LAP desde 2004, sendo o primeiro laboratório brasileiro a ser acreditado junto ao programa. Referências Bibliográficas Koerner, Robert - Design with Geosynthetics Prentice Hall, Inc., 2005 ABINT (2004). Manual Brasileiro de Geossintéticos Editora Edgard Blücher Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 18

Manrich, Sílvio. Processamento de Termoplásticos: rosca única, extrusão e matrizes, injeção e moldes. Editora Artliber (São Paulo, Brasil, 2005) Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 19

CAPÍTULO 4 INSTALAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS DE GEOMEMBRANAS POLIMANTA 1. Introdução Sem uma instalação adequada todo o conceito do uso dos reservatórios de geomembrana como barreira impermeabilizante se perde. Este capítulo tem por objetivo informar e recomendar os procedimentos a serem adotados na instalação do reservatório de geomembrana POLIMANTA, não se tratando, portanto de critérios de projeto ou de especificação de instalação. Neste sentido, a IGSBR GM 01/03 Instalação de Geomembranas Termoplásticas em Obras Geotécnicas e de Saneamento Ambiental Recomendações para Projeto da IGS Brasil Associação Brasileira de Geossintéticos deverá ser tomada como referência, quanto aos procedimentos corretos, que devem ser adotados na instalação. 2. Preparação das Superfícies que receberão o reservatório de geomembrana POLIMANTA 2.1. Superfície de Apoio A superfície deverá ser preparada imediatamente antes da colocação do reservatório de geomembrana, de acordo com o projeto executivo, para evitar a sua deterioração causada por chuva, vento, perda de umidade e tráfego local. A superfície a ser revestida deverá estar lisa e livre de objetos pontiagudos, de pedras, de material orgânico, madeira e quaisquer outros que possam danificar o reservatório de geomembrana. Quando o sistema de revestimento inclui argila compactada, a superfície desta camada não deverá ter mudanças abruptas no seu nivelamento e nem conter materiais pontiagudos. Pedras com diâmetro maior que 9,52 mm não deverão ser permitidas nos últimos 15 cm do solo de apoio do reservatório de geomembrana. Todas as superfícies deverão ser cuidadosamente inspecionadas imediatamente antes de serem revestidas, para verificar se as recomendações acima foram seguidas. 2.2. Canaleta de Ancoragem A canaleta de ancoragem deverá ser escavada imediatamente antes da colocação do reservatório de geomembrana, para evitar danos ocasionados pela chuva, ressecamento com trincas e abatimento das suas laterais. A canaleta de ancoragem deverá ser escavada de acordo com as dimensões previstas no projeto, as quais são calculadas em função da inclinação e altura do talude. No caso de solos rijos e duros, a canaleta deverá ter as bordas levemente arredondadas, para evitar danos no reservatório de geomembrana. Um geotêxtil não tecido agulhado de gramatura elevada, também poderá ser utilizado sob o reservatório de geomembrana, como proteção, conforme recomendação da UNE 104424. O reaterro da canaleta de ancoragem deverá ser executado cuidadosamente, para evitar danos no reservatório de geomembrana. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 20

Dimensões mínimas da canaleta de ancoragem (IGSBR GM 01/03) Canaleta de ancoragem já escavada 3. Conexão do reservatório de geomembrana POLIMANTA a Estruturas de Concreto A conexão com estruturas de concreto é realizada através do perfil de PEAD, Engelock fabricado pela Engepol, o qual é colocado na forma antes da concretagem, para que fique solidarizado à estrutura. O reservatório de geomembrana POLIMANTA é soldada ao perfil através de solda por extrusão, figura abaixo. Pode-se também, conectar o reservatório de geomembrana POLIMANTA à estrutura por meio de perfis metálicos fixados externamente através de parafusos, como mostram as figuras a seguir. Fixação do reservatório de geomembrana POLIMANTA em estruturas de concreto através do Engelock Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 21

Fixação reservatório de geomembrana POLIMANTA em paredes de concreto através de perfis metálicos (IGSBR GM 01/03) Fixação reservatório de geomembrana POLIMANTA em base de concreto (IGSBR GM 01/03) 4. Interferências As interferências com tubos, caixas de entrada e saída e outras superfícies deverão ser executadas de acordo com os detalhes do projeto. Nas figuras abaixo são mostrados exemplos de conexões de tubo com o reservatório de geomembrana POLIMANTA. Exemplo de conexão de tubo com o reservatório de geomembrana POLIMANTA (IGSBR GM 01/03) Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 22

Exemplo de conexão de tubo em parede com o reservatório de geomembrana POLIMANTA (IGSBR GM 01/03) Conexão de tubo com o reservatório de geomembrana POLIMANTA na obra (IMPORTANTE COLOCAR ABRAÇADEIRA PARA GARANTIR A ESTANQUEIDADE) 5. Colocação do reservatório de geomembrana POLIMANTA Imediatamente antes da colocação do reservatório de geomembrana a superfície de apoio deverá estar preparada de acordo com as recomendações do item 2.1. 5.1. Identificação dos painéis Durante a colocação do reservatório de geomembrana deverão ser registrados o número, a localização e a data de colocação de cada painel (um painel é uma bobina aberta), dados estes deverão constar do as built elaborado diariamente pelo instalador. 5.2. Colocação dos painéis: Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 23

Os painéis deverão ser colocados de acordo o seu número e posicionamento indicados na modulação do projeto executivo, e a seqüência destes números deverá ser anotada na planilha de colocação do reservatório de geomembrana POLIMANTA. O reservatório de geomembrana deverá ser colocado verticalmente, no sentido da inclinação do talude. O reservatório de geomembrana deverá ser colocada de forma que fique com o mínimo possível de rugas e ondulações, mas com folga mínima, para que não fique tensionada ao dilatar e contrair. O reservatório de geomembrana deverá ser ancorado temporariamente com sacos de areia ou terra, pneus ou outro elemento que não cause danos a mesma, a fim de se obter sua boa conformação à superfície, ao longo das bordas e cantos dos painéis antes da ancoragem, e para evitar o seu levantamento pelo vento. Se for inevitável o tráfego de veículos sobre o reservatório de geomembrana após a sua colocação, deverá haver uma boa proteção mecânica com geotêxtil, com um reservatório de geomembrana de sacrifício ou com uma camada de solo, de forma que o veículo circule sobre a camada de proteção e não cause danos ao reservatório de geomembrana. Ancoragem temporária com sacos de terra 5.3. Exemplos de modulação dos painéis de reservatório de geomembrana em intersecção de taludes, citados na IGSBR GM 01/03. Talude com comprimento > 15 m, no sentido do seu caimento, é considerado talude comprido. Talude pequeno: comprimento 15 m, no sentido do seu caimento. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 24

6. Emendas 6.1. As soldas deverão ser feitas verticalmente na direção da inclinação do talude. 6.2. Nos cantos e locais de geometria irregular o número de soldas deverá ser minimizado. 6.3. Recomenda-se que não sejam realizadas soldas horizontais a uma distância inferior a 1,50 m do pé do talude, no fundo, ou em áreas de grande concentração de tensões. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 25

6.4. Os trespasses entre os painéis deverão ser de 10 cm nas soldas por termo-fusão e 7,5 cm nas soldas por extrusão. 6.5. Os trespasses deverão estar secos e limpos imediatamente antes da realização das soldas. 6.6. Testes para verificação das soldas: Deverão ser realizados testes para verificação do equipamento de solda e do desempenho do soldador. Esta verificação deverá ser feita no início de cada turno de trabalho (início do dia, meio do dia ou qualquer hora em que o equipamento tenha permanecido desligado por um tempo tal, que tenha esfriado) para cada equipamento de solda utilizado. As soldas testes deverão ser realizadas sob as mesmas condições das soldas que serão executadas nos painéis da geomembrana colocada. As amostras para os testes de verificação de soldas deverão ser de 1m de comprimento por 0,30 m de largura, com a solda centrada ao longo do comprimento. Das amostras extraídas deverão ser retirados cinco corpos de prova com 2,5 cm de largura por 30 cm de comprimento, para serem testados ao cisalhamento e ao descolamento no tensiômetro de obra ou enviadas para um laboratório independente. Estes corpos de prova não deverão romper na solda. Se um corpo de prova romper, os ensaios deverão ser repetidos para mais cinco corpos de prova e, o soldador e equipamento somente deverão ser aprovados quando todos os corpos de prova romperem fora da solda e de acordo com as recomendações e valores de resistências estipulados na norma GM 19 (GRI). Em caso de bocas de peixe ou rugas nos trespasses das soldas, eles deverão ser cortados, de forma a permitir um trespasse plano. Se houver irregularidades na continuidade do reservatório de geomembrana e/ou trespasse inadequado, deverá ser colocado um manchão oval ou redondo do mesmo reservatório de geomembrana, ficando este pelo menos 15 cm além dos limites da solda, em todas as direções. 7. Verificação das Soldas 7.1. Ensaios Não Destrutivos Todas as soldas realizadas por termo-fusão deverão ser testadas ao longo do seu comprimento. Os ensaios não destrutivos verificam a integridade das soldas utilizando os ensaios de pressão de ar para as soldas por termo-fusão, o ensaio de vácuo para as soldas por extrusão e o spark test para as soldas por extrusão, que devido à localização não possam ser testadas pelo ensaio de vácuo. Estes ensaios deverão ser realizados concomitantemente aos serviços de solda. O spark test pode ser usado também para a verificação da estanqueidade global do reservatório de geomembrana instalada. Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 26

A descrição de todos os ensaios não destrutivos pode ser encontrada na IGSBR GM 01/03. Ensaio não destrutivo de pressão de ar 7.2. Ensaios Destrutivos A finalidade destes ensaios é avaliar a resistência das soldas ensaiando corpos de prova obtidos a partir de amostras de 2,5 cm de largura e 30 cm de comprimento, com a solda centrada ao longo do comprimento. Os ensaios deverão ser realizados em cinco corpos de prova, no tensiômetro na obra ou em laboratório independente. Os ensaios destrutivos devem ser em número mínimo possível, para preservar a integridade da barreira que compõe o revestimento. A USEPA recomenda a retirada de amostras a cada 150 m de comprimento de solda, o que pode ser seguido na falta de recomendação de projeto, no entanto é recomendável que se corte a amostra no final da linha de solda. A GM 14 (GRI) fornece um método estatístico para estabelecer um intervalo de retirada de amostras para ensaios destrutivos. Os ensaios destrutivos deverão ser realizados de acordo com as recomendações da norma GM 19 (GRI), e deverão atender duas propriedades básicas: Resistência ao Cisalhamento Descolamento A descrição dos ensaios destrutivos pode ser encontrada na IGSBR GM 01/03. 8. Critério de Aceitação das Soldas 8.1. Os cinco corpos de prova dos ensaios destrutivos (ASTM D 6392) terão que ser aprovados, quanto à localização da ruptura e à resistência da solda (GM 19). 8.2. Os corpos de prova não deverão romper na área soldada. A ruptura deverá ocorrer pelo rasgamento da geomembrana: FTB, conforme esquemas mostrados na ASTM D 6392. 8.3. Todos os ensaios não destrutivos terão que ter 100% de eficiência. 9. Controle de Qualidade da Instalação O instalador deverá comprovar a qualidade da instalação através da apresentação de planilhas e relatórios com o registro de todos os serviços executados, inclusive os ensaios não destrutivos e destrutivos e o também o as built da área instalada. Todos os projetos que possuem responsabilidade de risco ambiental devem exigir, com rigor, o controle de qualidade da empresa instaladora, conforme a IGSBR GM 01/03. Recomenda-se ainda a contratação de uma empresa fiscalizadora especializada para acompanhar os serviços e o controle de qualidade da instalação. 10. Verificação da Qualidade Assegurada da Instalação Na inspeção da qualidade (que é chamada de qualidade assegurada), todas as etapas da instalação deverão ser verificadas concomitantemente a realização dos serviços. Deverão ser realizadas verificações na superfície de apoio, colocação dos painéis do reservatório de geomembrana, ancoragens, interferências e Manual de Geossintéticos Nortène / Engepol 27