NBR 7483/2005. Cordoalhas de aço para concreto protendido Requisitos
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1 NBR 7483/2005 Cordoalhas de aço para concreto protendido Requisitos
2 OBJETIVO Fixar os requisitos para fabricação, encomenda, fornecimento e recebimento de cordoalhas de aço de alta resistência de três e sete fios, destinadas a armaduras de protensão.
3 DEFINIÇÕES 1. cordoalha de sete fios: Cordoalha constituída de seis fios de mesmo diâmetro nominal, encordoados juntos, numa forma helicoidal, com um passo uniforme, em torno de um fio central. 2. cordoalha de três fios: Cordoalha constituída de três fios do mesmo diâmetro nominal, encordoados juntos, numa forma helicoidal, com um passo uniforme. 3. passo da hélice: Comprimento ao longo do eixo de uma volta completa. 4. diâmetro de cordoalha: Diâmetro da circunferência que a circunscreve. 5. valor nominal: Valor numérico que caracteriza certa grandeza do produto. Não é referência para aceitação ou rejeição do produto.
4 DEFINIÇÕES Figura 1 Cordoalha de aço de sete fios Figura 2 Rolo de cordoalha de aço enrolado em carretel de madeira
5 DEFINIÇÕES 6. lance: Determinado comprimento contínuo de cordoalha. 7. rolo: Certo comprimento de cordoalha apresentado em espiras concêntricas formando um volume compacto. Pode ser composto no máximo por dois lances. 8. carretel: Núcleo de madeira ou outro material, no qual é enrolado certo comprimento de cordoalha. 9. lote: Quantidade de cordoalha acabada, fabricada nas mesmas condições e de comprimento contínuo.
6 REQUISITOS GERAIS - CLASSIFICAÇÃO 1. Conforme o número de fios: a. cordoalha de sete fios; b. cordoalha de três fios. 2. Conforme a resistência à tração: a. categoria CP-190; b. categoria CP Os números 190 e 210 correspondem ao limite mínimo da resistência à tração na unidade quilograma força por milímetro quadrado. Para os efeitos desta Norma, considerase 1 kgf/mm² =10 MPa. 4. As cordoalhas de três e sete fios são produzidas sempre na condição de relaxação baixa.
7 REQUISITOS GERAIS - FABRICAÇÃO 1. Fio: O fio usado na fabricação da cordoalha deve ser encruado a frio por trefilação a partir de fio-máquina de açocarbono. Os teores de fósforo e enxofre não devem exceder os seguintes valores: fósforo: 0,020%; enxofre: 0,025%. Não há especificação para os outros elementos químicos. A composição química do aço utilizado deve garantir que as características mecânicas especificadas nesta Norma sejam atendidas pelo produto final. 2. Qualidade do fio: O fio deve ser isento de defeitos superficiais ou internos, prejudiciais ao seu emprego.
8 REQUISITOS GERAIS - FABRICAÇÃO 3. Encordoamento a. Cordoalha de sete fios: A cordoalha deve ter o fio central com diâmetro nominal pelo menos 2% maior do que o dos fios externos. Os seis fios externos devem ser firmemente dispostos em torno do fio central, com um passo de 12 a 16 vezes o diâmetro nominal da cordoalha. b. Cordoalha de três fios: A cordoalha deve ser produzida com fios do mesmo diâmetro nominal, firmemente encordoados com um passo de 12 a 16 vezes o diâmetro nominal da cordoalha. NOTA: O processo de fabricação da cordoalha de três e sete fios deve garantir que os fios componentes da cordoalha, ao serem cortados com discos, não saiam de sua posição original ou, caso saiam, possam ser reposicionados manualmente.
9 REQUISITOS GERAIS - FABRICAÇÃO 4. Emendas: Não é permitida a incorporação de soldas no produto final, originadas durante ou após o processo de trefilação. Os trechos de cordoalhas que receberam soldas necessárias à continuidade do processo de fabricação devem ser descartados. 5. Tratamento final a. As cordoalhas devem ser submetidas a um tratamento termomecânico final apropriado, a fim de atender os requisitos especificados quanto às propriedades mecânicas e demais características (Tabelas 1 e 2). b. Ao serem desenroladas e deixadas livremente sobre uma superfície plana e lisa, as cordoalhas não devem ter uma curvatura permanente superior a 15 cm em extensão de 2 m.
10 REQUISITOS GERAIS - FABRICAÇÃO Esta curvatura, chamada de flecha, é a medida da distância máxima entre a linha que une as duas pontas da amostra e a face interna da cordoalha. c. Acondicionamento e embalagem 6. Acondicionamento: A cordoalha deve ser fornecida em rolo firmemente amarrado com diâmetro interno não inferior a 750 mm. NOTA O acondicionamento deve permitir a retirada de amostra sem danificar a estrutura do rolo. 7. Transporte e armazenamento: Os produtos de aço para protensão devem ser protegidos durante o transporte e armazenamento contra qualquer dano ou contaminação, em especial contra substâncias que possam provocar corrosão.
11 REQUISITOS GERAIS MARCAÇÃO E DESIGNAÇÃO 1. Marcação: Cada rolo deve ser identificado por uma etiqueta suficientemente resistente, com inscrição indelével, firmemente presa, que deve indicar: a. nome ou símbolo do produtor; b. número desta Norma; c. designação do produto: número de fios da cordoalha, categoria (190 ou 210), relaxação (RB); d. diâmetro nominal da cordoalha, em milímetros; e. número de identificação do rolo; f. massa líquida dos lances, em quilogramas.
12 REQUISITOS GERAIS MARCAÇÃO E DESIGNAÇÃO 2. Designação: As cordoalhas devem receber a designação conforme segue: EXEMPLOS: v CP-190 RB 12,7 significa uma cordoalha de sete fios para concreto protendido (CP), categoria 190, relaxação baixa (RB) e diâmetro nominal de 12,7 mm (12,7); v CP 190 RB 3 x 3,0 significa uma cordoalha para concreto protendido (CP), categoria 190, relaxação baixa (RB), cordoalha de três fios (n) e diâmetro nominal de 3 mm (d) por fio.
13 REQUISITOS GERAIS ENCOMENDA Na encomenda das cordoalhas, o comprador deve indicar: a. número desta Norma; b. massa da encomenda, em quilogramas; c. designação, conforme a página anterior; d. opcionalmente, local e procedimento de inspeção.
14 REQUISITOS ESPECÍFICOS 1. As cordoalhas fabricadas e inspecionadas, amostradas e ensaiadas conforme seção seguinte devem atender aos valores especificados nesta Norma. 2. O módulo de elasticidade é função do material. Para o açocarbono comum, o valor nominal do módulo de elasticidade é de 200 GPa. Ensaios individuais que resultem em desvios maiores que 5% em relação a 200 GPa podem indicar erros cometidos no ensaio, não sendo todavia motivo de rejeição do material ensaiado. Este módulo deve ser fornecido por ensaio do fabricante ou obtido em ensaio realizado em laboratório independente.
15 REQUISITOS ESPECÍFICOS NOTA Para valores divergentes de ensaios referentes ao mesmo lote, utilizar o valor do ensaio mais próximo de 200 Gpa. 3. As propriedades mecânicas das cordoalhas de sete fios com relaxação baixa são especificadas natabela1. 4. As propriedades mecânicas das cordoalhas de três fios são especificadas na Tabela 2.
16 INSPEÇÃO - PROCEDIMENTO 1. Comprador a. Ao comprador compete exigir do fabricante certificados de ensaios do material fornecido. NOTA Os resultados dos ensaios do fabricante devem estar disponíveis para exame pelo comprador ou seu representante durante pelo menos cinco anos. b. O certificado deve conter: data da emissão do certificado; identificação do rolo; características dimensionais e mecânicas do material. c. Fica a critério do comprador verificar se as características estão de acordo com o especificado nesta Norma, fazendo executar as inspeções e os ensaios julgados necessários.
17 INSPEÇÃO - PROCEDIMENTO 1. Comprador(continuação) d. A partir da recepção do material, o comprador torna-se responsável pela integridade física do produto no decorrer das operações de transporte, de manuseio, de estocagem e da aplicação na estrutura. NOTA: Caso o comprador deseje efetuar a inspeção do material na fábrica, após este ter sido submetido aos ensaios de rotina, os eventuais ensaios adicionais, às expensas do fabricante, são limitados no máximo de uma amostra a cada dez rolos. Não é requisito que uma cordoalha específica seja submetida ao ensaio de relaxação. O comprador pode, contudo, requerer do fabricante o fornecimento de registros de ensaios em cordoalhas similares produzidas em tempo próximo, evidenciando que a relaxação obedece às especificações das Tabelas1e2 a seguir.
18 INSPEÇÃO - PROCEDIMENTO 2. Contratante Cabe ao contratante verificar a integridade física das cordoalhas e adotar pelo menos um dos seguintes procedimentos: a. fiscalizar o comprador na aceitação do material; b. analisar as características do material utilizado, através dos ensaios já realizados pelo comprador ou fabricante; c. realizar o controle de qualidade do material contratando Laboratórios credenciados junto à Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios, para esse fim.
19 INSPEÇÃO AMOSTRAGEM E FREQUENCIA DE ENSAIO 1. Para os ensaios especificados logo a seguir deve-se retirar uma amostra da extremidade externa de um rolo de cada lote. No entanto, quando a prática é produzir um grande rolo em um comprimento contínuo (lote) que será dividido em diversos rolos acabados, uma amostra de comprimento suficiente será extraída para a realização dos ensaios. Esta amostra será representativa de todos os rolos do lote. 2. As amostras não devem ser submetidas a nenhuma forma de tensionamento e ou de aquecimento e todo o procedimento deve obedecer à ABNT NBR 6349.
20 INSPEÇÃO AMOSTRAGEM E FREQUENCIA DE ENSAIO 1. Ensaios a. O ensaio de tração das cordoalhas deve ser executado conforme a ABNT NBR 6349, determinando-se: gráfico Carga x Deformação, carga a 1% de alongamento total, carga de ruptura, alongamento total após ruptura e módulo de elasticidade em todos os corpos-de-prova. b O ensaio de relaxação das cordoalhas deve ser executado conforme a ABNT NBR 7484, determinando-se os valores da relaxação para uma carga aplicada equivalente a 80% da carga de ruptura mínima especificada.
21 ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO 1. O produto inspecionado, amostrado e ensaiado conforme seção 6 é aceito, desde que todos os resultados (exceto o módulo de elasticidade) atendam aos valores especificados nesta Norma. 2. Se qualquer corpo-de-prova não atender aos valores especificados, uma nova amostra deve ser retirada do mesmo rolo ensaiado e submetida a reensaio. a. Se o resultado deste reensaio atender aos valores especificados nesta Norma, o rolo correspondente é considerado aprovado. b. Se o resultado deste reensaio não atender a qualquer valor especificado nesta Norma, o rolo correspondente será considerado reprovado e todos os demais rolos que compõem o lote devem ser ensaiados.
22 ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO 3. Pode-se admitir oxidação do produto, desde que esta seja leve e uniforme, e não apresente pontos de corrosão localizada (cavidades) na superfície. a. Normalmente uma oxidação superficial uniforme pode ser removida manualmente, esfregando-se os fios com um tecido grosseiro (estopa ou juta) ou com uma esponja plástica abrasiva. Em caso de dúvida quanto à gravidade do dano provocado pela oxidação, o material deve ser submetido a ensaios especiais para a comprovação de suas propriedades mecânicas originais.
23 ACEITAÇÃO E REJEIÇÃO NOTA Salvo acordo prévio entre comprador e fornecedor, a superfície do fio não deve conter nenhum lubrificante, óleo ou outra substância capaz de prejudicar sua aplicação. 4. A liberação e o emprego do produto não são condicionados ao resultado do ensaio de relaxação, em vista de sua longa duração. O comprador pode se basear em resultados recentes e regularmente obtidos com material de mesma categoria e mesmo fabricante.
24 TABELA 1 Categoria Designação¹ Diâmetro Nominal da Cordoalha (mm) Tolerância no diâmetro nominal (mm) Área da seção de aço da cordoalha nominal (mm²) Mínimo Nominal Máximo Massa nominal kg/1 000m Carga de ruptura mínima kn Carga a 1% de deformação mínima² kn Alongamento total na ruptura mínimo³ (%) Relaxação máxima após h 4 (%) RB 190 RB 210 CP 190 RB 9,5 9,5 54,9 56,2 57,3 441,0 104,3 93,9 CP 190 RB 12,7 12,7 98,6 100,9 102,9 792,0 187,3 168,6 CP 190 RB 15,2 15,2 + 0,4 139,9 143,4 146,3 1126,0 265,8 239,2 CP 210 RB 9,5 9,5-0,2 54,9 56,2 57,3 441,0 115,3 103,8 CP 210 RB 12,7 12,7 98,6 100,9 102,9 792,0 207,0 186,3 CP 210 RB 15,2 15,2 139,9 143,4 146,3 1126,0 293,8 264,4 3,5 3,5 Tabela 1 Características das cordoalhas de sete fios com relaxação baixa (RB)
25 TABELA 2 Categoria Designação¹ Diâmetro Nominal da Cordoalha mm Tolerância no diâmetro nominal mm Área da seção de aço da cordoalha nominal mm² Mínimo Nominal Máximo Massa nominal kg/1 000m Carga de ruptura mínima kn Carga a 1% de deformação mínima² kn Alongamento total na ruptura mínimo³ (%) Relaxação máxima após h 4 (%) CP 190 RB 3x3,0 6,5 21,5 21,8 22,8 171,0 40,8 36,7 RB 190 CP 190 RB 3x3,5 7,6 30,0 30,3 31,8 238,0 57,0 51,3 CP 190 RB 3x4,0 8,8 ± 0,3 37,6 38,7 39,8 304,0 71,4 67,3 CP 190 RB 3x4,5 9,6 46,2 46,6 48,9 366,0 87,7 78,9 3,5 3,5 CP 190 RB 3x5,0 11,1 65,7 66,2 69,6 520,0 124,8 112,3 CP 210 RB 3x3,0 6,5 21,5 21,8 22,8 171,0 45,1 40,6 RB 210 CP 210 RB 3x3,5 7,6 30,0 30,3 31,8 238,0 63,0 56,7 CP 210 RB 3x4,0 8,8 ± 0,3 37,6 38,7 39,8 304,0 78,9 74,4 CP 210 RB 3x4,5 9,6 46,2 46,6 48,9 366,0 96,9 87,2 3,5 3,5 CP 210 RB 3x5,0 11,1 65,7 66,2 69,6 520,0 137,9 124,1 Tabela 2 Características das cordoalhas de três fios com relaxação baixa (RB)
26 TABELAS 1 E 2 - INFORMAÇÕES 1) Os três dígitos constantes na designação correspondem ao limite mínimo da resistência á tração na unidade kgf/mm². Para os efeitos desta norma, considera-se 1 kf/mm² = 10 MPa. 2) O valor da carga a 1% de alongamento é considerado equivalente à carga, a 0,2% de alongamento permanente. 3) Base de medida: 600 mm mínimo. 4) Medida a 20 C com aplicação de carga inicial correspondente a 80% da carga de ruptura conforme NBR Os resultados de relaxação após horas podem ser obtidos por extrapolação de ensaios de 100 horas de duração. NOTA) Recomenda-se para cálculo estrutural a utilização do valor nominal da área.
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