5/12/2014 :: Portal da Justiça Federal da 3ª Região:: DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 3ª REGIÃO Edição nº 222/2014 - São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2014 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS I TRF Subsecretaria da 6ª Turma Acórdão 12404/2014 APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 0000239-95.2012.4.03.6100/SP 2012.61.00.000239-5/SP RELATOR : Desem bargador Federal JOHONSOM DI SALVO APELANTE : Prefeitura Municipal de Sao Paulo SP ADVOGADO : SP255898 FÁBIO VICENTE VETRITTI FILHO e outro APELADO(A) : Conselho Regional de Educacao Fisica do Estado de Sao Paulo CREF4SP ADVOGADO : SP220653 JONATAS FRANCISCO CHAVES e outro REMETENTE : JUIZO FEDERAL DA 6 VARA SAO PAULO Sec Jud SP No. ORIG. : 00002399520124036100 6 Vr SAO PAULO/SP EMENTA ADMINISTRATIVO. REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO CONTRA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA OBJETIVANDO A ADEQUAÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO PAULISTANA À LEI Nº 9.696/98 (REGISTRO NO CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FISICA). INTERESSE DIFUSO CONFIGURADO. OBRIGATORIEDADE DE REGISTRO PROFISSIONAL PARA O EXERCÍCIO DE QUALQUER ATIVIDADE NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, INCLUSIVE DE MAGISTÉRIO. LEGITIMIDADE DA FUNÇÃO FISCALIZATÓRIA DO CRF4/SP (PODER DE POLÍCIA). NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DO CORPO DOCENTE MUNICIPAL À LEI Nº 9.696/98. MULTA MANTIDA. SENTENÇA EM CONFORMIDADE COM A POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL DOMINANTE. RECURSOS DESPROVIDOS. 1. Tratam -se de rem essa oficial e apelação interposta pelo Município de São Paulo contra a sentença de procedência da ação civil pública ajuizada pelo Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP). A controvérsia cinge-se à legalidade da exigência de registro no Sistem a CONFEF/CREF, nos term os da Lei nº 9.696/98, pelos ocupantes do cargo/função de Professor de Ensino Fundam ental II e Médio - Educação Física na rede m unicipal de ensino paulistana. 2. Interesse difuso configurado, eis que relacionado à qualidade/eficiência do serviço educacional prestado no âm bito m unicipal paulistano, com real possibilidade de com prom etim ento da higidez dos alunos subm etidos às práticas desportivas curriculares, caso m inistradas por docentes não habilitados para esse fim. 3. A Lei nº 9.696/98 é clara: o registro profissional tornou-se necessário para o exercício de qualquer atividade na área da Educação Física, inclusive de m agistério (artigo 3º), sem distinção entre os graduados com licenciatura ou com bacharelado. 5. A Lei nº 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, não possui o condão de afastar a obrigatoriedade de registro profissional. A regulam entação da profissão de educador físico, inclusive no desem penho da atividade de m agistério, contribui positivam ente para o sistem a de ensino, pois, não raro, a m aior parte da população infanto-juvenil brasileira tem seu o prim eiro e único contato com esporte no am biente escolar, m ostrando-se salutar o estabelecim ento de padrões qualitativos m ínim os e a subsunção à fiscalização especializada. 6. A função fiscalizatória do CRF4/SP reveste-se de legitim idade, por decorrer do poder de polícia atribuído pela Lei nº 9696/98. Não é derrogada pela fiscalização que o Município de São Paulo exerça sobre seus professores. 7. Inexiste óbice legal na exigência do registro no Sistem a CONFER/CREFs de todos os professores de educação física da rede m unicipal de ensino paulistana, até dos que ingressaram no serviço público anteriorm ente à propositura dessa dem anda ou m esm o da publicação da Lei nº 9.696/98. Inteligência do artigo 37, I, da Constituição Federal. 8. O registro no Sistem a CONFER/CREFs não constitui opção, m as obrigação legal do educador físico, cabendo ao apelante exigir a providência de seus docentes, sob pena de m anter em seus quadros profissional não habilitado para o cargo/função, e isso é o que basta para validar a m ulta diária de R$ 1.000,00 estabelecida na sentença, em caso de descum prim ento da decisão. 9. Manutenção integral da sentença, totalm ente com patível com a jurisprudência do STJ (AgRg no RMS 34.360/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma, julgado em 20/05/2014, DJe 20/06/2014; REsp 1339372/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, julgado em 13/8/2013, DJe 20/8/2013; RMS 26316/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, julgado em 2/6/2011, DJe 15/6/2011; REsp 783.417/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, Quinta Turma, julgado em 2/3/2010, DJe 29/3/2010), e, na sua esteira, desse Tribunal Regional (APELREEX 0000238-13.2012.4.03.6100, Rel. Desembargador Federal ANDRE NABARRETE, Quarta Turma, julgado em 31/10/2013, e-djf3 26/11/2013). 11. Recursos desprovidos. http://web.trf3.jus.br/diario/consulta/visualizardocumentosprocesso?numerosprocesso=201261000002395&data=2014-12-05 1/2
5/12/2014 :: Portal da Justiça Federal da 3ª Região:: ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acim a indicadas, decide a Egrégia Sexta Turm a do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanim idade, negar provimento à APELAÇÃO e à REMESSA OFICIAL, nos term os do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. São Paulo, 27 de novem bro de 2014. Johonsom di Salvo Desem bargador Federal http://web.trf3.jus.br/diario/consulta/visualizardocumentosprocesso?numerosprocesso=201261000002395&data=2014-12-05 2/2