GNU à janela Um projecto de libertação. Índice Introdução...2 Objectivos...3 Estratégias...4 Ponto de partida...4 Procedimento...5 Avaliação do projecto...6 Nota final...7 Anexo 1 Especificações técnicas...7 Anexo 2 Lista de utilizadores...8 Anexo 3 Alguns exercícios propostos...8 0º Exercício Identidade...8 1º Exercício Privacidade...8 2º Exercício The world is my shell...8 3º Exercício Ícones de uma geração ou uma geração de ícones?...9 4º Exercício Born to be wild...9 5º Exercício Pão e Circo...9 6º exercício You are not alone...9
7º exercício Google is your friend...9 8º exercício Mais ideias?...9 Anexo 4 - Licença...10 Introdução A informática é hoje uma área pantanosa, onde a sede de conhecimento e a motivação é grande, mas onde a preparação dos intervenientes apenas escapa à quase nulidade pelo audaz esforço individual. A filosofia que se tem vindo a adoptar de deixar cada um aprender sozinho por tentativa e erro tem produzido um atraso generalizado e um ciber-analfabetismo que todos sentem cada vez mais asfixiante. A facilidade com que, como cliente, a população se deixa arrastar pelas últimas modas em termos de hardware, a vulnerabilidade a vírus e outras pragas como o spam ou o phishing, a própria sensação de que a compra de um computador mais potente é inevitável porque este já está ultrapassado são a prova disso mesmo. A docilidade do utilizador que não questiona, que se permite aceitar que determinado programa não funcione como era suposto, que se habituou a resolver um problema de programação com o sair e voltar a entrar, que ache mesmo aceitável que uma empresa de software o espione (e manipule) através da introdução de spyware nos programas que lhe vende, é uma característica nefasta e deve ser eliminada o quanto antes sob pena de por em risco a liberdade individual. O desconhecimento por parte dos utilizadores da existência de produtos alternativos aos propostos por grandes entidades empresariais é reflexo, por um lado, da ingenuidade dos primeiros, e por outro, da manipulação das mentalidades que os segundos promovem. Como alterar então este estado de coisas? Combatendo o monopólio qual Golias contra o Gigante ou recusando a informática numa espécie de regresso ao passado? O que este projecto propõe é um pequeno levantar do véu sob algumas das alternativas que têm vindo a surgir de forma orgânica, um pouco por toda a parte, e que configuram algumas das soluções possíveis.
O movimento de software livre, iniciado por Richard Stallman nos Estados Unidos tem hoje adeptos nos quatro cantos do mundo e está acessível a qualquer interessado pelo baixo, e facilmente amortizável, preço do investimento pessoal (ao qual estamos já, de resto, habituados). O software GNU 1 é um conjunto de ferramentas que permitem operar um computador (poder-se-á dizer um sistema operativo) oferecendo ao utilizador um conjunto de garantias que contrastam brutalmente com a forma a que nos temos (ou têm) vindo a habituar. São elas: Executar o programa para qualquer propósito; Estudar o funcionamento do programa e adapta-lo às suas necessidades; Redistribuir cópias do programa; Aperfeiçoar o programa e distribuir as alterações. O sistema operativo Debian GNU/Linux 2 é uma das muitas distribuições 3 existentes deste tipo de software e foi escolhido para este projecto por uma questão de gosto pessoal, pela facilidade de utilização e pela escalabilidade. Objectivos O presente projecto visa a promoção de uma ciber-cidadania responsável e capaz através da instalação de software livre nos computadores de uma escola rentabilizando os recursos disponíveis e permitindo aos utilizadores uma gama de experiências educativas no campo das tecnologias da informação. Assim, podem enumerar-se, não sendo restritos a, os objectivos que se seguem: Desenvolvimento de competências na área da cidadania (neste caso da ciber-cidadania); Desenvolvimento de competências na área das tecnologias da informação; Rentabilização dos recursos existentes; Auxílio ao processo de ensino-aprendizagem de todas as matérias (disciplinares e não disciplinares) através de uma metodologia prática e motivadora; 1 GNU GNU is Not Unix. Veja http://www.gnu.org. 2 Veja http://www.debian.org. 3 Veja http://www.distrowatch.org.
Divulgação de alternativas a sistemas computacionais proprietários Estratégias através da divulgação de software livre. Ponto de partida A escola encontrava-se inicialmente ligada à internet através da RCTS por uma linha rdis e posteriormente passou a contar com uma linha adsl. Possui, presentemente, quatro equipamentos informáticos: dois na biblioteca, um na sala 1 outro na sala 2 ligados entre si, inicialmente através de um hub ethernet de 10 Mb e, posteriormente, através do próprio modem adsl que tem 4 portas ethernet de 10/100 Mb. Os referidos equipamentos passarão a ser chamados, no presente documento, pelos seus hostnames: sala1-01.escola.rcts.pt (ou sala1-01) sala2-01.escola.rcts.pt (ou sala2-01) biblioteca-01.escola.rcts.pt (ou biblioteca-01) biblioteca-02.escola.rcts.pt (ou biblioteca-02) Os computadores têm, resumidamente, as seguintes características técnicas 4 : sala1-01.escola.rcts.pt e sala2-01.escola.rcts.pt: Intel pentium 4 com 256 Mb de memória, 40 Gb de disco, drive de dvd, de cd-rw, e de floppy bem como uma placa de rede 10/100. Têm, cada um, ligada uma impressora multi-funções HP psc 1350 all-in-one, um par de colunas, teclado e rato. Encontravam-se, inicialmente, configurados com o Windows XP. biblioteca-01.escola.rcts.pt 5 : Pentium com drive de cd's e de floppy bem como uma placa de rede 10/100. Tem ligado um par de colunas, teclado e rato. Encontrava-se configurado com o Windows ME. biblioteca-02.escola.rcts.pt: É um Fujitsu/Siemens Scenic et colocado na escola pela RCTS ao abrigo do programa Escola net. É um Intel pentium 200 MMX com 64MB de memória e 10 4 Mais informação pode ser encontrada no anexo 1 Especificações técnicas. 5 Este computador acabou por ir para arranjar antes da fase de implementação do projecto e nunca mais voltou (durante o respectivo ano).
Gb de disco, drive de cd's, de floppy bem como uma placa de rede 10/100. Tem ligada uma impressora HP Deskjet 840C, um par de colunas, teclado e rato. Encontrava-se configurado com o Windows 98. Procedimento Procedeu-se, primeiro, à instalação de uma versão estável do sistema Debian (Sarge) através de uma net-install, no computador colocado na sala 1 (sala1-01.escola.rcts.pt). Como este computador é dos mais robustos, a par do da sala 2, este sistema inclui todos os utilitários que normalmente convêm a um computador de secretária (workstation). Optou-se por um sistema baseado em Gnome. Além deste software instalou-se ainda algum software que poderá dar jeito à rede em geral, como o CUPS e o SANE. Neste sistema foram criados utilizadores para cada um dos alunos da escola, um para cada um dos dois professores, um para a funcionária e um para uso da técnica da biblioteca. Os alunos têm uma conta personalizada com o nome do aluno. Os professores das salas 1 e 2 têm uma conta impessoal, respectivamente prof1 e prof2. A auxiliar e a técnica da biblioteca têm igualmente contas impessoais, respectivamente auxiliar e biblioteca. mestres. Os alunos pertencem ao grupo catraios e as restantes contas ao grupo Depois procedeu-se à instalação do mesmo sistema num dos computadores da biblioteca (biblioteca-01.escola.rcts.pt), mas de forma minimal, capaz de pouco mais do que correr o servidor gráfico Xfree86 configurado de forma a receber o ecran de login do sala1-01 exportado por xdmcp. Também os utilizadores registados neste sistema formam reduzidos ao mínimo, uma vez que apenas é necessário algum trabalho de manutenção. Assim, apenas os mestres têm conta neste sistema. Depois de confirmada a exequibilidade do projecto foi instalado um sistema nas mesmas condições do do computador biblioteca-01 no biblioteca- 02 6. 6 Não chegou a ser (ver nota 5).
Resta referir que, para não ferir susceptibilidades, e garantir a continuidade de qualquer esforço que tenha vindo a ser feito com o software anteriormente instalado nos sistemas, todos os sistemas informáticos mantiveram o dual-boot Debian GNU/Linux / Windows. Apesar de não ser relevante para o presente projecto, é importante salientar algumas razões que tornam aconselhável a manutenção do Windows instalado nos sistemas: O software educativo que tem vindo a ser adquirido para as escolas (como jogos educativos e software anti-virus) trabalha em Windows; toda a documentação produzida institucionalmente é, esperamos que ainda, produzida tendo o Windows como pressuposto. Mesmo o hardware não é comprado com o cuidado de verificar se é compatível com outros sistemas operativos. A biblioteca tem também um software de administração (das requisições e do catálogo) feito para Windows e finalmente existe quem se recuse simplesmente a admitir o esforço de escolher um ícone para o processador de textos que não o w de Word. Após a fase de instalação e configuração do software foram dados a cada utilizador um username e uma password e deixou-se que o prazer tratasse do resto. Após uma segunda fase de adaptação, começaram a ser introduzidos exercícios facultativos (ninguém é obrigado a cumprir absolutamente nada) que visam mais especificamente o desenvolvimento das competências na área da informática e que podem ser encontrados no anexo 3. Paralelamente e ao longo do ano vão sendo também executados trabalhos e sugeridas tarefas que pressupõem algum domínio dos conceitos subjacentes ao projecto, alguns dos quais podem ser vistos na página da turma no site da escola. Avaliação do projecto Dado que o único objectivo definido a nível de Conselho de Docentes para a área das Tecnologias da Informação e Comunicação foi a Utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, parte-se do princípio que a mera aceitação da participação no projecto por parte de cada aluno configura já uma avaliação positiva (o mesmo será dizer que negativa para os casos de recusa de participação).
Dado também que é de esperar uma avaliação positiva generalizada, todos os conceitos adquiridos por via do presente projecto configura já uma mais valia. Ou seja: uma vez que os exercícios não são obrigatórios, e partindo-se do princípio que, não havendo recusa da utilização do computador a avaliação é já positiva, os casos de exercícios completados pelos alunos representam um passo decisivo no sentido da excelência. Nota final Falta fazer referência a algumas questões que ficaram pendentes. Previamente à elaboração do projecto, foi questionada verbalmente a viabilidade da instalação do software necessário no computador da sala 1 (um dos dois mais actuais) ao responsável da autarquia pelo parque informático. Foi um erro (negligência) não ter mencionado o envolvimento das restantes máquinas. Teria sido preferível ter formalizado o pedido? Teria sido excessivo? Inibidor? Alguém mencionou a existência de contratos de exclusividade. Será possível esta vassalagem no século XXI?! Desejável? Inevitável?... O acolhimento junto dos alunos superou as expectativas, mas junto dos adultos não. Algumas recusas acabariam mesmo por inviabilizar a sua concretização plena. Poderia ter sido implementado mais algum tipo de iniciativa que visasse ou forçasse o envolvimento destes? Não tenho conhecimento de muitos projectos semelhantes, mas, por exemplo, o que se pode observar em http://www.hackerteen.com.br/ parece coroado de exito. É certo que a implementação deste tipo de iniciativas em contexto escolar tem as suas especificidades, o facto de estar localizado em Portugal é capaz de trazer mais algumas. Tendo em consideração que este projecto teve um orçamento de 0,00, o que mais poderia ter sido feito? Anexo 1 Especificações técnicas Em vez de colocar aqui as especificações reais dos computadores, é melhor referir apenas que este anexo é constituído apenas pelas informações que resultam de correr como root o comando lspci -vv em cada uma das máquinas.
Anexo 2 Lista de utilizadores Mais uma vez, em vez de publicar a lista real, melhor será explicar que a lista consistia de uma sequência com o seguinte formulário para cada um dos utilizadores: Nome de utilizador (username): biblioteca Palavra passe (password): blablabla Nova palavra passe: É importante o campo Nova palavra passe: para que cada aluno altere a sua (ver exercício 1) e a escreva para não se esquecer (melhor seria que a memorizassem, mas lá chegarão). É de notar que esta lista é suposto ficar rapidamente desactualizada uma vez que cada utilizador poderá alterar a sua palavra passe à vontade. Anexo 3 Alguns exercícios propostos 0º Exercício Identidade. Através do contacto com os dados de acesso ao sistema, espera-se que os utilizadores ganhem a noção que cada utilizador tem uma identidade para interagir com o sistema e que o sistema o reconhece apenas por essa identidade. 1º Exercício Privacidade. O sistema de username e password pode ajudar a clarificar a noção de privacidade e reforçar a noção da identidade. Espera-se que o cuidado que cada um coloca na memorização da sua password e na manutenção do sigilo o predisponha à aquisição de meia dúzia de hábitos e rotinas introdutórios à segurança informática. Este primeiro exercício consiste apenas na mudança da palavra passe (Password) para uma mais segura através do comando passwd. 2º Exercício The world is my shell. O acesso à linha de comandos é um bem não negligenciável e do seu domínio depende uma experiência mais eficaz dos sistemas informáticos. O segundo exercício consiste apenas em chamar alguns programas através da linha de comandos que não se afiguram disponíveis nos menus gráficos e que podem dar algum prazer utilizar (jogos, jogos e mais jogos...) e um servidor de doom ;-)
3º Exercício Ícones de uma geração ou uma geração de ícones? Alguns dos comandos experimentados no exercício anterior não estão disponíveis nos menus gráficos... e se passassem a estar? A configuração (básica) do GUI é o exercício 3 sugerindo a inclusão no desktop de ícones que apontam para as aplicações preferidas e a mudança do background. 4º Exercício Born to be wild. Vamos a um torneio? Este quarto exercício almeja alguma interactividade entre utilizadores. E, claro, alguma diversão também! 5º Exercício Pão e Circo. O computador é muito mais do que uma mera consola de jogos. Até dá para imprimir... já imaginaram se desse para ajudar a fazer os tpc's? O quinto exercício consiste em executar um trabalho de casa com o auxílio do computador. 6º exercício You are not alone. O sexto exercício consiste em descobrir uma forma de comunicar com outros utilizadores. Mandem-me o vosso trabalho de casa para o mail. ;-) 7º exercício Google is your friend. Nada mais a acrescentar. 8º exercício Mais ideias?...
Anexo 4 - Licença Attribution-ShareAlike 2.5 You are free: to copy, distribute, display, and perform the work to make derivative works to make commercial use of the work Under the following conditions: Attribution. You must attribute the work in the manner specified by the author or licensor. Share Alike. If you alter, transform, or build upon this work, you may distribute the resulting work only under a license identical to this one. For any reuse or distribution, you must make clear to others the license terms of this work. Any of these conditions can be waived if you get permission from the copyright holder.