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PR CURITIBA SRRF09. Coordenação-Geral de Tributação. 2 Em síntese, a descrição dos fatos narrados pela consulente:

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Transcrição:

Fls. 88 87 Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 10ª RF Solução de Consulta nº 10.030 - Data 2 de maio de 2016 Processo Interessado CNPJ/CPF DOCUMENTO FORNECIDO EM CUMPRIMENTO À LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO. REGISTRE-SE QUE A PUBLICAÇÃO, NA IMPRENSA OFICIAL, DE ATO NORMATIVO SUPERVENIENTE MODIFICA AS CONCLUSÕES EM CONTRÁRIO CONSTANTES EM SOLUÇÕES DE CONSULTA OU EM SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA, INDEPENDENTEMENTE DE COMUNICAÇÃO AO CONSULENTE (arts. 99 e 100 do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011). ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS SISCOSERV. SERVIÇO DE TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGA. INFORMAÇÕES. RESPONSABILIDADE. A pessoa jurídica domiciliada no Brasil não se sujeita a registrar no Siscoserv os serviços de transporte internacional de carga e os serviços a ele relacionados, prestados por residentes ou domiciliados no exterior, quando os prestadores desses serviços forem contratados pelo exportador das mercadorias, domiciliado no exterior, ainda que o custo esteja incluído no preço da mercadoria importada. A pessoa jurídica domiciliada no Brasil que realize a contratação de serviços com residentes ou domiciliados no Brasil não está obrigada a registrar no Siscoserv as informações referentes a essa transação. A responsabilidade pelo registro no Siscoserv decorre da relação jurídica estabelecida pelo contrato de prestação dos serviços firmado entre residentes e domiciliados no Brasil e residentes e domiciliados no exterior e não das responsabilidades mutuamente assumidas no contrato de compra e venda de mercadorias, as quais dizem respeito apenas ao importador e ao exportador. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 222, DE 27 DE OUTUBRO DE 2015. Dispositivos Legais: Instrução Normativa RFB nº 1.277, de 2012, art. 1º, 1º, II, e 4º; Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, art. 22. 1

Fls. 89 Relatório 1. A interessada, pessoa jurídica de direito privado, vem, por meio de seu representante, formular consulta, na forma da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, acerca da obrigação de prestar informações relativas às transações entre residentes ou domiciliados no Brasil e residentes ou domiciliados no exterior que compreendam serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, das pessoas jurídicas ou dos entes despersonalizados, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.277, de 28 de junho de 2012, que devem ser registradas no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv), instituído pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 1.908, de 19 de julho de 2012, editada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SCS). 2. Relata que importa mercadorias para fins de revenda no Brasil, sendo que, em regra, o fornecedor (exportador) é empresa a ela ligada. 3. Diz ser do exportador, domiciliado no exterior, a responsabilidade pela contratação e pagamento do frete internacional (marítimo, rodoviário ou aéreo), do exterior até o porto ou local designado de destino no Brasil, adotando as modalidades de Incoterm: CFR - Cost and Freight (quando marítimo) e CPT - Carriage Paid To (quando rodoviário ou aéreo). Nessas operações, no valor da mercadoria importada, pago pela Consulente ao exportador, está embutido o custo do frete internacional (o que inclui outros serviços e taxas...). 4. Informa que é o exportador, domiciliado no exterior, quem contrata e paga, diretamente, um Agente de Cargas, sediado no exterior, com representante no Brasil ou com sede no Brasil, para providenciar o frete internacional e demais serviços necessários para a entrega da mercadoria até o destino designado no Brasil. 5. Em relação ao Serviço de Transporte Internacional de Cargas, ela entende que deve efetuar o registro do valor referente ao frete internacional, conforme informação que consta da Invoice, ainda que este custo esteja embutido no preço da mercadoria importada e que a contratação e o pagamento do respectivo Agente de Cargas sejam feitos diretamente pelo exportador mesmo não havendo qualquer relação contratual direta entre este Agente e a Consulente. Diante disso, diz que adota os seguintes procedimentos para o registro desse serviço no Módulo Aquisição do Siscoserv (destaques do original): Registro no RAS: os valores relativos ao frete internacional são lançados no Código NBS 1.0502.14.90, quando do transporte através de navio, e 1.0503.90.00 quando do transporte aéreo, sendo considerado como vendedor o exportador (fornecedor localizado no XXX), como data de início a da emissão do Bill of Lading e como data de conclusão a do registro da Declaração de Importação. Registro no RP: os valores relativos ao frete internacional são lançados no Código NBS 1.0502.14.90, quando do transporte através de navio, e 1.0503.90.00, quando do transporte aéreo, tendo como data a do pagamento da fatura comercial ao exportador. 2

Fls. 90 6. Menciona que na chegada da mercadoria no Brasil há determinados custos relacionados ao desembaraço aduaneiro (todos cobrados em moeda nacional e devidos à empresas/órgãos nacionais). Alguns deles vêm identificados no Bill of Lading (como taxas collect ) e outros não constam especificamente deste documento. Diz que os referidos custos não compõem o custo do frete internacional de responsabilidade do exportador, não estão embutidos no preço da mercadoria importada e são de responsabilidade da Consulente. Esse valor é pago por intermédio de seu despachante aduaneiro, conforme as determinações de um Agente de Cargas no Brasil, o qual é contratado pelo exportador ou é representante do Agente de Cargas no exterior contratado pelo exportador. 6.1. Em relação ao registro no Siscoserv do valor das taxas collect e demais despesas necessárias para o desembaraço aduaneiro da mercadoria importada, entende que ela não deve registrar tais operações no Siscoserv porque não mantém qualquer relação contratual com o Agente de Cargas no Brasil, não efetua qualquer pagamento a título de prestação de serviços a este Agente e também não realiza pagamento por serviços, despesas ou taxas devidas a empresas ou órgãos no exterior. 7. Por fim, apresenta seus questionamentos, nos exatos termos abaixo (destaques do original): 3.1. Está correto seu entendimento quanto à sua obrigatoriedade de registrar no SISCOSERV os valores de frete internacional (incluídos todos os demais custos do Agente de Cargas) atrelados à importação de mercadorias nas modalidades Incoterm CFR ou CPT, ainda que estes custos sejam de responsabilidade do exportador, que contrata e paga, diretamente, o Agente de Cargas, e ainda que estejam, de fato, embutidos no preço da mercadoria importada? 3.2. Caso afirmativa a resposta acima, sendo obrigatório o registro pela Consulente, estão corretos os procedimentos adotados quanto à identificação, no Registro no RAS, do vendedor (como sendo o exportador), das NBS (1.0502.14.90 e 1.0503.90.00), da data de inicio (como sendo a da emissão do Bill of Lading) e da "data de conclusão" (como sendo a do registro da Declaração de Importação), e no Registro no RP, da "data" de pagamento (como sendo a do pagamento da fatura comercial ao exportador)? Estando incorretos ou incompletos os procedimentos adotados, qual a forma correta e a fonte da informação para proceder ao registro? 3.3. Está correto seu entendimento quanto a não estar obrigada ao registro no SISCOSERV dos valores das taxas collect e outras despesas pagas, no Brasil, a empresas e órgãos nacionais, por intermédio do despachante aduaneiro sediado no Brasil e conforme as determinações do Agente de Cargas sediado no Brasil (com o qual não mantém qualquer relação contratual)? 3.4. Caso afirmativa a resposta acima, sendo obrigatório, para a Consulente, o registro no SISCOSERV, qual a forma correta de proceder, tendo em vista que não mantém qualquer relação contratual com o Agente de Cargas no Brasil, tampouco com o Agente no exterior ou qualquer outra empresa ou órgão no exterior (que não o exportador), não disponde de informações necessárias para o registro? Fundamentos 3

Fls. 91 8. A presente consulta será solucionada, partindo-se da afirmação da consulente de que é do exportador, domiciliado no exterior, a responsabilidade pela contratação e pagamento do frete internacional do exterior até o porto ou local designado de destino no Brasil, e de que os custos de responsabilidade da Consulente, os quais denomina (como taxas collect ), são por ela devidos à empresas/órgãos nacionais. 8.1. Assim sendo, observa-se que a Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) já se manifestou acerca dos questionamentos apresentados pela consulente, por meio da Solução de Consulta Cosit nº 222, de 27 de outubro de 2015, cujo entendimento, na parte que interessa à solução da presente consulta, será a seguir reproduzido, conforme determinação do art. 22 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013, constituindo-se a solução desses questionamentos em uma Solução de Consulta Vinculada. (...) 6. De início, esclareçamos que, segundo a 9ª edição do Manual Informatizado do Módulo Aquisição do Siscoserv, aprovada pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 43/15, a prestação de serviços de transporte, de seguro e quanto a agentes externos, bem como de demais serviços relacionados às operações de comércio exterior de bens, serão objeto de registro no sistema por não serem incorporados ao valor dos bens e mercadorias (p. 15). Disposição idêntica consta do manual do Módulo Venda (p. 17). Prestação de serviço de transporte 7. Tratemos inicialmente da prestação de serviço de transporte. 8. Cabe observar que a presente leva obrigatoriamente em conta, por força do art. 8º da IN RFB nº 1396/13, a Solução de Consulta (SC) Cosit nº 257/14, que dispõe sobre as obrigações perante o Siscoserv quando envolvida prestação de serviço de transporte de carga. 9. Conforme os referidos manuais, para a identificação do tomador e do prestador do serviço, o relevante é a relação contratual, cuja caracterização independe de contratação de câmbio, do meio de pagamento ou da existência de um instrumento formal de contrato (p. 5 Aquisição; p. 5-6 - Venda). 10. No presente caso, cumpre salientar que, embora a contratação de serviços de transporte e seguro, por parte da consulente, encontre sua razão de ser nas responsabilidades por ela assumidas no bojo do contrato de compra e venda de bens e mercadorias, responsabilidades para as quais os Incoterms servem como referências para sua melhor compreensão ( cláusulas padrão ), o fato é que a relação jurídica estabelecida pelo contrato de compra e venda e a estabelecida pelo contrato de prestação de serviços não se confundem. Assim, por se tratarem de liames obrigacionais autônomos, a relação jurídica de prestação de serviço, e não o contrato de compra e venda em si, é que será determinante quando da análise da obrigatoriedade, ou não, de efetuar registro no Siscoserv. 11. Feitas tais considerações, passemos a analisar as dúvidas trazidas pela consulente, considerando a situação fática narrada: 11.1. A consulente contrata agente de carga residente no Brasil para operacionalizar transporte internacional de mercadoria a ser importada: caso o transportador seja não residente no Brasil, haverá necessidade de registro no Siscoserv, cuja responsabilidade recairá sobre o agente de carga, se a contratação do serviço se der em seu próprio nome (situação em que ele não agirá como agente de carga em sentido estrito, nos termos do que estabelece o 1º do art. 37 do Decreto-Lei nº 37, de 1966), ou sobre a consulente, na hipótese 4

Fls. 92 de o agente de carga apenas representá-la perante o prestador de serviço domiciliado no exterior (situação descrita no dispositivo legal supra mencionado). 11.2. A consulente não contrata agente ou transportador para efetuar o transporte internacional da mercadoria a ser importada, o que é feito pelo exportador domiciliado no exterior: nesta hipótese, a consulente não teria qualquer responsabilidade pelo eventual registro no Siscoserv. (Negritos do original; sublinhou-se.) 9. Isso posto, passa-se a analisar os questionamentos da consulente. 10. O primeiro deles trata da responsabilidade pelo registro no Siscoserv nos casos em que o fornecedor estrangeiro assume a responsabilidade pela contratação e pagamento do serviço de transporte internacional, na importação de mercadorias, situação em que o custo do frete internacional (o que inclui outros serviços e taxas correlatas...) compõe o preço da mercadoria importada e vem indicado, em caráter informativo, nas respectivas Invoices. 10.1. Constata-se que, nestas circunstâncias, a consulente não integra a relação estabelecida pelo contrato de prestação dos serviços de transporte internacional de carga, pois, o que ocorre, de fato, é apenas a aquisição da mercadoria, em cujo preço se inclui o custo dos serviços ora referidos. Assim, conforme o entendimento da Cosit, exposto no subitem 11.2 da Solução de Consulta Cosit nº 222, de 2015, transcrito anteriormente, a consulente não está obrigada ao registro desses serviços no Siscoserv. 10.2. Em razão da resposta dada a essa questão, o segundo questionamento perdeu o seu objeto, motivo pelo qual, deixa de ser respondido. 11. O terceiro e o quarto questionamentos versam sobre a prestação de informações no Siscoserv nos casos que a consulente é responsável pelo pagamento de determinados valores a empresas e órgãos nacionais que não compõem o custo do frete internacional, não estão embutidos no preço da mercadoria importada e são oriundos de transações nas quais a consulente não mantém qualquer relação contratual com o Agente de Cargas no Brasil, tampouco com o Agente no exterior ou qualquer outra empresa ou órgão no exterior (que não o exportador). 11.1. Recorde-se que a Cosit, no item 9 da Solução de Consulta Cosit nº 222, de 2015, apoiada na 9ª edição do Manual Informatizado do Módulo Aquisição do Siscoserv, aprovada pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 43/15, reforçou o entendimento que é a relação contratual estabelecida entre residentes e domiciliados no Brasil e residentes e domiciliados no exterior que irá determinar a responsabilidade pelo registro no Siscoserv. 11.1.2. Essa mesma orientação consta do item 1.6 Quem deve efetuar registro no Siscoserv Módulo Aquisição da 7ª Edição do Manual Informatizado do Siscoserv, aprovada pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 1.534, de 30 de outubro de 2013, vigente na época em que a consulta foi formulada, e do item 5, do Capítulo 1 da 10ª Edição do Manual Informatizado do Siscoserv Módulo Aquisição, aprovada pela Portaria Conjunta RFB/SCS nº 219, de 19 de fevereiro de 2016, atualmente em vigor (negritos do original). 11.2. Assim sendo, nas hipóteses ora relatadas, em que o valor das taxas e das outras despesas é devido em função de transações efetivadas entre a consulente, domiciliada no Brasil, e residentes ou domiciliados no Brasil, ela não se sujeita a registrar as informações acerca dessas transações no Siscoserv. 5

Fls. 93 12. A íntegra da Solução de Consulta Cosit ora referida pode ser encontrada no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil: www.receita.fazenda.gov.br, no menu lateral esquerdo Acesso Rápido, itens Legislação, Soluções de Consulta, mediante a indicação do número do ato e do ano de sua edição, nos campos próprios. Conclusão 13. Diante do exposto, responde-se à consulente que: a) a pessoa jurídica domiciliada no Brasil não se sujeita a registrar no Siscoserv os serviços de transporte internacional de carga e os serviços a ele relacionados, prestados por residentes ou domiciliados no exterior, quando os prestadores desses serviços forem contratados pelo exportador das mercadorias, domiciliado no exterior, ainda que o custo esteja incluído no preço da mercadoria importada; b) a pessoa jurídica domiciliada no Brasil que realize a contratação de serviços com residentes ou domiciliados no Brasil não está obrigada a registrar no Siscoserv as informações referentes a essa transação; c) a responsabilidade pelo registro no Siscoserv decorre da relação jurídica estabelecida pelo contrato de prestação dos serviços firmado entre residentes e domiciliados no Brasil e residentes e domiciliados no exterior e não das responsabilidades mutuamente assumidas no contrato de compra e venda de mercadorias, as quais dizem respeito apenas ao importador e ao exportador. Ordem de Intimação Encaminhe-se à revisora. Assinado digitalmente. CASSIA TREVIZAN Auditora-Fiscal da RFB De acordo. Encaminhe-se à Chefe da. Assinado digitalmente. LOURDES TERESINHA ROSSONI LUVISON Auditora-Fiscal da RFB Aprovo a Solução de Consulta e declaro sua vinculação à Solução de Consulta Cosit nº 222, de 27 de outubro de 2015, com base nos arts. 22 e 24 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Publique-se e divulgue-se nos termos do art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 2013. Dê-se ciência à consulente. Assinado digitalmente. IOLANDA MARIA BINS PERIN Auditora-Fiscal da RFB - Chefe da 6