III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG I Salão de Extensão & I Mostra Científica

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Transcrição:

III Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG I Salão de Extensão & I Mostra Científica http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao ISSN 2318-8014 RESGATE HISTÓRICO-CULTURAL ATRAVÉS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 412/2012 DA CIDADE DE CAXIAS DO SUL: O CASO DA LOJA MAGNABOSCO Rodrigo Gajardo a, Barbara Bedin b a Aluno de graduação do curso de Direito da FSG. rodrigo@prelum.com.br. b Mestre em Direito. Professora do curso de Direito da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); barbara.bedin@fsg.br Informações de Submissão Autor Correspondente Rodrigo Gajardo, endereço: Rua José Eberle, 982 - Terreo - Caxias do Sul - RS - CEP: 95034-400 Palavras-chave: Comunicação visual. Lei. Complementar n. 412/2012. Poluição visual. Resumo Essa pesquisa trata do resgate histórico-cultural da Loja Magnabosco de Caxias do Sul, em decorrência da implantação e fiscalização da Lei Complementar n. 412/2012 que trata do controle da poluição visual. Ao procurar prédios na cidade que já estavam com suas fachadas modificadas, observou-se a importante revitalização desses imóveis que contam um pouco da história da cidade. O método utilizado é o dedutivo que parte do geral (legislação) para o particular (análise do caso concreto) e o estudo de caso. Como resultado, tem-se que a aplicação da lei tem como consequência o resgate históricocultural dos prédios do município. 1 INTRODUÇÃO Essa pesquisa trata do resgate histórico-cultural da Loja Magnabosco de Caxias do Sul, em decorrência da implantação e fiscalização da Lei Complementar n. 412/2012 que trata da poluição visual. Inicialmente, o estudo tinha como objetivo, exclusivamente, o aprofundamento na legislação municipal. Ao procurar prédios na cidade que já estavam com suas fachadas modificadas, observou-se a importante revitalização desses imóveis que contam um pouco a história da cidade. Justifica-se o estudo da lei que regulamenta o uso de comunicação visual como forma de impedir a poluição visual, bem como o levantamento histórico das fachadas modificadas, uma vez que tudo está integrado como meio ambiente a ser preservado. 2 REFERENCIAL TEÓRICO

333 O Município de Caxias do Sul trata da política ambiental nos termos do que está estabelecido na Constituição Federal de 1988, a respeito da sustentabilidade. A legislação municipal evoluiu nas últimas décadas e culminou com a promulgação da Lei Complementar nº 376/2010, referente à Política Municipal do Meio Ambiente. Essa legislação destaca a responsabilidade do poder público municipal e dos cidadãos em proteger o meio ambiente, para assegurar uma vida saudável em sociedade. Por reunir toda a legislação ambiental do município, a Lei Complementar 376/2010 tem uma seção que trata especificamente da poluição visual (artigos 54 até 72). Essa lei contém elementos que sintetizam o embasamento o para a criação da Lei Complementar nº 412/2012. Essa última, foi regulamentada através do Decreto nº 16.834 de 27 de janeiro de 2014, e a Secretaria do Meio Ambiente tem a legitimidade para implementar a política de controle aos veículos de comunicação visual na cidade. O controle da poluição visual é responsável pelo bem-estar estético, cultural e ambiental da população. Seu controle, portanto, valoriza o ambiente natural e construído, e preserva a memória cultural, nos moldes disciplinados no artigo 2º, inciso IIº, e alíneas "a", "c" e "f": Art. 2º O Município disciplinará o uso dos veículos de divulgação, atendendo às seguintes finalidades: [...] II - elaborar e implantar normas para a construção e instalação desses veículos na cidade, objetivando: a) o bem-estar estético, cultural e ambiental da população; [...] c) a valorização do ambiente natural e construído; [...] f) a preservação da memória cultural; (CAXIAS DO SUL, 2012) Essa legislação regulamenta o uso dos veículos de divulgação no Município de Caxias do Sul, chamado de Programa Visual Legal pelo Poder Executivo, e trata, com muita cautela, a veiculação publicitária que é tida não como um problema, mas o seu controle deve ser regrado. Trata-se da boa qualidade estética e do referencial paisagístico: "Art. 1º Todos têm direito à boa qualidade estética e referencial da paisagem do Município, sendo dever do Poder Público Municipal e da coletividade protegê-la e promovê-la para as atuais e futuras gerações" [grifo nosso] (CAXIAS DO SUL, 2012). A elaboração e a implantação da norma tem como consequência a observação de pontos de destaque, como o bem-estar estético, cultural e ambiental da população

334 sobressaindo-se, de forma qualificada, o tema da valorização do ambiente natural e construído, sendo este o mais importante elemento a ser observado na implementação da legislação. Toda alteração, substituição e instalação de novos veículos de divulgação na paisagem urbana, a partir da promulgação da Lei nº 412/2012, necessita de autorização prévia do Município de Caxias do Sul, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente - SEMMA. Ficam isentos de autorização somente os anúncios indicativos com área de até 3 m². A partir da implementação da Lei Complementar nº 412/2012, a memória cultural em edificações foi contemplada com o reaparecimento das fachadas dos prédios antigos, muitos esquecidos no tempo e revestido com placas enormes, muitas vezes, cobrindo totalmente estas fachadas, agora retiradas e substituídas. Basta circular pela região central da cidade, principalmente na área denominada Centro Histórico, para verificar-se in loco essas modificações. Nessa região, os projetos de veículo de divulgação são submetidos à análise da Comissão Específica e Permanente de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural. A recuperação das fachadas dos bens tombados e do seu entorno, as edificações inventariadas e o seu entorno, as edificações situadas em setores especiais, entre outras, também são submetidas à essa comissão. Ao aplicar a Lei Complementar nº 412/2012, a paisagem urbana é valorizada qualificando os elementos naturais e os elementos construídos, tais como construções, edifícios, anteparos, superfícies aparentes de equipamentos de infraestrutura, de segurança e de veículos automotores, anúncios de qualquer natureza, elementos de sinalização urbana, equipamentos de informação e comodidade pública e logradouros públicos, visíveis e situados em áreas de uso comum dos moradores da cidade. Através das mudanças nas fachadas, surge uma sensação de bem-estar como consequência dessas mudanças estéticas. 3 METODOLOGIA O estudo visa o resgate histórico-cultural dos prédios da cidade de Caxias do Sul, em face da implementação da lei que fiscaliza a poluição visual. A análise foi feita através de um estudo de caso da Loja Magnabosco. Neste trabalho, o método é dedutivo, uma vez que se parte da lei geral (Constituição Federal) e vai para uma legislação municipal que não pode contrariar a lei maior.

335 4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS A Loja Magnabosco foi construída há 74 anos, e seu prédio pode ser considerado um prédio histórico, que se localiza no centro da cidade. Algumas informações interessantes sobre sua construção e inauguração estão descritas no sítio da loja: "1939 - Inauguração do imponente prédio de alvenaria. O espaço passa a abrigar o empreendimento no térreo, o Fórum e a residência do juiz no segundo andar e o lar do proprietário no terceiro piso." 1 A imagem que segue, registrada em 1951 (imagem 1) mostra as características arquitetônicas próprias da época: Imagem 1 - Loja Magnabosco em 1951 Foto: acervo Loja Magnabosco A próxima imagem (imagem 2) é do ano de 2010 e foi registrada antes do enquadramento da fachada na Lei Complementar nº 412/2012: Imagem 2 - Loja Magnabosco 2010 Foto: acervo Loja Magnabosco 1 Disponível em: http://magnabosco.com.br/historia. Acesso em 10 Mai 2015.

336 O projeto arquitetônico apresentado para aprovação junto a Comissão Específica e Permanente de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente está representado pela próxima imagem (imagem 3): Imagem 3 - adequação a Lei nº 412/2012 Projeto Loja Magnabosco aprovado pelo Município Crédito: Porthus Júnior/Agência RBS E a seguinte, representa o imóvel após a execução do projeto (imagem 4): Imagem 4 - Loja Magnabosco Crédito: Porthus Júnior/Agência RBS Observa-se que no decorrer do tempo, os proprietários procuraram manter as principais características da edificação histórica, contudo a fachada ficava encoberta pela comunicação visual. Com a adequação à lei que disciplina o uso de veículos de divulgação no município, o resultado atual (imagem 4) demonstra que as características originais do prédio (imagem 1) foram resgatadas. Por esse motivo, verifica-se que a Lei Complementar nº

337 412/2012 contempla não somente a poluição visual, mas de forma extremamente positiva o resgate histórico-cultural. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise da aplicabilidade da lei que regula a poluição visual no município de Caxias do Sul é percebida imediatamente. O fato de nem todos os estabelecimentos já terem se adequado, não muda essa percepção. Daqui para frente, as novas edificações necessariamente deverão apresentar seus projetos de comunicação visual para terem o alvará de funcionamento liberado. Dessa forma, já estarão em conformidade com a legislação municipal. O resgate da história é consequência da implementação dessa legislação. Elementos removidos ou ocultos em edificações histórico-culturais, agora recuperados ou ressurgidos, dão um toque nostálgico aos que conviveram num passado não tão distante, como é o caso da Loja Magnabosco. 6 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. BRASIL. Decreto nº 5.790/06. que dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho das Cidades - ConCidades. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5790.htm. Acesso em 26 abr. 2015. BRASIL. Lei nº 6.938/81. Política Nacional do Meio Ambiente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em 09 nov. 2014. BRASIL. Lei 10.257/01. Estatuto da Cidade: que estabelece diretrizes gerais da política urbana. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm. Acesso em 09 nov. 2014. BRASIL. Lei nº 10.683/03. dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.683.htm. Acesso em 26 abr. 2015. BRASIL. Lei Complementar nº 140/11. dispõe sobre a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações de proteção do meio ambiente. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp140.htm. Acesso em 23 mai. 2015.

338 BRASIL. Resolução CONAMA: Nº 1, de 23 de janeiro de 1986 que dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Publicada no DOU, de 17 de fevereiro de 1986, Seção 1, p. 2548-2549. CAXIAS DO SUL. Lei Complementar nº 290/07 institui o Plano Diretor no Município de Caxias do Sul Jornal do Município, Data de Publicação: 24/09/2007. CAXIAS DO SUL. Lei Complementar nº 412/12 que disciplina o uso de veículos de divulgação no Município de Caxias do Sul. Jornal do Município, Data de Publicação: 30/06/2012. CAXIAS DO SUL. Lei Ordinária nº 2087/72 institui o Plano Diretor no Município de Caxias do Sul. Data de Publicação: 27/12/1972. CAXIAS DO SUL. Lei Orgânica do Município de Caxias do Sul. Promulgada em 04/04/1990.