Direito Processual Penal O Direito Processo Penal consiste em um conjunto de normas e princípios destinados à realização do poder punitivo do Estado, bem como a regulamentação das atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares. (Frederico Marques)
Processo Penal É o instrumento, do qual se vale o Estado, para conferir efetividade ao direito material, eis que, o direito processual penal, é o ramo do direito, que fornece os meios e o caminho para a materialização do direito de punir estatal (aplicação da pena).
Características a) Autonomia: Não está vinculado ao Direito Material, pois, possui princípios e regras próprias; b) Instrumentalidade: meio para concretização do direito material. c) Normatividade: Disciplina Normativa (Dec.Lei 3.689/41)
Sistemas Processuais a) Sistema inquisitivo: a função de acusar, julgar e defender concentra-se na figura única do juiz.
a) Sistema acusatório: Princípios do contraditório, ampla defesa e publicidade. Adotado na CR/88. Não se adotou o sistema acusatório puro, mas o não ortodoxo.
c) Sistema misto ou acusatório formal: existe uma instrução preliminar, secreta e escrita, que é presidida por um juiz inquisidor, e uma fase contraditória (judicial), em que se observa o contraditório e a ampla defesa.
Princípios Processuais Penais O Processo Penal Garantista, tem por viés, fornecer aos acusados um rol de garantias, princípios, contra eventuais arbitrariedades que possam ser praticadas pelo Estado (titular do jus puniendi) durante a persecução penal.
a) Princípio da presunção de inocência ou da nãoculpabilidade: Art.5º, inciso LVII, da CR/88. ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
- Regra de julgamento: O ônus da prova é da acusação. In dubio pro reo. - Regra de processo: Processo de Garantias - Regra de tratamento: Deve o acusado ser tratado como inocente.
STJ: HC 58.809/SP -5ª Turma, DJ 13/11/2006
b) Princípio da verdade real c) Princípio da motivação das decisões: Art.93, inciso IX, CR/88. Livre Convencimento do Juiz. d) Princípio do impulso oficial
e) Princípio da igualdade processual: Art.5º, caput, da CR/88. Os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades Igualdade material
f) Princípio da Oficialidade g) Princípio da oficiosidade
g) Princípio da oficiosidade: a persecução criminal, como regra, ocorrerá ex offício, sendo prescindível a autorização de quem quer que seja.
h) Princípio da obrigatoriedade: A persecução penal tem natureza publica, devendo os órgãos por ela responsáveis, estando diante de permissivos legais, atuar, independentemente de qualquer juízo de conveniência.
O princípio da obrigatoriedade encontra mitigação no art.76, da Lei 9.099/95, com a previsão do instituto da transação penal. (princípio da obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada)
No caso da ação penal privada, não se aplica o princípio da obrigatoriedade, mas ao revés, o princípio da oportunidade.
i) Princípio da Indisponibilidade: Iniciados o inquérito policial ou o processo penal, os órgãos competentes (Autoridade Policial e Ministério Público) não podem deles se dispor.
- Autoridade Policial não determinar o arquivamento do inquérito policial (art.17, do CPP); - O Ministério Público não pode se dispor da ação proposta (art.42, do CPP), e nem mesmo desistir de recurso interposto (art.576, do CPP).
- Ocorreu também a mitigação do princípio da indisponibilidade na Lei (9.099/95, em seu art.89); - Na ação penal privada tal princípio também não é aplicável, podendo o autor desistir da demanda, seja perdoando o autor, seja pela perempção (art.60, do CPP).
j) Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Possibilita a revisão das decisões judiciais pelos Tribunais. Previsto no Pacto de São José da Costa Rica, em seu art.8º, 2, h.
l) Princípio do Juiz Natural: Consiste no direito de ser julgado pelo juiz competente, não se admitindo a criação de tribunais de exceção. (art.5º, LIII e XXXVII, ambos da CR/88).
m) Princípio do favor rei n) Princípio da oralidade: Lei 9.099/95 e Lei 11.719/08 o) Princípio da economia Processual
p) Princípio da inexigibilidade da auto-incriminação: Presunção de Inocência e Direito ao Silêncio. Precedente: HC 96.982/DF Rel. Ministro Celso de Mello
q) Princípio da duração razoável do processo: art.5º, LXXVIII, da CR/88. (EC 45/04) a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação
Inquérito Policial Com a prática de uma infração penal, o Estado torna-se legitimado para realizar a persecutio criminis (persecução criminal), que será dividida em duas fases, uma inquisitiva (inquérito policial), e uma regida pelo contraditório e ampla defesa (fase judicial).
Inquérito Policial O IP trata-se de um conjunto de diligências, que serão realizadas pela policia judiciária, presidido pelo Delegado de Polícia, cujo objetivo, consiste em apurar a ocorrência de um crime e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
Natureza do Inquérito Policial Procedimento pré-processual, de natureza administrativa, dirigido pelo Delegado de Polícia (Autoridade Policial),de caráter informativo preparatório da ação penal.
Características 1 - Discricionariedade: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. Art.6º e art.7º, ambos do CPP.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: [...] II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
2 -Escrito: Trata-se de um procedimento escrito, conforme dispõe o art.9º, do CPP. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
3 -Sigiloso: Não comporta publicidade, consoante se afere do art.20, do Digesto Processual. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Art. 7º São direitos do advogado: [...] XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; (Lei 8.906/94)
Súmula Vinculante nº. 14 STF É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
4 -Oficialidade: Presidido por autoridade, integrante de Órgão Oficial. (art.144, 4º, CR/88). 5 -Oficiosidade: Ação penal pública INCONDICIONADA.
Art. 5 o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício ;
4 o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 5 o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
6 -Indisponibilidade: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
7 -Inquisitivo: Não há observância do contraditório e da ampla defesa. 8 -Dispensabilidade: Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
9 -Autoritariedade: Autoridade Pública
Prazos Regra Geral: Art.10, CPP: 10 (dez) dias se o agente estiver preso, e 30 (trinta) dias se estiver solto.
Art. 10... 3 o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Inquérito presidido pela Polícia Federal: 15 (quinze) dias se o agente estiver preso, prazo este que pode ser prorrogado por igual período, uma única vez, desde que haja autorização judicial. (art.66, da Lei 5.010/66).
Se o imputado estiver solto, o prazo será de 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado na forma da regra geral. Crime contra a economia popular: 10 (dez) dias, imputado solto ou preso. (art.10, 1º, da Lei 1.521/51)
Crime de Tóxicos (Lei 11.343/06): 30 (trinta) dias se o imputado encontrar-se preso, e 90 (noventa) dias, se estiver solto, podendo ocorrer a duplicação dos referido prazos, desde que ouvido o MP, mediante pedido justificado da autoridade policial.
Início do Inquérito Art.5º, CPP CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 1 - Portaria: Art.5º, I, CPP (Ofício)
Iniciando-se o inquérito através de portaria, pouco importa a forma deque se tenha revestido a notitia criminis. (ex: ocorrência, imprensa, etc)
Delatio criminis simples: Pode ser feita por qualquer do povo. Art. 5º, 3º, do CPP
notitia criminis inqualificada: Denúncia anônima
2 -Requisição da Autoridade Judiciária ou do Ministério Público Art.5º, II, do CPP (exigência, determinação)
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
A requisição deve vir instruída com um mínimo de dados que permita o instauramento do inquérito policial. A requisição não obriga a autoridade policial a realizar o indiciamento do investigado.
3-Requerimento da vítima ou de seu representante legal II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
1 o O requerimento a que se refere o n o II conterá sempre que possível: a)a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b)a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c)a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. Do indeferimento cabe recurso para o chefe de polícia.
4 -Auto de prisão em flagrante NÃO ESTÁ PREVISTO NO CPP
CRIME DE AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA 1 -Representação do ofendido ou de seu representante legal Art.5º, 4º, do CPP
4 o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
2 -Requisição da Autoridade judiciária ou do Ministério Público 3 -Auto de Prisão em flagrante
4 -Requisição do Ministro da Justiça Ex: Crimes praticados contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro (art.141, I, c/c art.145, Parágrafo Único, ambos do CP
CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA 1 -Requerimento da vítima ou de quem legalmente o represente. Art.5º, 5º, CPP
5 o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
2 -Requisição do Juiz ou do Ministério Público 3 -Auto de Prisão em flagrante
PEÇAS INAUGURAIS DO INQUÉRITO POLICIAL Auto de prisão em flagrante As requisições As representações Portaria (identificação do suposto autor da infração penal, dados do ofendido, dia, local e hora do fato delituoso, e, por fim, a determinação de abertura do IP).
PROVIDÊNCIAS Art.6º e 7º, ambos do CPP: O legislador apresenta um rol de diligências que deverão ser realizadas, e outras que poderão ser realizadas, ficando a critério da autoridade policial.
1- Dirigir-se ao local dos fatos, isolando a área para atuação dos peritos. (Lei 8.862/94) OBS: LEI 5.970/73
Art 1º Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o tráfego.
Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente policial lavrará boletim da ocorrência, nele consignado o fato, as testemunhas que o presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias ao esclarecimento da verdade.
2 -Apreender objetos: Art. 240 ao art. 250, ambos do CPP. STJ: A autoridade policial pode realizar a apreensão de objetos relacionados com a infração, mesmo antes de instaurado o IP.
3 - Colher todas as provas : Buscase a elucidação do fato, a fim de que possa ser identificado o verdadeiro autor da infração penal (princípio da verdade real)
4 - Ouvir o ofendido: Não é testemunha, portanto, não tem o compromisso de dizer a verdade. Pode ser conduzido coercitivamente (art.201, 1º, CPP). OBS: art. 339, CP
5 - Ouvir o indiciado: O investigado deve ser ouvido durante as investigações policiais. Deve-se observar as regras, quando possível, do interrogatório judicial (art.185 ao art.186, do CPP)
Direito ao silêncio (art.5º, LXIII, CR/88) A presença do advogado é facultativa Pode ser conduzido coercitivamente
6 - Proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: O reconhecimento é tratado nos artigos 226 a 228, do CPP e a acareação nos artigos 229 e 230, do CPP.
7 - Realização do exame de corpo de delito e outras perícias: (art.158, CPP) 8 - Ordenar a identificação datiloscópica do indiciado e fazer juntar sua folha de antecedentes
Súmula 568, STF: a identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha se identificado civilmente. Art.5º, LVIII, CR/88. Lei 10.054/2000
Lei 12.037/09 Lei 9.034/95, art.5 FAC e CAC
9 -Averiguar a vida pregressa do indiciado, do ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação de seu temperamento e caráter.
Reprodução simulada dos fatos (art.7º, CPP): Ofensa à moralidade e a ordem Pública.
VÍCIOS NO INQUÉRITO Os vícios ocorridos no inquérito policial não maculam a ação penal. Trata-se de procedimento dispensável Rejeição da denúncia lastreada em IP viciado (art.395, III, CPP)
VALOR PROBATÓRIO Valor probatório relativo Contraditório diferido (provas não repetíveis)
ATRIBUIÇÃO Em que pese o parágrafo único, do art.4º, do CPP, falar em COMPETÊNCIA, na verdade a Autoridade Policial possui ATRIBUIÇÃO.
DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO A definição de qual Delegado de Polícia terá atribuição para atuar na apuração de uma determinada infração penal ocorrerá através da análise dos seguintes critérios: a) Critério Territorial: art.4º, CPP;
"Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
b) Critério material: Ex: Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Tributários, etc; c) Critério em razão da pessoa: Considera-se a pessoa da vítima. Ex: Idoso, mulheres, turista, etc.
INCOMUNICABILIDADE No CPP, em seu art.21, há a previsão da incomunicabilidade do preso durante o inquérito policial, em determinadas situações.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Não houve recepção do referido dispositivo pelo texto constitucional. Art.136, 3º, IV, CR/88. Mesmo que admitem a força normativa do art.21, do CPP, tal incomunicabilidade não é extensiva ao advogado.
RDD (Lei 10.792/03), não prevê a incomunicabilidade.
INDICIAMENTO Com o indiciamento o autor toma conhecimento de que é o principal suspeito do cometimento de certa infração penal. Desindiciamento Indiciado x Acusado (Réu)
CONCLUSÃO DO IP O IP é encerrado com um relatório. A Autoridade Policial não pode emitir um juízo de valor. Exceção: art.52 da Lei 11.343/06. Os autos do IP acompanham o relatório. Oficiar o Instituto de identificação e Estatística.
TCO Crimes de menor potencial ofensivo Autoridade Policial Magistrado (art.48, da Lei 11.343/06)
IP E ENCERRAMENTO CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA: Deve o MP ter acesso aos autos do inquérito, podendo oferecer denúncia, requisitar novas diligências ou pedir o seu arquivamento. As diligências não podem ser indeferidas pelo juiz.
O pedido de arquivamento pode ocorrer nas seguintes hipóteses: a)faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; b)falta de justa causa. c)ou nas hipóteses de absolvição sumária (art.397, do CP)
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente.
O arquivamento do Inquérito, com a conseqüente homologação do juiz não faz coisa julgada material. Havendo divergência entre o MP e o Magistrado, este deve aplicar o disposto no art.28, CPP.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
O desarquivamento é promovido pelo Órgão Ministerial.
TIPOS DE ARQUIVAMENTO Arquivamento Implícito: Decorre de uma omissão do Parquet, que passa despercebida pelo Julgador a quo. Arquivamento Indireto: o MP entende que o Juiz é incompetente e deixa de oferecer a inicial acusatória, requerendo a remessa dos autos ao Juiz Competente.
Arquivamento originário: Quando decorre do Procurador Geral Arquivamento provisório: Ausência de alguma condição de procedibilidade
Crime de Ação Penal Privada: Aguardar manifestação do ofendido através de seu advogado.
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES Públicas: Incondicionadas e ou condicionadas (art.129, I, CR/88 e art.100, 1º, CP); Privadas: Principais (ou exclusivas), subsidiárias (art.100, 3º, CP) e privadas personalíssimas.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA Consiste na ação, cujo titular para sua propositura é o Ministério Público. É a regra do nosso ordenamento jurídico. O MP é como se fosse o acusador oficial em nosso país.
Com o advento da Carta Magna de 1988, foi revogado do nosso ordenamento jurídico o processo judicialiforme, que era aquele processo iniciado através do auto de prisão em flagrante ou portaria proveniente da autoridade policial ou judiciária.
O processo judicialiforme é também chamado pela doutrina de processoexofficio.
PRINCÍPIOS INFORMADORES Da obrigatoriedade: presentes os requisitos legais, o MP tem que promover a ação penal. OBS: Transação Penal (art.76 da Lei 9.099/95) Da indisponibilidade: Não pode o Parquet dispor da ação penal (art.42 e art.576, ambos do CPP)
OBS: Mitigação: art.89 da Lei 9.099/95. Da oficialidade: Órgão Oficial Da autoritariedade: Autoridade Pública Da oficiosidade: atuação ex officio
Da Indivisibilidade: Todos os envolvidos no ilícito devem ser denunciados. OBS: Divisibilidade: RESP 388.473 Da intranscendência ou da pessoalidade: Somente a quem se imputa a prática de um crime pode se ver processado.
A inicial acusatória recebe a denominação de DENÚNCIA, e tem que ser oferecida nos termos do art.41 do CPP.
Art. 41.A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA Seu titular é o Ministério Público, todavia, para este agir depende da manifestação da vítima (ofendido), externando sua vontade de que o suposto autor da infração se veja processado.
A manifestação da vítima se dá por meio da REPRESENTAÇÃO. A permissão pode se dar também por meio da requisição do Ministro da Justiça. A representação é uma condição de procedibilidade.
A representação tem como destinatários a autoridade policial, o Ministério Público ou Juiz de Direito. Ausência de rigor formal. Queixa-crime ser utilizada como representação.possibilidade
Em regra o prazo para o oferecimento da representação é de 6 meses, contados da data do conhecimento da autoria. O dia do conhecimento já é computado. Prazo decadencial, isto é, não se prorroga.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A representação não exige rigor formal. Prazo e sua contagem: Inicia-se no dia em que o ofendido toma conhecimento de quem seja o autor da infração. O primeiro dia já é computado. Regra do art.10 do CP.
Art. 10 -O dia do começo incluise no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (CP)
A Lei 9.099/95, preestabelece que a representação será oferecida oralmente, em audiência preliminar, caso reste frustrada a composição civil dos danos. (art.75) Menor representado: Menor de 18 anos, a representação será feita pelo seu representante legal.
Foi revogado tacitamente o art.34 do CPP. Menor emancipado: Não pode representar. Ou nomeia-se um curador especial ou aguarda até que complete a maioridade. Só com a maioridade começaria a fluir o prazo decadencial.
Maior de 18 anos: somente o ofendido/vítima pode representar. Sucessão processual: CADI (Cônjuge ou Companheira; Ascendente;Descendente;irmão). Ordem preferencial e taxativa.
Não possuindo o ofendido representante legal, ou se tratando de pessoas mentalmente enfermas, pode ser nomeado aos mesmo um curador especial. (art.33, CPP)
A pessoa jurídica, sendo vítima de um crime de ação penal pública condicionada, poderá exercer o direito de representação através de seu representantes legais indicados no contrato social ou estatuto, ou por seus sócios-administradores (art.37, CPP)
A mulher não precisa de consentimento do marido para representar (art.35, CPP - REVOGADO) Ausência de vinculação do MinistérioPúblico Eficáciaobjetiva: Contra todos.
Retratação: Feita a representação, o ofendido ou seu representante legal podem retratar-se e retratar novamente, quantas vezes quiserem, até o oferecimento da denúncia. (art.25, CPP c/c art.102, CP)
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06): a retratação só pode ocorrer em juízo e pode ser realizada até o recebimento da denúncia.
REQUISIÇÃO MINISTRO DA JUSTIÇA Ato de conveniência política. EX: Crimes praticados por estrangeiros contra brasileiros no exterior. Destinatário: Procurador Geral. Retratação: Não se admite. Ausência de previsão legal. ArequisiçãonãovinculaoMP
Eficácia Objetiva: Pode o MP denunciar todos.
AÇÃO PENAL PRIVADA Intimidade e vida privada da vítima. Querelante (vítima) Querelado (réu) Queixa-crime Titularidade: Ofendido. Falecendo, CADI.
PRINCÍPIOS Princípio da oportunidade ou conveniência: pode optar pela inércia. Decadência: 06 meses. Ocorrendo, opera-se a extinção da punibilidade, com fulcro no art.107, IV, do CP).Regradoart.10doCP.
Inquérito Policial não concluído. Renúncia: Ato de incompatibilidade com o direito de processar o infrator. A renúncia tácita pode ser comprovada por todos os meios de prova. A renúncia é pré-processual e irretratável. (art.107, V, CP)
Renúncia feita a um dos infratores se estende a todos. (art.49, CPP) Princípio da Disponibilidade: iniciada a ação, o querelante pode desistir da ação. Perdão da vítima: Bilateralidade. Perdão Tácito
Oferecido a um dos infratores, todos serão agraciados. Extinção da Punibilidade: Art.107, V, CP Recusa para provar sua inocência. Pode ser oferecido até o trânsito em Julgado da Sentença Final (art.106, 2º, CP)
PEREMPÇÃO: art.60 do CPP Só é cabível na ação penal privada. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerarse-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Princípio da Indivisibilidade: Ou processa todos ou não processa ninguém. Omissão Voluntária e Involuntária Princípio da pessoalidade ou Intranscendência
Art.20. CPP A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
LEI 8.906/94 (EOAB) Art. 7º São direitos do advogado: [...] XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
SÚMULA VINCULANTE Nº. 14 STF É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Súmula Vinculante nº. 14 STF É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.