Projeto de Lei nº 190 /2015 Deputado(a) Marcel van Hattem

Documentos relacionados
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAZONAS DECRETA:

PROJETO DE LEI Nº. 250/2014

CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI Nº 867, DE (Do Sr. Izalci)

PROJETO DE LEI Nº019/2014. A CÂMARA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA, Estado da Bahia, decreta:

PROJETO DE LEI Nº 867, DE 2015 (Do Sr. Izalci) COM ANÁLISE DA CNTE EM NEGRITO

REUNIÃO DE REPRESENTANTES SEJAM BEM VINDOS!

Escola Sem Partido avança na Câmara; texto proíbe termo 'gênero'

III - liberdade de aprender, como projeção específica, no campo da educação, da liberdade de consciência;

CÂMARA MUNICIPAL DE PETROLINA-PERNAMBUCO Casa Vereador Plínio Amorim

PROJETO DE LEI Nº 8.242/16

CÂMARA DOS DEPUTADOS. PROJETO DE LEI Nº 867, DE 2015 (Do Sr. Izalci)

ASSEMBLEIA LEGISLAI'^ :,.->«AS * V COMISSÕES * - Prmocol ESTA00 DALAGOAS ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ESTADUAL \O NO PRESIDENTE- PROJETO DE LEI EMENTA

Presencial. Praça João Nery de Santana, 197, Centro - Oliveira dos Brejinhos - BA

PROJETO DE LEI N o DE 2016

Escola sem Partido e a Final da Libertadores: Duas Contradições Evidentes

ESCOLA SEM MORDAÇA. Prof. Erlando Rêses FE/UnB

CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE

O QUE SIGNIFICA ESCOLA SEM PARTIDO?

O PARTIDO DA ESCOLA SEM PARTIDO Profa. Olinda Evangelista

II - a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, ler, publicar e divulgar por todos os meios a

Escola sem Partido divide opiniões; confira argumentos pró e contra

AULA 03 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 03

OFICINA DE REDAÇÃO 27/3/2017

ESCOLA SEM PARTIDO E A DOUTRINAÇÃO NAS ESCOLAS

O ESCOLA SEM PARTIDO E A DOUTRINAÇÃO NAS ESCOLAS

Art A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPUBLICA - SANTA CATARINA GABINETE DO PROCURADOR REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO/PRSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA. Paula Valim de Lima

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE MONITORIA- Aprovado pela Resolução PRG Nº12, de 18 de maio de CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS

Escola sem Partido: o movimento que luta pela institucionalização da LEI DA MORDAÇA

PARECER ÀS EMENDAS APRESENTADAS AO SUBSTITUTIVO

DECISÃO 224/2000 D E C I D E

DECISÃO (tutela de urgência antecipada)

Art O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

PARECER Nº DE Relator: Senador CRISTOVAM BUARQUE I RELATÓRIO

PROJETO DE LEI Nº, DE 2017

Lei Nº 4749 de 03 de janeiro de 2007 de São Luis

Aula n.º 17 / 18 18/10/2012. Módulo 5 - Ética e Deontologia no Desporto 4. Ética e desenvolvimento institucional

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CONSELHO UNIVERSITÁRIO. RESOLUÇÃO Nº 09/CUn/2000, de 25 de julho de 2000.

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

PROJETO DE LEI N o, DE O Congresso Nacional decreta:

R E S O L U Ç Ã O. Fica aprovado, conforme anexo, o Regulamento da Ouvidoria da FAE Blumenau. Blumenau, 05 de julho de 2010.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS- CCL Coordenação do Curso de Letras

SEMINÁRIO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PESQUISADORES E INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM DIREITO DA FEPODI

1Lei de Diretrizes e Bases da Educação

RECOMENDAÇÃO CONJUNTA Nº 73/2018

Estágio Probatório - Legislação

Prefeitura Municipal de Jaguaquara publica:

I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

PORTARIA NORMATIVA nº 02/CED/2016, de 20 de outubro de 2016.

Discussão adequação Portaria 17 por meio RESOLUÇÃO CONSUP Sugestões de mudança - Câmpus Londrina

Direito Constitucional

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Protejam nossas crianças : A ofensiva conservadora contra a teoria de gênero na Escola. Fernanda Pereira de Moura

CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI Nº 867, DE (Do Sr. Izalci)

Projeto de Resolução Nº 007/2017.

Conselho Estadual de Educação da Paraíba. Resolução n. 147 de 2008 DE 15 DE JULHO DE 2008

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPUBLICA NO MUNICIPIO DE CHAPECO-SC GABPRM2-CHPJ

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE REITORIA ACADÊMICA COORDENAÇÃO DE PÓS GRADUAÇÃO REGULAMENTO GERAL DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Regimento do Colegiado do Curso de Bacharelado em Zootecnia

REFORMA POLÍTICA PEC 282/16 O texto enviado pelo Senado à Câmara dos Deputados estabelecia cláusula de barreira para o funcionamento parlamentar de

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria da República em Cáceres Mato Grosso RECOMENDAÇÃO N. 12/2014

Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: DO DIREITO À EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA PORTARIA Nº 462/2012- UNILA

LEI N /1968. a Administração Pública adota dois regimes de vinculação com o empregador: CLT e estatutário.

Administração Pública

O PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO COMO PROPOSTA DE OFICIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BANCÁRIA: REFLEXÕES À LUZ DA TEORIA FREIREANA

LEI Nº DE 30 DE DEZEMBRO DE 2009 TÍTULO I PRINCIPAIS BASES DE ORDEM LEGAL TÍTULO II CONCEITUAÇÃO E ÓRGÃOS DO SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO PORTARIA N 190, DE 02 DE JUNHO DE 2017.

PROPOSTA DE REGULAMENTO DA FLEXIBILIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO DA UFRRJ CAPÍTULO I

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PORTARIA:

CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA HIDROCON IMPORTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 2. CUMPRIMENTO DAS LEIS E APLICAÇÃO DESTE CÓDIGO

Base Nacional Comum. ANDIFES Brasília, abril de 2016 José Fernandes de Lima Conselheiro do CNE

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Das Inscrições e do Processo de Votação 3. As inscrições deverão ser feitas, individualmente, por discentes, docentes e TAE.

Como se proteger de situações de intimidação, assédio e defender a liberdade de cátedra

A PERTINÊNCIA DA MULTIDIMENSIONALIDADE DA DIDÁTICA NOS DIAS ATUAIS

REGIMENTO INTERNO. Título I Do Congresso, dos Participantes e da Inscrição

CÓDIGO DE ÉTICA DA CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO

Arts. 205 ao 214 da CF/88 PROF.(A) RENATA GLANZMANN

Aula 01 Cronu s concursos Estatuto da PM/RN Jardel Cléber de Araújo ESTATUTO DA PM-RN AULA 01. Jardel Cléber de Araújo.

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO CURSINHO POPULAR PAULO FREIRE

EDITAL DE ELEIÇÃO Nº 30/2013

REDAÇÃO FINAL DO SUBSTITUTIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO DE LEI Nº B DE 2002 DO SENADO FEDERAL (PLS Nº 439/1999 NA CASA DE ORIGEM)

XXVIII Encontro Nacional da UNCME 5-7 de novembro de 2018 Londrina PR. Apresentação: Almir Arantes

Lei Complementar Nº 58 de 13 de setembro de 2004 de Natal

REGULAMENTO MONITORIA

CAPÍTULO I Da Identificação e Finalidade

CONTROLE PÚBLICO E GARANTIAS DE CONDIÇÕES ADEQUADAS DE TRABALHO NAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR.

REGULAMENTO MONITORIA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA - CCJC PROJETO DE LEI Nº 4.330, DE 2004 (De Artur Bruno e outros)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO UNIVERSITÁRIO RESOLUÇÃO Nº 07/2016

ESTADO DO PARANÁ POLÍCIA MILITAR ESTADO MAIOR 1ª SEÇÃO. LEI Nº /12/2006 Publicado no Diário Oficial Nº 7375 de 22/12/2006

Proibido falar sobre:

Prefeitura Municipal de Cardeal da Silva publica:

RESOLVE: CAPÍTULO I DO PROGRAMA DE MONITORIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Regulamento de monitoria

Transcrição:

Projeto de Lei nº 190 /2015 Institui, no âmbito do sistema estadual de ensino, o Programa Escola sem Partido. Art. 1º. Fica criado, no Estado do Rio Grande do Sul, o "Programa Escola sem Partido", no âmbito do ensino público ou privado, atendidos os seguintes princípios: I - neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado; II - pluralismo de ideias no ambiente escolar; III - liberdade de consciência e de crença; IV - reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado; V - educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença; VI - direito dos pais a que seus filhos menores recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Parágrafo Único. Esta Lei aplica-se à educação infantil e aos ensinos fundamental, médio e superior no Estado do Rio Grande do Sul. Art. 2º. São vedadas, em sala de aula no âmbito do ensino regular no Rio Grande do Sul, a prática de doutrinação política e ideológica bem como quaisquer outras condutas por parte do corpo docente ou da administração escolar que visem impor aos alunos opiniões político-partidárias. Art. 3º. No exercício de suas funções, o professor: I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária; II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula; IV - ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma científica e imparcial, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito; V - não permitirá, no limite de suas capacidades, que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula e no ambiente escolar. Art. 4º. Os alunos matriculados no ensino fundamental e no ensino médio serão informados sobre os direitos que decorrem da liberdade de consciência e de crença assegurada pela Constituição Federal, especialmente sobre o disposto no art. 3º desta Lei. 1º. Para o fim do disposto no caput deste artigo, as escolas afixarão nas salas de aula, nas salas dos professores e em locais onde possam ser lidos por estudantes e professores, cartazes com o conteúdo previsto no Anexo desta Lei, com, no mínimo, 70 centímetros de altura por 50 centímetros de largura, e fonte com tamanho compatível com as dimensões adotadas. 2º. Nas instituições de educação infantil, os cartazes referidos no 1º deste artigo serão afixados somente nas salas dos professores. Art. 5º. Professores, estudantes e pais ou responsáveis serão informados sobre os limites éticos e jurídicos da atividade docente, especialmente no que tange aos princípios referidos no art. 1º desta Lei. Art. 6º. A Secretaria de Educação poderá estabelecer um canal de comunicação destinado ao recebimento de reclamações relacionadas ao descumprimento desta Lei, assegurado o anonimato. E16E09FA 01/09/2015 21:09:35 Página 1 de 2

Parágrafo único. As reclamações referidas no caput deste artigo deverão ser encaminhadas ao órgão do Ministério Público incumbido da defesa dos interesses da criança e do adolescente, sob pena de responsabilidade. Art. 7º. O Estado do Rio Grande do Sul não incluirá em concurso para a admissão de professores para a rede pública quaisquer questões que averiguem o posicionamento ideológico ou partidário do candidato, nem questões embasadas em concepções político-partidárias ou ideológicas. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput desse artigo a toda e qualquer avaliação para fins de promoção de professores da rede pública do Estado. Art. 8º. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber: I - aos livros didáticos e paradidáticos adotados na rede pública; II - às avaliações para o ingresso no ensino superior; III - às provas de concurso para ingresso e avanço na carreira docente; IV - às instituições de ensino superior, respeitado o disposto no art. 207 da Constituição Federal. Art. 9º. O descumprimento do disposto no artigo 3º desta Lei, quando praticado por servidor público, é punível na forma dos artigos 187 e seguintes do estatuto dos servidores civis do Estado do Rio Grande do Sul. Art. 10. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Sala das Sessões, LEI N. O PROFESSOR ANEXO I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária; II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas; IV - ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma científica e imparcial, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito; V - não permitirá, no limite de suas capacidades, que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula e no ambiente escolar. E16E09FA 01/09/2015 21:09:35 Página 2 de 2

Projeto de Lei nº 190/2015 Emenda nº 1 Altera o anexo do Projeto de Lei nº 190/2015. Art. 1º. O anexo do Projeto de Lei 190/2015 passa a ter a seguinte redação: ANEXO LEI N. O PROFESSOR I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária; II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula. IV - ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma científica e imparcial, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito; V - não permitirá, no limite de suas capacidades, que os direitos assegurados nos itens anteriores sejam violados pela ação de terceiros, dentro da sala de aula e no ambiente escolar. JUSTIFICATIVA Lei. A presente emenda se deve ao fato de que o texto do anexo não está de acordo com o texto do Projeto de 70299A5B 01/09/2015 21:10:45 Página 1 de 2

70299A5B 01/09/2015 21:10:45 Página 2 de 2

JUSTIFICATIVA PL 190/2015 A doutrinação ideológica ou político-partidária no ambiente escolar tem sido noticiada e denunciada em diversas instâncias, com efeito. Em muitos dos casos reportados, professores tem se valido de sua posição de autoridade dentro de sala de aula para impor aos alunos suas visões particulares quanto a assuntos políticos e ideológicos. O Estado do Rio Grande do Sul, em todas as instâncias de ensino, deve ser regido pelo princípio da imparcialidade, consagrado constitucionalmente. Assim também, em sala de aula, o professor deve conduzirse de modo imparcial, respeitando a pluralidade que constitui a sociedade gaúcha. O dever do professor limita-se, em aspectos políticos e ideológicos, a informar e ensinar, o que jamais pode ser confundido com o poder de doutrinar. Da mesma forma, a própria autoridade pública, ao realizar concursos para investir profissionais no cargo de professor, deve abster-se de exigir dos candidatos determinada posição partidária, ou a adoção de determinada visão ideológica. A proteção dos alunos contra a doutrinação política em sala de aula é direito da sociedade gaúcha, em especial dos pais que, ao matricularem seus filhos nas escolas, não os querem ver doutrinados, mas apenas educados. As escolas gaúchas não podem ser instrumentos de eliminação da pluralidade e de imposição de uma visão parcial de mundo, seja ela qual for. O presente Projeto de Lei visa proteger a pluralidade e garantir a imparcialidade, proibindo a prática de doutrinação político-partidária e ideológica em salas de aula, bem como impedir que o Estado, ao realizar concurso público, o faça de modo parcial, refletindo a ideologia do governo do momento ou de quem quer que seja. A educação do Estado do Rio Grande do Sul não deve servir aos interesses transitórios de uma determinada ideologia mas aos interesses perenes e plurais da sociedade gaúcha. Imparcialidade e Pluralidade no ensino: esses são os valores que se pretende proteger com o presente Projeto de Lei. Sala das Sessões, E16E09FA 01/09/2015 21:10:07 Página 1 de 1