MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETÁRIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO SUPERINTENDENCIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO NA BAHIA Instrução Operacional SPU/BA nº 01/2011 1 Introdução Dispõe sobre os procedimentos a serem adotados em decorrência da Emenda Constitucional nº 46, de 5 de maio de 2005. Os bens da União estão elencados no art. 20 da Constituição Federal de 1988. Em 5 de maio de 2005, o inc. IV deste artigo foi modificado com a publicação da Emenda Constitucional nº 46, passando a vigorar da seguinte forma: Art. 20. São bens da União:... IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;... (NR) Assim, EC nº 46 exclui do domínio da União os terrenos situados nos interiores das ilhas costeiras, que contenham sede de municípios. Antes da EC nº 46, as terras insulares pertenciam à União, com exceção daquelas legitimamente tituladas em nome dos Estados, Municípios ou particulares. Observe-se que é mantido o domínio sobre as áreas afetadas ao serviço público, sobre as unidades ambientais federais, e ainda, sobre os terrenos devidamente incorporados ao domínio da União pelo registro público na forma da legislação vigente, ainda que situadas dentro das áreas costeiras que contenham sede de município. Além disso, os terrenos de marinha e seus acrescidos permanecem sob o domínio da União por força do inc. VII do art. 20. Com o intuito de dirimir dúvidas das Superintendências acerca dos efeitos práticos da EC nº 46, foi realizada consulta à Consultoria Jurídica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sendo elaborado o PARECER/MP/CONJUR/JCJ/Nº 0486-5.9.9 /2005 (Processo nº 03090.000584/2005-62). O referido parecer, juntamente com a NOTA/MP/CONJUR/AAS/Nº 3081-5.9.1/2005 (Processo nº: 04905.004955/2005-16) e o Parecer nº AC - 044 (Parecer nº AGU/MC 01/2005), tornou-se referência para os procedimentos adotados em relação às áreas interiores de ilha oceânica e marítima. Ressalte-se que a aplicação imediata das Emendas Constitucionais alcança apenas os efeitos futuros, e não as relações já constituídas no passado, em face da legislação vigente. Esta Instrução Operacional (IO) tem o objetivo de: - Divulgar os entendimentos firmados no Parecer/MP/CONJUR/JCJ/Nº 0486-5.9.9 /
2005 (Processo nº 03090.000584/2005-62), Nota/MP/CONJUR/AAS/Nº 3081-5.9.1/2005 (Processo nº: 04905.004955/2005-16) e Parecer nº AC - 044 (Parecer nº AGU/MC 01/2005), acerca do texto da EC nº 46, de 5 de maio de 2005; - Orientar os servidores da SPU/BA quanto aos procedimentos a serem adotados para a aplicação prática da EC nº 46; e - Orientar os servidores da SPU/BA quanto aos procedimentos a serem adotados para a emissão da Certidão de Dominialidade para os imóveis localizados na Ilha de Itaparica. 2 Definição de sede de município Somente estão fora do acervo patrimonial da União as ilhas oceânicas e costeiras que sejam sede de município. É necessário, então, estabelecer o significado de sede de município. Entende-se como sede de município as cidades que contenham a sede do poder político municipal. Mesmo que a cidade se estenda por mais de uma ilha, a ilha marítima costeira que não se inclui entre os bens da União é apenas aquela que contenha, em 5 de maio de 2005, a cidade ou núcleo urbano com a sede do poder político do município. 3 Terrenos foreiros Os terrenos aforados a terceiros, cujo contrato esteja devidamente registrado em cartório competente, permanecem sob o domínio da União mesmo quando localizados em área interior de ilha oceânica ou costeira com sede de município. No caso de extinção de aforamento, nos termos do art. 103 do Decreto-Lei 9.760, de 5 de setembro de 1946, mesmo que seja dada outra utilização, o imóvel continuará sob o pálio da União. Deverá ser anotada no cadastro desse imóvel a sua condição de bem da União por incorporação ao seu patrimônio por meio do registro público válido, evitando que o mesmo venha a ser cancelado equivocadamente. 4 Cancelamento de Registro Imobiliário Patrimonial (RIP) Os imóveis cadastrados na SPU/BA, localizados no interior das ilhas costeiras e marítimas com sede de município, que forem identificados como não pertencentes ao patrimônio da União deverão ter seus RIP s cancelados. O cancelamento de que trata o caput poderá ser realizado a requerimento de interessado ou de ofício por iniciativa da Superintendência, com a autorização expressa do titular da SPU/BA. Para a realização do cancelamento, o RIP não poderá possuir débitos em aberto anteriores a 2005.. Para fins de sistema, o cancelamento deverá ser registrado como IMOVEL NAO PERT UNIAO ALODIAL. 5 Débitos Para os imóveis que deixaram de pertencer à União, os débitos em aberto,
anteriores a 5 de maio de 2005, são passíveis de cobrança por esta SPU/BA. Por outro lado, os débitos posteriores a 5 de maio de 2005 deverão ser cancelados por não terem mais o fato gerador existente. Já para os imóveis que continuam a integrar o acervo patrimonial da União, a cobrança dos foros, taxas de ocupação e laudêmios deverão obedecer ao que prescreve a legislação em vigor. Ressalte-se que qualquer cancelamento de débitos deverá ser realizado com a autorização prévia do titular da SPU/BA. 6 Novas Inscrições e Fracionamento As novas inscrições serão efetuadas apenas para os imóveis com áreas que permaneceram sob o domínio da União com a publicação da EC nº 46. Os débitos referentes a estas inscrições serão cobrados com base na área da União inscrita, ainda que venham a ser gerados débitos anteriores à data da publicação da EC nº 46. serão mais realizados fracionamentos nos terrenos que deixaram de pertencer à União. Caso seja necessário reconhecer a existência de um derivado será feita a devida anotação no processo administrativo correspondente, procedendo-se aos acertos cadastrais necessários (área e débitos) no RIP do prazo maior. 7 Orientações para a emissão da certidão de dominialidade da Ilha de Itaparica. A pedido de interessado ou por iniciativa própria da SPU/BA a dominialidade dos imóveis da Ilha poderá ser atestada, devendo-se observar os seguintes aspectos: - deverá ser elaborada planta de localização do imóvel com os elementos constantes no processo. Caso não seja possível elaborar tal planta, notificar o interessado a apresentar documentos que facilitem a identificação do imóvel ou, em último caso, solicitar vistoria in loco. - a planta deverá possibilitar a conceituação do imóvel: Marinha, Acrescido de Marinha, Marinha com Acrescido ou Alodial. - após a elaboração da planta, o servidor deverá realizar pesquisa nos meios disponíveis (Siapa, DW, documentos existentes) com o intuito de identificar se o imóvel possui registro imobiliário patrimonial (RIP) nesta SPU ou se é derivado de um RIP primitivo já cadastrado. - por fim, o servidor deverá analisar se se trata de imóvel aforado ou oriundo de área aforada. Se não forem encontradas evidências claras e suficientes sobre a existência do aforamento, deve-se registrar em despacho a impossibilidade desta identificação com os elementos existentes na data do estudo realizado. - as certidões de dominialidade deverão ser emitidas em nome do interessado.- poderão ser emitidas certidões de dominialidade para o loteamento completo, identificando quais são os lotes ou quadras em terreno da União. A certidão será positiva se o imóvel: 1) encontrar-se em terrenos conceituados como de Marinha, Acrescido de Marinha ou Marinha com Acrescido. 2) encontrar-se em terrenos conceituados como Nacional Interior, desde que estejam em regime de aforamento.
Nesses casos, se já existir RIP, após a emissão da certidão positiva de dominialidade, realizar os acertos cadastrais, quando necessários. Após o processo poderá ser enviado ao setor de receitas para acertos financeiros ou encaminhado ao Protocolo para aguardar a retirada do documento pelo interessado. sendo localizado o RIP, deve-se adotar os procedimentos necessários para o cadastramento do imóvel na base cadastral desta SPU/BA, podendo ser uma inscrição nova ou desmembramento/fracionamento de imóveis com RIP s ativos. A certidão será negativa se o imóvel: 1) encontrar-se em terreno Alodial, sem indícios de aforamento, seja do próprio imóvel, seja do prazo maior a que pertence. Se este imóvel possuir RIP, deve-se proceder ao seu cancelamento, observando que os débitos em aberto anteriores a 05/05/2005 deverão ser cobrados. Antes, porém deverão ser feitos os acertos cadastrais, quando necessários, e encaminhado ao setor de receitas para que sejam realizados os devidos cálculos para ajuste financeiro e tomadas as providências cabíveis para a cobrança. O RIP só será cancelado após o aviso de quitação do débito em aberto, caso exista. Ressalta-se que os RIP s com débitos inscritos na Divida Ativa da União poderão ser cancelados. A certidão negativa, no entanto, poderá ser emitida e entregue ao interessado, tendo no seu corpo a informação de que a simples emissão da certidão não isenta o responsável pelo imóvel de efetuar o pagamento dos débitos patrimoniais gerados até 05 de maio de 2005. Se o imóvel não tiver registro, emitir a certidão negativa de dominialidade e enviar o processo ao Protocolo para aguardar a retirada do documento pelo interessado.
8 Fluxo Verificação da dominialidade Dominialida de positiva? Pesquisa se o imóvel já está inscrito Possui inscrição (RIP)? 1 Possui inscrição (RIP)? Realizar inscrição ou desmembramento Há débitos anteriores a 2005? Cancelamento do RIP Acertos cadastrais e financeiros Realizar cobrança e aguardar a quitação dos débitos 1 O imóvel pertence a alguma área já inscrita? Arquivo Realizar anotação no processo do prazo primitivo, subtraindo a área do RIP em questão e o acerto financeiro subseqüente
9 Responsabilidades Atividade Definição de dominialidade e conceituação do terreno (marinha, acrescido de marinha, nacional interior ou alodial) Emissão da Certidão de Dominialidade Cancelamento dos RIP s que não pertencem à União, e dos débitos posteriores a 2005 Acertos Cadastrais Lançamento de débitos e cobrança Entrega das Certidões Setor Responsável Corep Protocolo Salvador, 15 de março de 2011. Ana Lúcia Vilas Boas Superintendente do Patrimônio da União na Bahia