TEORES FOLIARES DE FÓSFORO, COBRE E ZINCO EM CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

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Autores: JL Maciel, Discente do curso de Agronomia UFU Monte Carmelo; GA Assis, Professora da UFU - Monte Carmelo; B Valoto, Discente do curso de Agro

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Transcrição:

TEORES FOLIARES DE FÓSFORO, COBRE E ZINCO EM CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO DO CERRADO MINEIRO William Eduardo Dos Reis Martins 1, Matheus Alvim Alves de Rezende 2, Bárbara Vanzella 3, Thúlio Vinicius Martins Leão 4, Caroline Figueiredo 5, Gleice Aparecida de Assis 6 RESUMO: Os sistemas de irrigação que aplicam água de forma localizada se caracterizam pela economia de água e pequena utilização de mão de obra. Objetivou-se com este experimento avaliar o teor foliar de nutrientes em cafeeiros fertirrigados com nitrogênio e potássio na região do Cerrado Mineiro. O experimento foi instalado na Fazenda Juliana, localizada no município de Monte Carmelo, com a cultivar Topázio. Foram estudados cinco níveis de N e K 2 O (30%, 80%, 130%, 180% e 230%) do recomendado para lavouras não irrigadas. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com três repetições. Bimestralmente foram avaliados os teores foliares de fósforo, cobre e zinco nas oito plantas úteis de cada parcela experimental. Verificou-se efeito significativo dos níveis de adubação somente para os teores foliares de cobre e zinco. Houve ajuste do modelo polinomial quadrático para o teor de cobre nas folhas em função dos níveis de adubação. Já para o zinco, verificou-se decréscimo no teor deste micronutriente com o aumento da adubação nitrogenada e potássica no cafeeiro fertirrigado. PALAVRAS- CHAVE: cafeicultura, fertirrigação, nutrição mineral. INTRODUÇÃO Na cafeicultura, a ocorrência de veranicos em fases fenológicas críticas da cultura provoca consideráveis perdas de produtividade e qualidade dos grãos (DAMATTA; RAMALHO, 2006; SILVA et al., 2008a). A irrigação por gotejamento associada à fertirrigação tem sido adotada de forma expressiva pelos cafeicultores para potencializar a produção da lavoura (SILVA et al., 2003; GOMES et al., 2007). Atualmente, a adubação para cafeeiros irrigados é baseada somente na recomendação para lavouras de sequeiro. Tal fato pode comprometer o desenvolvimento das plantas, induzindo a uma carência ou excesso de nutrientes, devido ao fato de o cafeeiro irrigado apresentar padrão de crescimento e produtividade diferenciado em relação ao não irrigado, conforme resultados obtidos em várias pesquisas (CARVALHO et al., 2006; REZENDE et al., 2010; SILVA et al., 2008b; SOBREIRA et al., 2011). No Brasil, a faixa crítica é um dos métodos utilizados para diagnose do estado nutricional das plantas. Para uma avaliação mais precisa, é necessário estabelecer padrões próprios para cada região e para cada época do ano (MARTINEZ et al., 2003). 1 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo. Rodovia LMG 746, Km01, s/n, Bloco 1, 38.500-000, Monte Carmelo-MG. E-mail: williameduardo258@gmail.com. Telefone: (034) 3810-1029. 2 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo. 3 Graduanda em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo. 4 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo. 5 Graduanda em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo. 6 Professora Adjunta da Universidade Federal de Uberlândia Campus Monte Carmelo.

Objetivou-se com este experimento avaliar o teor foliar de nutrientes em cafeeiros fertirrigados com nitrogênio e potássio na região do Cerrado Mineiro. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado na Fazenda Juliana, município de Monte Carmelo, Minas Gerais. Os tratamentos constaram de cinco níveis de adubação nitrogenada e potássica (30%, 80%, 130%, 180% e 230% do recomendado para lavouras não irrigadas, segundo Guimarães et al. (1999)) aplicados via fertirrigação. A adubação foi parcelada em 12 vezes iguais ao longo do ano, referente a uma fertirrigação por mês. Para adubação dos tratamentos foram utilizadas fontes solúveis de nutrientes indicados para a fertirrigação: ureia pecuária (45% de N) e nitrato de potássio (44% de K 2 O e 13% de N). O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com três repetições. Cada parcela apresentou 30 plantas, sendo oito úteis. Entre cada linha de tratamento de plantas irrigadas existiam duas linhas de plantas de bordadura, de forma a evitar uma possível interferência de um tratamento de irrigação e adubação sobre o outro. A cada dois meses foram coletados o terceiro/quarto par de folhas, contados a partir do ápice do ramo na altura mediana da planta (MARTINEZ et al., 2003) de cada uma das oito plantas úteis de cada parcela experimental. Após a coleta, as folhas foram lavadas em água destilada, secas a 60 C em estufa com circulação forçada de ar até peso constante, moídas em moinho tipo Willey e mineralizadas para a determinação dos teores dos nutrientes. As determinações analíticas foram feitas conforme Malavolta et al. (1997), sendo o fósforo por métodos colorimétricos e os micronutrientes cobre e zinco pelo método de espectrofotometria de absorção atômica. Os dados foram analisados pelo programa SISVAR (FERREIRA, 2008) ao nível de 5% de probabilidade, sendo o modelo polinomial escolhido em função da significância e do coeficiente de determinação. Na inexistência de algum modelo que se ajustasse adequadamente à variável resposta, as médias foram comparadas pelo teste de Scott- Knott. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a Tabela 1, constata-se que houve diferença entre os níveis de adubação para os teores foliares de cobre e zinco. Para o fósforo não houve diferença significativa entre os tratamentos estudados ao nível de 5% de significância. Tabela 1. Resumo da análise de variância para os teores foliares de P (g kg -1 ) e Cu e Zn (mg kg -1 ) Quadrados médios FV GL P Cu Zn Níveis 4 0,12 ns 28,76* 6,82* Bloco 2 0,02 1,07 4,56 Erro 8 0,06 6,86 1,42 CV (%) 18,4 29,5 15,2 ns: não significativo, * significativo ao nível de 5% de probabilidade.

Teor de cobre (mg kg -1 ) Os teores foliares de fósforo variaram de 1,13 a 1,63 g kg -1. Esse intervalo se encontra dentro da faixa crítica proposta por Martinez et al. (2003) em lavoura cafeeira no município de Patrocínio/MG (Tabela 2). Em cafeeiro fertirrigado em Lavras, Sul de Minas Gerais, Pinto et al. (2013) encontraram valores que variaram de 1,6 a 3,3 g kg -1, em função da época amostrada. Para o teor foliar de zinco, verificou-se menor concentração deste micronutriente nas plantas que foram adubadas com maiores quantidades de nitrogênio e fósforo (230% do nível de adubação recomendada por Guimarães et al. (1999). Tal fato provavelmente ocorreu em função do efeito de diluição do nutriente provocado pelo excesso de crescimento das plantas mais adubadas (Tabela 2). Tabela 2. Teores foliares médios de P (g kg -1 ) e Zn (mg kg -1 ) em cafeeiros fertirrigados. Níveis de adubação (%) Teor foliar de P (g kg -1 ) Teor foliar de Zn (mg kg -1 ) 30 1,63 a 9,68 a 80 1,33 a 6,40 b 130 1,17 a 9,28 a 180 1,20 a 6,76 b 230 1,13 a 7,20 b Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de Scott-knott ao nível de 5% de probabilidade. Com relação ao teor foliar de cobre, verificou-se ajuste do modelo polinomial quadrático com coeficiente de determinação de 91,96% (Figura 1). O teor mínimo de cobre encontrado nas folhas foi de 6,45 mg.kg -1, referente ao nível de adubação de 184%. Este valor se encontra bem abaixo do padrão de referência nutricional para cafeeiros proposta por Martinez et al. (2003), que é de 34 a 64 mg.kg -1 no município de Patrocínio. 15 13 11 y = 0,000304x 2-0,111995x + 16,764533 R² = 91,96% 9 7 5 30 80 130 180 230 Níveis de adubação (%) Figura 1. Teor foliar de Cu (mg.kg -1 ) em função dos níveis de adubação nitrogenada e potássica aplicados via fertirrigação.

CONCLUSÕES Os teores foliares de fósforo encontram-se adequados dentro do intervalo de adubação estudado. A aplicação excessiva de nitrogênio e potássio induz a uma deficiência de zinco no tecido vegetal, o que ressalta a importância de uma adubação equilibrada na lavoura. REFERÊNCIAS CARVALHO, C. H. M.; COLOMBO, A.; SCALCO, M. S.; MORAIS, A. R. Evolução do crescimento do cafeeiro (Coffea arabica L.) irrigado e não irrigado em duas densidades de plantio. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 30, n.2, p.243-250, mar./abr.2006. DAMATTA, F. M.; RAMALHO, J. D. C. Impacts of drought and temperature stress on coffee physiology and production: a review. Brazilian Journal of Plant Physiology, v.18, p.55-81, 2006. FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, n. 1, p. 36-41, 2008. GOMES, N. M.; LIMA L. A.; CUSTÓDIO A. A. P. Crescimento vegetativo e produtividade do cafeeiro irrigado no sul do Estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.11, p.564-570, 2007. GUIMARÃES, P. T. G.; GARCIA, A. W. R.; ALVAREZ, V. H.; PREZOTTI, L. C.; VIANA, A. S.; MIGUEL, A. E.; MALAVOLTA, E.; CORRÊA, J. B.; LOPES, A. S.; NOGUEIRA, F. D.; MONTEIRO, A. V. C. In: COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS CFSEMG. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5º Aproximação. Editores, RIBEIRO et al. Viçosa, MG, 1999, 359 p. 289-302. MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa do Fosfato, 1997. 319 p. MARTINEZ, H. E. P.; MENEZES, J. F. S.; SOUZA, R. B.; ALVAREZ, V. V. H.; GUIMARÃES, P. T. G. Faixas críticas de concentrações de nutrientes e avaliação do estado nutricional de cafeeiros em quatro regiões em Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, n. 6, p. 703-713, 2003. PINTO, C. G.; GUIMARÃES, R. J.; VILLELA, G. M.; SCALCO, M. S. Faixas críticas de teores foliares de macronutrientes primários para cafeeiros fertirrigados no primeiro ano pós-plantio. Coffee Science, Lavras, v. 8, n. 4, p. 530-538 out./dez. 2013. REZENDE, R.; HELBEL JÚNIOR, C.; SOUZA, R. S. de; ANTUNES, F. M.; FRIZZONE, J. A. Crescimento inicial de duas cultivares de cafeeiro em diferentes

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