A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) A Belle Époque (1871-1914) A partir do século XVIII, com o surgimento das fábricas, o Ocidente passou a celebrar as conquistas tecnológicas. Vivia-se a Belle Époque, para designar o período anterior (1871-1914), caracterizado pelo otimismo e pela certeza de que a estabilidade e a paz seriam duradouras. O século XX, no entanto, reservava uma trágica surpresa: as principais inven- ções serviriam à guerra. Bombas de grande impacto, submarinos sofisticados, computadores para decifrar códigos secretos de inimigos e aviões.
Os conflitos gerados pelo imperialismo Entre 1871 e 1914, a ausência de guerras na Europa não significava estabilidade política. Ao contrário: a corrida armamentista período no qual os países mantinham a paz, mas se armavam cada vez mais o serviço militar obrigatório, os nacionalismos, o darwinismo social e a competição entre as nações em busca de mercados e capitais geraram desavenças que poderiam deflagrar conflitos.
Nesse cenário de disputas imperialistas, o rápido crescimento industrial da Alemanha fez a Inglaterra perder sua supremacia econômica mundial. Alemanha tinha ainda o objetivo de construir uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá para ter fácil acesso ao petróleo do golfo Pérsico e aos mercados do Oriente. Dessa forma, cada vez mais se intensificava a rivalidade anglo-germânica. A França, por sua vez, nutria pela Alemanha um desejo de revanche desde o término da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). França perdeu Alsácia e de Lorena, ferro e carvão. ricas em minérios de
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Tríplice Entente: Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917). Potências Centrais (Tríplice Aliança): Império Alemão, Itália, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano.
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Imagem: Mapa da aliança militar da Europa no 1914/ historicair/ Creative Commons Attribution-Share Alike 2.5 Generic Tríplice Aliança Tríplice Entente Nações Neutras
A faísca no barril de pólvora Crises na península Balcânica. Envolvia interesses nacionalistas eslavos e imperialistas dos turco-otomanos, dos russos e dos austro-húngaros. A independência da Grécia motivou outros povos balcânicos a lutar por sua independência. 1878, depois de várias rebeliões nos Bálcãs e de um confronto militar entre Rússia e Turquia, foi assinado o Tratado de Berlim. Nesse contexto, o futuro imperador austríaco, Francisco Ferdinando (1863-1914), pretendia transformar o Império Austro- Húngaro em um império tríplice (austro-húngaro-eslavo).
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial ESTOPIM Imagem: Carl Pietzner/ Public Domain Assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, no dia 28 de Junho de 1914. O autor do crime foi Gavrilo Princip, participante do grupo nacionalista Mão Negra.
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Desenvolvimento do conflito Plano Schlieffen Batalha de Marne (vitória Francesa)
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Desenvolvimento do conflito As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e a doença também eram inimigas desses guerreiros.
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Em 1915, a Itália passou para o lado dos Aliados. Essa mudança de lado foi o resultado de tratados secretos assinados com a França e com a Inglaterra, que prometiam à Itália as regiões de Trento, Tirol e Ístria, então sob o domínio austríaco. Nesse mesmo ano, o Japão entrou na guerra contra os alemães, mas se retirou dela assim que tomou territórios chineses.
Em 1916, os franceses contiveram ataques alemães, derrotando-os na Batalha de Verdun. Em novembro de 1917, a Revolução Russa levou ao poder um governo socialista que, atendendo ao apelo popular, retirou o país da guerra e assinou o Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha, em março de 1918. A preocupação dos Aliados estava na possibilidade de um ataque maciço dos alemães à França. Esse perigo foi minimizado com a entrada dos Estados Unidos na guerra.
HISTÓRIA, 9 Ano Ensino Fundamental Primeira Guerra Mundial Os E.U.A vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para França e Inglaterra, tudo pelo sistema de crediário ( compre agora e pague depois da guerra ). Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matança) e os E.U.A começaram a temer que França e Inglaterra não pagassem as mercadorias compradas (os dois países deviam, aproximadamente, 2 bilhões de dólares aos americanos).
Preocupados com um possível não pagamento da dívida, a população americana incentivava a entrada do país na guerra. Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comercializar com a Inglaterra. Esse fato levou o Congresso americano, no dia 6 de abril, a declarar guerra à Alemanha. A entrada dos Estados Unidos na guerra foi decisiva para a vitória da Entente.
Em 1918, o presidente norte-americano Thomas Woodrow Wilson (1856-1924), com base em propostas de paz feitas por países neutros, formulou os 14 Pontos de Wilson, que propunham uma paz sem vencedores.
Uma paz de vencedores Com o fim da guerra, em janeiro de 1919, foi realizada a Conferência de Paris, no Palácio de Versalhes, da qual participaram 32 países. As decisões mais importantes foram tomadas pelos vitoriosos: Estados Unidos, França, Inglaterra e Itália. A conferência colocou de lado a ideia de uma paz sem vencedores, dos 14 Pontos de Wilson, e estabeleceu a paz dos vencedores, na qual a Alemanha foi tida como a grande culpada pela guerra.
Criação da Liga ou Sociedade das Nações, destinada a evitar uma nova guerra mundial. A conferência estabeleceu também que os t r a t a d o s d e p a z s e r i a m n e g o c i a d o s separadamente com cada um dos países vencidos, porém a Alemanha e a Rússia foram excluídas de sua composição. Os alemães não tiveram escolha senão aceitar os dispositivos do Tratado de Versalhes, assinado em junho de 1919.
De acordo com o tratado, a Alemanha teria de devolver as ricas regiões mineradoras da Alsácia e de Lorena à França, pagar uma pesada indenização aos Aliados, ceder territórios coloniais e permitir que a Polônia atravessasse seu território para escoar suas mercadorias (o corredor polonês), além de cumprir diversas proibições de se militarizar. A humilhação sofrida pelos alemães alimentou o sentimento de vingança e o nacionalismo.