Anais do 5º Encontro do Celsul, Curitiba-PR, 2003 (181-185) A QUESTÃO DA REFERÊNCIA E A DESIGNAÇÃO COMO ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DO SENTIDO Ana Cláudia NASCIMENTO (Universidade Estadual de Campinas) ABSTRACT: This work intends to show a brief discussion about the concepts of reference and designation on Semantics. The objective is to present how the both notions were studied by philosophers and then how they were introduced on linguistic studies, especially on designation analysis in Historic Semantics. KEYWORDS: Enunciation; Designation; Reference; Sense. 0. Introdução Esta reflexão faz parte dos estudos que vêm sendo desenvolvidos em minha dissertação de mestrado, nos quais procuro mostrar, segundo a concepção teórica da Semântica do Acontecimento, que designar e referir não são noções similares. Para isso, tomamos como pressuposto teórico um percurso que aponta a preocupação com a questão da referência já na Antigüidade, para então, retomar alguns elementos da discussão proposta por Frege em O Sentido e a Referência (1892); nesse trabalho, Frege faz concluir que o sentido de uma expressão lingüística é referencial, ou seja, se apresenta a partir do conceito de verdade. Posteriormente, veremos que a definição de sentido e de referente e de como ambos são produzidos na linguagem, é uma questão que será rediscutida por Ducrot e por Guimarães, a partir de um lugar em que o mundo exterior não é tão decisivo assim. A posição teórica da Semântica do Acontecimento considera que a enunciação é o acontecimento e que isso tem a ver com três importantes concepções. A língua, nesse sentido, é o espaço em que os efeitos de sentido se constituem, e é prática política também. O sujeito, por sua vez, é tomado no interior do acontecimento, representando uma posição que é reconhecida justamente no cruzamento entre vários acontecimentos enunciativos, memórias de dizeres e de sentidos. Enfim, analisar o acontecimento como afetado pela história é analisá-lo como estando afetado pelos cruzamentos de discursos, ou falas e dizeres diversos, em uma relação com as condições sociais que definem a existência de todos esses dizeres. Explicitado o espaço de cada um desses constituintes da enunciação, trataremos de refletir sobre por que a expressão empregadinha doméstica significa, por aquilo que designa, discriminativamente. Ou seja, por que ao referir uma pessoa negra, a expressão empregadinha doméstica não se constitui apenas como modo de classificar, mas identifica um sujeito, produzindo um sentido que discrimina social e racialmente. 1. Fundamentação Teórica Os estudos voltados à concepção da referência são bem antigos. No que se refere à distinção entre sentido e referente, questão que atravessa as análises no campo da Semântica atual, já no século XIII encontram-se investigações que tratavam da oposição entre significatio e suppositio. O estudo realizado por Pedro Hispano, por exemplo, em que definia-se a significatio como a relação entre uma palavra e uma coisa- a significatio, por assim dizer, ligaria uma palavra a uma coisa, ao passo que a suppositio supõe a relação dada pela significatio. Os exemplos dados para aquela propriedade- a suppositio- são geralmente encontrados em proposições, o que é explicado pelo fato de queas asserções dadas já requerem que se suponha uma significatio. Ducrot (1984), ao comentar a exemplo Sócrates é branco, faz compreender que a relação entre o indivíduo e o nome Sócrates já é dada como compreendida, para, então, ser verificada a asserção que lhe atribui o predicado ser branco. Reflexões como a realizada por Pedro Hispano estiveram esquecidas durante muito tempo e acabaram retomadas a partir do fim do século XIX, em uma época em que a lógica e a lingüística se aproximaram muito. Inserido nesse espaço, e apesar de produzir uma análise da identidade pressupondo funções matemáticas, Frege apresentou importantes discussões sobre a noção de sentido e de referente. Em suas análises, Frege discutiu o fato de a identidade entre duas expressões, sejam elas matemáticas ou lingüísticas, atribuir-se à existência de mais de um sentido para um mesmo referente; os casos dos números, que podem ser representados por diferentes funções e também os casos de polissemia em linguagem foram explicados por essa relação de identidade, uma identidade que está limitada ao referente (o número 4, no caso de (a)=(b), em que (a)=2+2 e (b)=3+1, por exemplo, ou do planeta Vênus, no caso de estrela da manhã e estrela da tarde ), visto que o sentido, para cada uma das diferentes
182 A QUESTÃO DA REFERÊNCIA E A DESIGNAÇÃO COMO ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DO SENTIDO representações, também é diferente. Dito de outra forma, conclui-se, portanto, que um mesmo referente pode ter dois ou mais sentidos diferentes. As formulações de Frege para a questão do sentido, no entanto, estiveram fundamentadas em uma concepção referencial. Isso quer dizer que, segundo a posição daquele lógico, o sentido das expressões lingüísticas é referencial, pois o valor de verdade (verdade ou falsidade) de uma sentença dependeria necessariamente da referência no mundo, ou seja, do apontamento do objeto no mundo físico.para Frege, o referente de uma proposição é o seu valor de verdade: se a existência do referente é confirmada, a proposição é verdadeira, caso contrário, é falsa. Outros lógicos, como Russell, Quine e Strawson ampliaram as discussões iniciadas por Frege, apresentando a possibilidade de inexistência do referente para determinados nomes, o que modificou o modo como seria investigada uma proposição como, por exemplo, O unicórnio é um animal selvagem. A afirmação, por Quine, de que a proposição anterior pode ser considerada vacuamente verdadeira, ou seja, de que ela é verdadeira até que se comprove a inexistência do ser unicórnio, e de que ser é ser o valor de uma variável (x, por exemplo), de certa forma, constituíram um passo para a compreensão de que o sentido não depende da existência, no mundo físico, do referente. Strawson acrescentou a noção de contexto para explicar que o sentido depende do lugar em que o nome e, então, a proposição estão sendo analisados. Apesar de toda essa preocupação no que se refere a aceitar ou não uma dependência entre o sentido de um nome e sua referência, apresentando-o a partir do conceito de verdade (posição referencial), manteve-se a noção de que o sentido sempre estaria relacionado a algo que fosse exterior. Na linguagem, um determinado nome ou expressão sempre retomariam um referente, um objeto por si no mundo. Língua e objeto eram, pois, coisas distintas, embora já se admitisse a pressuposição de uma realidade outra. Ducrot, em O Referente (1984) retoma as análises de Frege e chama a atenção para o fato de que a relação entre sentido e referente se deve não à existência de um mesmo referente para vários sentidos, mas que, sobretudo, se deve à especificidade de cada um dos sentidos que são inerentes a determinada expressão ou nome. Com efeito, Ducrot mobiliza uma questão crucial para os estudos da linguagem: o fato de a referência ser algo constituído lingüisticamente, o que fica claro ao passar pela atribuição do sentido, que pode ser modificado. Isso quer dizer que o referente de uma expressão lingüística é interno à linguagem, sendo aí construído. A fala de Ducrot (1984) no que diz respeito à construção do referente pela linguagem através dos sentidos significa o início da tomada de uma posição que vê o referente da linguagem como algo que não pode ser tratado como objeto por si no mundo, noção de que se valia Frege. Essa concepção é que será ampliada por Guimarães, ao estudar o sentido dos nomes e, então, a distinção entre designação e referência. Relativamente a Ducrot (1984), Guimarães (1995) diz que, embora se fale de um objeto que é objetivado pela linguagem, sendo por ela construído nas diversas e diferentes falas, ainda é visto como algo distinto da língua.para Guimarães (1995), Ducrot (idem) reconhece, sobretudo, que a significação é constituída no funcionamento da língua, mas a põe em um plano distinto do que está o objeto; Guimarães (idem) retoma tal discussão ao dizer que: Diria que o objeto é uma exterioridade produzida pela linguagem, mas não se reduz ao que se fala dela, pois é objetivada pelo confronto de discursos. Em que sentido isto se dá? No sentido em que o objeto é constituído por uma relação de discursos. A sua materialidade é de confronto. Guimarães (1995:74) 2. O Que é Designar e o Que é Referir Pensar em materialidade do objeto como uma materialidade de confronto de falas e de dizeres diversos é o que faz pensar em designação como lugar de constituição de sentido, diferentemente da concepção formal que vê em uma expressão lingüística a relação direta com o objeto no mundo, o que tem de ser interpretado como referir ou apresentar o objeto na realidade. Isso é referir. Guimarães, portanto, introduz uma distinção importante: o fato de que designar não é referir- constituir sentido para algo- material ou não- não é o mesmo que apontar a coisa no mundo; esses conceitos até então eram tratados como sinônimos. Quanto a isso, o autor acrescenta que: (...) a relação de designação é uma relação instável entre a linguagem e o objeto, pois o cruzamento de discursos não é estável, é ao contrário, exposto à diferença. Guimarães (1995: 74) Designar não é referir e é constituir sentido, mas é também um acontecimento enunciativo. E é justamente a posição apresentada por Guimarães com relação à concepção de enunciação como
Ana Cláudia NASCIMENTO 183 acontecimento que permite a inserção da história como ponto decisivo na linha teórica em questão. Analisar a linguagem como estando afetada pelos cruzamentos de discursos, ou falas e dizeres diversos, em uma relação tal em que o sentido só poderá ser produzido nesses cruzamentos, é incluir a história- é tratar o sentido como uma questão enunciativa em que a enunciação seja vista historicamente. A respeito da significação de história, Guimarães enfatiza a questão de que não pode ser compreendida como elemento da cronologia, tal como o que diz: Este espaço procura se apresentar a partir da consideração de que a significação é histórica, não no sentido temporal, historiográfico, mas no sentido de que a significação é determinada pelas condições sociais de sua existência. Sua materialidade é essa historicidade. A construção desta concepção de significação se faz para nós na medida em que consideramos que o sentido deve ser tratado como discursivo e definido a partir do acontecimento enunciativo. Guimarães (1995:66) Além da concepção de história ou da historicidade da enunciação como questão fundamental para a Semântica do Acontecimento, ao analisar a constituição do sentido em linguagem como produzida a partir de cruzamentos de discursos diferentes, outros dois conceitos também são importantes: o de sujeito e o de língua. Segundo Guimarães (2000), diferentemente do que havia proposto Benveniste, o sujeito não se firma como tal ao se apropriar da língua, ao enunciar, fazendo, assim, a língua funcionar. O sujeito, ao contrário disso, é que é tomado pelo acontecimento, representando uma posição que é reconhecida justamente no cruzamento entre vários acontecimentos enunciativos, memórias de dizeres e de sentidos. Ao dizer que o sujeito que enuncia é sujeito enquanto tal porque fala de uma região do interdiscurso, entendendo este como memória de sentido (Guimarães, 2000:04), fica claro o fato de que o sujeito não é senhor daquilo que diz, e que o que diz produz uma unidade de sentido que não é senão um efeito do modo de presença de posições do sujeito no acontecimento enunciativo. Isso quer dizer, portanto, que a posição do sujeito, enquanto constituída em uma região do interdiscurso, também é pelo interdiscurso afetada, caracterizando-se por uma dispersão de outras posições de sujeitos, o que implica falar que o dizer de tal sujeito também é caracterizado pela dispersão de discursos diversos, os recortes do interdiscurso. Contudo, a língua funciona em um espaço em que apenas alguns dizeres e apenas alguns sentidos são ditos e produzidos, seja pela imprevisibilidade de tais dizeres e sentidos, seja pela regulação que sofrem. É no espaço do imaginário que se enuncia, lugar em que o sujeito faz representações do real e em que são constituídos efeitos de sentido, já regulados, efeitos de sentido que são produzidos porque outros foram apagados e fazem parte do real. E é por isso, então, que tudo não pode ser dito (Pêcheux & Gadet; Orlandi). É nesse sentido, que a língua é prática política, conforme diz Guimarães (2000): (...) estar identificado pela divisão da língua é estar destinado por uma deontologia global da língua, a poder dizer certas coisas e não outras, a poder falar de certos lugares de locutor e não de outros, a ter certos interlocutores e não outros. Guimarães (2000: 08) E divisão da língua tem a ver com o espaço em que se dá determinada enunciação, o espaço de funcionamento da língua, que se constitui por uma relação decisiva entre a língua e o(s) falante(s). O espaço de enunciação, portanto, será sempre regulado por políticas lingüísticas e disputado, no que diz respeito ao uso da palavra, pertencendo essa a um mesmo idioma ou a idiomas diferentes Assim, é essa regulação e essa disputa que distribuem e (re)dividem os papéis sociais, permitindo ou não o acesso a determinados dizeres, bem como a organização política desses dizeres, em maior ou menor intensidade, daí afirmar que falar é assumir a palavra nesse espaço dividido de línguas e falantes (...), uma obediência e/ou uma disputa (Guimarães, idem). 3. Um Exemplo Tomaremos como exemplo uma designação encontrada em um texto do jornal O Estado de São Paulo, texto esse intitulado Uma frase na porta de um banco. Discriminação? e publicado dois dias depois do blackout que atingiu vários estados brasileiros no dia vinte e um de janeiro deste ano. Trata-se de um texto editado na seção Sociedade do Caderno Geral. O objetivo não é propriamente tomar como ponto de partida um procedimento de análise que dê conta de questões como a de cena e espaço enunciativos, mesmo porque essas questões ainda se encontram em estudo. Mas pretendemos refletir por que referir uma pessoa negra por empregadinha doméstica significa, por aquilo que a expressão designa, discriminá-la.
184 A QUESTÃO DA REFERÊNCIA E A DESIGNAÇÃO COMO ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DO SENTIDO Uma frase na porta de um banco. Discriminação? caracteriza-se pelo retrato de uma denúncia, o que é ainda mais claro no enunciado que é o subtítulo do texto Advogada negra se diz discriminada por funcionário(...). De acordo com o texto do jornal, o funcionário da agência da Nossa Caixa/Nosso referiuse à Helen Fabíola, que é negra (o que foi exaltado através de uma foto da moça) com a expressão empregadinha doméstica. Ao analisar como o sujeito responsável pelo dizer empregadinha doméstica se posiciona no acontecimento em que tal fala se constitui, mobilizam-se formações discursivas que atravessam o dizer daquele sujeito, ao mesmo tempo em que a enunciação é tensionada pelo político, tanto ao concluir que houve uma divisão do direito ao dizer, o que faz apagar o sujeito Helen, e da própria condição dos sujeitos envolvidos no incidente, como ao concluir que houve uma modificação, a partir de um modo de referir, nas relações entre aqueles mesmos sujeitos. A questão do espaço de enunciação, da configuração do acontecimento, então, está toda constituída pelo político. A divisão do direito ao dizer pelo sujeito retoma duas questões relevantes: a representação de um enunciador-x pelo locutor, que é o funcionário do banco e a memória de dizeres que permite que esse enunciador representado refira uma pessoa negra como empregado(a) doméstico(a). Assim, é o locutor ou funcionário do banco quem refere Helen com a expressão empregadinha doméstica, mas faz isso porque representa um lugar de enunciação marcado pelo preconceito; um lugar de enunciação que rememora o discurso voltado ao negro como subalterno, como pessoa que ocupa sempre a posição de subordinado. Helen, portanto, não seria a advogada, ou uma outra cliente qualquer, seria a negra que estava ali a serviço de alguém. Como conseqüência, o sujeito representado pelo funcionário do banco divide, não apenas o direito ao dizer, já que apaga o sujeito Helen ao impedi-la de entrar no banco e, principalmente de conversar com o gerente do banco, mas a própria condição dos sujeitos que estiveram envolvidos no incidente: ninguém seria atendido, mas havia os que teriam potencial para tal, os que não se identificassem com a condição de empregadinha doméstica, e havia os que sequer teriam potencial, aqueles que se identificassem com a posição de empregadinha(o) doméstica(o) : os negros, por exemplo, como foi o caso de Helen. A memória do dizer, que atravessa o lugar de enunciação representado pelo locutor, é que produz um efeito de sentido para o qual referir Helen como empregadinha doméstica é que constitui a designação. Nesse sentido, empregadinha doméstica, além de ser o diminutivo pejorativo de empregada doméstica, retoma um sentido em que ser negro, naquele espaço de enunciação, é não ter voz. A cor da pele significa e impõe esse silenciamento. Enfim, o ato enunciativo que constitui a designação empregadinha doméstica provoca uma modificação tão grande nas relações entre o sujeito representado pelo funcionário e o sujeito representado pela advogada Helen, que ela leva a órgãos competentes uma acusação formal contra o funcionário do banco - passa-se de uma questão política (divisão do dizer) a uma questão jurídica. A linguagem é mais que uma prática social, vai além das normas, é uma prática política, que regula o que se diz, quem diz e a quem se diz. 4. Notas Finais Procuramos mostrar por que a questão voltada ao que é referir e ao que é designar caracteriza-se como ponto de tensão para as análises semânticos. Sabe-se, assim, que a produção do sentido não se limita à simples referência entre aquilo que a linguagem diz e algo no mundo; a preocupação foi refletir sobre como se dá a constituição desse sentido, atravessado por falas e dizeres diversos, e também pelo apagamento, ao mesmo tempo, de outros sentidos. A questão de uma expressão preconceituosa, sobretudo, passa pela análise de como designações lingüísticas, que poderiam ser pensadas apenas como expressões que referem pessoas no mundo, produzem o efeito de preconceito e de discriminação social, constituem sentido determinado e significam muito mais do que referir. A identificação social, portanto, é apenas um dos efeitos produzidos pelas designações. Pensar a língua como prática política é o primeiro passo para essa reflexão. Enfim, a linguagem não é, definitivamente, instrumento de informação ou de transmissão de informação, mas sim espaço de constituição de sentidos, sejam esses esperados ou não... RESUMO: Este trabalho pretende mostrar uma breve discussão sobre os conceitos de referência e designação em Semântica. O objetivo é apresentar como ambas as noções eram desenvolvidas pelos filósofos da linguagem e então como foram introduzidas nos estudos lingüísticos, especialmente na análise da designação em Semântica Histórica. PALAVRAS-CHAVE: Enunciação; Designação; Referência; Sentido.
Ana Cláudia NASCIMENTO 185 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUCROT, O. (1984) Referente. In: Enciclopédia Einaudi Linguagem-Enunciação. Vol. 2. Imprensa Nacional- Casa da Moeda. FREGE, G. (1892). Sobre o Sentido e a Referência. In: Lógica e Filosofia da Linguagem: seleção, introdução, tradução e notas de Paulo Alcoforado. São Paulo, SP: Cultrix, Ed. da Universidade de São Paulo, 1978. GUIMARÃES, E.(1995) Os Limites do Sentido. Campinas, SP: Pontes. (1999) Textualidade e Enunciação. In: Escritos, 2. Campinas: Labeurb, Unicamp. (2002) Semântica do Acontecimento: um estudo enunciativo da designação. Campinas, SP: Pontes. RANCIÈRE, J.(1992). Os Nomes da História. Campinas, Pontes, 1994.