AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE PEPINO EM IPAMERI-GO Érica Fernandes Leão¹, Valdivina Lúcia Vidal²; Emersom Rodrigues de Moraes³; José Antônio de Paula Oliveira³ Odilon Peixoto de Morais Junior³ ¹Bolsista PBIC/UEG graduanda do curso de Agronomia, UnU-Ipameri, UEG ²Pesquisadora Orientadora, docente do curso de Agronomia, UnU-Ipameri, UEG ³Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG graduando do curso de Agronomia, UnU-Ipameri, UEG. RESUMO O pepino (Cucumis sativus) para salada é uma espécie de grande importância econômica em Goiás. Entre as cultivares disponíveis no mercado brasileiro, encontram-se três tipos tradicionais (aodai, caipira e para conserva). Em Goiás, os tipos caipira e colonião predominam na preferência dos consumidores. Os trabalhos iniciaram em março de 2008, pela correção do solo, avaliou-se na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri 10 genótipos de pepino para consumo in natura, quanto a produtividade (t.ha -1 ), número de frutos por planta e peso médio dos frutos (g). O delineamento experimental usado foi de blocos casualizados, com dez genótipos (LI 9817, LI 9813, LI 9809, LI9810, LI 9814, LI 9811, LI 9818, LI 9812, LI 9816, LI 9805) em três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Os tratamentos não apresentaram diferença significativa. Palavras-chaves: Cucumis sativus, produtividade, número e peso de frutos. INTRODUÇÃO O pepino (Cucumis sativus) é originário de regiões quentes do norte da Índia ou da África. A planta é herbácea, anual, com hastes longas. O hábito de crescimento é indeterminado, e se desenvolve no sentido vertical ou prostrado, dependendo da presença ou ausência de suporte. O hábito de florescimento é monóico, ou seja, há flores unissexuais, masculinas e femininas na mesma planta, com predominância das primeiras, o que é uma característica normal 1
da espécie. Entretanto, os fitomelhoristas criaram híbridos ginóicos, com os quais desenvolvem quase exclusivamente flores femininas (Filgueira, 2000). O pepino para salada é uma espécie de grande importância econômica em Goiás, desenvolvendo-se melhor sob temperaturas elevadas (20 30 C), sendo que sob condições de umidade relativa do ar muito elevadas há problemas de incidência de doenças foliares e radiculares (Balbino et al., 1991; Paiva, 1996). A escolha de uma cultivar pelo agricultor depende da destinação final da produção (comércio in natura ou industrialização), sua capacidade produtiva (Balbino et al., 1991), e o sistema de produção que o produtor utiliza. Em Goiás o mercado consumidor prefere o pepino do tipo caipira e colonião e por este motivo foi iniciado, na década de 1970, um trabalho de melhoramento genético de pepino caipira (Filgueira & Ogata, 1976), que resultou na obtenção de linhagens promissoras (Filgueira & Peixoto, 1980) e alguns híbridos monóicos e ginóicos que foram lançados como resultado da parceria entre a ex-emgopa e EMBRAPA (Filgueira et al., 1985; Filgueira et al., 1986). Nos últimos anos, devido a mudanças na preferência dos consumidores goianos, outros tipos de pepino foram incluídos no programa, com o objetivo de ampliar a base genética do germoplasma disponível e atender às novas tendências do mercado. Coelho et al., 2000, 2004, trabalhando com esses materiais em Anápolis sob sistema de cultivo orgânico e convencional, encontrou linhagens com características e produtivades semelhantes aos híbridos comerciais (Rubi (Sakata) e Guarani (Horticeres)) em ambos os sistemas de cultivo. Dessa forma foram avaliados na UnU de Ipameri, 10 linhagens de pepino para consumo in natura, de março a junho de 2008. MATERIAL E MÉTODOS Os trabalhos foram conduzidos na Unidade Universitária de Ipameri UEG, no período de março a junho de 2008, utilizados dez tratamentos, linhagens de pepino dos tipos caipira, colonião, do programa de melhoramento genético da AGENCIARURAL, EEA, analisamos as seguintes características: produtividade (t.ha -1 ), número de frutos por planta e peso médio de frutos. 2
O trabalho foi realizado em Latossolo Vermelho Amarelo, que foi corrigido e fertilizado de acordo com a sua análise química. Na sede do município da cidade a latitude é de 17º 41 S, longitude 48º 11 W e altitude de 800m, e o clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, constando temperaturas elevadas com chuvas no verão e seca no inverno. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, 10 tratamentos (1-LI 9817, 2-LI 9813, 3-LI 9809, 4-LI9810, 5-LI 9814, 6-LI 9811, 7-LI 9818, 8-LI 9812, 9-LI 9816, 10-LI 9805), em três repetições, com parcelas de 10 plantas, todas úteis, em cultivo tutorado em fileira dupla no espaçamento de 1,00 x 0,50m. Como adubação de plantio foram utilizados 1500Kg.ha -1 do formulado 5-25-15, adubação orgânica, e foram utilizados os tratos culturais e fitossanitários comuns para a cultura na região. Foram semeadas 3 sementes por cova em 13/03/2008, realizando-se o desbaste dez dias após a semeadura, deixando-se uma plântula por cova para ajuste da população. A colheita foi realizada com intervalo variável de dois a três dias. Foram obtidos os dados referentes ao número e peso de frutos, número de plantas por parcela. Que geraram, produtividade, peso médio de frutos e número de frutos por planta. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foram observadas diferenças estatísticas significativas para as variáveis analisadas (Tabela1). O peso médio dos frutos variou de 187,0 à 146,0g. A produtividade média dos genótipos foi de 28,98t.ha -1. O número de frutos por planta, variou de 3,8 à 7,9. 3
Tabela 1. Produtividade, número de frutos por planta e peso médio de frutos em genótipos de pepino. Ipameri-GO. UEG., 2008. Tratamento Produtividade (t.ha-1) Frutos por planta (Nº) Peso médio (g) LI9811 19,1a 3,8a 178,3a LI9810 21,2a 5,6a 149,0a LI9816 23,9a 5,2a 160,7a LI9809 26,8a 4,9a 187,0a LI9814 30,2a 6,2a 177,0a LI9805 32,6a 7,9a 146,0a LI9813 33,3a 7,5a 151,7a LI9818 34,6a 7,7a 162,7a LI9817 36,3a 7,6a 163,7a LI9812 41,8a 7,9a 172,0a CV% 36,6 34,0 12,1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott Knott, ao nível de 5% de probabilidade. CONCLUSÃO Os genótipos, embora não tenham diferido estatisticamente quanto ao desenvolvimento e produção, provavelmente devido a fatores ambientais não controlados, apresentam potencial para cultivo na região Sudeste do Estado de Goiás. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALBINO, J. M. DE S.; COSTA, H.; VENTURA, J.A.; FORNAZIER, M. J.; CASTRO, L.L.F. de; PREZOTTI, L.C.; SOUZA, J.L. de. Cultura de pepino salada. Vitória, ES: EMCAPA, 1991. 34p. (EMCAPA, Manual de cultura 3). FILGUEIRA, F.A.R.; OGATA, T. Melhoramento genético do pepino caipira. Nota Prévia. Revista de Olericultura, Lavras, v.16, p.158-161, 1976. 4
FILGUEIRA, F.A.R.; PEIXOTO, N. Comportamento de híbridos simples e linhagens autofecundadas de pepino do grupo Caipira, em cultura rasteira, em Anápolis. Revista de Olericultura, Brasília, v.18, p.100-109, 1980. FILGUEIRA, F.A.R.; DELLA VECCHIA, P.T.; GIORDANO, L.B. Anápolis 796 e Anápolis 798 novos híbridos de pepino do tipo caipira. Horticultura Brasileira, v.3, n.1, p.44-45, 1985. FILGUEIRA, F.A.R.; GIORDANO, L.B.; FERREIRA, P.E.; DELLA VECCHIA, P.T. Avaliação de híbridos F 1 de pepino do tipo caipira. Horticultura Brasileira, v.4, n.1, p.-17-20. 1986. FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. PAIVA, W.O de. Melhoramento de pepino na região úmida do Amazonas. Horticultura Brasileira, Brasília, v.14, n.2, p.139-143, 1996. COELHO, M; PEIXOTO, N; VIDAL, V.L. Comportamento de linhagens e híbridos de pepino para consumo de mesa, em Anápolis. Horticultura Brasileira, v.18, p.754-756. 2000 suplemento julho. COELHO, M; PEIXOTO, N; VIDAL, V.L. Comportamento de linhagens de pepino para consumo de mesa, em sistema de cultivo orgânico em conversão e sistema de produção convencional, em Anápolis. Horticultura Brasileira, v.22, n.2, p.-386. 2004. 5