GESTÃO RESPONSÁVEL EM FINAL DE MANDATO, COM FOCO NA LRF E NA LEI ELEITORAL

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Transcrição:

GESTÃO RESPONSÁVEL EM FINAL DE MANDATO, COM FOCO NA LRF E NA LEI ELEITORAL Resolução 002/2016/TCM/PA Analista de Controle Externo CLEBER MESQUITA

VEDAÇÕES E PRAZOS EM ÚLTIMO ANO DE MANDATO Analista de Controle Externo CLEBER MESQUITA

DESPESA COM PESSOAL LRF, art. 21, parágrafo único: "Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20." Portanto, não apenas fica vedado o pagamento de majoração de despesas com pessoal, mas veda-se a prática do ato em si, do qual resulte nesse aumento.

DESPESA COM PESSOAL EXCEÇÕES: a. Não alcança os aumentos originários de vantagens pessoais, tais como a progressão na carreira, com previsão legal; anuênios; triênios; quinquênios e salário-família; b. Não veda o abono concedido aos profissionais do ensino básico para que se atenda à Emenda Constitucional nº 53/2007, que destina 60% do FUNDEB para os profissionais da educação básica;

DESPESA COM PESSOAL EXCEÇÕES: c. Não impede a nomeação de servidores públicos em concurso público, desde que homologado antes do período de vedação eleitoral; d. Não impede a concessão de revisão salarial geral anual aos servidores públicos, prevista no inciso X, do art. 37, da Constituição Federal, desde que a lei seja editada antes de 5 de julho, que haja dotação orçamentária específica, dispositivo que conste na LDO e declaração do ordenador de despesa, conforme art. 16, I, da LRF.

DESPESA COM PESSOAL Lei Eleitoral De acordo com a Lei nº 9.504/97, é expressamente vedado aos gestores, a partir dos 03 (três) meses que antecedem a eleição, até a posse dos eleitos: nomear, contratar, ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional.

DESPESA COM PESSOAL Lei Eleitoral Exceções: a. Nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b. Nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; c. Nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;

RESTOS A PAGAR Conforme estabelecido no art. 42, caput, da LRF, é vedado ao titular de Poder ou órgão contrair despesas nos últimos 08 (oito) meses do último ano de mandato, ou seja, no período de 01/05 a 31/12, que não possam ser cumpridas de forma integral dentro do exercício financeiro, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja disponibilidade de caixa para este efeito.

RESTOS A PAGAR É necessário o pagamento, ou a existência de disponibilidade financeira suficiente, para o cumprimento das parcelas empenhadas e liquidadas no exercício, contraídas nesses últimos 8 (oito) meses. As parcelas a serem liquidadas devem ser pagas com recursos consignados nos orçamentos respectivos.

RESTOS A PAGAR A vedação do art. 42, da LRF, não atinge o empenho de despesas contraídas antes dos 8 (oito) meses finais, do exercício de último ano de mandato, mas sim o reconhecimento de novos compromissos, por meio de contratos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, sem que haja disponibilidade de caixa para o respectivo pagamento.

RESTOS A PAGAR Recursos com vinculação específica, como os provenientes de convênios, FUNDEB e reservas previdenciárias, não devem ser considerados disponíveis para pagamento de despesas de natureza diversa. O cancelamento de restos a pagar liquidados e processados é ilegal, salvo em situações excepcionais, em que o objeto da obrigação deixa de existir ou é devolvido, abrindo-se a possibilidade de um estorno da obrigação, com a devida comprovação. É ilegal o cancelamento/anulação de empenhos de despesas liquidadas.

RESTOS A PAGAR De acordo com o art. 42, da LRF, as despesas decorrentes de obrigações contraídas nos últimos 02 (dois) quadrimestres, deverão ser pagas até o final do ano ou, se for o caso, ser pagas no ano seguinte com recursos provisionados no ano anterior. Da previsão legal em questão, destacam-se as seguintes considerações: a. As despesas dos contratos plurianuais serão inscritas segundo a competência do exercício financeiro;

RESTOS A PAGAR b. Para que se enquadre na exigência não basta contrair a obrigação das despesas, é necessário observar a competência da mesma, conforme art. 50, inciso II da LRF, em que a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência. Exemplo se tem com o pagamento da folha de pagamento do mês de dezembro que pode ser feito em janeiro do outro ano, entretanto, deve se deixar dinheiro para isso; c. Para efeitos desse artigo, o Poder ou órgão será responsabilizado individualmente;

PUBLICIDADE É vedado realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito; (redação dada pela lei nº 13.165, de 2015) Essa operação deverá englobar todo o município, devendo abranger a administração direta e indireta.

PUBLICIDADE Configura abuso de autoridade, conforme disciplina o art. 74, da Lei nº 9.504/97, a infringência ao disposto no 1º do art. 37 da Constituição da República, in verbis: "A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".

PUBLICIDADE Fica vedada, a partir de 02/07/2016, a publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral

OUTRAS VEDAÇÕES Está proibida, desde o dia 01/01/2016, a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados por lei e já em execução orçamentária no exercício anterior. Vide Lei nº 9.504/97, art. 73, 10

OUTRAS VEDAÇÕES Contratar shows artísticos com recursos públicos na realização de inaugurações (art. 75) O Município não pode permitir que candidato participe, a partir de 02 de julho de 2016, de inaugurações de obras públicas (art. 77)

MAIORES INFORMAÇÕES RESOLUÇÃO Nº 002/2016/TCM-PA, de 28 de janeiro de 2016. APROVA O MANUAL DENOMINADO CONTAS PÚBLICAS E OUTROS PROCEDIMENTOS NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO: ORIENTAÇÃO AOS GESTORES PÚBLICOS MUNICIPAIS. Cabe-nos assentar que a orientação técnica em questão não pretende esvaziar a matéria, tão pouco pretende substituir o controle interno da própria administração pública municipal, no conhecimento e assunção das obrigações legais a que estão submetidas, trazendo, contudo, a necessária reflexão dos agentes políticos envolvidos.

GRATIDÃO O êxito da vida não se mede pelo caminho que você percorreu, mas sim pelas dificuldades que você superou no caminho. Abraham Lincoln