RESTRIÇÕES PREVISTAS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL PARA ÚLTIMO ANO DE MANDATO E NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL
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- Carmem Bergmann de Miranda
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1 RESTRIÇÕES PREVISTAS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL PARA ÚLTIMO ANO DE MANDATO E NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL Especificação Base Prazo LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Poderes Executivo e Legislativo Proibição de aumento de despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão Aplicação imediata das vedações previstas no 3º do art. 23 da LRF, caso a despesa com pessoal exceda aos limites no primeiro quadrimestre do último ano de mandato do titular de Poder ou órgão (art. 23, 3º - proibição de: receber transferência voluntária; obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal) Legal LRF - art. 21, único LRF - art. 23, 4º A partir de Quadrimestre imediatamente seguinte àquele em que ocorrer extrapolação dos limites Proibição ao titular de Poder ou órgão de contrair obrigação de despesa, nos dois últimos quadrimestres do seu mandato, que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no execício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa. Poder Executivo Aplicação imediata das vedações previstas no 1º do art. 31 da LRF, caso a dívida consolidada exceda o limite no primeiro quadrimestre do último ano de mandato do Chefe do Executivo (art. 31, 1º: proibição de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária; obrigação de obter resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º) LRF - art. 42 A partir de 1º LRF - art. 31, 3º Quadrimestre imediatamente seguinte àquele em que ocorrer extrapolação do limite Proibição de realização de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária no último ano de mandato LRF - art. 38, IV, b A partir de 1º LEI Nº 9.504/97 (NORMAS PARA ELEIÇÕES) CONDUTAS PROIBIDAS AOS AGENTES PÚBLICOS * ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta, ressalvada a realização de convenção partidária (exceção: uso, em campanha, pelo candidato a reeleição de Governador e Vice-Governador do Distrito Federal, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público) art. 73, I e 2º art. 36, I e 2º indeterminado
2 usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvadas: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; art. 73, II art. 36, II art. 73, III art. 36, III art. 73, IV art. 36, IV art. 73, V art. 36, V indeterminado indeterminado indeterminado nos três meses que antecedem o pleito e até a posse dos eleitos d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública art. 73, VI, a art. 36, VI, a nos três meses que antecederem as eleições
3 com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral (aplica-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição, cabendo à Justiça Eleitoral o reconhecimento dessa exceção) art. 73, VI, b e 3º art. 36, VI, b e 5º e 6º nos três meses que antecederem as eleições fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo (aplica-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição, cabendo à Justiça Eleitoral o reconhecimento dessa exceção) realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição, prevalecendo o que for menor fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição contratar shows artísticos pagos com recursos públicos na realização de inaugurações aos candidatos a cargos do Poder Executivo, participar de inaugurações de obras públicas Fontes: Lei Complementar nº 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal Normas para Eleições art. 73, VI, c e 3º art. 36, VI, c e 5º e 6º art. 73, VII art. 36, VII art. 73, VIII art. 36, VIII art. 75 art. 39 art. 77 art. 40 nos três meses que antecederem as eleições 1º de janeiro a 30 de junho A partir de 9 de abril e até a posse dos eleitos a partir de 6 de julho nos três meses que precedem o pleito Propaganda eleitoral e condutas vedadas aos agentes públicos em campanha eleitoral nas eleições de 2002
4 * AGENTE PÚBLICO: quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional ( 9.504/97, art. 73, 1º e /02, art. 36, 1º.
5 2012: mais um ano eleitoral repleto de vedações a agentes públicos À partir de domingo entramos em mais um ano eleitoral o que significa fiscalização acirrada aos homens públicos que precisam respeitar a legislação para não perderem o mandato conquistado nas urnas. Logo no dia 1º. De janeiro as pesquisas de opinião pública de consumo externo são obrigadas a serem registradas no juízo eleitoral e à distribuição gratuita de bens, valores ou serviços por parte da Administração Pública, exceto em casos de calamidade pública, de emergência ou de programas sociais autorizados por lei e já em execução orçamentária no exercício anterior podem ter continuidade. Mas quem deve mesmo se preocupar são os agentes públicos com o manuseio e utilização dos bens públicos. A lei reza que ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens moveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios é infração ao art. 73, I, da Lei no 9.504/97, e art. 50, I, da TSE no , de 16/12/2009, ou seja, não se pode realizar comícios em bens imóveis do Município; utilizar veículos oficiais para transportar material de campanha eleitoral; ceder repartição pública para atividade de campanha eleitoral; utilizar bens da repartição como celulares e computadores para fazer propaganda eleitoral de candidato, inclusive por meio de correspondência eletrônica ( ) particular. Outro abuso bastante comum é quanto à cessão de servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, para prestarem seus serviços nos comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de expediente normal. Também é proibido a nomeação, contratação ou de qualquer forma admissão, demissão sem justa causa, supressão ou readaptação de vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remoção, transferência ou exoneraçãoservidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito fatos estes corriqueiros depois das alianças partidárias que acontecem geralmente entre os meses de fevereiro a abril. Os recursos públicos também têm modificações, pois não podem ser transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública, previsto no art. 73, VI, a, da Lei 9.504/97, e art. 50, VI, a, da TSE no , de 16/12/2009. Os meios de comunicação são os mais fiscalizados pelo ministério público eleitoral. A lei é dura e segundo uma pesquisa é a que mais pune durante o período eleitoral. É proibida veiculação de propaganda institucional nos três meses anteriores ao pleito, ou seja, a aplicação da marca do Governo Federal como aconteceu nas últimas eleições ( Brasil. Um País de Todos ) em placas de obras, placas de inaugurações, postes, cisternas, sacos de leite e ainda em qualquer bem público a marca tem que ser retirada das placas, seja ela colocada até pela iniciativa provada; retira-se também a aplicação de logomarca de programas e ações, slogans e nome de órgãos; nos sítios (sites) dos órgãos e entidade do Poder
6 Executivo Federal deverão retirar a marca do Governo Municipal, slogans e tudo que possa constituir sinal distintivo de ação de publicidade objeto de controle da legislação eleitoral; e quanto aos brindes do tipo chapéu, chaveiro, canetas, camisetas e similares estão proibidos, pois configuram instrumento de propaganda mais utilizado em campanha eleitoral. A severidade da legislação eleitoral impõe a imediata suspensão da conduta vedada, quando for o caso; multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ ,00 aos agentes responsáveis, aos partidos políticos, as coligações e aos candidatos beneficiados, sem prejuízo de outras sanções de caráter constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes; e cassação do registro do candidato ou do diploma do eleito que tenha sido beneficiado, agente publico ou não. Fiquem de olho
7 A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra aos agentes políticos municipais que em 2012 ano eleitoral alguns procedimentos são proibidos. De acordo com os parágrafos 10 e 11 do artigo 73 da Lei 9.504/1997, a contar de 1.º de janeiro do corrente ano estão proibidas a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública. A legislação prevê exceção para os casos de calamidade pública, estado de emergência ou no atendimento a programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior Nestes casos, o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. Neste aspecto, a CNM alerta ainda que no ano eleitoral, os programas sociais referidos acima, não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por ele mantida. É importante ressaltar ainda que as condutas estão vedadas para os agentes políticos que atuam na circunscrição do pleito, ou seja, neste ano de 2012, apenas no âmbito municipal. "Muito cuidado com o desenvolvimento de programas sociais de outras esferas de poder, na jurisdição do Município", lembra o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.Ziulkoski chama atenção dos agentes políticos locais para os cuidados que deverão ter neste ano de Ele também lembra que a CNM está publicando em seu site, o calendário eleitoral divulgado pelo TSE e que deverá ser seguido a risca, pelos agentes políticos locais, candidatos ou não.
8 A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra aos agentes políticos municipais que em 2012 ano eleitoral alguns procedimentos são proibidos. De acordo com os parágrafos 10 e 11 do artigo 73 da Lei 9.504/1997, a contar de 1.º de janeiro do corrente ano estão proibidas a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública. A legislação prevê exceção para os casos de calamidade pública, estado de emergência ou no atendimento a programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior Nestes casos, o Ministério Público poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. Neste aspecto, a CNM alerta ainda que no ano eleitoral, os programas sociais referidos acima, não poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por ele mantida. É importante ressaltar ainda que as condutas estão vedadas para os agentes políticos que atuam na circunscrição do pleito, ou seja, neste ano de 2012, apenas no âmbito municipal. "Muito cuidado com o desenvolvimento de programas sociais de outras esferas de poder, na jurisdição do Município", lembra o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Ziulkoski chama atenção dos agentes políticos locais para os cuidados que deverão ter neste ano de Ele também lembra que a CNM está publicando em seu site, o calendário eleitoral divulgado pelo TSE e que deverá ser seguido a risca, pelos agentes políticos locais, candidatos ou não. O cumprimento das determinações evitará a cassação de registro de candidaturas ou de diplomas, além do risco de terem condutas caracterizadas como atos de improbidade administrativa a que se refere o artigo 11, inciso I, da Lei 8.429/1992.
9 VEDAÇÕES EM PERÍODO ELEITORAL E OBRIGAÇÕES DE FINAL DE MANDATO A UCMMAT no exercício de sua atividade de orientação as Câmaras Municipais, elaborou o presente Boletim, a fim de orientar os Administradores Públicos Municipais quanto às regras a ser observadas em ano eleitoral e último ano de mandato. As restrições decorrem da Lei de Responsabilidade Fiscal; Lei 9.504/97 (Lei Eleitoral); Lei 4.320/64; Código Penal e legislação esparsa. Regras de final de mandato: 1ª. Não aumentar despesa de pessoal (art. 21): Nos 180 dias que antecedem o término da legislatura ou do mandato, nenhum ato que provoque aumento de despesa com pessoal poderá ser editado, sob pena de ser considerado nulo de pleno direito. Alerta-se, ainda, que de acordo com a Lei /2000, que introduziu alterações no Código Penal Brasileiro, tal conduta é tipificada como crime sujeito à reclusão de 1 a 4 anos (art G). Além da incidência da sanção de ordem pessoal, acima descrita, a inobservância às regras previstas para o último ano de mandato, acarreta a aplicação de sanções institucionais, previstas na própria LRF, como a suspensão de recebimento de transferências voluntárias, de contratação de operações de crédito e de obtenção de garantias, caso a despesa com pessoal exceda o limite no primeiro quadrimestre do último ano de mandato (art. 23, 4º da LRF). 2ª. Não contratar operação de crédito por antecipação da receita - (art. 38, IV, a ): Durante todo o último ano de mandato é vedada a contratação de operação de crédito por antecipação da receita. Acrescente-se, ainda, que tal prática, nos termos da Lei /2000, é tipificada como crime sujeito à reclusão de 1 a 2 anos (art. 359-A). Alerta-se, por fim, que de acordo com a 43/2001 do Senado Federal, alterada pela 03/2002, nos últimos 180 dias de mandato do Chefe do Executivo, é vedada a realização de qualquer operação de crédito.
10 3ª. Exceder o limite da dívida consolidada (art. 31, 3º): O limite máximo para endividamento do ente, estabelecido por do Senado Federal, quando inobservado no primeiro quadrimestre do último ano de mandato, importará na aplicação imediata das restrições descritas no art. 31, 1º da LRF, ou seja, vedação para realização de operações de crédito, inclusive por antecipação da receita, excetuando-se apenas àquelas destinadas ao refinanciamento da dívida, e obrigatoriedade de obtenção de superávit primário para redução do excesso, inclusive por meio de limitação de empenho. 4ª - Não contrair obrigação nos dois últimos quadrimestres (art. 42): Fica proibido assumir obrigação de despesa nos últimos oito meses que antecedem o final de mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da LRF, que não possa ser cumprida integralmente dentro do exercício, ou que se inscrita em restos a pagar não tenha suficiente disponibilidade de caixa para que o sucessor possa atendê-la. Decorre da interpretação do art. 359-F do Código Penal, introduzido pela Lei /2000, a necessidade de cancelamento dos restos a pagar ilegalmente inscritos no exercício, ou seja, aqueles que houverem ultrapassado o valor das disponibilidades financeiras. Nota-se, entretanto, que o cancelamento de despesas inscritas em restos a pagar depende da natureza e estágio de realização dos compromissos assumidos. Portanto, deverá haver respeito aos contratos legalmente realizados, que já tenham ultrapassado a fase de liquidação. Outra importante observação diz respeito à ordem cronológica dos pagamentos dos restos a pagar, que deve ser observada por força do art. 5º da Lei 8.666/93 (Lei de Licitações) e do Decreto-Lei 201/67 (art. 1º, inciso II). Assim, as disponibilidades de caixa servirão para atender os compromissos assumidos até o último ano de mandato, incluindo os dos exercícios anteriores. Há que se destacar, ainda, que a restrição em questão aplica-se ao último ano de mandato, independente de quem seja o sucessor, inclusive nos casos de reeleição. 2. A Lei 4.320/64
11 Regras de final de mandato: 1) Fica vedado, no último mês do mandato, empenhar despesa cujo valor ultrapasse a soma correspondente ao duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente (art. 59, 1º). 2) São nulos e de nenhum efeito os empenhos e os atos praticados em desacordo com a regra supracitada, acarretando a responsabilização do Prefeito, nos termos do art. 1º, inciso V do Decreto-Lei 201/ Lei Eleitoral nº 9.504/97 Regras proibitivas de final de mandato, tendo em vista que têm relação direta com os gastos públicos: São vedadas despesas de contratação e nomeação de pessoal (art. 73, V): Não deverão ser realizadas nos três meses que antecedem o pleito eleitoral até a posse dos eleitos, despesas de pessoal com contratação e nomeação, bem como demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvadas as seguintes hipóteses: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início do prazo citado acima; d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; e) a transferência ou remoção ex offício de militares, policiais civis e de agentes penitenciários. - Proibição de realizar despesas com publicidade: realizar, em ano de eleição, antes do prazo fixado no inciso anterior (3 meses), despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição. Nos três meses que antecedem o pleito é vedada a publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos em
12 todos os níveis, ou das respectivas entidades da Administração indireta, salvo nos casos de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral. (Art. 73, VI, b ) - Proibição de realizar revisão geral que exceda a recomposição de perdas (art. 73, VIII): A partir de abril até a posse dos eleitos, é vedada a realização de Revisão Geral da Remuneração dos Servidores Públicos Municipais, que exceda a recomposição de perdas. A Revisão Geral de Remuneração deve ser entendida como sendo o aumento concedido em razão do poder aquisitivo da moeda e que não tem por objetivo corrigir situações de injustiça ou de necessidade de revalorização profissional de carreiras específicas. - Proibição de despesas com shows artísticos (art. 75): Nos três meses que antecederem as eleições é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos. Observações: Atenção para os prazos da /TSE - Calendário Eleitoral de 2008 Publicidade institucional no período eleitoral. Apenas a propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, como é o caso de produtos e serviços comercializados pelas empresas estatais. Excepcionalmente, poderá ser admitida a propaganda de atos, programas, obras e serviços públicos, desde que motivada por grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida previamente e especificamente pela Justiça Eleitoral. Situação de grave e urgente necessidade pública, para fins de publicidade institucional. A definição das situações de grave e urgente necessidade pública está a cargo da Justiça Eleitoral, dependendo de prévia consulta e autorização específica. Assim, em regra, toda e qualquer publicidade está vedada, salvo autorização específica da Justiça Eleitoral. Realização de concursos públicos. A vedação atinge o ato de admissão de pessoal (nomeação ou contratação). Desse modo, é permitida a publicação de
13 editais e abertura de novos concursos públicos com a realização das etapas posteriores (provas, coleta de documentos, publicação de resultado, etc.), suspendendo-se os atos de nomeação. Realização de licitações. Não há restrição à realização de licitações para obras e serviços em virtude do período eleitoral, desde que exista dotação orçamentária, que não se trate de recursos decorrentes de transferências voluntárias e que se atenda ao disposto no art. 42 da LRF. O descumprimento dos dispositivos precitados acarretará, de acordo com a conduta: suspensão imediata da conduta vedada, multa, ressarcimento do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos e proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivo ou benefício por três anos, sem prejuízo de outras sanções de ordem constitucional ou legal. 4 Quadro de impedimentos e vedações 4.1 Publicidade Institucional IMPEDIMENTOS RELATIVOS À PUBLICIDADE INSTITUCIONAL Descrição Duração Exceções A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores Permanente Não há
14 públicos (CR, Art. 37, 1º) Autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos ou das entidades da administração indireta. Nos três meses que antecedem o pleito e até a diplomação dos eleitos. a) Propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado; b) Publicidade motivada por grave e urgente necessidade pública, reconhecida pela Justiça Eleitoral. Realizar despesas com No período publicidade dos órgãos públicos que precede o ou das entidades da administração trimestre indireta, que excedam a média imediatamente dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do anterior ao pleito. último ano imediatamente anterior à eleição. Não há. Fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral gratuito. Nos três meses que antecedem o pleito e até a diplomação dos eleitos. A critério da Justiça Eleitoral, o pronunciamento tratar de matéria urgente e relevante. Em inauguração de obras públicas, proíbem-se: a) a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos; e b) a participação dos candidatos aos Nos três meses que antecedem o pleito e até a diplomação Não há.
15 cargos do Poder Executivo (art. 77, Lei 9.504/97) dos eleitos.
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