UM CONJUNTO DE SISTEMAS ESPECIALISTAS PARA AuxíliO À OPERAÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE DERIVAÇÃO. José Aquiles Baesso Grimoni e Lineu Belico dos Reis



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UM CONJUNTO DE SISTEMAS ESPECIALISTAS PARA AuxíliO À OPERAÇÃO DE UMA SUBESTAÇÃO DE DERIVAÇÃO José Aquiles Baesso Grimoni e Lineu Belico dos Reis Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto - Travessa 3-158 Cidade Universitária - Butantã - Sao Paulo - SP CEP : 05508-900 tel: (011) 818-5312 fax: (011) 818-5719 RESUMO o trabalho apresenta o protótipo de um conjunto de sistemas especialistas para o auxílio na operação de uma subestação de energia real do tipo derivação, contendo 2 transformadores, 9 alimentadores, uma barra simples e uma de transferência e com possibilidade de alimentação por duas linhas de 138 kv. Esta subestação possui um sistema de supervisão com 83 alarmes digitais, 12 pontos de comandos de disjuntores e 17 pontos de medição analógicos. Os sistemas especialistas desenvolvidos tem como objetivos básicos: o tratamento de alarmes da subestação, para depuração e triagem dos mesmos durante perturbações facilitando a análise e ações do operador; a localização de defeitos através da interação entre alarmes gerados, regras que relacionam alarmes a suas causas e a estrutura que relaciona este conjunto de regras; a reconfiguração da subestação para a transferência de cargas entre circuitos através de um conjunto de manobras gerados por algoritmos de busca e de regras ligadas aos limites das grandezas elétricas dos equipamentos da rede. A protótipo foi desenvolvido utilizando a linguagem Prolog(Turbo Prolog), que é voltada para o tratamento declarativo de informações. Foram simulados conjuntos de alarmes referentes a situações como transferência de linhas, perda de um dos transformadores e perdas de alguns dos alimentadores. 1 - INTRODUÇÃO Neste trabalho são mostradas as características básicas estabelecidas no desenvolvimento e implementação de um protótipo de um conjunto de sistemas especialistas para auxilio à operação de uma subestação de derivação [ I] com as seguintes funções básicas: tratamento de alarmes ~ localização de defeitos e reconfiguração. Os sistemas especialistas[2], [3], [4] são aqueles que baseados em regras oriundas do conhecimento de especialistas em determinada área e em regras de domínio público, simulam o comportamento de um especialista na ánalise e resolução de um problema. Para os engenheiros não interessa muito se os sistemas especialistas podem ser considerados inteligentes ou não[5t mas interessa muito a capacidade destes sistemas de resolver problemas de engenharia, que ou não têm solução fácil pelos métodos convencionais ou exigem muito trabalho( custo elevado) para se chegar a solução desejada. Um sistema especialista é composto pelas seguintes partes básicas: base de conhecimento(domínio do conhecimento). composta por fatos e regras: máquina de inferência(máquina para a solução de problemas baseada em conhecimento) composta por um interpretador que decide como aplicar o conhecimento e um elemento que decide quando e em qual ordem devem ser aplicadas diferentes partes do domínio do conhecimento; interface

238 2 2 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTELIGENTE homem-máquina com o operador do sistema: interface com o engenheiro de conhecimento, para que ele possa dar introduzir novas regras na base de conhecimento. Pode existir também um módulo explanação ~ que mostra o encadeamento das regras e fatos em cada consulta ao sistema especialista. 2 - A IMPLEMENTAÇÃO DOS PROTÓTIPOS DOS SISTEMAS ESPECIALISTAS 2.1 - Descrição geral do conjunto de sistemas especialistas Os sistemas especialistas aqui apresentados foram desenvolvidos na linguagem Prolog(Turbo Prolog)[6], que é voltada para processamento simbólico, permitindo assim a implementação de bases de regras de sistemas especialistas com uma certa facilidade. O Prolog implementa encadeamento de fatos e regras para trás("backward chaining") com busca em profundidade("backtracking"). Este tipo de máquina de inferência é a mais apropriada para solucionar os problemas tratados pelos sistemas especialistas propostos. Foram implementadas rotinas de interface homem-máquina que permitem, através de menus, o carregamento dos bancos de dados para realizar as funções propostas. Uma interface gráfica com a representação unifilar da SE escolhida para o desenvolvimento dos protótipo. foi desenvolvida permitindo assim a observação dinâmica do estado dos equipamentos da rede. O sistema possui uma arquitetura ou um fluxo de informações que pode ser descrito pela figura 1. Pode-se observar que existe uma série de arquivos de comunicação entre os sistemas especialistas, ou seja regiões em que se pode guardar informações comuns que auxiliem no processo de inferência de cada um dos sistemas especialistas. Como exemplo o arquivo de topologia da subestação, que além da informação sobre a interligação dos equipamentos da subestação, tem o estado lógico atual dos componentes, sejam eles manobráveis( fechados ou abertos), ou não manobráveis(energizados ou não). anj..rrto ce sistaras e:p=cial istas pmi ~ce ~ Figura 1 - Diagrama com o fluxo de informações do sistema proposto

~~\. ~ ;.~~ -- " 2 2 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTEliGENTE 239 A modelagem para tratamento de alarmes[7]. [8], [9] está baseada em um arquivo de fatos contendo os alarmes gerados pelo sistema de supervisão, que podem ser de três tipos básicos: valores de medições de grandezas elétricas, como por exemplo a tensão em valor eficaz de uma barra ou a corrente passante em um ramo da subestação: a sinalização que alguma variável excedeu um limite pré-detenninado, como por exemplo a corrente que passa em um transformador excedeu o limite de sobrecarga admíssivel em um detenninado período de tempo: a sinalização da atuação de um dispositivo de proteção, por exemplo a atuação de um relé de sobrecorrente instantâneo de um alimentador de saída da subestação ou ainda a atuação do disjuntor que é disparado por este relé. A subestação utilizada tem 83 alarmes digitais supervisionados, 12 pontos de comando de disjuntore e 17 pontos de medição analógicos. Os alarmes foram simulados em arquivos ASCII baseados em listas de alarmes fornecidas pela empresa concessionária de energia. A sintaxe dos alarmes já como um predicado do Prolog tem a seguinte forma: alarme( data, hora, descrição do alarme, equipamento associado) Outro componente importante do modelo de tratamento de alarmes são as regras que eliminam os alarmes falsos, os redundantes e aqueles que associados com outros podem ser substituídos por um alarme mais geral. Alarmes intermitentes e alarmes que checados com outras informações levam a conclusão que o alarme é falso, devem ser eliminados da lista de alarmes tratados. O resultado final do tratamento de alarmes é uma lista reduzida de alarmes que facilitará ao operador a tirar conclusões em nível hierárquico mais elevado e sem alannes repetidos e redundantes. O sistema de localização de defeitos[10], [llt [12], [13] usará as informações obtidas dos alarmes gerados pelo sistema de supervisão e controle e a informação do estado dinâmico dos relés e dos dispositivos de secccionamento, como disjuntores e chaves telecomandadas manobráveis. Com estas informações e com a topologia da subestação e o alcance das zonas de proteção associadas a cada sistema de proteção, o sistema poderá gerar um diagnóstico de localização e do tipo da provável perturbação, que gerou aquele número grande de alarmes e alterou a configuração de operação estável da subestação. Para se localizar defeitos ou causas de defeitos é muito inportante a sequência temporal dos alarmes e sua interrelação, para que se possa checar a sequência lógica de disparo de relés primários e de retaguarda e de seus dispositivos de seccionamento associados. O sistema de reconfiguração[14], [15] deverá, através da informação da topologia da subestação após a perturbação e utilizando os resultados dos sistemas de tratamento de alarmes e de localização de defeitos, determinar as possibilidades de socorro dos trechos da subestação que foram desenergizados. ou seja, orientar transferências de cargas entre barras da subestação. Para atender as cargas com um grau aceitável de continuidade e qualidade de fornecimento, devem ser respeitados os critérios de sobrecarga dos equipamentos. A presença de consumidores com graus de prioridade de atendimento diferenciada e a limitação do número de chaveamentos necessários, podem ser critérios ~dotados para definir qual plano de manobras deve ser implementado na reconfiguração. O sistema de reconfiguração utiliza um modelo de grafos para representar os componentes da subestação. Neste modelo os disjuntores. chaves. transformadores e outros equipamentos são arcos e os pontos de interconexão dos equipamentos e as barras são os nós do grafo. A figura 2 mostra um trecho de um unifilar e o grafo equivalente. A comunicação entre os sistemas especialistas será feita através de arquivos que auxiliarão na tarefa de se atingir o objetivo de cada um deles. Cada sistema especialista pode gerar, ao atingir seu objetivo, uma série de dados que podem servir como fatos novos aos outros sistemas especialistas. 2.2 - As bases de conhecimento utilizadas As bases de conhecimento utilizadas no protótipo foram levantadas através de coletas de dados junto ao pessoal da operação da referida empresa concessionária. Este é um procedimento fundamental no desenvolvimento de sistemas especialistas : a coleta e organização da informação e experiência especializadas. Os principais tipos de dados e informações utilizados foram: - diagramas unifilares com dados da proteção, - diagramas sequenciais~ - calibração dos relés; - listas de alarmes, - listas com pontos de aquisição de sinais analógicos, -listas de equipamentos com comando remoto:

240 2! SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTELIGENTE ~~ ~ _ '.",I "'...." - nonnas de procedimentos operacionais[l6]. É importante ressaltar que todos os dados e informações foram analisados e discutidos com o pessoal da concessionária. a qual a subestação pertence. de modo a coletar toda a experiência e prática associadas às mesmas. Também foi feita uma visita a SE e ao centro operacional da distribuição da cidade a qual pertence a SE: lá foi gravada uma fita de vídeo mostrando os vários estados de automação das subestações locais. Durante a filmagem foram feitas entrevistas com os operadores sobre os procedimentos operacionais durante situações de emergência e sobre os meios de annazenamento de informação. Este filme foi também uma fonte de referência bastante importante para a elaboração das bases de conhecimento. 2.3 - A interface homem-máquina A interface homem-máquina é efetuada através de menús de opções do tipo IIpull-down". Em algumas opções o usuário poderá interagir, via teclado para entrar com os dados necessários para executar aquela opção. A interface homem-máquina também se dará através da visualização da representação gráfica do unifilar da subestação, que mostrará o estado atual de cada equipamento. A possibilidade de visualizar arquivos históricos de dados da rede e os processos de encadeamento de regras para chegar a alguma conclusão( explicação do "raciocínio"), também são características importantes desta interface. Existe ainda a possibilidade de se incluir ou alterar as regras dos sistemas especialistas através de um editor de regras, que será utilizado pelo engenheiro de conhecimento. A interface possui 5 menus, sendo que o principal permite o acesso aos outros 4 menus. O segundo menu permite a visualização do desenho unifilar da SE antes e depois do tratamento de alarmes. A alteração do desenho é feita utilizando a informação de um arquivo com dados das coordenadas do desenho dos símbolos de cada equipamento e de dois arquivos contendo os estados operacionais de cada equipamento antes e depois do tratamento de alarmes. Desta maneira depois do tratamento de alarmes pode-se desenhar a subestação com o seu novo estado operacional. A cor vermelha representa o estado energizado do equipamento e a cor verde representa o estado desenegizado. O disjuntor, representado por um quadrado, quando está ligado tem o seu interior cheio e quando está desligado tem seu interior vazio. DIAGRAMA TÍPICO DE UM TRECHO DE UMA SUBESTAÇÃO DIAGRAMA EQUIVALENTE EM ARCOS E NÓS Figura 2 - Diagrama unifilar de un trecho de uma subestação e seu grafo equivalente.

2! SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTEliGENTE 241 o terceiro menu realiza o tratamento de alarmes usando os arquivos de alarmes, o arquivo de estados operacionais iniciais e as regras de tratamento de alarmes. São gerados arquivos de alarmes tratados e do novo estado operacional da SE. O quarto menu executa a localização de defeitos utilizando os arquivos de alarmes. os de estados operacionais iniciais e novos e as regras de localização de defeitos. É gerado um arquivo com a localização e causas dos defeitos. O quinto menu executa a reconfiguração da SE utilizando os arquivos de interligação da SE(grafo), o de estados operacionais novos. os resultados da localização de defeitos e as regras de reconfiguração da SE. É gerado um arquivo com as listas de caminhos possíveis para alimentar as cargas desenergizadas(listas de manobras). 2.4 - Validação do protótipo Uma transferência automática de linha com a presença de inúmeros alarmes intermitentes, uma simulação da perda de um dos transformadores e finalmente simulações de perdas de vários alimentadores foram simuladas. As simulações foram realizadas utilizando arquivos ASCII com os alarmes correspondentes e arquivos com informações do estado lógico e dinâmico dos equipamentos. Os resultados obtidos pelos sistemas especialistas para estas simulações tiveram um grau de acerto de 100%. Apesar dos resultados promissores ~ há a necessidade de gerar mais casos testes, com uma combinação muito maior de alarmes para verificar o modelo de regras que foram utilizadas em cada sistema especialista proposto. 3 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS A área de aplicações de sistemas especialistas à sistemas de potência se mostra muito promissora, o que pode ser facilmente percebido pelo elevado e crescente número de trabalhos apresentados a cada ano. Pelas pesquisas realizadas, principalmente pela CIGRÉ, percebe-se também que ainda não há confiança total no potencial dos sistemas especialistas e no seu desempenho, e que a execução de testes é bastante importante para firmar esta tecnologia. Por outro lado. há grandes expectativas com relação à novas técnicas de desenvolvimento de sistemas especialistas como a modelagem por objetos, o processamento paralelo, etc. Existe também um esforço na utilização de outras técnicas de inteligência artificial em problemas de sistemas de potência como por exemplo as redes neurais, a lógica "fuzzy" e os algoritmos genéticos. Há também uma linha de trabalho que tenta integrar os sistemas especialistas com os ferramentas que tenahm processamentos algoritmicos, como por exemplo, a programação linear, inteira e dinâmica e também com as ferramentas clássicas de análise de sistemas de potência, como os programas de fluxo de potência, de cálculo de curto-circuito, de estudos de estabilidade e de confiabilidade. Outras técnicas de modelagem. como redes de Petri. que é utilizada para modelar sistemas dinâmicos no tempo, também tem sido utilizada em problemas de modelagem da atuação da proteção. O enfoque deste trabalho foi uma aplicação à operação de subestações. visando a melhora da operacionalidade do sistema, considerando principalmente as dificuldades em investir em uma melhora da rede e também o elevado número de informações recebido, nos novos sistemas digitais de coleta de infonnações, pelo operador de uma SE, ou de um sistema regional(cor) ou ainda de um sistema central(cos). A SE utilizada, sendo de pequeno porte e de configuração simples(barra simples com barra de transferência) e também tendo um número de pontos de alarme pequeno e com informações limitadas da medição analógica, acabou limitando o potencial de desenvolvimento das regras, principalmente no sistema especialista para localização de defeitos. A falta de alarmes associados a todas as chaves da SE dificultou a geração de algumas regras ou mesmo a atualização da estado operacional da rede. Uma solução para isto seria implementar um editor de estado operacional das chaves~ no qual o operador atualizaria após uma perturbação ou mesmo uma manobra. A interface desenvolvida se mostrou muito amigável devido a possibilidade de visualização do estado de cada equipamento apresentado na representação unifilar. O uso de menus também facilitou a "navegação" pelas aplicações. A possibilidade de se armazenar os resultados em arquivos tipo ASCII para uma posterior análise também é um recurso que torna o sistema muito prático.

242 2 2 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AUTOMAÇÃO INTELIGENTE As simulações de perturbações. efetuadas através de listas de alarmes e de topologias iniciais da SE geraram resultados coerentes quando processadas pelos sistemas de tratamento de alarmes. localização de defeitos e reconfiguração da SE. É importante ressaltar que a fase do levantamento do conhecimento foi muito produtiva pois a concessionária que forneceu as informações permitiu uma visita a subestação de interesse e ao COD a que ela está vinculada. o que que resultou em uma série de esclarecimentos que o pessoal do escritório não poderia dar. Potencialmente os protótipos desenvolvidos podem evoluir, através da geração de mais casos testes e da utilização por operadores. que poderão detectar falhas e sugerir melhorias na interface e mesmo no conjunto de regras utilizadas. A utilização da linguagem Prolog se mostrou eficiente para implementar o protótipo rápidamente, embora se visualizasse que o uso de uma liguagem que permita um ganho de velocidade e que tenha mais recursos. principalmente de interface gráfica, poderão permitir o desenvolvimento de sistemas especialistas mais sofisticados e assim possibilitar a integração com um sistema de supervisão em tempo real. A possibilidade da utilização de medidas analógicas de tensão. corrente ou potência. com uma taxa de atualização maior nas regras dos sistemas especialistas, também poderá tomar o nível de desempenho mais elevado. REFERÊNCIAS BmLIOGRAFICAS [1]Grimoni, 1. A. B. Protótipo de um conjunto de sistemas especialistas para operação, monitorização e manutenção de subestações. São Paulo. 1994. 123 p. Tese(Doutorado) - Escola Politécnica. Universidade de São Paulo. [2]Rich. E. Artificial inteuigence. 2.ed. Nev.' York. McGraw-Hill, 1991. [3]Winston, P. H. Artificial intelligence. 3.ed. Reading. Addison Wesley. 1992. [4]Waterman, D. A. A guide to expert systems. Reading, Addison Wesley, 1986. [5]Fregni, E. Pluralismo na solução de problemas. São Paulo, 1993. EPUSP Apresentado na disciplina Introdução à Inteligência Artificial. Xerocopiado São Paulo, 1993. [6] Towsend, C. Técnicas avançadas em Turbo Prolog. São Paulo. Campus, 1990. [7] Dillon, T. S. - "Survey on Expert Systems in Alano Handling" - ELECTRA - CIGRÉ - No139 - December- 1991 - pp 132-51. [8] Kirschen. D. S.; Wollenberg, B. F. - "Intelligent Alano Processing in Power Systems" - Proceedings of the IEEE - VoI. 80. No 5, may 1992,663-72. [9] Hein, F. - "Knowledge Based Alano Handling as Additional Tool for System Operation" - II Simpósio de especialistas em Planejamento da Operação e Expansão Elétrica - Belo Horizonte - Maio 18-22/1992. [10] Cardoso, E. ~ Talukdar. S. N. "A distributed expert system for fault diagnosis" IEEE Transactions on Power Systems. v 3. n. 2, p. 641-6. May 1988. (11] Fukui. C.: Kawakami. 1. - "Ao Expert System for Fault Secction Estimation using Infonoation from Protective Relays and Circuit Breakers" - IEEE Transactions on Power Delevery, Vol PWRD-L No 4. October 1986, pp 83-90. [12] Protopapas, C. A.; Psaltiras, K. P. - "Ao Expert System for Substation Fault Diagnosis and Alano Processing" - IEEE Transactions on Power Delivery. VoI6, No 2, April 1991, pp 648-55. [13] McDonald, 1. R.; Burt, G. M.; Young, D, 1. - "Alarm Processing and Fult Diagnosis using Knowledge Based Systems for Transmission and Distribution Network Control" - IEEE Transactions on Power Systems, Vol 7, No 3, August 1992, pp 1292-8. [14] Zhang, Z. Z.: Hope. G. S.; Malik, O. P. - "A Knowledge-Based Approach to Optimize Switching in Substations" - IEEE Transactions on Power Delivery. VoI. 5~ No. L January 1990, 103-9. [15]Kumano, S.; et ali - "Development of Expert System for Operation at Substation" - IEEE Transactions on Power Delivery~ Vol 8 ~ No 1, January 1993, pp 56-65. [16] Necessidades básicas para automação de SE's em derivação. São Paulo. CESP. 1992. Documento interno