OFERECIMENTO BOLETIM NÚMERO DO DIA 64.5mi de euros é o quanto o Manchester United recebe por ano da GM pelo patrocínio de camisa, o maior valor de todo o futebol inglês EDIÇÃO 582 TERÇA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2016 Por eventos e exposição, Red Bull assina com a Konami POR DUDA LOPES A Konami apresentou a versão 2017 do jogo Pro Evolution Soccer (PES), em evento na noite de ontem em São Paulo. Entre as novidades exibidas para o público, estavam as parcerias da companhia com times como Barcelona e Borussia Dortmund, além da Confederação Brasileira de Futebol. Mas o que realmente chamou a atenção foi um pequeno do futebol: o Red Bull Brasil. O time, que disputa a Série A-1 do Campeonato Paulista, será representado no jogo, entre gigantes do futebol europeu e sul-americano. A parceria, no entanto, foi além da representação no campo virtual. Trata-se de um acordo da própria marca Red Bull para uma parceria de eventos com a Konami. Quem explicou a negociação à Máquina do Esporte foi o diretor-presi- Evento que mostrou detalhes do PES 2017 marcou o início da parceria entre a empresa de bebidas e a produtora de jogos japonesa; time de futebol Red Bull Brasil foi incluído no game, mesmo não estando hoje em nenhuma divisão do Brasileirão 1
dente do Red Bull Brasil, Rodolfo Kussarev. Estávamos procurando a Konami e a EA (produtora do jogo Fifa) para fazermos um campeonato de videogame. Como a Konami tinha interesse na Red Bull para eventos do tipo, as conversas avançaram e o PRASS É LÍDER DE VENDAS Afastado do Palmeiras por lesão, o goleiro Fernando Prass está em alta. Ele é quem mais vende camisas na Academia Store, rede de lojas oficiais do clube. O jogador é responsável por 28% dos pedidos de nome e numeração às costas da camisa nas 26 unidades da franquia. Com 25% das customizações, Dudu e Gabriel Jesus ficam com o segundo posto. Os dados são da Meltex, que gerencia as lojas oficiais. CORITIBA BUSCA NOVOS SÓCIOS time acabou incluso [na versão do jogo], afirmou Kussarev. Por isso, os termos foram diferentes de Corinthians e Flamengo, que acertaram uma renovação de dois anos com a Konami. O Red Bull Brasil não receberá nada para estar no jogo, mas estará em contato direto com um público jovem. Em troca, será parceiro da produtora. O primeiro evento foi ontem, de apresentação do jogo, no Red Bull Station, casa da marca em São Paulo. A Red Bull, inclusive, aproveitou o evento para alfinetar a Globo e o Sportv. O narrador Milton Leite, ao lado do comentarista Mauro Beting, fará a locução do PES 2017. No palco, Kussarev não deixou a oportunidade passar: O que me deixa mais feliz é ver o Milton Leite narrando o jogo e falando Red Bull Brasil. Sem graça, o narrador do Sportv respondeu: Aqui pode. O Grupo Globo evita falara naming rights, seja ele de estádios ou times. Na prática, o Red Bull Brasil vira RBB na voz dos narradores da emissora, o que costuma irritar os torcedores. Além do Red Bull, o PES permanece focado no mercado latino- -americano. A Konami terá os 20 times da Série A do Brasil, além de chancela da CBF. As licenças incluem também seis estádios: Arena Corinthians, Maracanã, Beira-Rio, Mineirão, Morumbi e Vila Belmiro. Há ainda a Libertadores e 30 times da Argentina. O clube lançou a ação Jogue com o Coritiba dentro e fora de campo para conquistar mais sócios. A ideia é mostrar as vantagens de participar do quadro associativo. A campanha conta com peças publicitárias espalhadas pela capital paranaense e em várias mídias, além de vídeos nas redes sociais do clube. Alguns sócios foram escolhidos para serem os modelos dos comerciais. O clube tem hoje quase 19 mil sócios. FILA PATROCINA TENISTA CILIC Num processo de volta ao tênis, a marca de material esportivo fechou com o nono colocado do ranking, Marin Cilic. O croata, que já foi patrocinado pela marca no início da carreira, classificou-se ontem para a segunda rodada do Aberto dos EUA. Cilic, de 27 anos, tem 15 títulos no circuito internacional, incluindo a vitória no Aberto dos EUA de 2014. Recentemente, ele ganhou em simples no ATP 1000 de Cincinnati. 2
OPINIÃO Corinthians e São Paulo explicitam o caos no produto A falta de um produto de qualidade no futebol brasileiro é, há alguns anos, uma questão preocupante. Sem ela, fica mais difícil almejar maior engajamento dos torcedores, seja no estádio, na TV, nas lojas ou nas redes sociais. Evidentemente, melhorar a gestão comercial de um clube é o caminho mais óbvio para que as receitas aumentem e, assim, os times possam ter mais força em campo. Mas o que tem acontecido com Corinthians e São Paulo, dois dos maiores faturamentos do Brasil até poucos anos atrás, derruba qualquer planejamento. Em ambos os casos, o clima de fim de feira imposto no futebol é avassalador para o time e para o torcedor. O São Paulo, semifinalista da Libertadores, perdeu o principal jogador de cada setor da equipe. Até o técnico resolveu assumir outro compromisso. Já o Corinthians campeão brasileiro conseguiu perder duas dezenas de atletas desde então, além do badalado treinador. Depois da debandada do fim do ano, mais uma série de jogadores saíram na janela do meio do ano. POR DUDA LOPES novos negócios da Máquina do Esporte Um clube de futebol não precisa de performance para ser um produto atrativo ao mercado, mas o que transparece falta de ambição no campo derruba a imagem esportiva. É impossível exigir das duas equipes boas exibições neste fim de ano. Certamente, é duro torcer para que isso aconteça. Mais organização na gestão do campo, nem que isso signifique um elenco menos estrelado, é prioridade. A boa relação com a torcida depende disso. À espera de Tóquio 2020, Asics foca seus investimentos em vôlei e tênis DA REDAÇÃO A Asics abriu sua loja conceito, na segunda- -feira, para atletas patrocinados pela marca que estiveram presentes no time de vôlei campeão olímpico no Rio de Janeiro. Além de celebrar Serginho, Bruno e cia., o evento marcou o fim de um ciclo olímpico e a abertura de um novo que deverá ter a marca como protagonista. A companhia será patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ainda que a cota local deva impor limites na maneira como o evento poderá ser usado no Brasil. Ainda assim, a Asics já estabeleceu quais serão as prioridades para os próximos anos: o vôlei e o tênis. Já somos líderes de mercado nessas duas modalidades, mas elas ainda têm um mercado a ser explorado no Brasil, há muito espaço para crescer com os dois esportes, diz o diretor de marketing da Asics, Eduardo Rodrigues. No tênis, a Asics mantém o patrocínio à Confederação Brasileira de Tênis, e a empresa também está em negociação com o Rio Open para manter o aporte à competição. No vôlei, há contratos com jogadores da seleção masculina e feminina, além do patrocínio ao Vôlei Nestlé. Rodrigues também revelou uma possibilidade de manutenção de acordo com Serginho, mesmo caso o atleta se aposente. Nada nos impede de torná-lo embaixador da marca, mesmo aposentado, disse, lembrando que os acordos com os atletas vão até dezembro. 3
Paralimpíada também terá time de refugiados patrocinado POR ADALBERTO LEISTER FILHO O CPI (Comitê Paraolímpico Internacional) anunciou que também terá um time de refugiados competindo na Paralimpíada do Rio, que começa em 7 de setembro. A iniciativa é semelhante à do COI (Comitê Olímpico Internacional) que estreou também na Olimpíada carioca sua equipe de refugiados. E, também na Paralimpíada, a Visa apoia a equipe. O time de refugiados também tem apoio da Agência da ONU para Refugiados (UNHCR). A princípio, o time de refugiados paraolímpicos terá apenas dois atletas, o nadador iraniano sírio Ibrahim Al-Hussein e o lançador iraniano Shahrad Nasajpour. Ambos competirão sob a bandeira do CPI. Al-Hussein teve parte da perna direita amputada após uma explosão durante a guerra civil da Síria. Ele vive atualmente em Atenas, na Grécia, e disputará os 50m e 100m livres na classe S10. O sírio participou do revezamento da tocha olímpica do Rio 2016 num campo de refugiados em Eleonas (Grécia). Sonho com esse momento por 22 anos. Pensei que meu sonho tinha acabado quando perdi a perna, mas agora ele voltou de verdade. Mal posso acreditar que vou ao Rio, comentou o nadador, que também pratica basquete e judô. Nascido no Irã, Nasajpour vive hoje nos EUA. O atleta tem paralisia cerebral e disputará a prova de lançamento do disco na classe F37. Na Paralimpíada, a dupla terá equipe formada por chefe de missão, gerente e técnico. A delegação de atletas paralímpicos independentes será a primeira a entrar no Maracanã na festa de abertura. Esses atletas irão ajudar a aumentar o conhecimento sobre a situação que milhares de refugiados e expatriados passam, precisando tomar decisões difíceis, mesmo com suas deficiências. Eles vão valorizar a causa de inclusão social e contribuir com a disseminação pelo mundo dos valores paralímpicos de coragem, determinação, inspiração e igualdade, disse Tony Sainsbury, chefe de missão do time no Rio. 4
Especial Alemanha: por mais verba, liga se mantém popular POR DUDA LOPES, DE DORTMUND* O futebol alemão se orgulha de se manter popular. Assistir a uma partida no país é a experiência mais próxima de ter o conforto e a segurança dos estádios europeus, mas com o calor da América Latina. A Máquina do Esporte acompanhou Borussia Dortmund x Bayern de Munique, no Signal Iduna Park, a casa da equipe de Dortmund, pela Copa da Alemanha. Como de costume, o público passou das 80 mil pessoas: 81.360 torcedores. O Dortmund é o caso mais notável da Bundesliga, mas não é uma exceção. Com política de ingressos acessíveis e grandes estádios, quase 13 milhões de pessoas assistiram à Bundesliga in loco, numa média de 42,4 mil pessoas por partida. A maior parte dos estádios mantém área sem cadeiras, com preços populares. No espaço, os ultras, equivalente às torcidas organizadas do país, fazem a festa improvável de se ver em outros torneios europeus, como a Liga Espanhola ou a Premier League, da Inglaterra. Carsten Cramer, diretor de marketing do Borussia Dortmund, explica o porquê da escolha. Quanto mais dinheiro você pede, mais você se afasta das pessoas. Isso inclui o preço do tíquete, do hot- -dog, da cerveja. A questão não é o quanto eu vou conseguir de cada torcedor, é como eu vou conseguir mais torcedores. Não é como outros clubes fazem, mas é como nós fazemos. Está no nosso DNA, diz. A questão está tão ligada ao Dortmund, e à Bundesliga de maneira geral, que o diretor de relações internacionais do clube, Benedikt Scholz, fez questão de complementar a reposta: São esses torcedores que criam essa atmosfera especial. Por que eu cobraria mais de pessoas que vêm aqui há anos? É isso o que nos faz especial. O segredo, na verdade, é a mistura do popular com o exclusivo. Segundo relatório da Deloitte, em 2014/2015, o Dortmund gerou 54,2 milhões somente com receita nos jogos, o que inclui ingresso, vendas de artigos no estádio e ações de hospitalidade. O Bayern de Munique, que recentemente aumentou a área sem cadeiras do Allianz Arena, chegou a 89,8 mi. No Signal Iduna Park, o chamado Paredão Amarelo, área em que 25 mil pessoas ficam em pé, a entrada custa 11. Em teoria, o valor é o mesmo imposto pela CBF para a entrada mais barata do Brasileirão. Na prática, a situação econômica e social dos dois países torna a comparação um tanto injusta. No lado oposto do estádio, fica a área de hospitalidade. O espaço foi incluído à arena, que é de 1974, num de seus processos de modernização. O puxadinho, no entanto, segue um padrão de excelência. Uma área de alimentação premium, com salas patrocinadas e lojas oficiais, atende ao público VIP. A visão, por sinal, é atrás do gol. Se não é o local mais convencional para o setor, ele fica em frente ao Paredão, onde ocorre a festa. * Viagem a convite de Fox e Bundesliga 5