ABSOLUSTISMO E MERCANTILISMO

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Transcrição:

HISTÓRIA 3º ANO PROFESSOR DANILO FERREIRA 2º BIMESTRE ABSOLUSTISMO E MERCANTILISMO Definição - O Absolutismo também foi chamado de Antigo Regime pelos Iluministas e pensadores pós Revolução Francesa de 1789. - A principal característica desse regime político era à concentração de todo o poder nas mãos do rei, baseada na concepção de que o soberano era a encarnação do Estado, tal como demarcado pela frase, O Estado sou eu (L état c est moi) de Luís XIV, principal rei absolutista da história da França, também conhecido como Rei Sol. Pensadores do Absolutismo Nicolau Maquiavel - Esse pensador defendia a idéia da unificação das cidades-estado e das pequenas Repúblicas da Península Itálica, acreditando que o absolutismo poderia defender a região de invasões estrangeiras, constituindo-se assim, no regime mais eficaz para a estabilidade do poder. - Em sua principal obra, O Príncipe, Maquiavel destacou que a moral e a política eram esferas separadas, iniciando com isso a filosofia política moderna. - Maquiavel teria concebido sua obra como um ensinamento em prol da unidade italiana, bem como para a bem sucedida manutenção do poder por parte dos reis. - Na obra ele afirmou que os grandes homens disputavam o poder e a idéia de bons regimes políticos a partir de critérios éticos não passava de uma falácia retórica dos poderosos para enganar os governados. - A política seria a esfera das disputas e da manutenção do poder, cabendo aos monarcas utilizarem todos os meios necessários para adquirir e manter seus objetivos. - Maquiavel apregoava que os governantes deveriam ser mais temidos do que amados e que deveriam fazer o mal de forma intensa uma única vez de modo a que seus súditos os temessem (por isso a célebre frase atribuída a ele, apesar de nunca ter pronunciado na íntegra: os fins justificam os meios ). Thomas Hobbes - Escritor da obra O Leviatã, Hobbes acreditava que a sociedade só poderia ser controlada por um braço forte, já que o homem seria, segundo ele, o lobo do homem. - Segundo o autor, os homens eram guiados pelo instinto, tal como qualquer animal em estado natural em sua luta pela sobrevivência, o que poderia ocasionar sua própria destruição. - Assim, em troca da segurança do homem, seria necessário conferir autoridade completa ao Estado, governado por um soberano absoluto, um Leviatã a proteger pela força os indivíduos. - A soberania estaria localizada de cima para baixo, com o rei. - O homem individualmente se colocava em risco em razão de seu instinto de predador, sendo necessário que fizesse parte do corpo civil e que esse prescindisse de sua própria liberdade em nome de sua própria existência. - O Estado Absolutista era assim justificado, visto que existia para proteger o homem dele mesmo. - O Leviatã seria um monstro bíblico, mas que na visão de Hobbes representaria um gigantesco rei com um cetro. - Não era divina sua autoridade, mas conferida pelo homem, que organizado em corpo civil aceitava o poder absoluto de modo a que esse impedisse a destruição do homem pelo homem, sendo assim a manifestação da evolução humana.

Na mitologia, o Leviatã era um monstro marinho que destruía navios nos oceanos. Hobbes mudou o conceito para um poder absoluto, o do Estado. Este tinha o dever de combinar a espada e o cetro para impedir a destruição dos indivíduos na sociedade, visto que eles seriam instintivos por natureza. O papel necessário do Estado não fazia com que o pensador o considerasse bom, mas sim necessário, não se tratando de um juízo de valor. Jacques Bossuet e Jean Bodin - Ambos os autores, cada qual a seu modo defendiam a origem divina da autoridade dos reis. - O jurista Bodin afirmava que os reis detinham soberania para criar ou revogar quaisquer leis, possuindo poder supremo sobre seus súditos, sem quaisquer limitações., visto que seu poder soberano fora concedido por Deus. - Da mesma forma, Bossuet, um bispo católico escreveu a Política Retirada da Sagrada Escritura defendendo a origem divina do poder real. Se Deus concedia o poder e se os reis eram seus representantes na terra, esse fato impediria os súditos de julgarem os atos do soberano. - Podemos sintetizar então a legimação do absolutismo pelos conceitos de direito divino e de soberania do Estado. O primeirao pressupunha que se o poder real provinha de Deus, seus súditos não poderiam questionar sua autoridade, o segundo partia da premissa de que as leis de uma nação eram criadas pela vontade do rei, representante supremo do Estado. Sociedade Estamental - A sociedade na época do Absolutismo continuava estamental, tal como durante a Idade Média. - Na prática, a burguesia comercial foi responsável por financiar e apoiar os reis no processo de formação das monarquias nacionais, mas os nobres ainda detinham privilégios, tornado-se bastante influentes na corte de outro nobre, o soberano absolutista. - A sociedade ainda era dividida, portanto, em estados jurídicos estatutário, os dois primeiros mais influentes junto ao rei, na corte e nas assembleias do Estado Absolutista (Estados Gerais, como eram chamadas na França). - O Primeiro Estado englobava o clero, seguido do Segundo Estado, composto pela nobreza. - O Terceiro Estado era o mais heterogêneo, composto pela burguesia, pelos artesãos, assalariados, camponeses e todas as demais categorias sociais, possuindo pouco ou quase nenhum poder decisório nas Assembléias políticas, apesar de a burguesia possuir poder econômico e algumas vantagens em seus negócios; tais como o monopólio sobre o comércio em uma dada esfera de atividade. - Mesmo assim, somente o clero e a nobreza detinham o poder de decisão junto ao rei, não pagando impostos ao Estado. - Com isso, a arrecadação recaía quase que exclusivamente sobre a burguesia, um dos elementos que levou tal categoria social a se colocar a frente do processo revolucionário francês de 1789, responsável pela derrubada do Absolutismo na França. Importante - O pensador alemão Norbert Elias sugeriu que o absolutismo foi um regime político baseado na arbitragem do rei sobre a nobreza e a burguesia. - Segundo ele, o poder do rei era a manifestação desse estado de equilíbrio entre a nobreza e a burguesia, cada qual conseguindo algum tipo de vantagem junto ao soberano. A burguesia ganhava suas vantagens econômicas com a colonização, o monopólio comercial, enquanto que a nobreza ganhava cargos na burocracia estatal e algum poder político limitado junto ao rei, além de isenção de impostos. - O historiador Perry Anderson, no entanto discordou dessa visão. - Segundo ele, a burguesia não tinha condições nenhuma em se igualar a nobreza ou mesmo de utilizar o absolutismo para seus benefícios, ainda que tivesse seus ganhos econômicos. - Ele definiu o absolutismo como um aparelho de dominação feudal reforçado para sujeitar as massas camponesas europeias, colocando todo o terceiro estado sob tutela da nobreza e do clero, ainda que a burguesia tivesse uma condição melhor, devido ao financiamento dado ao estado com os impostos pagos por ela.

- Também é necessário deixar claro que o clero tinha diversas vantagens. - Além de não pagar impostos, o clero (católico ou protestante) era o arcabouço ideológico do poder absoluto dos reis, possuindo muito influência política. Observação - Os dois países ibéricos, principalmente Portugal, tiveram uma precoce centralização política nas mãos dos reis. O absolutismo em Portugal data de 1385, após a chamada Revolução de Avis e o da Espanha data de 1469, com a união de Castela e Aragão seguida da conquista de Granada, em 1492 Isso se deve, principalmente, a presença muçulmana na região, levando às respectivas nobrezas ibéricas a união contra um inimigo comum, tendo a figura real uma proeminência maior se comparada aos monarcas de outras monarquias europeias. Mercantilismo Práticas Econômicas do Absolutismo - O Mercantilismo foi um conjunto de medidas e práticas econômicas adotadas pelas Monarquias Absolutistas da Idade Moderna. - O objetivo das coroas europeias era obter uma maior quantidade de metais preciosos em seus tesouros, principalmente ouro e prata. As práticas do mercantilismo consistiam em - Intervenção do Estado na Economia: uma forma de os Estados Absolutistas desenvolverem setores que mais lhes interessavam, oferecendo concessão de monopólios para comerciantes e integrantes da burguesia ascendente, bem como tarifas protecionistas e apoio às empresas privadas e Companhias de Comércio. - Balança comercial favorável: o principal mote do Mercantilismo era exportar mais do que importar, ou seja, cada Estado Absolutista procurava vender mais produtos do que comprar de modo a ficar com superávit na balança comercial. - Acumulo de riquezas: o protecionismo alfandegário servia para que os Estados Europeus acumulassem riquezas em seus tesouros nacionais. Assim, a Coroa cobrava altas taxa alfandegárias dos produtores e comerciantes estrangeiros e dos comerciantes das colônias, uma forma de diminuir as importações, acumular riquezas e aumentar o saldo das exportações. Tipos de Mercantilismo Podemos definir alguns tipos específicos de Mercantilismo, de acordo com as práticas econômicas dos diferentes Estados Absolutistas da Idade Moderna. São eles: - Bulionismo ou Metalismo: trata-se do mercantilismo clássico, praticado por Espanha consistindo no acumulo de metais preciosos nos tesouros nacionais. A Espanha, maior potência europeia do século XVI, contava com as riquezas advindas das minas das Américas, principalmente às minas de prata de Potosí (Bolívia) e de ouro de Zacateras (México). Essa forma de mercantilismo não costumava incentivar a criação de manufaturas, praticando um forte Pacto Colonial entre metrópole e colônia, obrigando essa última a comercializar somente com a matriz, exportando produtos tropicais e importando manufaturados. - Tratava-se de uma forma de beneficiar a metrópole em detrimento da colônia (isso não significa que os demais mercantilismos não se baseassem no Pacto Colonial, muito pelo contrário). - Colonialismo: baseava-se no comércio de especiarias com o Oriente, na adoção do sistema de plantation (que também foi adotado em algumas regiões da América Espanhola) e no metalismo, sendo o reino de Portugal seu principal representante. - Colbertismo: forma de mercantilismo praticada pelo ministro do rei Luís XIV, Jean Baptiste Colbert. A idéia era apoiar a criação de manufaturas privadas, que, em parceria com a Coroa francesa, produziriam artigos de luxo (perfumes, vestidos caros com corantes carmim, jóias) para o mercado interno e externo, visando à nobreza. Colbert defendia a idéia de que um Estado poderia aumentar sua riqueza interna por meio do incentivo às manufaturas específicas e por intermédio do comércio realizado com outros Estados, ou seja, pela monopolização das rotas comerciais entre nações, tal como faziam os holandeses; segundo ele, transformando metais preciosos em mais riqueza. O principal aplicador do sistema mercantilista na França foi o ministro das finanças francês Jean- Baptiste Colbert. Ocupando este importante cargo, durante 22 anos no governo do rei absolutista Luis XIV, Colbert estimulou a indústria francesa, incentivou as exportações e reduziu as taxas alfandegárias internas. - Comercialismo: desenvolvimento de relações comerciais entre Estados, ou seja, investimentos no comércio marítimo internacional. Essa forma foi praticada pela Holanda, em que o Estado fazia parceria com Companhias de Comércio Privadas, protegendo-as nas relações com outros Estados Absolutistas, melhor dizendo, incentivando tais empresas a transportarem produtos para todas as regiões do mundo em troca de uma taxa previamente estipulada.

- Mercantilismo Inglês: diferentemente dos demais Estados Absolutistas da Idade Moderna, a Inglaterra praticou diferentes formas de mercantilismos. Desenvolveu o comercialismo, combinando a isso, um forte incentivo à produção de certos bens. A partir do governo de Elizabeth I, foram criadas leis que fixavam preços, regulavam horas de trabalho e obrigavam o trabalho em certos setores produtivos, em especial, nas manufaturas têxteis do Reino Unido. Os ingleses usaram então seus recursos acumulados nas colônias no incentivo às manufaturas têxteis, procurando vender esse produto básico para todas os setores sociais e para todas as nações e colônias, além de investirem em navios mercantes e de guerra de modo a proteger o comércio marítimo. Resumo do Conteúdo O absolutismo seria o regime político típico da Idade Moderna e o mercantilismo seriam as práticas econômicas adotadas pelos monarcas absolutistas. O colonialismo foi tanto o objetivo como a consequência dessas práticas, o que por sua vez deu sustentação aos regimes absolutistas. Devemos destacar algumas características do absolutismo, tais como o poder absoluto do monarca, colocando acima da lei e também a ideologia legitimadora desse poder, sendo o direito divino dos reis a principal no que tange a aceitação popular. Para o ENEM seria interessante entender os conceitos de poder, ou seja, a forma como regimes sem representação e sem legitimidade real são sumariamente repressivos e violentos. Também é fundamental compreender que o monarca manteve os nobres com privilégios no Estado, enquanto que a burguesia acabou ganhando monopólios comerciais, sendo origada, no entanto a paganr impostos exorbitantes. Podemos dizer que a burguesia tinha poder econômico, mas não tinha poder político e mesmo seu poder econômico era cerceado pelo fato de a burguesia ser obrigada a pagar impostos a coroa, o que levou a uma insatisfação dessa classe social. Crimes como regicídio eram punidos com pena capital (pena de morte), sendo a tortura pública instituída e aceita por todos, realizada no patíbulo, onde o poder soberano, nos dizeres do filósofo Michel Foucault, agia de forma precisa para mostrar a todos o que acontecia com os criminosos. Isso em nada resolvia o problema da criminalidade e foram tais atos que levaram a criação de princípios em torno dos direitos humanos, princípios esses que serviriam para proteger o homem comum do poder repressivo do Estado. EXERCÍCIOS DE AULA 1) Na obra O Príncipe, Maquiavel defendia o absolutismo como forma de consolidar e fortalecer o Estado. Entre seus argumentos destaca-se: a) a necessidade de o governante cercar-se de bons conselheiros, com os quais dividiria o poder; b) a ideia de que somente a lei moral e religiosa limitaria os poderes do rei c) a constante utilização da guerra como meio de demonstrar a força do Estado; d) o reconhecimento de que todos os meios utilizados para defender os interesses do governante e do Estado seriam justificados; e) o princípio da constante mudança das instituições, para que elas se adequassem sempre às novas situações. 2) A característica mais conhecida do chamado mercantilismo francês é: a) a importância atribuída à expansão colonial; b) financiamento as manufaturas de luxo pelo Estado; c) a grande importância dada ao tráfico de escravos; d) a política anti-inglesa; e) o amparo à agricultura. 3) Parte integrante da política econômica mercantilista, a concepção monetária preconizava, acima de tudo: a) a livre circulação de mercadorias; b) uma política industrialista e protecionista; c) a proibição quanto a saída de ouro e prata do país; d) a exploração das colônias e o desenvolvimento do comércio; e) a realização de reformas monetárias e o desenvolvimento do sistema de crédito. 4) [...] um sistema mais amplo, denominado Antigo Regime. Esse nome só surgiu muito tempo depois, com os franceses, que o utilizaram para nomear o sistema social que eles haviam destruído por meio de uma revolução a Revolução Francesa. (Luiz Koshiba. História: origens, estruturas e processos, 2000.) Entre as principais características desse sistema, é correto incluir a) os Estados teocráticos, nos quais o monarca era o sumo pontífice, e o sistema de monopólios nas atividades mercantis. b) as monarquias absolutistas, justificadas pela teoria do direito divino, e a política mercantilista, baseada no intervencionismo. c) as monarquias constitucionais, com voto censitário, e o controle estatal sobre as atividades econômicas e a circulação de capitais. d) os Estados liberais, fundamentados na ideologia iluminista burguesa, e práticas de liberdade de produção e de comércio. e) as repúblicas aristocráticas, marcadas pelos privilégios sociais, e o desenvolvimento da indústria e do trabalho livre. 5) O paradoxo aparente do absolutismo na Europa ocidental era que ele representava fundamentalmente um aparelho de proteção da propriedade dos privilégios aristocráticos, embora, ao mesmo tempo, os meios pelos quais tal proteção era concedida pudessem assegurar simultaneamente os interesses básicos das classes mercantis e manufatureiras nascentes. Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição tradicional. Nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, e menos ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma nobreza atemorizada. (Perry Anderson, Linhagens do Estado absolutista. p. 18 e 39. Adaptado) Segundo Perry Anderson, o Estado absolutista a) não tinha força política para submeter os trabalhadores do campo e a aristocracia com a cobrança de pesados impostos e, simultaneamente, oferecer participação política e vantagens econômicas para o crescimento da burguesia comercial e manufatureira.

b) nunca se submeteu aos interesses da burguesia mercantil e manufatureira em detrimento da aristocracia, mas, ao contrário, tornou-se um escudo de proteção dos camponeses contra o domínio feudal exercido por meio de pesados impostos. c) garantiu, sob a sua proteção, o domínio econômico e político da aristocracia sobre os camponeses e, para sobreviver economicamente, atendeu aos interesses de expansão do mercado da burguesia mercantil e manufatureira, mas a afastou do poder político. d) preservou a propriedade feudal e os interesses dos camponeses, mas, para que isso se efetivasse, submeteu-se à pressão da burguesia mercantil e manufatureira ao aproximá-la do poder político, oferecendo cargos públicos a essa classe. e) não protegeu a aristocracia nem os camponeses que, para sobreviverem, estabeleceram alianças pontuais com a burguesia comercial em ascensão econômica e com crescente participação política, com o intuito de obter acesso à terra. GABARITO 1. D 2. B 3. C 4. B 5. C